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quarta-feira, 3 de julho de 2013

AMR - Don't Think They Know (Chris Brown)

Análise: Segundo single do álbum X, do Chris Brown. Lançado em Junho de 2013, alcançou #87US e #94UK.



Pra Aaliyah não tem "descanse em paz"...

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É um tanto irônico utilizarem uma participação póstuma para tentar angariar posições. Se nem os vivos podem fazer algo (um milagre, eu diria) por Chris Brown, que dirá a falecida cantora Aaliyah, que tragicamente faleceu em um desastre de avião em 2001, aos 22 anos. E estranho uma nota onde parece o Chris Brown e uma moça morta, pois podem pensar que ele esteve envolvido no falecimento...

De qualquer forma, a prática de utilizar um participação póstuma não é incomum. Michael Jackson já chegou a utilizar este artifício, quando fez uso do rap de Notorious B.I.G. em seu single "Unbreakable", de 2001. Como são poucos que sabem quem são Notorious e Aaliyah, este tipo de coisa costuma passar despercebido, claro...


De qualquer forma, a participação de Aaliyah é bem simbólica. Tirando quem realmente é fã dela e quem foi avisado, ninguém sabe que se trata de alguém com mais destaque do que uma vocalista de estúdio. Em certos momentos até mesmo parece a voz da Ciara. Mas o pior de tudo é termos a voz do Brown. Poderiam ter chamado de fato a Ciara para salvar a coisa toda...

Porém é preciso deixar claro que esta canção já existia! Tratava-se de um dueto entre Aaliyah e um componente do grupo de Hip-Hop Playa, cujo codinome é Digital Black. A canção acabou saindo em um álbum deste sujeito em 2005. Brown teve acesso até mesmo aos vocais que foram gravados e não utilizados na época para compor esta versão. Ouvindo a gravação de Brown talvez fique explicado o motivo do single ter ficado quatro anos na geladeira e depois ter sido lançado sem destaque. Chris Brown por perto também não ajuda em nada.

Poderia ter deixado passar. Brown poderia ter deixado a pobre moça descansar em paz e tentar fazer algo realmente produtivo no campo musical, mas isso obviamente é exigir demais dele. Será que o colocaram assim com uma mulher já morta para que ela não tenha acesso às pancadas dele?

segunda-feira, 6 de maio de 2013

AMR - That Na Na (Akon)

Análise: Terceiro single do álbum Stadium, do Akon. Lançado em 2013.



That Na Na Na... você não é de nada?

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É... Tem alguns artistas que precisam se preocupar com sua situação no mundo da música. De Timbaland até Nicole Scherzinger, muitos artistas estão retardando os lançamentos de seus álbuns por não conseguirem emplacar um single. E no meio destes artistas em crises está o cantor de origem senegalesa Akon, que encheu o saco de todo mundo com hits cretinos como "Lonely" (estragando a canção de Bobby Vinton, a colocando como se cantada por Alvin e os Esquilos - numa palavra: ridículo) e "Don't Matter" (que parece insistir em colocar aquela voz aguda e chata pra cantar).

O único single do Akon que teve circulação razoável por aí foi "Angel" de 2010 - que conseguiu um pífio #56US e sequer foi considerado pelo povo inglês. Acreditem: este single está atrelado ao lançamento do álbum Stadium, que até agora não foi lançado. Fora este single, outros três foram lançados com resultados ainda mais constrangedores. E se a coisa continuar como está, teremos um álbum novo do Akon por volta de 2037...

Seria menos embaraçoso se o single "Angel" fosse considerado apenas um single aparte, sem relação com algum projeto maior. E menos ainda se Akon decidisse encerrar essa insanidade injustificada que é sua carreira...


O fato é que o single "That Na Na" aparentemente pretende ser umas espécie de extensão, continuação do que foi "Right Now (Na Na Na)". E não digo isso apenas pelo título semelhante, mas também por toda a estrutura. Só que algo deu (seriamente) errado neste ínterim. Enquanto "Right Now" era uma canção acima da média para o Akon (medalha de honra para ele por isso), este projeto não passa de uma espécie de passatempo tão irrelevante e chato quanto "Angel" foi. Aparentemente, Akon e seus produtores adjacentes (culpa maior sobre David Guetta) estão errando a mão feio no que um dia já foi uma mais acentuada.

Pelo visto, enquanto Akon não corrigir este problema criativo, seu álbum pode ser adiado. O que é uma boa notícia para quem não suporta a voz desafinada dele. Já para os fãs, bem, eles ainda lembram do Akon? Neste momento ele deve estar, de fato, "Lonely"...

domingo, 31 de março de 2013

AMR - Live My Life (Far East Movement)

Análise: Primeiro single do álbum Dirty Bass, do Far East Movement. Lançado em Fevereiro de 2012, alcançou #21US e #7UK.




Prefiro o Psy...


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Confesse: você não conhece quase nada musical que venha da Ásia que não seja o Psy. Bem, os caras do Far East Movement têm o hit "Like a G6" (que muita gente entendia como "gee sex"), mas a falta de personalidade impede que o hit seja associado ao grupo - vale lembrar também que eles dividem o single com duo de Hip Hop The Cataracs e a cantora Dev, o que chega a nos dar a impressão de que eles sequer participaram da empreitada...

Tá bem, você conhece o Jackie Chan, que também é cantor. E é mais provável você saber deste fato do que saber quem exatamente são estes caras. Depois de "Like a G6", eles tiveram o single "Rocketeer", junto com o Ryan "Latino" Tedder (Latino porque, assim como o citado, ele não dispõe de muita criatividade na hora de criar projetos musicais...), que teve um top 10 nas paradas e só. O single discutido aqui é o que eles têm de mais bem sucedido desde aquela época (2010).


O projeto não é lá tão ruim. Diria no máximo que é mediano. Em certos momentos lembra bastante "On The Floor", da Jennifer Lopez - o que não é bem um indicativo de originalidade. A participação do Justin Bieber, que deveria servir como um chamariz de suas injustificadas fãs (ou considerando a qualidade da música dele, justificada sim...) acaba nem se fazendo sentir. Se não te falassem, você sequer saberia que ele está ali no meio. Falta aquela relevância que ergueu o principal single da carreira dos rapazes.

Nem no vídeo o garoto aparece - quem aparece é o Redfoo, uma das partes do duo LMFAO! Talvez se fosse ele a prover seus vocais na canção, a coisa ficasse mais interessante. No balanço final, fica para o pessoal que gosta de ouvir isso pra dançar e que, na verdade, não seria bem ouvir, mas sim se balançar ao som de qualquer coisa que esteja tocando. Especialmente se estiver sob influência de aditivos ilícitos...

quinta-feira, 7 de março de 2013

AMR - Almost Home (Mariah Carey)

Análise: Single promocional do álbum Oz the Great and Powerful. Lançado em Fevereiro de 2013.




A volta de Mariah? (de balão?)

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Ah, a boa e velha Mariah Carey. Quem não sente saudades dos tempos em que ela inundava as rádios com espólio eclético? Tivemos nos anos 90 coisas como "Vision of Love", "I Don't Wanna Cry", "Hero", "Without You" (cover do Bad Finger), "Fantasy" (samples do Tom Tom Club, "Genius of Love"), "My All". Anos 2000 com "It's Like That", "We Belong Together", "Don't Forget About Us", "Touch My Body". Elas vão das mais melódicas baldas românticas até o Dance, com traços de Hip Hop. De fato, Mariah agradava a gregos e troianos...

Mas o fato é que a falta de atividades da musa ficou bem aparente. O último grande single divulgado foi "Obsessed", ótima canção que dá uma alfinetada no rapper sem noção Eminem (que insiste em dizer que já deu uns malhos com ela). Depois do álbum Memoirs of an Imperfect Angel, tivemos um álbum de natal (Merry Christmas II You) que foi inexpressivo (não houve nada como "All I Want for Christmas Is You", para fazer a alegria do pessoa que gosta da data). Eu ia citar um single, "Triumphant (Get 'Em)", que foi lançado ano passado, mas foi tão nulo em efeito que o lançamento em questão é mais adequado.


E o que temos aqui é algo que acrescenta mais ao já eclético repertório da moça. Este single é bem diferente de outros projetos do qual ela esteve envolvida. Seus vocais ficam até meio irreconhecíveis no começo. O pessoal que estava acostumado e gostava da fase "Hip Hop me envolvendo com caras como Pharrell e Jermaine Dupri" vai estranhar bastante aqui. Já o pessoal mais afeiçoado com a Mariah dos anos 90, vai achar no mínimo interessante esta "volta" - a volta dos que não foram, aliás.

A faixa produzida pela Mariah juntamente com o Stargate é boa, e teria sido melhor alocada em um álbum de originais, com o devido tratamento e divulgação. De repente a roupagem da canção seria até mais livre - deixando de lado aquele verniz de "quero ganhar um Oscar de melhor canção" que costuma permear projetos por aí. Agora é só esperar vontade e inspiração da senhorita Carey. Valerá a pena.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

AMR - That's All She Wrote (T.I.)

Análise: Terceiro single do álbum No Mercy, do T.I.. Lançado em Janeiro de 2011, alcançou #18US e #158UK.




Ela escreveu: what the fuck?

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Honestamente, se T.I. continuar neste ritmo, as pessoas vão começar a se perguntar do que diabos se trata quando ele for citado. Isso se tal suposição já não estiver ocorrendo. Acredito que os trabalhos mais reconhecidos de T.I. tenham sido com Justin Timberlake (este que, aparentemente, largou o mundo da música para se dedicar ao cinema, num gesto de sensatez musical e insensatez cinematográfica) e Rihanna (com a péssima e horrorosa "Live Your Life", onde resgatam das profundezas do inferno musical a canção "Dragostea Din Tei"). Muito para os outros artistas, pouco para o rapper.

Tenho que dar crédito ao fato de T.I. ser um dos melhores em sua área. Sua colaboração no single "My Love" do Justin Timberlake foi acima da média, não sendo chato ou pedante e terminando na hora certa. Mas isso faria dele um mero "One Rap Wonder" desprezível. No que tenho que me perguntar: seria ele capaz de ser mais relevante do que isso?




Tirando a batida característica do Hip Hop, a canção tem um fundo musical até que promissor. Mas esta impressão logo desaba com a parte vocal, que não passa de mais do mesmo - a mesma cantilena homogênea de sempre. E o rap de T.I. está apenas adequado ao projeto, sem nenhum tipo de maneirismo ou diferencial para diferir as coisas. Eminem é o Eminem, e enquanto ele não desistir de tentar qualquer projeto sério pra voltar ao engraçadinho, ele vai se manter na falta de interesse na qual se encontra.

De um modo geral, a canção não é tão ruim assim - existem exemplares bem piores do gênero vindo de qualquer direção (obviamente não é novidade alguma). Mas pra um mercado saturado e com um apelo não tão popular, não é o suficiente para sair das sombras e buscar um lugar ao sol (o pessoal da Inglaterra entendeu bem isso). Até porque no caso destes caras haveria muita fumaça cobrindo o sol, se é que me entende...

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

AMR - Desastres do "Pop" 6 - Grillz

Grillz. Quem vive aqui no Brasil está acostumado com coisas que viram moda e são esfregadas na nossa cara com um rótulo de obrigatoriedade. Desde coisas mais banais como aquele maldito brinquedinho que é uma corda com duas bolas na ponta que ficam batendo uma na outra fazendo um baralho irritante, passando por mini-skates de dedo,iô-iô, até o mundo da moda que anda cada vez pior. Mas deve dizer que a moda ser algo idiota e constrangedor não é exclusividade nacional - especialmente se você acompanha aquela futilidade abismal que é o mundo fashion das passarelas. E o que quero dizer é que lá por 2005, um acessório tornou-se muito popular nos Estados Unidos (e talvez até fora de lá). Seu nome? Grills. Seria uma espécie de dentadura ou aparelho móvel feito de "ouro", que te deixa parecendo alguém que, por falta de sorte ou descuido puro, perdeu todos os dentes e teve que substituí-los por estas próteses.

Este discurso todo é pra dizer que este improvável e ostentador acessório viu tema de música. E claro que algo tão metido a besta e de mal gosto só poderia ser cultuado por rappers. E o cara da vez foi o Nelly que conseguiu se consagrar e se superar, produzindo uma das piores coisas já ouvidas nesta década que passou. Sobre Nelly, acho que dispensa apresentação. Estourou em 2002, com destaque para "Dillema", com participação da esquecida Kelly Rowland, saída do seu segundo álbum, Nellyville. Fora que o cara já angariou até mesmo o prêmio Grammy. Bem, ele precisava derreter alguma coisa pra fazer seu grills...


Grills poderia ser uma máscara, pra cobrir toda a cara logo...

|Este veículo escroto de mal gosto chegou em primeiro lugar nas paradas dos Estados Unidos e ainda foi indicado a um Grammy!!|

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O rapper Nelly (nascido Cornell Iral Haynes Jr, em 2 de Novembro de 1974) começou sua carreira nos anos 90, no grupo de Rap St. Lunatics e saiu para carreira solo em 2000. Seu primeiro álbum saiu em Country Grammar, ainda em 2000.
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Não que as coisas tenham de fato melhorado no mundo da música, mas 2005 foi um ano de destaque musical, negativamente falando. O estouro do Charmillionaire, 50 Cent estava mais em destaque que nunca e RBD existia. Era muita coisa ruim pra um ano só. E como é de se reparar, um ano de boa safra (se é que isso é possível) para o Rap e Hip-Hop. Poucas coisas poderiam ter sido tão idiotas e inacreditáveis quanto "Candy Shop" do 50 Cent - uma daquelas balas que ele tomou deve ter se alojado no cérebro pra ele ter feito algo assim, só pode...


Porém, por incrível que pareça, algo conseguiu ultrapassar este single medíocre. Sim, algo  teve a capacidade de ser pior. E isso veio de um lugar obscuro. Foi do Nelly que saiu mais uma tragédia musical do novo século. E tirando uma parceria com a Fergie no single "Party People", ele não conseguiu nada mais relevante que isso. Muito tempo antes, Nelly fez um single bem divertido, que acabou indo parar na trilha sonora do filme Todo Mundo em Pânico 2, chamado "Ride Wit Me" com seu antigo grupo, o St. Lunatics. E basicamente, qualquer coisa que possa ter qualquer interesse ou relevância na carreira do Nelly acaba exatamente aqui.


"Grillz" tem aquele clima banal e desolado que parece fazer a alegria dos produtores e artistas do Rap. Nada de realmente interessante ou inovador. Apenas a mesma cantilena tediosa e participações de outros rappers que nada ajudam o acrescentam ao projeto - o Nelly poderia fazer tudo sozinho que a coisa toda ia ficar na mesma. A propósito: o quão idiota e estúpido você tem que ser para dedicar tanto tempo e dinheiro em uma  música que fala sobre um tipo de dentadura que deixa o usuário com uma aparência de boca podre? É realmente muita falta de assunto ou um poder de futilidade incrível...


...

Participando da canção (não creditados) e do vídeo-clipes, temos Paul Wall e Ali & Gripp, o que significa menos que nada. Até o Big Boi do Outkast apareceu no vídeo-clipe e pergunto: e daí? O Jermaine Dupri foi responsável por esta baderna e agora entendo o fim do seu relacionamento com a Janet Jackson... Só não consigo entender uma indicação ao Grammy. É realmente muita falta de algo relevante...

domingo, 29 de julho de 2012

AMR - Boyfriend (Justin Bieber)

Análise: Primeiro single do álbum Believe, do Justin Bieber. Lançado em Março, alcançou #2US e #2UK.



O dele?

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Até parece que foi ontem que resenhei "One Less Lonely Girl" lá por Dezembro de 2009. Naquela época eu sequer imaginava que aquele garotinho (ou garotinha, sei lá) acabaria se tornando um fenômeno Pop mundial - não, isso não foi um elogio. Realmente dava pra pensar que algo tão "fantasioso" (e dentro disto você pode incluir o conceito infantil que quiser) poderia ter dado certo? Surpreendente.

De qualquer maneira, o fato de ser um garotinho (ou a Sininho do Peter Pan) aparecer assim pode ter um sucesso previsível. Tá certo que foi assim com o Jackson Five e, em menor escala, com o New Kids on The Block, mas precisava ter algo tão constrangedor e babaca. Apesar da curiosidade inicial gerada pelo Jackson Five, foi efetivada sua consolidação no campo musical. E é triste pensar que o conceito geral caiu tanto para que isso ocorresse com um artista como Bieber.




Enfim. Parece que alguém resolveu tentar sair das fraldas. E vemos que a aproximação dele com o Usher não ajudou em nada. Aquele jeito infantil que permeou praticamente toda a carreira dele tenta ser omitido aqui em um vídeo-clipe onde está rodeado de mulheres (vale lembrar que estilistas de moda, que estão longe de serem lembrados por ter relações mais profundas com as moças, também são rodeados de mulheres) e tenta cantar em um estilo totalmente diferente do que se está acostumado. A impressão que isto passa é que ele não quer ser reconhecido, como se quisesse recomeçar deixando o passado infantiloide para trás.


A canção? Uma droga, claro. Se fazendo Pop estilo Xuxa Só Para Baixinhos a coisa já não funcionava, que dirá um Hip-Hop! Soa como aquela criança chata que tenta dar uma de adulto fazendo qualquer discurso retórico para ganhar algum respeito ou atenção. O máximo que ele conseguiu neste conceito foi a atenção da Selena Gomez - o que seria o suficiente para qualquer homem (ou seja, larga a música e vai curtir), mas não para nosso garotinho...


sexta-feira, 6 de julho de 2012

AMR - Everyday is Money (Soulja Boy)

Análise: Primeiro single do álbum Maserati Boys, do Soulja Boy com Ja-Bar). Lançado em 2011.



Ou "Massante Boys"...

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É... Por incrível que parece, o arremedo de rapper Soulja Boy continua na ativa mesmo após o fracasso de The DeAndre Way e alguns shows cancelados por falta de público. Aliás, o próximo álbum solo é intitulado Promise, e eu digo: promete ser tão ruim quanto o último. O fato de se unir, tão cedo, a outro artista da mesma estirpe, dividindo um projeto, mostra a a falta de cacife do jovem rapper para seu duvidoso futuro.

Eu ainda não consegui descifrar o grande mistério de "Crank That (Soulja Boy)". É, simplesmente, uma das piores coisas já surgidas no gênero e quiça da música como um todo. Mesmo assim fez todo mundo dançar usando aquele passinho ridículo. Nesta boleia desajeitada já foram muitos outros como T-Pain e Lil Wayne, todos com resultados tão desastrados e constrangedores quanto - e infelizmente com o mesmo potencial popular. (E depois dizem que o Rock é que é do diabo...)


De qualquer maneira, "Everyday is Money" não é exatamente a cara de um projeto do Soulja Boy, o que é compreensível. Afinal, se ele continuasse com aquele estilo pedante, egocêntrico e babaca, a única coisa que ele conseguiria seria a falência. O fato de outro artista estar envolvido ajuda muito. Pois se não soa como algo do Soulja Boy já é uma vantagem e tanto! Mas, olhando sobre uma vista geral, não passa de mais um projeto de Hip Hop sem qualquer originalidade ou inventividade - coisa que já virou uma característica do gênero (cada vez mais saturado). Ouvir algo vindo de um artista como Soulja Boy esperando algo inovador é realmente perda de tempo. "Crank That" foi o cartão de visitas e "música engraçadinha" por 5 minutos e nada mais que isso. O próprio Soulja provou isso quando tento repetir a fórmula em "Pretty Boy Swag" e amargou um fracasso constrangedor.

Se você é fã da mais comercial "Kiss Me Through the Phone" tem que passar longe desta. Você não vai encontrar nada aqui, apenas perda de tempo na vida. E se você se pergunta "mas o que o Soulja Boy ainda está fazendo no mundo da música?", pode perfeitamente se perguntar: "quem diabos é Ja-Bar?". Ainda insisto que o melhor possível é ouvir o que o Sugarhill Gang produziu a décadas atrás...

Ps: você que é fã de Rap e defende coisas como isso, já sequer ouvir falar de Sugarhill Gang?

terça-feira, 29 de maio de 2012

AMR - Desastres do "Pop" 5 - Money Maker

Depois de mais de um ano, o Desastres do "Pop" aqui se encontra para botar o dedo em riste contra o lixo tóxico que a indústria musical insiste em derramar nos nossos ouvidos! Pode parecer preconceito, mas parece que o Hip-Hop e Rap insistem em andar na linha da ruindade. É realmente difícil você ouvir alguma coisa que possa chegar perto de satisfatório neste ramo - dedos sobram. E é exatamente isso o que acontece quando se junta o Ludacris e o Pharrell em um mesmo estúdio, numa mesma gravação.

Seu primeiro lugar na parada saiu do terceiro álbum, Chicken-n-Beer, e chama-se "Stand Up" - que com certeza não teve graça alguma. E depois do seu segundo topo com "Money Maker", felizmente ele não conseguiu mais chegar lá. E a culpa não é atribuída apenas a ele, mas também ao Pharrell e o The Neptunes.


Exatamente, o negócio é sempre o dinheiro...

|Este legítimo desastre se tornou um grande sucesso nos Estados Unidos e ainda faturou um Grammy!|

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O rapper Ludacris (nascido Christopher Brian Bridges, em 11 de Setembro de 1977 - olha a data de nascimento do rapaz!) começou sua carreira nos anos 90, mas especificamente em 1998 e conseguiu lançar um trabalho oficialmente em 2000, com o álbum Back for the First Time.

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Estamos em 2006, um ano muito produtivo para o campo do Hip Hop e Rap. Produtivo não por ter forjado verdadeiros clássicos do gênero, mas sim por uma cambada de gente querer ganhar dinheiro em cima disto e, por consequência, saturar um mercado que já está injustificadamente "bem" preenchido. Temos Timbaland destilando toda sua falta de modéstia e Justin Timberlake achando que realmente é um grande artista. Um ano nada fácil para a música.


Aparentemente, precisavam de um hit de verão para preencher tal lacuna. E adivinhe só o que é que foi escolhido para ingrata tarefa? Misturar Ludacris e Pharrell um mesmo projeto deveria ser considerado atentado ao violento aos ouvidos... Num ano que o ritmo estava em alta e que ambos estavam na onda da badalação, o desastre iminente era inevitável. Talvez tão ruim seria uma união entre Lil Wayne e T-Pain ou Flo-Rida com o diabo, sei lá... Apenas para termos uma ideia de como as coisas estavam na época, "Money Maker" tirou "SexyBack" do Timberlake do primeiro lugar e depois foi substituído por "My Love", também do Justin! Sem contar "Grillz" do Nelly, "Ridin'" do Chamillionaire e "London Bridge" da Fergie.




Uma coisa que eu sempre falo, e até mesmo já posso incluir como vetor de ruindade, é o fato de rappers não se conterem quando estão em um estúdio e berrarem ao fundo como se fosse alguma comunicação tribal. Isso é de extremo mal gosto de muito irritante. Fora que chamar o Pharrell para participar cantando é algo meio inócuo. Tirando a sua participação em "Beautiful" do Snoop Dogg, seus vocais são ínfimos - na sua participação no single "Give It 2 Me" da Madonna, se você espirrar não percebe que ele está lá. Um intérprete de linguagem de sinais seria mais notado.




Sem comentários...


Aparentemente esta foi uma espécie de releitura do clássico de Elmore James, "Shake Your Money Maker". Se isso era pra ser uma homenagem, talvez ficar quieto seria a melhor maneira de homenagear. Clássicos não precisam de releitura, por mais que os "gênios" da atualidade pensem o contrário.


Diz aí, Elmore!



segunda-feira, 14 de maio de 2012

AMR - Pass At Me (Timbaland)

Análise: Segundo single do álbum Shock Value III do Timbaland. Lançado em Setembro de 2011, alcançou #104US e #40UK.



Timba quem mesmo?

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Engraçado pensa que a pelo menos uns 5 anos o Timbaland saia por aí dizendo que era o melhor produtor de sua geração, tirando vantagem de seus feitos na indústria pelos cantos e esbanjando seu egocentrismo e falta de modéstia por todos os lados. E agora a situação parece ter se voltado contra ele. O desaparecido Timbaland chamou para participar do seu álbum o aparecido Pitbull, o famoso rapper arroz de festa. Se JK queria fazer 50 anos em 5, Timbaland resumiu um carreira inteira neste mesmo tempo. Vale lembrar que Quincy Jones tem mais de 50 anos de carreira e, apesar de não ter os holofotes sobre si (até porque, a esta altura, ele não quer nem precisa disso), continua requisitado e notório.

O terceiro álbum de Timbaland continua sobre o projeto "Shock Value", que consiste em composições misturando o Rap e o Hip Hop com outros estilos, geralmente relacionados aos artistas convidados. E como se pode analisar, a fórmula está desgastada e enfraquecida, já que partimos de um primeiro álbum consideravelmente bem sucedido, passando por um segundo álbum de pouquíssima repercussão e chegamos em um terceiro álbum que ainda não foi lançado, mas pelo fato de Timbaland correr o risco de ter que se apresentar novamente para pessoas que podem ter esquecido quem ele é já nos dá uma visão da coisa. (Se bem que só o fato dele não precisar explicar que não é um cosplay do Sherman Klump, o Professor Aloprado, já é uma grande coisa.)


O single em questão é basicamente um tipo de projeto pré-moldado já específico. O que significa que todas as canções do Pitbull tem que ter mais ou menos 50% de similaridade. E o fato de Timbaland ter dividido a produção com o David Guetta e mais algum agregado e a coisa soar como uma música do grupo LMFAO (um dos nomes mais estúpidos já dados a um projeto musical) só deixa a coisa mais confusa, com gosto de chiclete mascado. Pelo menos não teve nenhuma participação nada especial de gente como Lil Wayne pra deixar a coisa mais densa. Já se ouviu isso por aí antes e não há necessidade de repetição - já foi feito melhor e pior do que isso, o que torna tudo "encher linguiça".

Eu ia me perguntar o motivo de o Timbaland não sair por aí dizendo que é o cara, o melhor no que faz e etc nestes últimos dias, mas lembrei que primeiro ele tem que lembrar o pessoal de que eles está vivo. Já Pitbull vai continuar faturando por aí com suas aparições e dificilmente vai fazer algo igual a "I Know You Want Me (Calle Ocho)" e "Hotel Room Service" outra vez. David Guetta vai continuar exatamente na mesma por tempo indeterminado e a vida vai correndo. Fico me perguntando se o sumiço da Nelly Furtado e do Justin Timberlake tem algo a ver com o agouro do rapper...

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

AMR - Stereo Hearts (Gym Class Heroes)

Análise: Primeiro single do álbum The Papercut Chronicles II, do Gym Class Heroes com participação de Adam Levine. Lançando em Junho de 2011, alcançou #4US e #3UK.



Sim, "gim", muito "gim"...

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Muito provavelmente você deve conhecer o Gym Class Heroes pela música "Cupid's Chokehold", que contém samples da canção "Breakfast in America", da banda Supertramp e com Patrick Stump (Fall Out Boy) fazendo os vocais no refrão no lugar de Roger Hodgson. Fora disso, talvez você já tenha ouvido também "Clothes Off!!", também com a participação de Stump. Acredito que seja só. Pois o grupo de Rap e Hip Hop é tão genérico que só mesmo um sample de uma canção famosa e um vocalista de uma banda que estava em alta para dar uma levantada nos caras.

O que quero dizer é que o Gym Class Heroes é apenas mais um grupo no já supra saturado mercado do Hip Hop. E sem uma grande distinção fica difícil dar algum destaque. Eles samplearam um artista do passado, chamaram alguém que saiba cantar de verdade para fazer os vocais e desferiram suas linhas como todos fazem. Isso é tão variado e inovador quanto uma edição do Zorra Total ou do BBB...


No caso de "Stereo Hearts", eles apenas cumprem meia fórmula: deixam o passado descansar em merecida paz, mas trazem alguém em alta no momento. No caso, Adam Levine do Maroon 5. Talvez seja uma boa ideia chamar Levine para o projeto, pois pode ser uma maneira de induzir o público de sua banda a consumir a música do Gym Class Heroes - uma maneira de faturar alto, digamos. Temos como base disto o fato de o Maroon 5 estar com um estilo musical um tanto diferente nos últimos tempos. Mas isso seria o mesmo que afirmar que a base de fãs dos Rolling Stones vai passar a ouvir Will.I.Am por causa da participação de Mick Jagger em "T.H.E." - o que seria uma grande tolice.

A participação de Adam não adiciona nada ao projeto. É surpreendente saber que este single foi consideravelmente popular na época de seu lançamento. Tenho impressão de que isso mais aconteceu por falta do que ouvir na época do que por mérito artístico. Fora que devo deixar Adam avisado: um dos últimos artistas que se envolveu com o Gym Class Heroes, o próprio Patrick Stump hoje segue em carreira solo e o Fall Out Boy depositado em um hiato sem tempo definido. Se gostas mesmo do Maroon 5 deveria pensar melhor nos projetos a participar por aí...

Eu ia dizer que valia muito mais a pena ouvir o The Black Eyed Peas porque era um Hip Hop que divertia mais, mas acabei lembrando que eles se direcionaram para o Dance com mero$ objetivo$ artí$tico$. Então fica a dica para você: procura no Youtube por Sugarhill Gang e talvez até The Grandmaster. A naftalina nunca cheirou tão bem...

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

AMR - Can a Drummer Get Some? (Travis Barker)

Análise: Primeiro single do álbum Give the Drummer Some, do baterista Travis Baker, do Blink-182. Lançado em Fevereiro.


Hum, talvez...

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O Blink-182 era (ou é, já que estão voltando) uma banda legal. Tinham canções interessantes e atitudes inusitadas e divertidas. Porém, por um lado, quem pode ser considerado um cara legal de verdade é seu baterista, Travis Baker. Certa vez, no começo da carreira, o Blink-182 ia fazer um show, quando foi abandonados pelo baterista e Travis assumiu as baquetas e teve de aprender o set todo do espetáculo em aproximadamente 25 minutos antes de pisar no palco. É... além de um cara legal, ele entende bem da coisa.

Logo após o fim do Blink-182 em 2005, Travis se envolveu em vários projetos, como por exemplo a banda +44 (que também tinha como membro Mark Hoppus, seu antigo companheiro de Blink), que tinha o um single legal ("When Your Heart Stops Beating". Fora seu envolvimento com vários artistas do Hip Hop, que influenciou bastante no seu projeto solo. O álbum recebeu o nome de Give the Drummer Some e contou com a participação de artistas como Ludacris, Lil Wayne, Pharrell, Snoop Dogg, Lupe Fiasco e Swizz Beatz. Ou seja: analisando este cast, imagina-se que o resultado final do projeto é uma bela merda...


E ouvindo "Can a Drummer Get Some", apenas ouvimos um tipo peculir: um Rock meio desolado, alternativo, em meio aos "relatos" tradicionais dos rappers. Lil Wayne, Rick Ross, Swizz Beatz e Game estiveram nesta "pérola", o que dá a impressão de haver muito mais gente do que deveria. Talvez apenas um deles fosse o bastante para dar o recado da maneira correta e encerrar a conta. Mas como Barker é muito amigo desse pessoal, ele resolveu encher o estúdio. Claustrofobia pura...

Nada de novo saiu daqui e nem era de se esperar. Travis Barker é apenas um bom baterias com grande inclinação para o Rap e Hip Hop e que quis lançar um projeto no ramo. Não é algo vistoso e ele sabe disso - e obviamente não era intenção nem pretensão dele ser algo grande. Quem gosta muuuuuito deste estilo ou é chegado em um dos artistas envolvidos pode ouvir sem riscos. Agora, o resto do mundo pode esperar a volta do Blink-182...

sábado, 21 de maio de 2011

AMR - 2000's Jukebox 7

Artista: Diddy (04/11/1969)
País de Origem: Estados Unidos da América
Estilo: Hip-Hop, R&B, Rap
Hits: "Can't Nobody Hold Me Down", "I'll Be Missing You", "I Need a Girl (Part One & Two)", "Last Night"
Hit da Jukebox: "Last Night" (2007, #10US - #14UK)


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Bom, primeiramente, Diddy é um artista bem conhecido. Mas como a canção em questão é realmente do meu agrado, resolvi inclui-la nesta Jukebox. A mais rica figura da história do Hip-Hop (não, não é o Jay-Z, por incrível que pareça),com toda sua pompa e arrogância típica dos artistas do gênero - e sendo artista deste gênero - conseguiu produzir canções interessantes. A homenagem ao falecido rapper Notorius B.I.G., "I'll Be Missing You" (que sampleia "Every Breath You Take" do The Police) é bem bonita, mas por ser um sample de um grande clássico dos anos 80 e a contribuição de Diddy sendo seu rap, dificilmente dá pra colocar os créditos nele. Já na mais recente "Last Night" o crédito também não pode ser muito bem direcionado a ele pela participação de Keyshia Cole, que salva a canção por cantar, pura e simplesmente.

Mas verdade seja dita: a batida e a atmosfera criadas por Diddy e Mario Winans (produtor, cantor e multi-instrumentista e trabalhou predominantemente com Diddy, mas já teve trabalhos com Tamia e Lil Flip) é envolvente, sem ser tediosa - apesar de ser um tantinho repetitiva em alguns momentos. Poucas vezes o Hip-Hop conseguiu ser tão interessante, minimalistamente falando, quase conceitual. O que, vindo de um artista que é bem famoso, mas não tem grandes trabalhos e reconhecimentos no mainstream (mais ou menos o Jay-Z sendo casado com a Beyoncé, por exemplo) é bem relevante.


Mas é claro que quando se trata do mundo maravilhoso do Rap e Hip-Hop (e, claro, de Diddy), ele não poderia receber muitos créditos (que já lhe foram tirados em 50% por Keyshia Cole, no caso desta canção). "Last Night" utiliza como sample uma variação da batida de uma canção relativamente desconhecida: "Erotic City", do Prince, canção lançada originalmente em 1984 com um lado B. Mas tudo bem, não vou só meter o pau... O que Diddy e Mario fizeram é bem mais interessante e atrativo do que a canção do Prince. Algo que vale a pena ouvir.

quarta-feira, 23 de março de 2011

AMR - Look At Me Now (Chris Brown)


Análise: Segundo single do álbum
F.A.M.E., do Chris Brown. Lançado em Fevereiro, alcançou #11US.


Olhar pra qual dos três patetas?

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Bem, como todo mundo quer acreditar, "águas passadas não movem moinhos". E se tem alguém que está desesperadamente atrás do cumprimento deste ditado é Chris Brown. Ele está na situação "desci a sova na minha namorada, mas a vida continua" - e um julgamento que pode pôr Brown atrás das grades por 5 anos. Tudo bem, as pessoas erram e se arrependem, mas se você aí está pensando em dar um cassete na sua namorada, para pra pensar que ela não tenha a sua mesma estatura para aguentar...

Voltando para a música, o que se ouve dos trabalhos dele não nos inspira a acreditar que ele quer colocar a carreira nos trilhos. O caminho um tanto quanto alternativo e nada comercial que ele andou ciscando não serviu de nada para que ele mostre o que supostamente sabe fazer de melhor: fazer música. "I Can Transform Ya" mais parece uma demo gravada em fita K7 antiga (do tipo toda embolorada) e "Yeah 3x", apesar de ter mais ânimo (e meio que tentar emular de alguma forma a sua "Forever", não colou.


O que veio a seguir é uma colaboração com outros artistas do Hip-Hop. No caso, foram chamados Lil Wayne e Busta Rhymes. Geralmente a presença destes caras apenas garante uma chatice sem limites (como se o Chris Brown sozinho já não fosse o bastante), mas o projeto é levado parecendo mais uma espécie de disputa para ver quem consegue se dar melhor como narrador de rodeio - a velocidade com o qual eles fazem seu rap (especialmente Busta Rhymes) chega até a ser divertido (provavelmente por não se entender nada do que está sendo dito).

O clima cadenciado, intimista e cheio de climas clichês do Hip-Hop permeiam e simplesmente estão ali - não dão destaque nem chamam a atenção por qualquer motivo; e, considerando o fato de que o objetivo da coisa é comercial e que Chris Brown precisa voltar para o mainstream, a coisa toda parte para um suicídio comercial. Fora que o vídeo-clipe é underground demais e mostra uma coisa que nos vídeos anteriores não estava muito claro: Brown está começando a se mostrar um dançarino limitado, relegado a um estilo só, sem grandes surpresas. O cara já não canta bem, bate em mulher e ainda por cima não tá mais dando certo dançando? Ele vai acabar sendo apresentador de programa dominical ou integrante do programa Lengedários, tamanha inanição artística...

Enquanto Phil Collins se aposenta, e outros artistas estão na estrada apenas expondo seu imenso portefólio artístico (como Eric Clapton, Elton John e Stevie Wonder - os dois primeiros, apesar de ainda lançarem material, já não têm a mesma reinvenção de suas carreiras), gente sem brilho como Chris Brown vai continuar tentando se manter no topo com trabalhos inócuos. Vale lembrar que Brown começou com 16 anos. Justin Bieber também. Tudo o que podemos dizer é:

1 - Cuidado, Selena Gomez!

2 - Nada está tão ruim que não possa piorar...

domingo, 2 de janeiro de 2011

AMR - Whip My Hair (Willow)

Análise: Single de estréia da cantora mirim Willow. Lançada agora em Outubro, alcançou #11US.



Infância musical que não tem fim...

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Miley Cyrus, Justin Bieber, Demi Lovato, Selena Gomez. Há muita gente que admira os citados artistas, há muita gente que deteste os mesmos. Mas o que importa mesmo nestes quatro elementos é que eles são (ou foram) estrelas mirins. Digo foram porque alguns já não são mais criança (sobre o Bieber estou indeciso). Bem, não há nada de errado com estrelas mirins, o mundo viu várias delas e muitas desenvolveram um talento extraordinário. Michael Jackson começou com 5 anos de idade e se tornou simplesmente o maior astro da música Pop internacional da história. Sua irmã Janet Jackson, a cantora Nikka Costa, Beyoncé (que começou no Destiny's Child com mais ou menos 10 anos), Stevie Wonder, Christina Aguilera, Justin Timberlake, Britney Spears (estes dois últimos mostram que qualidade não é bem o quesito crucialmente exigido, mas...) e até mesmo a consagrada cantora Judy Garland. Todos conheceram os holofortes muito cedo.


O que vem após esta fase é um teste para o artista. Com os anos o talento (ou a falta de) vai aflorar e se tornar algo bom e proveitoso. Na nova leva de artistas menores de idade, temos a filha do ator e rapper Will Smith e da atriz Jada Pinkett, Willow Camille Reign Smith. A garota fez uma ponta no filme Eu Sou a Lenda e é irmã do Jaden Smith, o garoto que estrelou ao lado do pai o filme À Procura da Felicidade e estrelou com Jackie Chan o remake de The Karate Kid - fora que o rapazinho também é rapper!. Will Smith realmente não quer sustentar ninguém, tendo em vista que botou a prole toda para trabalhar...

Vamos ao que importa: o single "Whip My Hair" foi lançado sem nenhum álbum como suporte. Acredito que a ideia era fazer um teste e ver como um single lançado por uma garotinha de 9 anos filha de um grande astro do cinema se sairia. O resultado acabou sendo até que surpreendente, com um #11US, sendo Willow a artista mais nova a conseguir tal posto. Agora um álbum está sendo produzido para complementar o single.


Não consegui reparar se a voz da Willow é auxiliada por algo do tipo Auto Tune ou Pro Tools, mas caso não seja, a garotinha manda muito bem nos vocais. Tem o swing necessário para a coisa. A canção é aquela coisa: um clássico protótipo de Hip-Hop sem grandes pretensões e que em partes acaba sendo repetitivo demais. Onde digo "sem grande pretensões" podem ler "sem variações ou algo mais interessante/cativante". O que vale mesmo aqui é a curiosidade de ver uma artista deste tipo - mesmo que o mundo já esteja cansado de ver sempre a mesma coisa, sempre ver que uma criança é capaz de cantar, dançar, entreter sem grandes dificuldades.

Por falta do que fazer, poderiamos comparar Willow com Justin Bieber. O grande diferencial dentre os dois é que Bieber tem um apelo Pop muito maior, o que também aumenta sua taxação como descartável. Willow começou com este single meio que de maneira underground, mas que acabou subindo de uma maneira não muito previsível - tendo em vista que ela já nasceu como estrela sendo filha do Will Smith. Bieber sabe cantar e dança apenas como uma pessoa desinibida faz numa balada por exemplo, enquanto Willow apenas dança como uma criança engraçadinha bem direcionada. No final das contas ambos servem como produtos de um mercado que não pode ficar sem nada no mostruário: o de crianças fazendo arte (e a arte no caso não é amarrar a bombinha no rabo do gato ou atirar pedra na janela no vizinho). Só vai dar para fazer uma análise verdadeira e concreta quando estes dois forem mais velhos. E aí eu pergunto: você vai ter paciência de ouvir tudo o que eles vão produzir até lá?

Às vezes acho que a falta de um artista adulto com interesse e criatividade é gritante...