terça-feira, 17 de março de 2009

Prós/Contras Divas 1: Rihanna

Níveis

1 - Obra-Prima
2 - Muito Bom
3 - Bom
4 - Aceitável
5 - Ruim
6 - Créeuu

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Vou começar o Prós/Contras com uma artista que saiu do nada, teve a sorte de cair no colo das pessoas certas na hora certa e que colocou Barbados no mapa: Rihanna!


Ela é gata, tem uma voz razoável e é jovem... Vai se recuperar (eu acho...)!

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Pon de Replay (Nível 5: Ruim)


Single de estréia da cantora, "Pon de Replay" lançou Rihanna no mundo da música e quase alcançou o primeiro lugar nas principais paradas (#2US e #2UK) e só não alcançou o topo na terra do tio Sam porque Mariah Carey chegou na frente com "We Belong Together". Nada mal para uma artista estreante. Esta canção é um das três escolhidas para a audição que Rihanna teve com Jay-Z, que definiu sua contratação na Def Jam - as outras duas foram "The Last Time" (não, não é uma improvável cover dos Rolling Stones, e sim uma canção que foi para o álbum de estréia) e uma cover da banda The Isley Brothers, de 1975, mas inspirada numa cover da Whitney Houston, de 1987 (o que me faz pensar que este foi o ponto negativo da audição, pois a Rihanna - especialmente daquela época - simplesmente tem não tem a capacidade vocal de Houston). A canção, no caso, foi "For the Love of You".

A comparação com "Baby Boy" da Beyoncé pode até ser justa, pois as duas canções acabam sendo pretensiosamente chatas. Bom, os elementos pseudo-moderninhos de capacidade irritante e a simplista batida de fundo acabam minando a coisa toda. A composição está de acordo com a capacidade vocal da Rihanna, que nesta fase não é muito profunda nem lá muito diversificada (tirando alguns momentos onde ela faz algo perto de um falsetto, mas eu disse apenas perto). Podemos dizer que isso tudo não combina muito com uma moça que provém de um clima praiano como Barbados. Más influências, não é, Jay-Z?

Em tempo: A versão desta música que está em um dos medleys polka do músico Weird Al Yankovic, ficou muito melhor e deu um real interesse a esta canção...


If It's Loving That You Want (Nível 3: Bom)


Quando eu dizia que Rihanna combinava com clima praiano, era algo como este vídeo que eu queria exprimir. Um R&B mais praiano e longe do pseudo-dance que o single anterior exteriorizava para as pistas que ousavam usá-lo para animar. Uma canção com certeza bem melhor que o single anterior e que foi vítima da ousadia de algum acéfalo por ter uma parte 2 com rap de um tal de Cory Gunz - versão lançada no álbum A Girl Like Me. Não pense que vai ouvir apenas um rap por cima da versão original - fizeram algo parecido com "Baby Boy"! A influência aqui está excessiva e desnecessária, não?

Mas como eu dizia, nesta canção você conhece as origens musicais da Rihanna. Uma canção que realmente te faz lembrar de lugares como Barbados, mas te faz lembrar um pouquinho que seja de Reggae também. Ou seja, uma galera fumando alguma substância ilícita em volta de uma fogueira. Com um vídeo-clipe mostrando Rihanna linda como nunca usando biquíni e flertando. Em resumo, "If It's Loving That You Want" deve interessar mais a surfistas, reaggueiros de primeira viagem e, mais especificamente sobre o vídeo-clipe, tarados de plantão. Mas nem por isso é uma canção ruim. Rihanna jamais fará algo assim de novo, infelizmente. Dará para ter uma ideia do que digo depois de ouvir o single seguinte.

Os críticos lançaram suas farpas especialmente sobre os vocais de Rihanna. Muito provavelmente eles não haviam ouvido nada sobre ela quando o fizeram: continuam limitados e oportunamente adequados assim como em "Pon de Replay". Não é uma maravilha do mundo, mas também não é algo depressivo...


SOS (Nível 5: Aceitável)


Primeiramente, se você tem um certo conhecimento musical e adora os velhos clássicos dos anos 80, notou com esta canção utiliza samples de um clássico som do Soft Cell (banda de synth-pop), "Tainted Love" - que na verdade é uma regravação, dos distantes anos 60, originalmente da cantora Gloria Jones (lembrando também que esta canção já foi tocada pelas mãos de Marilyn Manson, produzindo uma herética versão). Ou seja, as bases desta canção são tão rodadas que é bem capaz de algum tiozão saudosista por aí ouvir a Rihanna e dizer "essa entende da coisa". 

O single carro-chefe do álbum A Girl Like Me, "SOS" é colocada ao lado de "Pon de Replay" (uma comparação covarde com o primeiro single, tamanha ruindade) por seu clima mais dançante e artificial. E este projeto ambicioso que sentou nos ombros de um dos gigantes dos anos 80 acabou por ser o primeiro #1 de Rihanna nos EUA (#2 na Inglaterra). Curiosamente, a canção foi oferecida à cantora Christina Milian para seu álbum So Amazin', que por algum motivo (acho difícil conflito de agenda, mais provável ela ou o agente dela não terem gostado da canção ou detestarem os anos 80), acabou por não gravá-la. Após o lançamento do álbum, Milian acabou saindo da gravadora pelo baixo desempenho em vendas do projeto.

É uma música dançante e até que divertida, mas que acaba tendo o mérito revertido para o Soft Cell, a Gloria Jones ou qualquer outra pessoa responsável. Esta versão (sample, vai) é inferior às versões do Soft Cell e Gloria Jones e acabou ficando com gosto de chiclete usado. Tipo "um é pouco, dois é bom, três é demais". Fico muito, muito feliz em saber que Rihanna não ousou em tocar na canção "Torch" do Soft Cell (possivelmente ela nunca a ouviu), pois é o que eles fizeram de melhor. Entre mortos e feridos...


Unfaithful (Nível 2: Muito bom)



Quando eu disse que Rihanna nunca mais faria nada como "If It's Loving That You Want", eu não menti. Mas "Unfaithful" direciona Rihanna para algo bem diferente do que andava fazendo no momento - e outra coisa: já tava na hora dela ter uma balada no seu playlist, isso é simplesmente obrigatório para qualquer artista que não seja do Rock pesado. A canção foi co-escrita pelo Ne-Yo, que em alguns momentos entende bem de canções com o teor mais profundo. Fora que a canção foi meticulosamente construída, com ênfase no piano.

Falando sobre Power Ballads, esta foi uma incursão muito bem sucedida. Um trabalho bonito, delicado e bem produzido. Com um clima triste, melancólico, na medida certa. A letra é apenas mediana (não, isso não é nenhum preconceito contra o Ne-Yo), mas não compromete o produto final. Mas é nesta canção, infelizmente, que Rihanna acaba por mostrar a fragilidade de sua voz. Se os críticos tinham alguma análise mais congruente a respeito do assunto, deviam ter aproveitado esta deixa e destacar que talvez ela não estivesse pronta para tanto - ela canta como uma garota tímida tal como sua persona do vídeo-clipe da canção.

A canção quase pegou um top 5 nos EUA (#6US) e quase um primeiro lugar na Inglaterra (#2UK). Acredito que se não fosse pelo sucesso da sofrível "Ridin'" do Charmillionaire e "Hips Don't Lie" da Shakira com o Wyclef Jean e também pelo fato de Rihanna não estar tão vocalmente hábil, ela teria conseguido resultados melhores. Porém, ainda havia algo mais num futuro próximo...
Umbrella (Nível 3: Bom)


E foi então que chegou a hora do mega-estrelato. "Umbrella" lançou Rihanna lá para o alto. Um grande sucesso que chegou no topo das paradas de vários países no mundo. Com participação do rapper Jay-Z (seu, digamos, padrinho musical) e do excessivo uso de elementos Hip-Hop, Rihanna conseguiu um excelente resultado: primeiro lugar nas paradas de vários países (menos da França, que acho que não gostou muito deste papo de guarda-chuva, com um #6FR). Inclusive a canção, obviamente, foi interpretada por outros artistas (talvez na intenção de fazer algo melhor), entre eles a banda de Rockabilly (sim, Rockabilly!) The Baseballs e a banda Pop Punk (que tá mais pra Emo, tipo o Simple Plan) Vanilla Sky.

Outra curiosidade é que a canção alcançou primeiro lugar nas paradas na Inglaterra na mesma época em que o país enfrentou um terrível problema com uma forte chuva e enchentes. O fato foi chamado de A Maldição da Rihanna. Ocorreu também na Nova Zelândia: um primeiro lugar lá e a pior tempestade da história do país. Na Romênia, houve o mais quente e seco tempo em anos. E quando a canção foi ao topo das paradas, tempestades e chuvas, as piores que já houveram por lá. Quando a canção foi perdendo posições, as coisas se normalizaram. Verdade ou não, eu não queria ser o Chris Brown se a Rihanna tem todo este poder...

Mas acho que a canção acabou sendo um tanto superestimada. Rihanna achou sua grande chance e a agarrou com vontade. "Umbrella" foi escrita originalmente para Britney Spears, mas a gravadora dela rejeitou a demo enviada, felizmente - pois Spears com certeza iria estragar a canção. No vídeo-clipe dá pra começar a notar as mudanças no seu visual, sendo uma coisa mais agressiva, digamos.

Link da canção: http://www.youtube.com/watch?v=CvBfHwUxHIk

Shut Up and Drive (Nível 4: Aceitável)


Se eu disse que em "SOS" Rihanna pegou carona no sucesso dos outros, dificilmente eu não diria que o mesmo ocorreu em "Shup Up and Drive". Não tão bem sucedido quanto o outro single, mas ainda sim notável, temos aqui samples da canção "Blue Monday" da banda Orgy - que por sua vez, é uma cover do New Order. Tecnicamente, Rihanna sampleou o New Order através do Orgy. Estranho. De qualquer maneira ela pegou como base uma das melhores músicas Dance dos anos 80, talvez para garantir - e apesar de a versão sampleada ser de uma banda de Rock com subgêneros, a ideia se mantém.

Se colocarmos canção sample por canção sample, com certeza "Shut Up and Drive" é bem melhor que "SOS". Não sei dizer se é porque "Blue Monday" é melhor que "Tained Love" ou se a produção de "Blue Monday" foi mais rebuscada por Rihanna ter se tornado uma superstar. E falando de níveis vocais, Rihanna continua no seu então nível mediano - a canção também não exige nada acima disto. Ah! um conselho: não preste atenção na letra, se você está se divertindo com a canção, isso pode quebrar um pouco o efeito.




Hate That I Love You (Nível 4: Aceitável)


Temos aqui outra colaboração de Rihanna com Ne-Yo. Porém, desta vez, não é apenas co-escrevendo uma canção, como foi o caso de "Unfaithful", mas sim uma colaboração vocal. Hum... o que pode ter saído disso? As capacidades vocais dele - pelo menos nesta época - são um pouco superiores as da Rihanna, mas uma coisa não ajuda: o clima da canção, nos remetendo ao R&B já personalizado do Ne-Yo acaba cansando por já ter sido exaustivamente utilizado. O que quero dizer é que a canção é muito parecida com outras coisa que ele já tenha feito e não está próximo de ser o que há de melhor. Ou seja, Ne-Yo tem personalidade musical mas acaba soando nada original. Paradoxal, não?

Eu estava reclamando dos envolvimentos de Rihanna com o Hip-Hop e o Dance, mas este acetato de R&B não se mostrou muito melhor que outras incursões. Talvez simplesmente o estilo musical de Ne-Yo seja melhor audível e tolerável dentro de seu próprio espaço musical - contando também com o fato de que Rihanna já tem seu próprio espaço, estilo e até mérito musical. Não há

Link da canção: http://www.youtube.com/watch?v=KMOOr7GEkj8

Don't Stop the Music (Nível 3: Bom)


Terceiro sample. Bem, ou o nome disso é "insegurança" ou é "em time que está ganhando, não se mexe". O sample da vez é uma parte de "Wanna Be Startin' Somethin', clássico do álbum-fenômeno Thriller, do Rei do Pop, Michael Jackson. De qualquer maneira, apesar do sample, o single tem seu mérito por não ser predominantemente baseado em outra canção. A propósito: após o lançamento deste single, um músico camaronense chamado Manu Dibango processou Rihanna e Michael Jackson alegando que a linha "Mama-say, mama-sa, ma-ma-ko-ssa" provinha de seu single "Soul Makossa", de 1972. O engraçado é que quando o álbum Thriller explodiu em meados dos anos 80, nada foi reivindicado por Dibango. Deve ser porque é a nova moda processar Jackson por qualquer motivo para ganhar uns trocados...

Rihanna consegue ser uma artista razoavelmente eclética. Que transita entre o R&B, Hip-Hop e Reagge e chegando até o um nicho exaustivamente explorado hoje em dia: o Dance. É algo menos "agressivo" no estilo, algo simples e que não exige nada do ouvinte. E a razoável voz de Rihanna acaba por encaixar-se adequadamente ao projeto - não é necessário lá uma grande voz para rechear a canção, pois não é esse o objetivo aqui.

Uma música para o pessoal que curte as baladas - apesar de que este pessoal se chapa tanto que mal presta atenção na música, deixando a canção para alguém sóbrio curtir.  A canção é bem divertida, porém acaba indo cedo para a vala do qual este tipo de música é destinada - tanto isso é verdade que o povo que hoje ouve coisas como "Rude Boy" e derivados sequer se lembra da explosão que foi este single, mesmo com Rihanna mantendo a canção no setlist de seus shows. Enfim, no fim das contas este é um bom trabalho.


Take a Bow (Nível 3: Bom)


Em termos vocais. "Take a Bow" tem muito mais a mostrar que projetos anteriores. Sua evolução desde "Unfaithful" é até que notável - e uma balada superior a "Hate That I Love You". Uma canção R&B consideravelmente boa. "Take a Bow" tem aquela letra que fala sobre um cara que fez a cagada e agora tá tentando se redimir inutilmente. Sabemos o quão vingativa e rancorosa uma mulher pode ser. A canção é calma, em alguns momentos minimalista é até simples demais.

A canção foi escrita e produzida, ora vejam só, pelo Ne-Yo em conjunto com o duo de produtores Stargate. E o que temos aqui é um exemplar do que seria a Rihanna da época do primeiro álbum se fosse mais dada a cantar baladinhas românticas como, sei lá, Celine Dion (foi o melhor exemplo que consegui lembrar). Seria um bom nicho a ser explorado por ela, principalmente se considerado seu avanço como cantora. Mas como neste mercado não se sobrevive de canções melosas...

Fora que esta música ficou meio fora de timing. Afinal de contas, não seria mais acertado, nem uma luva caberia tão bem quanto esta canção e a situação ocorrida com Chris Brown. Nos resta saber se a linha "That was quite a show, very entertaining" seria referente às habilidades de boxe do rapaz...
Disturbia (Nível 4: Aceitável)


Olhando pelo vídeo-clipe, "Disturbia" parece uma tentativa de homenagem da Rihanna para Michael Jackson. Apesar de, obviamente, não haver maneiras de fazermos comparações qualitativas aqui, nem de longe. Se você chegou a assistir o famoso vídeo-clipe "Golimar", vai ficar com grandes dúvidas a respeito de qual é melhor como uma homenagem ao artista - pelo menos a mais engraçada já sabemos!

De qualquer maneira, esta canção seria interpretada originalmente pelo Chris Brown (que, aliás, é uma das pessoas que a assina a composição da faixa), que acabou por ceder a canção para Rihanna por achar que vocais femininos se encaixariam melhor no resultado final. Bem, Brown pode ser um desmiolado, mas neste caso acertou. Tanto que foi mais um primeiro lugar nas paradas para a moçoila.

Mas uma coisa que me incomoda muito nesta canção é o fato de, apesar de ser uma canção Dance, se utilizar dos irritantes artifícios tecnológicos no estúdio - sim, o temível e desprezível Auto-Tune. Não acho justificável a não ser que a canção fosse interpretada pelo Chris Brown, pois aí a voz dele seria um pouco mais disfarçada e, logicamente, mais tolerável. E mesmo assim, apesar de não ter o Chris Brown cantando, de ser uma canção acima da média e tudo mais que possamos citar de positivo no projeto, acho injustificado sucesso que fez. É legal, mas não vamos exagerar, vai...

Link da canção: http://www.youtube.com/watch?v=E1mU6h4Xdxc

Rehab (Nível 3: Bom)


Se Rihanna obteve uma grande vantagem musical por não ter a voz de Chris Brown envolvida no projeto anterior, aqui ela joga tudo pela janela. Temos uma parceria com Justin Timberlake. Como dizem, seria como trocar seis por meia dúzia (com a diferença que o meia dúzia não agride a namorada)...

 "Rehab" é uma balada profunda, mais ou menos como foi "Unfaithful". Não tão boa ou mesmo tão profunda. Mas ainda sim considerável, com um clima diferente, triste. Sua voz mais uma vez fica um tanto abaixo da média aqui. Timberlake acaba por meter o nariz no projeto e incrivelmente acabou por não mina-lo. (Esperamos que a dedicação dele limite-se agora a minar projetos cinematográficos.)

A necessidade em se confeccionar canções de climas mais amenos acaba produzindo coisas interessantes, quebrando aquela sina massante de hits junkfood, tão indigestos que ouvimos por aí. De uma maneira geral, resultado positivo, com certeza.

Link da canções: http://www.youtube.com/watch?v=rJYcmq__nDM

Russian Roulette (Nível 2: Muito Bom)



Já foi escrito aqui no blog um artigo individual sobre a canção "Russian Roulette", segue o link

AMR - Russian Roulette (Rihanna) - postado originalmente em 3 de Janeiro de 2010.

Rude Boy (Nível 5: Ruim)



Lembram-se de que falei sobre massantes hits junkfood indigestos? Pois é, temos um perfeito exemplar aqui. Feito especialmente para o coletivo faminto por hits instantâneos para baladas de fim de semana - o refrão fácil e repetitivo; a "instrumentação", que não duvido que tenha sido toda feita por computação; a ausência de um rapper aqui chega a ser notável. Bem, de fato, é uma das finalidades da Rihanna.

A canção foi escrita por uma caralhada de gente, dentre elas, a própria Rihanna e produzido pelo duo Stargate (responsáveis, dentre outras coisas, pela canção "Firework", da Katy Perry). E a julgar pelo citado trabalho, podemos dizer que os caras não estavam no seu melhor dia quando toparam com a Rihanna, pois a diferença de qualidade e atrativos entre ambas as canções é notável, com resultado risível para "Rude Boy".

Um hit fácil para um público idem. Não houve esforços em construir e nem há em deglutir. E honestamente: há interesse nisso?

Link da canção: http://www.youtube.com/watch?v=e82VE8UtW8A

Te Amo (Nível 3: Bom)




"Te Amo" foi produzida pela Stargate. E ouvindo a canção, descobrimos isso, porque logo nos vem à mente "So Sick" do Ne-Yo. Alguns climas são bem semelhantes. Com um nível mais distante de "Rude Boy" e mais próximo de "Russian Roulette", o que é uma tremenda vantagem - não necessariamente por ser uma canção lenta em vez de uma agitada, mas por se distanciar da outra mesmo. A canção foi escrita pela própria Stargate, Rihanna e James Fauntleroy II (responsável por projetos como a dispensável "Love Sex Magic" da Ciara com o Justin Timberlake).

Com certeza esta canção não é o que se tem de melhor e mais representativo no repertório razoavelmente extenso da Rihanna. É aquele single que preenche lacunas no disco, que é usado meio que para manter o nível de airplay satisfatório. Não faz feio, pois é algo easy, fácil de absorver por diversos públicos. Porém, por trás de toda a parte musical e técnica, temos algo de muito, muito interessante nesta canção...

A temática da canção é homo-afetiva. A canção fala sobre uma mulher apaixonada por outra e esta não tão certa disto. Obviamente, no vídeo-clipe, que está tomada por esta incerteza é a personagem da Rihanna. Neste ínterim, ela e a modela Laetitia Casta ficando se esfregando uma na outra e trocando olhares. Uma maneira interessante e até amena de chamar a atenção e direcionar o produtor para um público em específico.


Only Girl (Nível 2: Muito Bom)


Já foi escrito aqui no blog um artigo individual sobre a canção "Only Girl", segue o link:

AMR - Only Girl (Rihanna) - postado originalmente em 25 de Novembro de 2010.

What's My Name? (Nível 4: Aceítavel)


"What's My Name?" segue um pouco para o lado de "Rude Boy", porém é um tantinho melhor e tolerável - atenção: eu disse um tantinho, nem mais nem menos. O que quero dizer é que ela tem um pouco daquele negócio de grudar no seu ouvido, como manda a cartilha do Pop, sendo um pouco menos irritante que a anterior. Fora que em certos momentos, a canção contém um destaque exagerado e injustificado para Drake, rapper que começou a carreira como ator e só conseguiu lançar um álbum em 2010.

A canção foi escrita pela Stargate associada com Ester Dean (que já escreveu para artistas como Christina Aguilera, Britney Spears, Usher e Katy Perry) e Traci Hale (que já foi backing vocal da falecida cantora Aaliyah). A produção foi feita apenas pela Stargate mesmo. Rihanna mostrou a canção para Drake (que considera um dos melhores no seu ramo atualmente), que gostou do que ouviu e escreveu seus versos em três dias. Bem, em minha modesta opinião, gênero anda tão saturado que eu fico surpreso em ter gente que consiga diferenciar um artista rapper do outro...

A canção é meio simplista, porém o que deveria ser uma vantagem dá a impressão de não ter dado certo. Há algo de errado, a canção não engrena. Os vocais da Rihanna não estão mostrando lá o que podem fazer (refiro-me à melhora que ela teve com o passar dos anos), porém Drake faz o favor de utilizar o risível e ridículo efeito Auto Tune na sua voz. O que me faz pensar como a canção foi tão bem aceita nos EUA...


S&M (Nível 4: Aceitável)


A canção que foi o quarto single do álbum Loud deixa de maneira clara como a voz de Rihanna evoluiu e está madura - apesar de alguns efeitos sonoros um tanto altos e desnecessários, isto é perceptível. Em resumo, faltou bem pouco para essa canção ser de fato um bom Pop e a culpa é alocada aos produtores, Sandy Vee (que já trabalhou com David Guetta, Ne-Yo e Kelly Rowland) e o Stargate.

Como eu costumo dizer, se uma canção tem um sample, ela tem uma culpa compartilhada. E temos aqui uma culpa compartilhada com uma banda bem razoável dos anos 80: o Depeche Mode. A canção é "Master and Servant" de 1984 e é uma canção bem característica da época. Mas se por um lado a parte ruim da música pode ser associada ao Depeche Mode, a parte interessante também tem a ver com eles. Confuso? É, pois é...

[Ironic mode on] Surpreendentemente, a letra da canção trata de sadomasoquismo, bondage e outros sadismos sexuais quaisquer [Ironic mode off]. Não é, definitivamente, um assunto lá muito interessante para ficar se curtindo numa canção a não ser que você tenha uma grande coleção de piercings no seu corpo (especialmente em lugares inusitados e safados) e goste de se refestelar em drogas ilícitas.

Link da canção: http://www.youtube.com/watch?v=KdS6HFQ_LUc

California King Bed (Nível 3: Bom)



Esta foi escrita por uma dupla de produtores "rotulada" The Runners (composta por Andrew Harr e Jermanie Jackson [não, não é o irmão do falecido Rei do Pop]), uma cantora que não deslanchou chamada Priscilla Renea (que já escreveu para Madonna e Cheryl Cole) e a própria Rihanna. A letra fala sobre distância entre os amados e suas intimidades - não é ruim, e se bobear é a melhor coisa desta faixa.

Se anteriormente eu citei a capacidade de Rihanna em cantar baladas românticas e canções mais amenas, aí devo dizer que a dose soporífera foi um tanto elevada demais. Pelo menos até a chegada do refrão, que é o que realmente interessa, em minha opinião. O solo de guitarra também deu um toque muito interessante a coisa toda.

"California King Bed" foi um das canções escolhidas por fãs via Twitter para lançamento em single do álbum Loud. E apesar de alguns bons momentos (pra citar de novo: os vocais da Rihanna, que estão melhores que nunca; o refrão de destaque, principalmente se considerarmos o contraste com a canção em si; o feeling roqueiro presente na canção, mas especificamente o solo de guitarra).


Cheers (Drink to That) (Nível 5: Ruim)


Esta é, com certeza, uma das canções mais estranhas da Rihanna desde "Pon de Replay" - e isso não é pouca coisa. Escrita por uma porrada de gente, dentre elas novamente o The Runners, Rihanna e a Avril Lavigne. Agora, o que definitivamente torna esta canção estranha - e um pé-no-saco - é o sample irritante e desnecessário da canção "I'm With You" do álbum Let Go de 2002.

E o pior é que "I'm With You" não é uma canção tão ruim. Na categoria Pop para adolescentes ela é perfeitamente viável. Não consigo entender como uma parte tão insignificante e chata da música sequer foi cogitada para tomar parte substancial de outro projeto. Seria que Rihanna estava devendo algum favor para Avril? Ter pago em dinheiro teria sido beeem melhor...

Agora, falando diretamente: "Cheers (Drink to That)" é totalmente dispensável. Até parece que realmente não haviam opções possíveis para um single ou uma necessidade injustificada de agradar ou angariar audiência de fãs da Avril Lavigne. Este single foi citado como o favorito do fofoqueiro e peso de papel Perez Hilton - perfeita combinação. 


We Found Love (Nível 3: Bom)


Já foi escrito aqui no blog um artigo individual sobre a canção "We Found Love", segue o link:

AMR - We Found Love (Rihanna) - postado originalmente em 24 de Dezembro de 2011.

Birthday Cake (Nível 5: Ruim)



Já foi escrito aqui no blog um artigo individual sobre a canção "Birthday Cake", segue o link:

AMR - Birthday Cake (Rihanna)postado originalmente em 3 de Maio de 2012.