sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Sebo - EMB 2010

Eu não poderia esquecer do EMB deste ano, no final do ano. Bom, este ano felizmente não foi produtivo. Tivemos Zilda Arns, Cláudio Chirinian (o ET da dupla ET & Rodolfo), o político Orestes Quércia e o locutor e amigo do Silvio Santos, Lombardi...

AMR - Like a G6 (Far East Movement)

Análise: Single de estréia tirado do álbum Free Wired, do quarteto de Electro-hop (???) Far East Movement. Com participações do duo Cataracs e da cantora Dev, alcançou #1US e #5UK.


Quando é que vão inventar o Electro-sertanejo? É melhor não dar ideia...

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Hum, peraí, peraí. É muita gente envolvida aqui, temos que ir por partes (e não, eu não vou ser um sem-graça citando Jack, o Estripador aqui para tornar isso uma piada idiota).

O Far East Movement é um quarteto de um estilo denominado Electro-hop, seja lá o que isso seja. Ele é formado por membros que representam gerações japonesas, chinesas, coreanas e filipinas. Eu espero que eles possam ser tão profundos na música quanto soam em representação histórica. Com o single "Round Round" na trilha-sorona do filme Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio o grupo conseguiu uma projeção maior, tendo alguns de seus projetos inseridos na série CSI.


O The Cataracs é um duo de Rap e Hip-Hop (agora sim, sem veadagem) que já tem um certo tempo de bagagem mas sem nenhum grande single ou coisa do tipo que os pusesse no mainstream. Isso até o lançamento de "Like a G6", que aliás nem vai ser tanta fama assim pra eles porque eles ainda dividem os créditos com outros dois artistas - é muita gente para o público saber pra quem dar o crédito.


Por último e não menos importante, Devin Star Tales (Dev) é uma cantora Norte-Americana que, como manda a tradição, acabou conseguiu algum destaque e promoção através do Myspace, divulgando demos (exatamente como a Lily Allen). Desta maneira acabou sendo descoberta pelos The Cataracs e por fim envolvida no projeto "Like a G6".


Obs: o single em questão fez um sample de uma canção da Dev chamada "Booty Bounce". Se a canção de onde foi tirado o sample simplesmente não é digna de nota, imaginem...

Este single não deixa de ser uma surpresa. Ele estar no topo em uma época em que não param de figurar artistas como Rihanna, Ke$ha, Katy Perry, Usher... enfim, a nata do Pop atual é algo até que surpreendente. Mas devo dizer que mesmo o mundo Pop atual não sendo exatamente algo muito proveitoso, "Like a G6" soa mais ou menos como o último single do The Black Eyed Peas: até poderia ser mais proveitoso, mas não teve capacidade para tanto.

Resumindo, é um tipo de Electronico tão legal quanto um aparelho eletrônico (desmontado) - captaram?. Não tem nenhum grande atrativo, a voz de Dev é na maior parte do tempo recoberta por efeitos e a "cantinela" deferida pelos outros envolvidos não ajuda em nada para torna a música mais comercial, suportável e assim justificar seu posto nas paradas.

Antes eu reclamava de ver o Eminem e a Ke$ha no topo, mas depois dessa eu até penso que eles poderiam trabalhar um pouco mais...

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Quick - Cartões Motivacionais 22

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

AMR - Somebody to Love (Justin Bieber)

Leia também: AMR - One Less Lonely Girl (Justin Bieber) e AMR - Baby (Justin Bieber e Ludacris)

Análise: Segundo single do álbum My World 2.0, de Justin Bieber. Lançado em Abril, alcançou #15US e #33UK.


Talvez no jardim de infância você encontre...

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Antes de mais nada, respondam: Quantas "Somebody to Love" você conhece no mundo da música? Começamos com a "Somebody to Love" da banda de Rock Psicodélico Jefferson Airplane em 1967. Depois vem o grande orgulho de Freddie Mercury, a "Somebody to Love" de 1976, do álbum A Day at The Races. Aí veio a "Somebody to Love" da atriz e cantora Leighton Meester agora em 2009. Agora Justin Bieber tem sua própria "Somebody to Love". Eu poderia ser ácido pra caramba e dizer que o tempo só fez mal ao nome "Somebody to Love". É... alguém para amar fica cada vez mais difícil com o passar dos anos.

Justin Bieber continua com sua marcha de dominação mundial na música Pop. Bem, Justin ou seu cabelo, já nem sei mais. O fato é que "Baby" fez bastante sucesso e o single seguinte, "Somebody to Love", pretendia seguir o mesmo caminho. No final das contas, levando em consideração o Pop atual e o público do garoto, "Baby" foi realmente a melhor opção para ser o carro-chefe do álbum. Mas se formos falar de qualidade mesmo, o single em questão é bem melhor.


Vemos que Justin Bieber acabou tendo um grande amadurecimento desde "One Less Lonely Girl" (até porque, o tempo passa e ele tá crescendo - é o mínimo que se espera). Mas ainda sim não tem como levar muuuito a sério. É como se Justin deixasse o jardim de infância e agora começasse a andar com os valentões da turma - ele tá amadurecendo por osmose. A participação de Usher no projeto (versão remix) sintetiza bem isso.

A produção a cargo do grupo The Stereotypes é bem legal e caiu como uma luva para Justin - que precisava se desvencilhar da imagem de criança e cantar canções com mais conteúdo, tanto na letra quanto na produção musical em si. Quando você descobre que na verdade este single foi produzido para o Usher, você meio que enxerga Bieber como uma segunda opção - que até que foi bem aproveitada, verdade seja dita.


Como entertainer, Justin ainda está deixando muito a desejar. Tirando o fato de as garotas acharem o cabelo dele o máximo dos atrativos, eu digo que ele ainda está dançando de maneira muito travada, muito mecânica. É como se dança não fosse apenas um complemento, fosse um mero detalhe em que ele está com preguiça de aperfeiçoar.

Enfim, Justin pode mostrar mais do que é capaz com o passar dos anos - na minha opinião, com o passar de uns 15 anos, pelo menos. Ele pode divertir, ele pode irritar ou ele pode ser inócuo. Mas um garoto de uns 16 anos com um cabelo daquele ainda não me inspira a ser levado a sério - esperamos que ele deixe logo de ser uma curiosidade bonitinha e mostre logo serviço.


Versão remix com Usher:

Aconteceu - Boletim Musical (29/12/2010)

"Chris Brown e Justin Bieber trabalham juntos em nova música"


Aparentemente, a grande semelhança entre eles é que os dois não gostam de mulher...

"Susan Boyle diz que cantaria com AC/DC"


Já o AC/DC daria uma resposta bem óbvia que me recuso a dizer...

A propósito, ela tá a cara do Angus Young mesmo, dá pra fazer uma substituição.

"Mansão de 50 Cent é invadida"


Um dos invasores foi encontrado escondido dentro de um armário...

Hummmmmm, então é essa a desculpa que o 50 Cent deu? Hauhauhuahaua...

AMR - 90's Jukebox 6


Artista: Julian Lennon (08/04/1963)

País de Origem: Inglaterra
Estilo: Rock
Hits: "Too Late for Goodbyes", "Valotte", "Say You’re Wrong", "Saltwater", "I Don’t Wanna Know"
Hit da Jukebox: "I Don’t Wanna Know" (1998, #125UK)


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Julian Lennon ficou inativo por grande parte dos anos 90. Lennon abriu os anos 90 com seu álbum Help Yourself, de 1991, que gerou um hit em seu país, "Saltwater" (um #6UK). Como não deve ser novidade alguma, o álbum foi bem recebido na Inglaterra e solenemente ignorado nos Estados Unidos - John Lennon se não era o maior astro do momento na terra do Tio Sam, teve lá seus dois #1US (uma ajuda do Elton John em "Whatever Gets You Thru the Night" em 1974 e "Just Like Starting Over", seu último single lançado antes de sua trágica morte).

Enfim, após o lançamento deste álbum, Lennon se retirou do mundo da música para se dedicar somente a... hum, qualquer coisa. Acho que ele tava meio de saco cheio e resolveu tirar longas férias do meio musical. Boatos sobre Julian se juntar aos três remanescentes Beatles surgiram, mas que foram negados por eles durante a produção do álbum Anthology, em 1995.


Passados 7 anos, Julian, o rapaz responsável pelo hit "Hey Jude", se sai com Photograph Smile, em 1998. Este álbum foi melhor recebido nos Estados Unidos, mas ainda sim algo abaixo do esperado até mesmo na Inglaterra. E apesar do pouco rebuliço que o então novo trabalho do filho mais velho do líder dos Beatles causou, acabou sendo criado seu mais interessante single desde "Too Late for Goodbyes", de 1985.

"I Don't Wanna Know" caminha pelo lado mais Rock tradicional a la Beatles do que o Rock mais sintético que caminhou seu primeiro hit. Sua voz continua a denotar que ele é filho de John Lennon e talvez isso seja de fato um defeito. Não pela voz de John ser tecnicamente inferior ou coisa do tipo, mas sim por simplesmente a carreira de Julian possivelmente ter sido cimentada por fãs desesperados de seu pai que colocaram nas costas do rapaz a responsabilidade de ser uma espécie de continuação, parte 2 do que foi o trabalho de seu pai.


Mas de qualquer maneira, este single soa mesmo como Beatles e é um Rock interessante, sem rodeios nem enrolações. É bem produzido e convidativo, bom de ouvir. Aparentemente o longo descanso de Julian acabou gerando algo legal - pena que para fazer algo assim ele tenha demorado 8 anos! Fora que o vídeo-clipe ironiza todo o império em torno da chamada Beatlemania e traz esta faixa para mais perto ainda de seu pai e do trabalho do mesmo.

Pode ouvir sem medo se você não for algum fã beatlemaníaco que pragueja contra Mark David Chapman todos os dias da sua vida. Os Beatles não vão voltar...

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Quick - Bateristas de Rua


Uau!

AMR - Angel (Akon)

Análise: Primeiro single do álbum Akonic, do Akon. Lançado agora em Novembro, alcançou até o momento #56US.


Anjo é? Sei...

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É... dá pra ver que não é só o Chris Brown que está se esmerando na arte de criar singles e álbuns inexpressivos - além de, é claro, se esmerar na arte de agredir as pessoas por aí(1,2). O Akon está nadando na mesma maré que não leva a lugar nenhum senão ao suicídio comercial. Se por um acaso isso está se tornando um tipo de modinha, com certeza é a modinha mais estranha que já apareceu no meio artístico. Mickey Rourke largou a carreira de ator para ser boxeador nos anos 90. Fica a dica para os dois...


Ouvindo essa canção dá pra imaginar que o David Guetta e o Sandy Vee não estavam com vontade nenhuma de trabalhar na produção do single. Guetta até que costuma ser criativo, mas não foi o caso aqui, nem de longe. Para se ter uma ideia, Akon - que costuma ser um chart-topper - conseguiu um distante #56US com este projeto. Bem distante dos #1US com "I Wanna Love You" e a horrível "Don't Matter". E pensar que quando eu estava começando a achar que com o Akon quieto demais, ele iria acabar vindo com algum single explosivo e grudento para encher a paciência. Felizmente errei, pois ele veio com um single chato que não faz nem cócegas e nem tem aquele "poder" que faz as pessoas tocarem suas músicas bem altas dentro dos ônibus (obrigando quem não tem nada a ver com isso a ouvir).

Alguns estão rotulando "Angel" como Europop. Se isso realmente se mostrar certo, o Europop nunca foi tão chato ou equivocado. E pensar que coisinhas legais e divertidas como o trio Afro-dite com seu single "Never Let It Go" (criado para competir no festival Eurovision 2002) e até outros artistas do ramo como o Eiffel 65 ("Blue Da Ba Dee" e "Move Your Body") saíram deste estilo. Akon tenta transitar por vários campos da música, mas acaba escorregando demais. Até mesmo pra cantar isso aconteceu - sendo que na verdade ele é no máximo um rapper e não um cantor. São coisas muito, muito diferentes...


Na minha opinião, Akon não deveria ter sequer saído da proporção que a canção "Mr Lonely" criou em sua carreira. Um sample que estragou a canção original e que serviu de porta de entrada para o rapper - e esta é uma linha onde muitos rappers ficaram. Pelo menos naquela época ele apenas fazia rap, não tentava cantar - como as coisas podem piorar...

Sebo - Cachorro Bom Garfo


Esse come bem hauyahuaha...

sábado, 25 de dezembro de 2010

AMR - Know Your Enemy (Green Day)

Análise: Primeiro single do álbum 21st Century Breakdown, do Green Day. Lançado em Abril de 2009, alcançou #28US e #21UK.



Eles conhecem... o Oasis!

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Um pequeno retrô como introdução: O álbum em questão 21st Century Breakdown foi lançado 3 anos após o consagrado American Idiot. Aliás, American Idiot demorou 4 anos para sair, contando apartir do lançamento do trabalho anterior. E isso tem explicação: as fitas do álbum que a banda havia acabado de gravar desapareceram! Sem opções, a banda acabou tendo que começar de novo e enfim gravaram um disco novinho que poderia ser chamado de Punk Progressivo (hahaha) e bem sucedido. O álbum vendeu 14 milhões de cópias pelo mundo (quase 6 milhões apenas nos Estados Unidos) e marcou a explosão, as boas-vindas ao mega-estrelato do Green Day após 17 anos de carreira.

Voltando para 2009, o Green Day resolveu retornar para sua linha de Punk Rock comercial de sempre. Apesar de os "lapsos" progressivos terem sido muito interessantes ("Jesus of Suburbia" é um grande exemplo - uma espécie de "Faroeste Caboclo" versão Punk Norte-Americano), o single carro-chefe "Know Your Enemy" também consegue manter um pouco do interesse que a banda possa ter despertado em quem inicialmente não a conhecia.


O riff de introdução é bem interessante e até marcante. Os vocais de Billie Joe continuam os mesmos: são uma grande variante e mantém a personalidade da banda. O problema é que depois do riff inicial a canção acaba caindo na vala do Rock comum e homogêneo de bandas como Bad Religion. Se não é aquela canção que será perpetuada, pelo menos dá pra se divertir um pouco com ela.

Fora que se formos compara-la com o single seguinte, "21 Guns", sem dúvida "Know Your Enemy" se torna uma clássico incontestável. Qualquer coisa que esta banda tente fazer sem o frenético tom rocker soa monótono (com rara exceção para "Boulevard of Broken Dreams" do American Idiot).


Vale lembrar que antes disso, eles lançaram uma versão de "The Saints Are Coming" dos Skids (com introdução de "The House of Rising Sun" do The Animals) juntamente com o U2, para caridade - e uma maneira de fazer caridade com o U2 também, diga-se de passagem. Enfim, podem continuar ouvindo o Green Day, eles vão continuar bons - pelo menos na medida do possível. Desde que continuem mantendo seu Rock no nível e evitando ajudar bandas dos anos 80 que caminham para a decadência.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Quick - Como eram os atuais famosos?

Clique para ampliar!


Com exceção da Katy Perry e talvez da Selena Gomez, eles eram feios, feios pra c*****...

domingo, 19 de dezembro de 2010

Prós/Contras Divas 6 (parte 2): Madonna


Níveis


1 - Obra-Prima
2 - Muito Bom
3 - Bom
4 - Aceitável
5 - Ruim
6 - Créeuu

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Prós/Contras Edição Extra!

Continuando nossa longa escavação arqueológica em cima dos singles da Madonna, chegamos aos anos 90. Década onde a maior parte da projeção da Madonna foi baseada no sexualidade. Foi deixado de lado o som dos anos 80 para ser adotado algo mais contemporâneo e mais sexual. O chocante na época porém bobo hoje em dia livro SEX foi lançado para dar mais uma alavancada (e polemizada) na carreira da Madonna. Bem, uma coisa é certa: os anos 90, no final das contas, acabaram sendo de alguma maneira mais fracos para ela. Por que será?


Erotica... hum?

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Erotica (Nível 4: Aceitável)


Foi com "Erotica" que Madonna iniciou seus trabalhos pelos anos 90, foi seu carro alegórico de entrada para a nova década (desconsiderando os singles de trilhas-sonoras e coletâneas). Este single tem um clima denso, algo profundo - tecnicamente falando, claro. Pois o tema, como o título já escancara, é o sexo e suas ramificações.

No final das contas, "Erotica" acaba sendo o single menos representativo da carreira da Madonna - não começando tão bem assim. Tem um refrão um pouco atrativo, porém não é o suficiente para justificar o resto. Tanto que este single é o primeiro single de trabalho de um álbum da Madonna a não chegar no topos das paradas nos Estados Unidos desde Like a Virgin.

Uma outra versão deste single, chamada "Erotic", foi lançada para ajudar a promover o então recente livro Sex - livro este que hoje em dia soa tão besta e sem graça que merece ser esquecido. O detalhe interessante é que a embalagem do single era uma embalagem camisinha! É... pra ouvir esse negócio realmente precisa-se de proteção...


Bem, um #3US e #3UK... Tá bom mas não tá.


Deeper & Deeper (Nível 2: Muito Bom)


Escrita pela Madonna, Shep Pettibone e Anthony Shimkin, "Deeper & Deeper" é uma Dance típica dos anos 90 com leves traços da chamada House. Nitidamente Madonna deixou a sonoridade dos anos 80 para trás, mas só fazendo uma análise de sua passagem pelo anos 90 para saber se isso é bom ou ruim. Aquela parte, digamos, plástica do seu som não está mais aqui - embora ela comece a utilizar outro tipo de sonoridade que pode soar mais plástica, artificial ainda se não for bem conduzida.

Na mesma linhagem de singles como "Vogue" (que será analisada posteriomente), "Deeper & Deeper" tem até mesmo um toque latino (e também grandiloquente) em certo momento. Mas mesmo assim não soa tão diversificada quanto poderia - mas eu acredito que esse seja, digamos, um princípio básico do House - e bem mais interessante que a "Erotica", por exemplo. Pelo menos ela está cantando um pouco melhor do que na década passada. O vídeo-clipe faz referência ao legado artístico de Andy Warhol (seus filmes, mais especificamente). Em resumo: bem filmado.

Uma contagem regressiva de #7US e #6UK.


Fever (Nível 4: Aceitável)


A história de "Fever" vem de muito antes do álbum Erotica, da Madonna. Em 1956 o artista Little Willie John gravou esta canção em um estilo R&B/Rock 'n' Roll. Após isso, várias outras versões foram feitas para ela. A lista é realmente grande; uma porrada de artistas resolveram cantar isso - parece até "To Love Somebody" do Bee Gees ou "Yesterday" dos Beatles, que tiveram uma porrada de versões por aí.

Madonna estava em estúdio gravando uma canção chamada "Goodbye to Innocence" (profético?), até em certo momento ela começou a cantar a letra de "Fever" por cima e acabou gostando o resultado. No final, a canção ficou no álbum e "Goodbye to Innocence" não foi utilizada em nenhum álbum.

Eu acabei conhecendo essa música enquanto explorava o espólio videográfico de apresentações dos Beatles. Como? Explico... Ao achar por um acaso um vídeo de uma apresentação dos Beatles tocando o medley "Kansas City/I'm a Loser/Boys", resolvi ver o que mais tinha disponível daquela apresentação. Foi quando achei um vídeo de uma cantora chamada Lyn Cornell; e ela interpretava esta canção num estilo mais jazzista. Achei bem legal, mas pra ser honesto ficou na minha cabeça por uns 15 minutos apenas... mas valeu o conhecimento em geral.

Mas voltando para a Madonna... Não vemos nada de R&B ou Jazz, lógico. Temos mais do Dance e House que permeia o álbum. Mas sinceramente, se compararmos a canção que a original (até mesmo no diferente contexto no qual Madonna inseriu a canção), dá pra sentir um retrocesso - o que definitivamente não é bom. Mais parece aquela cover promocional que entra como bônus em alguma versão especial do álbum ou de algum outro país tipo Japão ou ainda lado B de single. Você consegue captar traços/referências de outra artista desta época, Crystal Waters - e mais especificamente o single "Gypsy Woman (She's Homeless)".

E apesar dos pesares, ainda acho a versão do Little Willie John mais dançante...

Foi para as paradas apenas da Inglaterra com um #6UK.


Secret (Nível 2: Muito Bom)


Primeiro single do álbum Bedtime Stories de 1994, "Secret" mostra um lado mais R&B da Madonna - o que veio a ser algo muito, muito positivo para ela se compararmos com os outros singles do começo da década. Temos uma canção mais amena, mais melancólica, algo bonito de se ouvir - também uma coisa não muito comum de se ouvir vindo da Madonna, convenhamos. Afinal, mesmo sua sonoridade dançante ter largado o artificialismo dos anos 80, ainda sim Madonna soa mais interessante em projetos R&B.

A canção foi escrita pela Madonna, Dallas Austin e o Shep Pettibone e produzida pelos dois primeiros. E ao meu ver, "Secret" se tornou meio que uma canção resistente ao tempo, do tipo que pode se ouvir 10, 15 anos após que vai continuar soando atual. Aliás, a maneira com a qual a canção foi promovida na época que é que soa bastante atual: no ano de 1994, Madonna lançou na internet 30 segundos do single para divulgação - coisa nada usual na época. Juntamente com este sample, vem uma mensagem escrita pela própria Madonna (ou escrita pelos publicitários dizendo que foi a Madonna só para dar um up na coisa).

Quem diria que anos depois não só esta, mas várias canções no mundo seria comercializadas legal e ilegalmente por este meio de comunicação.

Merecidos #3US e #5UK. Apesar de eu achar que merecia até um pouquinho mais...


Take a Bow (Nível 2: Muito Bom)


Este é o maior hit do álbum Bedtime Stories e um dos maiores hit da carreira da Madonna. Uma linda balada romântica, com uma cuidadosa produção, letra que fala sobre o amor de maneira muito poética e que, sabe-se lá o porquê, nunca foi feita apresentação dela em turnê alguma - ela e Babyface apenas fizeram uma performance da canção no American Music Awards de 1995. O tempo que o single ficou no topo das paradas dos Estados Unidos (sete semanas!) foi um recorde na carreira da loira.

E esta é de fato a primeira colaboração de Madonna com um grande artista. Babyface (Kenneth Edmonds) escreveu e produziu a faixa juntamente com a cantora, fora seus vocais de fundo que foram incluídos no pacote. O resultado do trabalho dos dois foi também que "Take a Bow" se tornou o single mais vendido de 1995.

Sem dúvida nenhuma esta é uma das mais belas canções já lançadas pela Madonna, juntamente com "Like a Prayer" e "You'll See". A voz da Madonna não está muito diferente dos que foi nos projetos daquela época, mas está mais tomada pela emotividade exigida pelo projeto - um grande trabalho!

Um mais que merecido #1US e um injusto #16UK.


Human Nature (Nível 5: Ruim)


O último single do álbum Bedtime Stories acaba se mostrando péssimo e fazendo uma grande queda de qualidade com relação ao outros singles. O quanto destoado este single é comparado com os anteriores é algo gritante. Seria uma espécie de revival de Erotica que ficou totalmente fora de lugar e hora aqui. Não dá pra ignorar que foi uma tentativa de fazer algo diferente, mas também não dá pra dizer que foi algo realmente significante.

Escrita e produzida por Madonna e Dave Hall, "Human Nature" trata mais diretamente da polêmica que envolveu o álbum Erotica e o dispensável livro Sex. Coisa que na época causou muito alarde, hoje em dia soa bobo e ingênuo. Tentando se aproveitar duas vezes do mesmo tipo de marketing só fez com que a coisa toda soasse velha e usada - o que de fato é verdade. Este single parece uma versão reciclada de algo vindo do álbum anterior.

O vídeo-clipe nos lança aquela baboseira de sadomasoquismo que tudo (ou quase tudo) tem a ver com as "travessuras" da Madonna com seu álbum e livros anteriores. Notem que atos como esse iriam inspirar artistas como Christina Aguilera a fazer porcarias no futuro...

Para encerrar, Madonna resolveu samplear uma canção para servir de base para seu single. O que eu digo é: não dá pra culpar a Madonna totalmente pela ruindade do projeto... No final das contas, eu conheço outra "Human Nature" muito, muito melhor!

Um óbvio #46US e um contestável #8UK...


Frozen (Nível 2: Muito Bom)


Aqui está um bom exemplo de uma tentativa de algo diferente que deu certo (diferente de "Human Nature"). "Frozen", do super-consagrado álbum Ray of Light (20 milhões de cópias vendidas) segue uma linha bem diferente de Pop plástico dos anos 80 ou de baladas românticas dos anos 90: temos um exemplar de Trip-Hop, algo bem interessante vindo de uma artista como a Madonna. Vemos uma Madonna mais gótica, mas obscura no belo vídeo-clipe da canção - e sem sutiãs cônicos ou vestidos de topless. Algo que realmente dá pra levar a sério.

Madonna traz novamente William Orbit e Patrick Leonard, unidos, para a produção do single. Escrito pela Madonna e Leonard, a letra trata de um homem "emocionalmente congelado" - exatamente com o clima de Música Ambiente da canção deixa transparecer, você se sente dentro do coração de tal pessoa, com seus sentimentos gélidos.

Eu considero "Frozen" uma espécie de pedido de desculpas pelo que foi "Human Nature". É como se você resolvesse fazer algo de novo, só que na maneira correta, com tinha que ser. E a resposta foi óbvia: o novo single foi aclamado e considerado um dos melhores de sua carreira.

E no final das contas, um #2US (tá, foi bom, mas não acho que foi um resultado injusto ela não conseguir o #1) e um #1UK.


Ray of Light (Nível 3: Bom)


Em "Ray of Light" vejo a melhor atuação vocal da Madonna nos anos 90. Pra falar bem a verdade, vejo a melhor atuação vocal da Madonna em toda sua carreira - ela soa como qualquer outra cantora menos ela. A mistura de Dance com House deste single serviu de recipiente para que ela tentasse dar o seu melhor (pelo menos vocalmente falando). É uma das faixas mais modernas de sua carreira até então.

A canção tem um clima urgente e vocais fortes. A produção ficou também por contade William Orbit com Madonna. "Ray of Light" também contém samples de outro projeto. No caso, "Sepheryn" de Clive Maldoon e Dave Curtiss - bem, até que é legalzinha e não ficou muito reconhecível na versão da Madonna, o que deixa uma comparação em cima do muro.

Esta música foi utilizada na campanha de divulgação do Windows XP associada com a imagem Bliss e também ganhou dois Grammys (Melhor Gravação Dancante e Melhor Vídeo-Clipe), perdendo o de Gravação do Ano para a óbvia "My Heart Will Go On" da Celine Dion (do também óbvio filme Titanic).

Resultado? #5US e #2UK...


Drowned World/Substitute for Love (Nível 3: Bom)


Este single parece ser uma segunda incursão de Madonna pelo Trip-Hop, juntamente com "Frozen" - porém temos os climas ligeiramente alterados aqui, diferente da pegada mais gótica do outro single (algo me diz que a Madonna deve ter adorado ouvir o Portishead nos anos 90...), mas mantendo aquela Música Ambiente no ar. O trabalho de William Orbit de Madonna aqui foi de fazer algo mais Easy, sem as conotações e clima mais densos. Mesmo assim, não conseguiu o mesmo grau de imersão do supracitado single por talvez ser parecido demais.

A canção (escrita por Orbit, Madonna, Rod McKuen, Anita Kerr e David Collins) chegou a ter uma versão bem diferente da atual chamada "No Substitute For Love", com letra um pouco diferente e melodia bem distinta. E no final das contas este single não foi lançado nos Estados Unidos.

Dá pra perceber que quando a Madonna deixa o sadomasoquisto e a sacanagem de lado tudo flui com mais qualidade e interesse. O problema é que esta fase vagabunda acaba servindo de inspiração para outras cantoras Pop fazem suas imbecilidades baseadas nisso. É uma espécie de herança maldita da música.

Como não teve lançamento pro Tio Sam, a canção conseguiu um #10UK.


The Power of Good-Bye (Nível 3: Bom)


A balada Pop "The Power of Good-Bye" foi escrita pela Madonna e por Rick Nowels (que escreveu o clássico "Heaven is a Place on Earth", de Belinda Carlisle). Mais uma vez Patrick Leonard e William Orbit juntam suas forças criativas com Madonna. Canção meso Electronica, meso Acústica, ainda contém alguns elementos do agora exaustivamente explorado pela Madonna, Trip-Hop. Rumores apontam o tema da letra como sendo o seu ex-marido, Sean Penn.

É uma canção muito bonita e até tocante. A voz de Madonna está surpreendemente boa - o cuidado feito neste campo no álbum Ray of Light é realmente incrível. Porém, não é uma canção muito comercial, apenas para "uso pessoal", para compor sua fossa. No fundo é apenas para iniciados - ou seja, pra quem já passou por coisas como "Like a Virgin" e chegou até aqui inteiro.

Um #11US e #6UK...



Nothing Really Matters (Nível 5: Ruim)


Baseando se em "Nothing Really Matters", dá pra sentir uma saudade enorme de "Like a Prayer", pois era uma canção com força, densidade e beleza dificilmente copiáveis. O que ouvimos neste single em questão é algo parecido, pelo menos se não em proposta pelo menos em clima. Só que a coisa toda aqui não progrediu muito, sendo assim um dos singles mais fracos do álbum nas paradas do Tio Sam.

Além da produção padrão de Madonna e William Orbit, esta canção conta com a colaboração de Marius de Vries, que já produziu vários artistas como Rufus Wainwright, Pet Shop Boys, Kylie Minogue, U2, Annie Lennox e Josh Groban. O currículo do cara é variado, porém não dá pra notar uma grande e referenciada mudança e distinção. E o maior erro da canção é justamente esse: parece um galho de árvore numa floresta. Não dá pra enxergar de longe de diferenciar do restante. Mais ou menos como foi o caso de "The Power of Good-Bye", é apenas para iniciados, fãs de carteirinha da Madonna.

Um #93US que até da pra considerar uma injustiça, pois não foi tãoo ruim assim e um #7UK.


A penúltima parte está por vir: A década 2000.