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segunda-feira, 6 de maio de 2013

AMR - That Na Na (Akon)

Análise: Terceiro single do álbum Stadium, do Akon. Lançado em 2013.



That Na Na Na... você não é de nada?

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É... Tem alguns artistas que precisam se preocupar com sua situação no mundo da música. De Timbaland até Nicole Scherzinger, muitos artistas estão retardando os lançamentos de seus álbuns por não conseguirem emplacar um single. E no meio destes artistas em crises está o cantor de origem senegalesa Akon, que encheu o saco de todo mundo com hits cretinos como "Lonely" (estragando a canção de Bobby Vinton, a colocando como se cantada por Alvin e os Esquilos - numa palavra: ridículo) e "Don't Matter" (que parece insistir em colocar aquela voz aguda e chata pra cantar).

O único single do Akon que teve circulação razoável por aí foi "Angel" de 2010 - que conseguiu um pífio #56US e sequer foi considerado pelo povo inglês. Acreditem: este single está atrelado ao lançamento do álbum Stadium, que até agora não foi lançado. Fora este single, outros três foram lançados com resultados ainda mais constrangedores. E se a coisa continuar como está, teremos um álbum novo do Akon por volta de 2037...

Seria menos embaraçoso se o single "Angel" fosse considerado apenas um single aparte, sem relação com algum projeto maior. E menos ainda se Akon decidisse encerrar essa insanidade injustificada que é sua carreira...


O fato é que o single "That Na Na" aparentemente pretende ser umas espécie de extensão, continuação do que foi "Right Now (Na Na Na)". E não digo isso apenas pelo título semelhante, mas também por toda a estrutura. Só que algo deu (seriamente) errado neste ínterim. Enquanto "Right Now" era uma canção acima da média para o Akon (medalha de honra para ele por isso), este projeto não passa de uma espécie de passatempo tão irrelevante e chato quanto "Angel" foi. Aparentemente, Akon e seus produtores adjacentes (culpa maior sobre David Guetta) estão errando a mão feio no que um dia já foi uma mais acentuada.

Pelo visto, enquanto Akon não corrigir este problema criativo, seu álbum pode ser adiado. O que é uma boa notícia para quem não suporta a voz desafinada dele. Já para os fãs, bem, eles ainda lembram do Akon? Neste momento ele deve estar, de fato, "Lonely"...

domingo, 19 de agosto de 2012

AMR - Coincidências 9

Nem sempre a "inspiração" para a criação de um novo projeto acaba vindo lá do fundo do baú (ou até em alguns casos, do fundo do poço mesmo). As coincidências e inspirações (ou pesquisas, como preferem chamar por aí) também podem acabar vindo de um lugar não tão distante no tempo. Afinal, todos nós sabemos que se tem algo que os novos artista (não todos, eu sei, mas a maioria) sabe fazer é reciclagem. A criação em si já não tem mais o apelo necessário - a "inovação" do que já foi feito parece ser mais fácil e/ou barato.

Podemos falar do já saturado caso do George Harrison e "My Sweet Lord", mas seria chover no molhado, de qualquer maneira...


Um grupo que costuma ser muito criativo é o Indie. Este pessoal que faz uma música diferenciada, distante do costumeiro mundo Pop e de consumo rápido consegue criar algumas pérolas. E isso não é de hoje: The Moles (grupo criado pela banda Simon Dupree and the Big Sound) fizeram exatamente isso no final dos anos 60 e soou muito interessante, apesar de não terem passado disso e terem continuado com outro nome e outra ideia. O fato é que um dos frutos das últimas safras do Alternativo é Marina, referenciada como Marina and the Diamonds. Cantora galesa de 26 anos, iniciou carreira em 2007 e chegou a chamar a atenção com o single "I Am Not a Robot", em 2010.

Como é de costume no mundo da música, o pessoal Indie é desconhecido da grande massa e acaba, em boa parte dos casos, adquirindo o status cult. São três opções: 1 - ou fica muito famoso e deixa a camada Alternativa para algo mais comercial; 2 - consegue tal notoriedade que conquista um invejável status cult; 3 - continua fazendo sua música sem grandes progressos, mas sem se render a um "populismo" musical.

Seu sucesso atual é a canção "Primadonna", lançada agora em Março. A canção chegou a #11UK. Nada mal para uma cantora da categoria Indie...



Um bom tempo depois de as Spice Girls fazerem seu sucesso pela Inglaterra, vários outros grupos pipocaram por lá, sem grande repercussão pelo mundo - os ingleses curtem bastante  boy band e girl group. Dentre eles, o Atomic Kitten, Sugababes, The Saturdays, Stooshe e o Girls Aloud. Já ouviu falar de alguma delas? Muito provavelmente não, mas se falarmos em Spice Girl você com certeza sai dançando "Wanna Be" pela casa.

Um destes grupos, o Girls Aloud, é um grupo bem popular por lá e de seus 21 singles, apenas um não entrou no top 10 da Inglaterra (dentre estes, até mesmo um single com as Sugababes). Atualmente encontrasse em hiato e uma de suas componentes, Cheryl Cole, está tratando de sua carreira solo desde 2009. A cantora tem tido um certo destaque solo e  até mesmo uma participação de Will.I.Am em um single. Destaque para "Fight for This Love", sucesso de 2009.



"Fight for this royalty..."

A melodia é realmente muito parecida, até em alguns momentos parece que Marina vai cantar algum trecho de "Fight For This Love". A proximidade em épocas de lançamento também é muito semelhante, o que pode nos fazer supor que existiu algo inconsciente aí no meio. Não podemos claro falar diretamente de Marina, pois ela não teve envolvimento na produção da canção - ela apenas participou da confecção da letra.

São duas canções boas, mas se for para colocar uma do lado da outra, com certeza "Fight For This Love" sagraria-se campeã. O clima criado na canção é mais atraente e voz de Cole é mais chamativa, com um pequeno tom intimista. Agora falando sobre a Marina: ela é uma boa cantora, tem um futuro legal e eu prefiro "Oh No!", onde ela mostra seus vocais de maneira interessante e um single muito bom.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

AMR - King of Anything (Sara Bareilles)


O AMR de hoje é um freelance feito pela minha querida amiga Dharla.

Análise: Primeiro single do álbum Kaleidoscope Heart, da cantora Sara Bareilles. Lançado em Maio de 2010, alcançou #32US.


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Sara Bareilles é uma cantora americana que começou sua carreira musical tocando em bares e clubes em 2002. Em 2003, conseguiu um contrato quando mandou suas demos para algumas gravadoras. O hit "Love Song" rendeu uma indicação ao Grammy, em 2009, como Canção do Ano e Melhor Performance Vocal Feminina Pop e ficou famoso aqui no Brasil por ter sido trilha sonora da novela global Beleza Pura.

Bareilles sofria com o famoso bloqueio de escritora, mas conseguiu deixá-lo para trás. Sara diz que o bloqueio "passou de um mero incômodo para algo realmente assustador. Estava pensando que talvez nunca mais fosse escrever outra música de novo. Quando comecei a duvidar de mim mesma, a 'Uncharted' (segundo single do álbum)" veio como num passe de mágica, coloquei meus medos de lado e foi como se fosse uma luz no fim do túnel". E "King of Anything" nasceu após esta vitória. 



"King of Anything" também foi indicada ao Grammy em 2011 como Melhor Performance Vocal Feminina Pop. Nos primeiros minutos da música, parece que estamos ouvindo alguma outra cantora como, por exemplo, Sheryl Crow... sim, estilos diferentes mas nem tanto. A canção é o primeiro single do álbum Kaleidoscope Heart, música que entra pra categoria grudenta, daquelas que você ouve e 10 horas depois ainda está com ela cantarolando na cabeça.

A sonoridade da música remete a uma tarde ensolarada de verão, mar e praia... Ela é uma clássica música pop que inclui arranjos de piano, teclado, backing vocals e percussão (muito bem elaboradas e harmoniosas, por sinal). A letra é simples, porém agradável evidenciando todo o potencial e toda a força da voz da Sara.

Por Dharla


terça-feira, 31 de janeiro de 2012

AMR - Tightrope (Janelle Monáe)

Análise: Segundo single do álbum The ArchAndroid (Suites II and III), da cantora Janelle Monáe com participação do rapper Big Boi. Lançado em Fevereiro de 2010.



Janelle... Janelle??

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Antes tarde do que nunca! 

Não é só de Rihannas, Britneys e outros exemplares de Pop menos cotados que vive o mundo da música. Se você não suporta este R&B pseudomoderno da Rihanna, o fato da Britney não saber cantar e a Katy Perry começar a encher o saco, você tem alternativas mais musicalmente saudáveis. Claro que não estou pregando aqui a salvação universal do mundo da música, mas já é um começo. Você pode continuar ouvindo o seu ridículo "delícia, assim você me mata"...

Janelle Monáe (um dos nomes de artistas mais esquisitos de já conheci desde a Estelle Fanta) é uma moça do Kansas que, quando mais jovem, se mudou par Nova Iorque para estudar arte. Por lá, acabou esbarrando no rapper Big Boi (do sumido Outkast), que colocou a garota na direção de Sean Combs (o nominalmente indeciso rapper Puff Diddy). Combs resolveu verificar o portfólio de Janelle no MySpace e gostou do que viu. Ela então assinou com o gravadora de Combs, a Bad Boy Records e iniciou seu jornada musical.


Saído do primeiro álbum da moça, "Tightrope" é um Funk Soul bem animado e contagiante. De uma certa maneira, podemos considerá-la uma espécie de James Brown deste tempo - tanto no contágio de seu som quanto nos interessantes passos de dança. Projetos deste tipo tendo algum tipo de investimento e destaque é realmente de surpreender. É divertido e bem feito - o inverso de muita coisa por aí que ganha destaque por motivos errados (não é, Rihanna?).

Digamos que ela possa meio que ser considerada underground quando consideramos a atual situação do maintream. Mas o que é realmente gozado (ou não) é que você geralmente encontra muito mais criatividade e diversão neste pessoal - Sara Bareilles, Ingrid Michaelson, Kate Voegele... enfim, são muitas. Mas a Janelle tá em outra onda. Enquanto as citadas seguem uma linda mais Indie Pop, temos um puro exemplar do Funk vivo nos dias de hoje!

A batida de fundo parece ser uma versão acelerada da batida de fundo da canção "Hey Ya!" (influência do Big Boi?), que era um projeto igualmente divertido, mas que no fundo acabou não se sustentando e indo parar sabe-se lá onde. De qualquer maneira, Janelle (que é o que de melhor o Puffy Daddy fez em toda a sua vida) não será uma grande artista do mainstream, pode até acontecer, mas acho difícil. Mas não acho que ela deva realmente ligar para isso: hoje em dia ser do mainstream significa, em grande parte das vezes, perder a graça e os atrativos. Hoje em dia?

domingo, 25 de dezembro de 2011

Quick - Capas Exóticas 13

Você já imaginou como seria uma fusão da Beyoncé com a Rihanna após um pacto com o coisa ruim? Bem, o músico ex-Birthday Party e líder do The Bad Seeds, Nick Cave conseguiu visualizar. Não sei se foi ele o responsável pela concepção, mas considerando a figura esquista de Cave, é muito provável. Estamos falando de uma capa de single de um projeto dele, o Grinderman. Possivelmente ninguém ouviu falar disso nem dos Bad Seeds. Não faz mal. Isso não altera a visual bizarra que segue...

Nome do álbum: Grinderman
Ano de lançamento: 2010
Estilo: Rock Alternativo


Nick Cave mostra que realmente pertence aos anos 80 e 90, pois ainda consegue sintetizar as capas dos seus trabalhos recentes nestas décadas. Este tipo de coisa é realmente oitentista....

Ela seria bem mais interessante do que a Samara ou similares em filmes de terror, não?

sábado, 2 de julho de 2011

AMR - You Are (Charlie Wilson)

Análise: Prmeiro single do álbum Just Charlie, de Charlie Wilson. Lançado em 2010, alcançou #103US.


You are too old... or not?

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Considero o The Gap Band uma das bandas mais legais dos anos 80. Canções como "Early in The Morning" (minha favorita), "You Dropped The Bomb On Me", a doida "Oops Upside Your Head" (que foi usada como sample no single do Snoop Dogg, "Snoop's Upside Ya Head", com participação do próprio Charlie Wilson) ou a divertida "Burn Rubber on Me (Why You Wanna Hurt Me"). Aparentemente, esta coisa de fazer músicas com nomes quilométricos não foi invenção de bandas como o Fall Out Boy ou o Panic at The Disco...


Infelizmente, o espaço do The Gap Band ficou bem restrito. Eles não saíram do início dos anos 80, tendo em "Party Train" sua última canção da leva Funk que teve alguma relevância (se é que teve alguma, pois apesar de ser bem legal, teve apenas um #101US nos principais, mas um #3 nos charts de R&B). Mas ainda sim o nome de Charlie Wilson se tornou algo meio notório neste meio. O pessoal do Funk, Hip-Hop e até mesmo Rap têm uma certa consideração por ele. Vários artistas já cantaram ou samplearam a banda - onde podemos citar Mary J. Blige Shaquille O'Neal, Ice Cube, Notorious BIG e o já citado Snoop Dogg (se você se lembra da canção "Beautiful" com o insuportável do Pharrell Williams, talvez não saiba que Wilson também participou da gravação). Fora que ele também é citado por ter influenciado artistas como R. Kelly.

Apesar da notoriedade musical e de quatro indicações ao Grammy em carreira solo, Charlie nunca foi lá muito bem sucedido, não alcançando o poderio fonográfico que o The Gap Band atingiu. Possivelmente por falta de tentativas, pois apesar de o The Gap Band ainda estar junto, Wilson lançou álbuns em 1992, 2000, 2005, 2008 e 2010. Considerando que sua banda só lançava basicamente projetos ao-vivo (afinal, são os shows que dão a grana ao artista), ele teve bastante tempo para explorar sua carreira. Enfim...


"You Are" é uma balada romântica. Algo diferente do que você ouve vindo do portefólio dele (talvez "Yearning for Your Love" ou "Going in Circles" cheguem perto, mas apenas pelo fato de não terem o agito Funk característico). Parece-me algo feito para tocar em casamentos ou coisa do tipo. Não que eu esteja fazendo pouco da obra, mas é que tem aquele gosto de "já foi feito antes" ou "vale a pena ver de novo?". Ao menos podemos comprovar que, mesmo próximo dos 60 anos, o respeito do pessoal por ele é bem válido - sua voz ainda continua ótima.

O gosto açucarado combinou com Charlie Wilson neste momento. Mas que dá muito mais vontade de ouvi-lo cantar coisas como "Humpin'", isso é!!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

AMR - Rolling in the Deep (Adele)

Análise: Primeiro single do álbum 21, da cantora Adele. Lançado em Novembro de 2010, alcançou #1US e #2UK.


Enquanto isso, ela deita e rola nos chart da Billboard...

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A cantora inglêsa Adele Laurie Blue Adkins, de 23 anos, mais uma artista que ganhou uma forcinha da divulgação do MySpace e vencedora de 2 Grammys em 2009 (Melhor Nova Artista e Melhor Performance Vocal Pop Feminina) é a atual ocupante do topo da Billboard. Já são 5 semanas no alto e mais duas semanas ela vai passar "Born This Way" da Lady Gaga como o single de maior tempo no topo em 2011. Mas será que a canção "Rolling in the Deep" de fato merece estar lá?

Primeiramente, vamos falar sobre os vocais. Esta parte é indiscutível. É evidente a grande capacidade vocal de Adele, tanto em estúdio quanto em suas apresentações. Ela tem uma das melhores e mais potentes vozes já surgidas nos últimos tempos. Apesar de ter boa voz, Lady Gaga não chega no mesmo patamar (e já que ela preferiu o caminho mais fácil, o comercialismo de quem prefere muito mais imagens e atitudes do que a música em si...) e temos um bom produto para colocar ao lado de Amy Winehouse (que teve um Back to Black um grande trabalho, mas que teve algo melhor ainda em sua estréia com Frank). E o fato dela não ter o visual espalhafatoso das outras duas (o cabelo colméia da Amy Winehouse e, bem, todo o resto da Lady Gaga) contribui positivamente.


As composições de Adele são um misto de R&B, Soul e Jazz. A coisa toda gira basicamente sobre estes rótulos. Em alguns momentos é mais Jazz - como em suas baladas regidas pelo piano - e mais R&B e Soul, como é o caso do single em questão. Ela consegue transformar o Gótico oitentista e alternativo de Robert Smith em algo mais Soul - de fato, alma -, com sua cover de "Lovesong" (aliás, algo mais ou menos parecido com o que Cary Brothers fez com "Something About You" do Level 42 - uma transição bem sucedida de estilos).

Talvez um ponto negativo para Adele é o fato de não ter lá uma grande presença de palco. Concordo que o estilo no qual ela trabalha não permite lá um show pirotécnico ou coisa parecida, e assim como Amy Winehouse, acaba por ser um pouco inibida, tenta (é, tenta) uma presença mais marcante. Cara, até mesmo o Michael Bublé, que só falta ter escrito "Jazz" na testa se mexe bastante no palco (sua apresentação de "Crazy Little Thing Called Love" chega a surpreender).


Adele está no seu segundo álbum, tem 2 Grammys na bagagem e um poderoso #1 nos Estados Unidos (conseguiu um #1 na Inglaterra com "Someone Like You"). Ou seja, algo parecido com o que Winehouse conquistou. Só espero que a Adele consiga chegar ao estúdio para o terceiro álbum conseguindo desviar bem de escândalos, amantes, álcool e drogas no caminho. Talvez ela saiba que a música é a coisa mais importante.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

AMR - Something About You (Cary Brothers)

Análise: Canção do álbum Under Control, do cantor de Indie Rock Cary Brothers. Álbum lançado em Abril de 2010.


Super Cary Brothers!

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Vamos sair do mainstream e ir pra algo mais profundo. Tipo o Mario quando entra pelo cano (Mario Bros, Cary Brothers, sacou??).

Cary Brothers é um músico da cena alternativa que conseguiu certo reconhecimento, tendo suas canções licenciadas para várias trilhas-sonoras de filmes e programas de televisão. Sua canção "Blue Eyes" foi sua introdução ao mainstream (pelo menos ao máximo que um músico alternativo pode chegar de um mainstream). Seu Rock não tem nada escrachado ou barulhento, como geralmente costuma ser (principalmente considerando que me senti um pouco frustrado ao ouvir tantos bons referenciais de alternativos como Sonic Youth e depois acabar ouvindo um som cru e mal diluído - o que piorou quando tentei fazer uma audição mais profunda do seu filho bastardo, o Nirvana, que apesar de ter um som bem melhor, ainda sim me frustrou).

No seu segundo álbum, Under Control, Brothers fez uma cover de "Something About You", da banda Level 42 (1985). O Level é uma banda com um som diferente, e sua versão de "Something About You" e o triste single "It's Over" são seus expoentes maiores. O segundo citado é com certeza uma das mais belas peças das melodias tristes em geral. E o Funk de branco, o New Wave do Level 42 foi transposto para o Indie de Cary Brothers. E o que aconteceu?


Não vou dizer que um ficou melhor do que o outro e coisa do tipo. O que aconteceu é que, se a canção tinha uma outra faceta, um novo caminho a ser explorado, uma sobrevida, algo mais a oferecer, isso foi aproveitado aqui. Se você quer ouvir a canção mas diferente de um Funk dançante para se cantar no chuveiro ou dançar sozinho na sala, vai com certeza colocar o trabalho de Cary e refletir. Um sentimento parecido pode ser sentido com a versão de "Lovesong" do The Cure feito pela cantora Adele - a cantora inglesa colocou emoção extra em cima da faixa, tornando a canção que Robert Smith fez de presente de casamento para sua esposa algo ainda mais belo.

Nem preciso dizer que a projeção geral que artistas como Cary Brothers tem é mínima. Se ele não é capaz de sair por aí gravando um vídeo-clipe nu, sair para uma noite de autógrafos usando um par de chifres amarelos com bolinhas azuis ou qualquer outra babaquice que venham a inventar, ele sempre estará no seu bom e velho underground* - e quem disse que isso é ruim?


* Não sei se expressei de maneira clara o que eu quis dizer. Então aí vai: Hoje em dia, ouvir a música é o que menos interessa. O que importa mesmo é fazer "barulho", aparecer pelos motivos mais torpes e fúteis. Se você é um artista de talento, consegue cativar e agradar de verdade e ainda faz tudo isso, até que é perdoável. Agora, se você consegue encontrar isso em gente como Paris Hilton, você não é alternativo, eclético ou descolado. Você é surdo.


Versão original do Level 42:

domingo, 22 de maio de 2011

AMR - You Lost Me (Christina Aguilera)



Análise: Terceiro single do álbum Bionic, da Christina Aguilera. Lançado em Julho de 2010, alcançou #119US e #153UK.


You lost chart positions...

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Christina Aguilera anda muito indecisa. No seu retorno nada desfrutável com um álbum tipo "Stripped part 2", ela já citou até sadomasoquismo. E no meio desta decepcionante decisão, cabe uma balada romântica (ou depressiva). "You Lost Me" é a sucessora da balada anterior, "Hurt" (do álbum Back to Basics, de 2006), porém não cumpre tão bem o papel e também não chega a ser tão acessível como foi, por exemplo, "I Turn to You", lá de 2000. A propósito, este single marca a carreira de Aguilera como seu primeiro a não entrar pro top 100 da Billboard (sendo introduzido no obscuro e depressivo Bubbling Under Hot 100 Singles, na posição #19). Fora que o resultado na terra da Rainha (ou do príncipe que casou com a plebéia, sei lá) foi ainda pior. Quem sabe tenha se saído melhor nas paradas de, sei lá, Trinidad e Tobago...


Não sei se não era a hora de uma balada como esta, se o pessoal estava afim de mais sadomasoquismo ou se, de fato, a canção chega a ser ruim. A canção tem sensibilidade e qualidade muito superiores se comparado com tantas coisas que são jogadas por aí no mercado - e vou evitar citações por questões óbvias: basta ter ouvido pra saber do que estou falando. Christina tem potencial e sua voz é incrível, está num patamar superior, bem longe dos seus colegas do Clube do Mickey (Timberlake e Spears). Mas mesmo assim insiste em jogar tudo na lama com coisas como "Dirrty" e "Not Myself Tonight".

Se você gosta de música lenta, romântica, depressiva e tal, pode ir fundo. Não há problema algum. Porém, em matéria de balada romântica (ou depressiva, pô!), conheço uma infinidade de opções bem mais envolventes e comoventes - inclusive vindas da própria Aguilera, que tem em "I Turn to You" uma de seus canções mais bonitas.

Se você é fã dela, vai fundo e continua ouvindo. Se você não é fã, espere pelo próximo vídeo-clipe sadomasoquista com roupas de couro e chicotes.

domingo, 8 de maio de 2011

AMR - If I Can't Have You (Meat Loaf)

Análise: Single do álbum Hang Cool Teddy Bear, de Meat Loaf. Lançado em Abril de 2010, conta com a participação do ator Hugh Laurie como músico de estúdio.


"Oh não, acabaram minhas donuts!"

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Bem, acho que todos já chegaram a assistir ao menos um episódio da série House, M.D., que tem como protagonista o ator e comediante inglês Hugh Laurie (que até então era muito mais conhecido como humorista, fazendo dueto com o ator Stephen Fry, atuando como Fry and Laurie). O que todo mundo pode perguntar é "o que o Doutor House está fazendo nesta gravação?". Será que o Meat Loaf passou mal e o House foi dar uma olhada? (como muitos devem ter atestado no episódio em que o próprio Meat Loaf faz uma participação na série como um paciente - convencendo muito bem, por sinal!) Bem, se você sabe disso tudo e ainda não entendeu, lhe faltou assistir mais alguns episódios... Mas só pra deixar claro: ambos já se conheciam desde 1985 e Loaf até mesmo já fez stand-up comedy na época.


Hugh Laurie se mostrou um exímio instrumentista utilizando a própria série (fora outros trabalhos na tv). Ele pode ser visto tocando violão, guitarra e piano com um grande domínio (fora outros instrumentos). E possivelmente esta foi a porta aberta para Laurie participar da faixa "If I Can't Have You" (que não, não se trata de uma nova versão para a canção que o Bee Gees criou para a cantora Yvonne Elliman, que foi ex-backing vocal do Eric Clapton em meados dos anos 70). Aliás, Meat Loaf chamou para o projeto vários conhecidos, como o também ator e comediante Jack Black, fazendo backing vocal, o cantor e guitarrista Justin Hawkins (do The Darkness, retornando ao grupo depois de um período de afastamento), o lendário guitarrista Steve Vai e o grande Brian May, do Queen. Gente de peso! (se somarmos Meat Loaf e Jack Black já dá pra juntar bons quilos...)


O fato é que Meat Loaf é responsável pela série de álbuns mais bem sucedida comercialmente (a trilogia Bat out of Hell, com Bat Out of Hell, Bat Out of Hell II: Back Into Hell e Bat Out of Hell III: The Monster Is Loose - que mais parece trilogia de terror do cinema dos anos 80!) e também de uma canção adorada nos anos 90, "I'd Do Anything for Love (But I Won't Do That)". Aliás, ela chegou em primeiro lugar nas paradas e tendo sete minutos e cinquenta e dois segundos, ficou por um período como a canção mais comprida a chegar no topo das paradas inglesa.


Vamos ao que interessa. O clima e produção de "If I Can't Have You" nos faz lembrar o que foi "I'd Do Anything...", o que mostra que Meat Loaf tem tanto um cuidado rigoroso com sua obra quanto que pode acabar meio que se plagiando após tanto tempo de estrada. A voz de Loaf continua forte e convincente e a voz da cantora e atriz Kara DioGuardi dá um toque diversificado. E mais uma vez, Hugh Laurie mostra que não maneja apenas a bengala (sem duplo sentido) com habilidade e naturalidade.

A canção é boa, a voz de Meat Loaf continua boa e as participações especiais estão nos lugares. Mas apesar de Laurie ser um bom músico, sua participação na faixa deve-se mais ao fato dos dois serem amigos de longa data do que Loaf achar que Hugh era o cara ideal para aquilo - ou ele quis retribuir a participação na série, vai saber.

Obs: O apelido "Meat Loaf" (que pode ser traduzido como "bolo de carne" ou derivados) foi lhe dado por seu pai, por Marvin Lee Aday - seu nome verdadeiro - seu muito gordo. Agora, o cara que além de receber esta alcunha de um pai do qual não tem uma boa relação ainda utiliza isso como nome artístico é um exemplo de que o bullying deve ser encarado de frente! hauhauahuaa...

segunda-feira, 2 de maio de 2011

AMR - If It Wasn't For Bad (Elton John & Leon Russell)

Análise: Canção tirada do álbum The Union, feito da parceria entre Elton John e Leon Russell, agora em 2010. Indicado ao Grammy de Melhor Colaboração Pop com Vocais.


Ho-ho-ho!

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Bem, primeiramente, vamos falar sobre a figura de aparência mitológica e de barba polpuda e abundante chamada Leon Russell. O músico é mais conhecido por seu trabalho como músico de estúdio para vários artistas como Willie Nelson, Ringo Starr, George Harrison, Frank Sinatra, Rolling Stones, Eric Clapton, Jerry Lee Lewis, Bob Dylan, entre vários e vários outros. Russell inclusive integrou uma equipe de músicos comandada por Phil Spector (lendário produtor que deu uma força para os perdidos Beatles do álbum "Let It Be", criador da técnica de produção musical conhecida como Wall of Sound - detestada até a morte e com razão po Paul McCartney pelo seu uso na canção "Let It Be" e atualmente preso, condenado a 19 anos de prisão pelo homicídio da atriz Lana Clarkson, em 2007). Além de tocar e cantar, tornou-se um proeminente compositor. Seus maiores sucessos, até o lançamento do álbum The Union foram o álbum Carney e dele o single "Tight Rope" (#2US e #11US, respectivamente).


Já Elton John simplesmente dispensa qualquer apresentação. Porém, baseado nesta ocasião, tenho que fazer um comentário: Elton John (cujo verdadeiro nome é Reginald Kenneth Dwight) é um artista ativo (ou passivo, sei lá) desde meados dos anos 60 e, geralmente, artistas com esta longevidade artística demonstram ou cansaço ou um esgotamento de sua veia artística e poética, o popular "já deu o que tinha que dar". Porém, Elton, assim como Stevie Wonder com seu último álbum de estúdio, A Time to Love, de 2005, mostrou que apesar de não produzir mais grandes singles para figurar nas principais paradas, ainda tem o que dizer e tocar. E até mesmo no quesito Pop, Elton conseguiu colocar nas paradas grandes hits em 4 décadas diferentes. Feito realizado por poucos artistas como Michael Jackson e Bee Gees.


A colaboração entre estes dois pianistas (que poderia ser chamada de "Elton John encontra Papai Noel" ou "A Criação de Adão") é sintetizada por uma citação recente de Elton John a respeito deste projeto: "Eu não tenho mais que gravar canções Pop". Ou seja, Elton já fez o que tinha que fazer neste campo e agora procura uma vertente mais conceitual, mais artística. Geralmente transições deste tipo fazer o artista se perder e perder uma identidade, mas acredito que Elton, por sua competência como músico, tenha capacidade de transcender sem problemas. O difícil mesmo de ser sair do conceitual para o Pop (desastradamente tentado pela banda de Rock Progressivo Gentle Giant - o que acabou com sua carreira - mas feito com sucesso pela também banda de Rock Progressivo Genesis, do agora aposentado Phil Collins).


De fato pouca coisa Pop se encontra em "If It Wasn't For Bad", mas isso não significa que seja uma peça chata de uma máquina de conceitos para pseudo-intelectuais, como muitos gostam de tachar projetos do tipo. Fãs de Elton com certeza aprovaram esta canção e os fãs de Leon também podem se deleitar do projeto. Do nada me lembrei de uma canção do Elton, de 1970, vinda do seu segundo álbum, Elton John - "The King Must Die" também tá longe de ser Pop é pode ser igualmente admirada.

Fãs de Elton John, Leon Russell, Stevie Wonder e vários outros artistas, um recado: eles podem não estar mais em evidência como antes, mas com certeza ainda estão ali, e este pouco destaque na mídia atual só os deixam com um gosto especial, um plus chamado exclusividade. Fica a dica.


Apresentação ao-vivo: