domingo, 29 de novembro de 2009

AMR - Pérolas do "Pop" 2: Losing My Religion

Esta canção tem um motivo a mais para estar aqui: é pop de um berço alternativo. Mas bota alternativo nisso! A banda R.E.M.! A banda de rock norte-americana sempre foi conhecida por seus hits alternativos como “Orange Crush“, “It’s the End of The World As We Know It (And I Feel Fine)“, “The One I Love“, dentre outros.

Mas com “Losing My Religion“, ele acabaram dando uma escapada por fora de sua bolha alternativa, angariando fãs à nível pop. Alcançou #4US e Out of Time vendeu 10 milhões de cópias. Eles fizeram algo parecido com “Shiny Happy People” (que poderia ser colocado aqui como “Desastres do Pop”, mas não é ruim o bastante). Enfim…


|Canção vencedora de dois Grammys de Melhor Performance Vocal Pop de Duo ou Grupo e Melhor Vídeo-Clipe|

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Sobre a banda: O R.E.M. (Rapid Eye Movement) foi formado em 1980 pelo membros Michael Stipe (vocais, violão, teclado, harmonica), Peter Buck (violão, guitarra, mandolin, baixo, teclado), Mike Mills (voicais, baixo, teclado) e Bill Berry (vocais, bateria). Sempre tiveram influências dos anos 60 em suas músicas, assim como o folk também. Com mais de 10 álbuns de inéditas lançados e 64 singles (4 top 10 US – 10 top 10 UK), é um dos grupos alternativos mais bem sucedidos do mundo.

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Losing My Religion” foi escrita pela banda toda. O título da canção é uma expressão usada no sul dos Estados Unidos da América, quem significa algo do tipo “perder a civilidade, as estribeiras”. E foi produzida pela banda juntamente com Scott Litt (que já trabalhou com gente como Ian Hunter [do Mott The Hoople], Carly Simon, New Order, Patti Smith, e produziu alguns remixes para o Nirvana nos últimos tempos da banda, etc…).

Peter Buck compôs o riff principal e o refrão vendo televisão, enquanto tentava aprender a tocar seu recém-comprado mandolin. Foi realmente algo bem criativo para um mero experimento num dia de tédio vendo televisão. A canção também tem lá algo de Fleetwood Mac, mais necessariamente a influência que o baixista John McVie tem sobre Mills. E o mais estranho, é que Stipe chegou a comparar sua canção com “Every Breath You Take“, do The Police, no quesito pop.


De qualquer maneira, a canção consegue ter uma força incrível sem destoar das raízes do rock alternativo a qual a banda pertence. É uma espécie de “agradar a gregos e troianos” com qualidade.

O R.E.M. alcançou #4US e #19UK, conseguindo um estrelato que de fato nunca foi lá almejado pela banda. Eles acabaram de alguma maneira sendo jogados no mainstream e não sendo mais exclusividade do pessoal underground (se bem que, mesmo antes de Out of Time, a banda já não era tão underground assim).


Sinceramente, acho o clipe um tanto confuso, apesar disso não tirar seu interesse (acho que a idéia de Stipe foi mesmo soar confuso e bizarro). O vídeo-clipe foi dirigido por Tarsem Singh (que já dirigiu vídeos das En Vogue, e até filmes longa-metragem, mas que sempre foi especialista em dirigir propagandas pra TV [tipo aquela "We Will Rock You" da Pepsi com a Britney Spears, Beyonce e P!nk].), no lugar do próprio Stipe, que costuma dirigir alguns vídeos da banda. De qualquer maneira, ganharam um Grammy e seis prêmios do MTV Video Music Awards (honestamente, quem se importa com prêmios dados pela MTV?).

Apresentação da banda:

sábado, 28 de novembro de 2009

Especial - Show do AC/DC no Morumbi (27/11/2009)

André Cornetta, um amigo de muitos anos, foi ao show da banda australiana e escreveu um review especialmente para o Crackolândia :

AC/DC : Show dos sonhos

O dia 27 de novembro realmente foi um dia atípico para a cidade de São Paulo. A banda de Hard Rock australiana AC/DC voltava para cá, no estádio do Morumbi, para o show de sua turnê Black Ice.

Eu, como um grande fã da banda, não poderia deixar de ir. Cheguei ao Morumbi às 16 horas – este com um mar de gente em seus arredores, esperando a abertura do portão. Antes do show, o tempo parecia não conspirar a favor – chovia muito. Conheci uns caras de Mato Grosso do Sul na fila e fiquei sabendo por eles que quem abriria o show seria o Nasi, ex vocalista da banda Ira. Entrei no Morumbi e começou inacreditavelmente a chover mais. Mas São Pedro resolveu ajudar no momento certo.

Eram umas 20:30 – a chuva parou completamente e o show de abertura com Nasi iria começar. O Roqueiro paulistano abriu com uma música de sua carreira solo, Por Amor, com um som bacana e de boa qualidade. Ele não fez feio e o público acabou o aceitando bem e cantando também clássicos como Raul Seixas, The Clash e The Stooges.

Mas o povo realmente estava sedento para ver o AC/DC. Meu coração estava batendo muito forte no fim do show do Nasi na expectativa de vê-los ao vivo.

Eis que às 9.30 da noite, de repente, os refletores são apagados e um vídeo em forma de cartoon com diabos começa a rolar nos telões. Meu coração acelerou : o AC/DC estava ali, a alguns metros de mim. Com um palco absurdamente grande e com uma produção de primeiro mundo, creio que foi o show com maior qualidade já feito no Brasil. Estava chegando…

Fim do desenho, o quinteto australiano aparece e leva à loucura as 70 mil pessoas com chifres vermelhos na cabeça. Com uma pegada absurda e com um som muito alto, bem característico da banda, eles abrem com Rock ‘N Roll Train do álbum Black Ice. O Publico foi ao delírio quando viu Angus Young tocando – ele como sempre parecendo uma criança extremamente hiperativa. Logo na terceira música, eles tocaram Back In Black, do álbum de mesmo nome (o segundo mais vendido de todos os tempos). A música é a mais conhecida do grupo e talvez uma das mais conhecidas de todos os tempos. Também levaram o estádio abaixo clássicos como Thunderstruck, TNT, Hells Bells e na hora do bis a arquibancada tremeu com Highway to Hell.

Com a perfeição do guitarrista-base Malcolm Young e do baixista Cliff Williams (esses não se moveram o show inteiro), a boa linha de bateria de Phil Rudd, a hiperatividade e os solos de Angus e a potente voz de Brian Johnson, o show sem dúvidas foi o maior já realizado no Brasil.

Quem foi realmente sentiu-se satisfeito e já começa a ter saudades do show. Creio que pecaram por não terem tocado clássicos como It´s A Long Way To The Top e What Do You Do For Money; fora isso, nada mais a declarar. Espero que voltem mais vezes – o Brasil, que está muito mal musicalmente, precisa de shows assim para satisfazer o grande público que gosta do bom e velho Rock ‘n Roll.

AMR - Watcha Say (Jason Derülo)

Algum executivo da Warner deve ter pensado : “bem, como Chris Brown mandou sua carreira pro hospital, nós podemos ganhar com um artista semelhante enquanto ele não volta!” – esse artista é Jason Derülo.




A música/clipe acumula todos os clichês possíveis e imagináveis para o R’nB atual : temática do “te traí mas agora não posso viver sem você”, passinhos à la Michael Jackson, chuva de Auto-Tune, poses de sofrimento à la Boyz II Men e, depois de tudo isso, há espaço ainda para uma sampleadinha da canção Hide and Seek da cantora Imogen Heap – constituindo nada mais, nada menos que o refrão.

Watcha Say presta à quem gosta de Hip-Hop (?) e R’nB contemporâneo – se é que agora há diferença real entre os dois estilos – e à quem está bêbado. A canção alcançou o 1° lugar na Billboard Hot 100 porque justamente tem tantos elementos comuns e demandados pelo público geral; mas os aspectos artístico e técnico nada de novo oferecem. De novo.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Quick - Telephone teria sido feita para Britney Spears (rumor)

Aparentemente, Britney desligou na cara de Gaga – metaforicamente falando. Piadinhas sem graça à parte, o provável próximo single de Lady GaGa, Telephone, teria sido destinado originalmente ao álbum Circus, de Britney Spears.



Segundo DarkChild e Lady GaGa, no twitter daquele e no vídeo acima, o trabalhos com a canção teriam começado há mais ou menos um ano, só que a gravadora de Spears não permitiu a inclusão da faixa no álbum. Também pudera – o álbum da cantora foi lançado em 28 de Novembro de 2008 e está a um dia de completar o citado ano.

Vamos conferir nos próximos meses como se comporta a canção nas paradas mundiais…

Mas acho que Britney se ferrou.

Quick - Apocalipse: Forró incorpora Akon, Lady Gaga, Beyoncé, Jo Jo, Fergie e Rihanna!

Acho que essa história de 2012 é verdade viu :



Agora, pra você ver a qualidade da coisa : a Don’t Matter do Akon encaixou-se perfeitamente com o Forró!

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Quick - Michael Jackson 8-bits

O twitter é uma coisa muito linda. Não preciso nem me mexer pra receber vídeos como este, uma versão 8-bit de Thriller :




Esses Game Boys sangrentos me assustaram mais do que o vídeo original, mas tudo bem.

Quick - Pop: chocando o mundo desde a juventude de Madonna

Era uma vez uma cantora no início da década de 90 :



Anos depois, numa premiação do século 21 :



Semelhantes, mas incríveis. Pop é ruim pra quem não procura direito.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Aconteceu - Polêmica entre CBS e Adam Lambert





Adam Lambert está fazendo mais estrago do que enchente na cidade de São Paulo : no The Early Show de hoje, veiculado pela CBS, foi discutido o assunto de sua apresentação no AMA Awards de domingo (22/11/2009) de um modo tanto quanto peculiar. Compararam-se as imagens DESFOCADAS por computador do momento do beijo de Lambert em um de seus personal travecos com as do beijo de Britney e Madonna – estas sem qualquer tipo de censura.
Perante o acontecido, o presidente da GLAAD (sigla para Aliança de Gays e Lésbicas Contra a Difamação), Jarrett Barrios, informou à imprensa :
“A decisão do The Early Show de “borrar” o beijo de Adam Lambert no American Music Awards reitera um infeliz duplo tratamento aplicado aos artistas abertamente homossexuais. Eu teria esperado que a CBS desse igual tratamento às imagens de gays e lésbicas e não criasse um patamar duplo que trata nossa comunidade diferentemente.”
A CBS, num óbvio ato de embriaguez, declarou o seguinte através de seu representante :
“Nós realmente pensamos nessa questão. A imagem de Madonna é muito conhecida e apareceu incontáveis vezes, várias vezes inclusive na televisão matutina. A imagem de Adam Lambert é tema de grande controvérsia, não teve ainda a mesma repercussão, e, até onde nós sabemos, ainda pode levar à consequências legais.”
Fonte : Perez Hilton | TMZ

Enquanto isso, as vendas do 1° álbum de Lambert, For Your Entertainment, estão indo muito bem, obrigada!

Quick - Pattison Jackson?

Parece que a MTV americana, num intervalo de almoço não muito produtivo, transformou Edward Cullen (o ator Robert Pattinson) de Crepúsculo no Michael Jackson da capa do álbum Bad :






E o que eu tenho a dizer é : já volto, vou dar uma vomitadinha.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Aconteceu - Apresentação de Adam Lambert é cancelada devido à erotismo



Parece que a apresentação de Lambert no AMA causou polêmica nos Estados Unidos. A rede de TV ABC supostamente cancelou a apresentação do cantor no programa Good Morning America de amanhã devido à sua performance “homo-erótica” na premiação, e está com medo do que poderia acontecer quando as câmeras fossem ligadas.

Fonte : Perezhilton.com


Tá certo então….parafraseando Perez Hilton e uma amiga : se fosse a Lady GaGa seria normal? Cadê a Geisy pra botar ordem na casa?
Conta tudo pra sua mãe, Adam :



PS: Há rumores que um outro programa de TV, o The Early Show da CBS, já o chamou para o mesmo horário amanhã. Vuash!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

AMR - Love Lockdown (Kanye West)

Análise: Primeiro single do álbum 808's & Heartbreak do rapper Kanye West. Lançado em Setembro de 2008, alcançou #3US e #8UK.


Acredito que o balão murcho represente a moral do Kanye West...

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Então quer dizer que o grande e notório rapper Kanye West, aquele que é sempre referido como um dos melhores no seu ramo e que fez pérolas como The College Dropout, acabou fazendo um álbum sem o supracitado selo "Parental Advisory - Explicit Content" e chora por ter sido deixado por uma mulher?? Ah, fala sério vai...

Deixando o álbum de lado e partindo para seu primeiro single, digo que é uma canção muito interessante em vários aspectos. Primeiramente, tudo é baseado no fim do casamento do rapper com Alexis Phifer - fora que a mãe do cara, Donda West, havia falecido naquela época. No vídeo-clipe, West está choramingando pelos cantos, enquanto tribos africanas aparecem várias vezes, "dançando" e etc. Uma espécie de confusão mental por excesso de tristeza, uma possível tentativa de Kanye de mostrar como estava sua mente naquelas épocas.


West acabou virando um adepto do chororô com este single (o que não é usual para um rapper, pelo menos se tratando de assuntos sentimentais). E para tornar as coisas ainda mais variadas e até surpreendentes: esta é uma canção "cantanda". Não há rap, apenas canto. É mais do que óbvio que Kanye se utilizou de ferramentas praguejáveis como o Auto-tune (ferramenta master de quem não sabe cantar e nem tá perto disso mas ainda sim quer enganar uns trouxas para conseguir uns trocados), mas ainda sim não deixa de ser algo interessante. Kanye fez uma espécie de Rap-Emo ou coisa do tipo - é realmente novidade demais. É mais ou menos como se o Mike Shinoda do Linkin Park resolvesse ouvir Fresno ou NX Zero.

As batidas iniciais lembram um coração descompassado, o que deve representar o que Kanye estava sentindo com relação ao fim de seu casamento. O piano é intimista e invocado ao mesmo tempo, mostrando os momentos de tristeza e raiva do rapper. E por fim, batidas tribais. A impressão que dá é que Kanye resolveu afogar as mágoas na Bahia e acabou ouvindo o Olodum em algum lugar. Como se trata do Brasil, e quase todo mundo fora daqui pensa que aqui só tem índio e mato, a parte das batidas são representadas por índios africanos (hauahuahaa...).


Enfim, o clipe é bem feito e interessante. Simplista e mostrando uma humildade anormal e nada usual de Kanye West (o que, além de ser novamente mais uma grande novidade, é um verdadeiro milagre). Ele canta em vez de fazer Rap, com a voz modificada pelo Auto-tune, que na verdade só costuma estragar as vozes e, olhem só: Kanye cantando com a voz estragada soa melhor do que fazendo Rap com sua voz normal. Que contra-senso!

Tá ruim mas tá bom!

Quick - Adam Lambert e qued…apresentação no AMA 2009



Explico-lhes já : o Sr. Lambert deu uma procuradinha nos looks de artistas que ninguém lembra mais, como Marilyn Manson e Boy George, e, em homenagem ao lançamento de Lua Nova, baixou o Edward Cullen no AMA 2009. Baixou o nível também : fez uma pessoa/traveco? quase engolir a virilha dele e baixou um pouquinho mais pra sair rolando na escada.

Só tá faltando voltar pro caixão – volta, vai!

Quick - Bad Romance & Speechless (AMA’s 2009)




Sinceramente, a noite foi dividida em dois momentos : o pré-GaGa e o pós-GaGa. Tenho dó de quem se apresentou depois; não havia como impressionar e entreter mais a platéia do AMA Awards 2009.


Go GaGa!

domingo, 22 de novembro de 2009

Especial - The Fame Monster (Lady GaGa)



Lady GaGa voltou, só que dessa vez com o lado negro da fama – The Fame Monster. O álbum, apesar de ter todo um conceito próprio, é, ainda assim, um complemento teórico de seu antecessor The Fame (e daí vem a semelhança quase estúpida dos nomes) : o álbum de Poker Face e Just Dance tem como temas principais os supostos lados “benéficos” da fama, como o advento da fortuna, a vida nas festas e a própria celebridade, ilustradas de dentro pra fora pelas canções Money Honey, Just Dance, The Fame e Paparazzi, entre outras; a moda é tema de todas as canções, mesmo que em segundo plano. Já Fame Monster lida com o que GaGa chamou numa conferência de imprensa de “medo de monstros” : monstro do sexo, do álcool, da solidão, do amor e etc.

E junto com a mudança de tema, vem a mudança de aparência; é no mínimo insensato chamar sua moda de “linear”, mas enquanto promovia uma determinada linha de canções, com ideologias parecidas, ela mantinha um tipo de aparência. Pode-se constatar esse fato sutil colocando a fase Beautiful, Dirty, Rich/Just Dance (transição) em contraste com a Poker Face/LoveGame. E com o advento de um novo álbum, o contraste torna-se definitivamente claro. Lady deixa um pouco de lado vestimentas glamourosas e “escandaluxo” e começa a mostrar uma moda mais dark, gótica – ou no mínimo mais bizarra.



Beautiful, Dirty Rich : algo mais clubber, até mais recatado (GaGa usava calças nessa fase!)
Poker Face : upgrade mais glamouroso, chegando a ser meio Drag…




Poker Face e Alejandro : separados por um porre?

Bad Romance


Romance é o 1° single do álbum. A faixa já faz muito sucesso em todo o mundo, estando atualmente colocada na 2ª posição da Billboard Hot 100. É uma faixa de Dance Pop, uptempo por natureza, que em muito lembra Poker Face; seja pelo arranjo, seja pela estrutura da letra (refrão, brigdes, MoMoMoMa’s e GaGa Ohh La-La’s). Tende-se a achá-la repetitiva no início, mas ouvido-a por mais 3 vezes, torna-se o mais novo hit de GaGa. Segundo declarações da cantora e o próprio tema da canção, esta faixa seria relacionada ao “monstro do amor” e apresenta duas visões que, à primeira vista, deveriam ser tratadas em trabalhos diferentes : exploração dos prazeres de um “romance ruim” e o amor livre de barreiras por seu melhor amigo. Amor esse tão grande que quer explorar até os aspectos mais aterrorizantes e grotescos da vida do ser amado. É o que ela diz em versos como :

I want your ugly
I want your disease
I want your everything
As long as it’s free
I want your love
Love, love, love I want your love


Enquanto a letra parece retratar o lado romântico com mais atenção, o clipe tende a mostrar o lado efêmero de uma aventura amorosa; mas de qualquer maneira, em se tratando de GaGa, as possibilidades são muitas.

Alejandro



Alejandro ainda é aceitável para as pistas, quem sabe com um remix – mas já tem um foco mais melancólico. A partir daqui, as semelhanças com The Fame decrescem progressivamente (com grande excessão de Telephone). A canção parece tratar de um amante/namorado possivelmente ciumento, agressivo ou injusto – ou até mesmo os três juntos – e diante desse drama, a pessoa no outro extremo da relação tem que tomar uma decisão. Sua letra chega a tornar-se mais interessante que a melodia – talvez com um clipe interessante, venha a tornar-se single.

Monster


Talvez a canção mais simbólica do álbum, é uma das mais chocantes também. Parte do bridge :

We might’ve fucked not really sure, don’t quite recall



Bom, já que ela acha que transou com o rapaz mas não lembra, podemos supôr que esse seja o/um dos “monstro do álcool” ou do “sexo" mesmo. Uptempo novamente, reconhecemos no fundo o auto-tune de Space Cowboy, um DJ que acompanhou GaGa em sua Fame Ball Tour, que volta como produtor dessa faixa e de Dance In The Dark. Monster encontra-se na situação da canção anterior; o ponto forte do trabalho é a letra e não a melodia. Essa faixa parece tratar de uma atração irresistível por um Bad Boy, do qual GaGa tenta resgatar alguma lembrança. Tive que dar uma editada nessa canção, pois a cantora falou do que se trata a letra : um homem com um pênis anormalmente grande. Pois é, e eu sendo toda romântica aqui! Então já sabemos o que ela quer dizer com estes versos :

That boy is a monster
M-M-M-Monster

Speechless


A canção é uma “exceção” no contexto do álbum; o arranjo é baseado no piano e uma guitarrinha básica – o que já destoa incrivelmente do ritmo frenético das faixas anteriores. Podemos até dizer que a música vem de Stefani Germanotta – pois trata de seu pai. Destacando sua criação como um dos momentos mais importantes de sua carreira, Speechless fala de uma suposta abdicação de seu pai perante a vida, o que teria deixado GaGa – ou melhor, Stefani – sem palavras. A cantora alegou que, em certo ponto de sua doença do coração, o pai decidiu viver "ao Deus dará". Em certo ponto da música, a cantora questiona se sua desistência o salvaria de seu estado crítico. O contexto da faixa e seu arranjo mais intimista tornam este um dos momentos mais iluminados do álbum – momento no qual possamos talvez identificar o “monstro da solidão” ou mesmo do “amor” – afinal, amor entre familiares é (quase sempre) essencial e natural.

Dance In The Dark


O Dance Pop volta com tudo nessa faixa, que nos lembra aquelas musiquinhas de máquinas de Pump, à la Cascade – a diferença é que a canção não chega a ser tosca. Não a vejo com um potencial a single tão grande assim, mas quem sabe. Gaga declarou que a canção é sobre a insegurança de garotas na cama - que a própria cantora tem, segundo a mesma. Aí a "dança no escuro", onde ninguém as vê - sem luz, elas podem liberar toda sua libido sem serem julgadas. Obviamente é um "monstro do sexo" e muito provavelmente um "da solidão" também.

Telephone


Agora sim : se pudesse apostar em alguma música desse CD depois de Bad Romance, com certeza seria Telephone. E pelo que parece, os casting do álbum também; a canção conta com colaboração de seis pessoas, entre produtores e cantores – incluindo Beyoncé. A faixa parece ser a versão GaGa da música Video Phone, à qual a cantora prestou serviços. Bem toscos, diga-se de passagem. A diferença entre elas é que a sua versão ficou 40 milhões de vezes melhor do que a de Bey, apesar de a letra ficar no campo das boates mesmo – esta fala de alguma pessoa bem chata que insiste em ligar enquanto GaGa e sua trupe estão batendo cabelo loucamente numa pista de dança qualquer.

So Happy I Could Die


Novamente com Space Cowboy, So Happy I Could Die continua com o clima de buatshy e parece explorar novamente os "monstros do sexo" e "álcool" :

I love that lavender blonde
The way she moves
The way she walks
I touch myself can’t get enough


Parte do refrão :

Happy in the club with a bottle of red wine
Stars in our eyes ‘cuz we’re having a good time



Mesmo com todos os recursos empregados, a faixa tem um clima de êxtase misturado com melancolia, como se a cantora estivesse totalmente bêbada – portanto, “nas nuvens” (eu espero, pelo menos) – mas com a sensação de decadência de quem capota no meio da pista pela tontura (quem já não fez isso? haha). O "Good Time" de GaGa ainda inclui alegadas sessões de masturbation - espero que não no meio da boate.

Teeth


Parece que GaGa se encontrou com um Apache para compor o arranjo da música. Nessa faixa, o produtor deixa o botão “balada” do sintetizador descansar um pouco; mas de qualquer maneira, a canção é uptempo e é a mais divertida do álbum, no sentido inocente da palavra. Já a letra revela que a faixa é tudo menos pura :

Don’t be scared
I’ve done this before
Show me your teeth
Don’t want no money (want your money)

That shit’s is ugly
Just want your sex (want your sex)



Basicamente é sobre uma GaGa sedenta por, provavelmente, uma noite de sexo (jura?). Palavras como “amor” e “religião”, encontradas na letra, não devem ser interpretadas literalmente, dada a efemeridade aparente da situação. Não tem muita cara de single, pois é muito brincalhona – não leva muito o rótulo “vamos dançar” – mas quem sabe qual será seu destino…

Concluindo, as 8 faixas tendem a ir para um lado mais selvagem, cru, ignorante da “fama” (mais pra “vida” do que “fama”), mas não perdem em qualidade por isso. Novamente, a liberdade das letras e os aspectos visuais dos trabalhos de GaGa chamarão mais a atenção e trarão mais novidades do que os arranjos musicais em si. Talvez nos seja necessário mais tempo para a adaptação à nova fase – O lançamento de The Fame tem pouco mais de um ano e o estilo já está mudando! Mas, ao meu ver, um dos anos mais importantes para a música Pop e a Mainstream em geral. Um ano de transformações velozes, só para os que podem (e os que não podem, viram sub-artistas reciclados, como Jennifer Lopez mostrou ser em seu último single), que se concretiza como uma forma de arte atualizada – algo como o Pop 2.0.

Não se pode decidir hoje se o caráter dos acontecimentos é bom ou ruim - e também não é tão simples assim - mas se nos basearmos no fato que a evolução só vem com a mudança, possivelmente estamos indo longe com a Gaguíssima.

sábado, 21 de novembro de 2009

AMR - 70’s Jukebox 3

Artista: Eric Carmen (11/08/1949)
País de Origem: Estados Unidos da América
Estilo: Pop, Rock
Hits: "All By Myself", "Hungry Eyes", "Make Me Lose Control"
Hit da Jukebox: "All By Myself" (1975, #2US – #12UK)



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Essa com certeza é uma das músicas mais tristes já escritas na história da música moderna. Junte isso à um piano igualmente melancólico e a voz de Eric Carmen. Surpreendente. Carmen liderava uma banda chamada Raspberries, que fazia relativo sucesso com vários hits. A banda se desfez en 1975 e Eric lançou seu álbum de estréia, contendo a canção "All By Myself".

A beleza desta canção é infindável. Carmen chegou até a incluir no meio de sua obra uma parte do "Concerto de Paino Nº2 em C (Dó) Menor" de Sergei Rachmaninoff, acreditando que a música estivesse em domínio público. Só esqueceram de avisar Eric que uma obra cai em domínio público mais ou menos 70 anos depois da morte do criador. Rachmaninoff morreu em 1943 (ou seja, nem hoje em dia estaria).


Essa canção deve ser bem mais conhecia pela emocionada e poderosa interpretação de Celine Dion no seu álbum Falling into You, de 1996, conseguindo #4US e #6UK. Ambas as versão são magníficas, um tesouro no mundo das power ballads e das músicas tristes e melancólicas…

A canção foi escrita pelo próprio Carmen (o que nos faz pensar que ele realmente sabe o que é solidão – talvez a separação do seu grupo Raspberries tenha inspirado a letra?). A produção ficou por conta de Carmen e Jimmy Ienner.