segunda-feira, 31 de maio de 2010

AMR - Young Blood (Norah Jones)

À pedidos da minha amiga Kauana, resenhei esta canção da Norah Jones. Sugestões de músicas, é só mandar nos comentários!

Análise: Segundo single do álbum The Fall, da Norah Jones. Lançado agora em Fevereiro de 2010, alcançou #33 no Japan Hot 100.


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A origem de Norah Jones é um tanto interessante: ela filha do lendário músico indiano Ravi Shankar com a promotora de shows e dançarina Sue Jones. Shankar, mestre em seu instrumento, o sitar, foi um grande amigo do ex-guitarrista dos Beatles, George Harisson. Fora que ele também já ganhou três Grammys. Agora, voltando a Norah...


Ela tem uma mistura de estilos em seu som (Jazz, Blues, Soul) que nos remete a um estilo criado no Brasil: a Bossa Nova. Melhor dizendo, algo que seria uma adaptação da Bossa Nova - ou seja, tipo uma Neo Bossa Nova. Um exemplo é a excelente "Don't Know Why". Ela "pegou" algo chato de colocou uma roupagem de certo interesse.

Agora, analisando seu novo projeto, The Fall, vemos que ela está trilhando um caminho mais Pop, um pouquinho mais diversificado - apesar de que este seja o possível motivo para este ser, até o momento, seu projeto de menor vendagem/repercussão. E podemos ver isso com os dois primeiros singles do álbum: "Chasing Pirates" (cujo o vídeo-clipe lembra muito a sequencia inicial do filme O Significado da Vida, do grupo de humor inglês Monty Phyton) e o projeto em questão, "Young Blood".

Comparando com a clássica "Don't Know Why", temos ligeira mudança para o Pop, algo mais distinto, mais bem construído. Porém, ainda sim paira um clima minimalista - tanto na canção em si quanto em seus vocais - o que de fato é uma característica do seu trabalho. Não dá pra notar qualquer influência da música de seu pai em seus projetos, até porque seria estranho demais incluir o estilo musical indiano entre o jazz e o blues.


Dá pra perceber também a omissão de suas habilidades com o piano, já que a canção é sustentada basicamente em uma guitarra e uns outros efeitos possivelmente vindos da mesma. Apesar de ser uma ótima pianista, nem sempre uma canção construída sobre ele consegue passar a mensagem desejada. Logo Norah resolveu dar ênfase aos vocais e a outros meios - e não errou, afinal.

Norah Jones nunca tentou ser uma artista do Teen Pop e nem tem jeito para tal. O que definitivamente deve ser encarado com algo maravilhoso. Apesar de a maioria das vezes não ter um grande destaque, ela segue fazendo música de qualidade sem precisar falar coisas obscenas ou usar roupas coladas. Uma ascensão na escala Pop ela nunca vai ter, mas pelo menos vai poder continuar sua carreira sem ter que beijar a Madonna na boca.


Extra: Norah Jones pode ser considerada também uma heroína! Afinal, além dela ter que aturar um Keith Richards embriagado a abraçando enquanto tentava cantar e tocar, ela ainda teve a ingrata tarefa de salvar o clássico "Love Hurts" do que Richards estava fazendo. Segue o vídeo.


I know, It's only rock and roll! But I like it...