quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Especial - Review Norah Jones no Teatro Positivo (Curitiba)

Sim, a filha do lendário Ravi Shankar veio ao Brasil. Norah Jones, a musicista do Jazz e do Blues veio para cá com sua turnê The Fall. A cantora passou por Curitiba (cidade que infelizmente é esquecida por boa parte dos artistas) e deu seu show no dia 12/11. Minha amiga Kauana Chagas esteve no show e escreveu um texto relatando um pouco sobre a experiência que teve com o acontecido.


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Uma Jornada Para o Show

Para uma pessoa que nunca foi num show de teatro (ou seja, somente de público maior, aqueles em que as pessoas geralmente ficam 6 horas em uma fila e ainda por cima não conseguem ficar na frente) achei que seria a mesma coisa de sempre - já estava meio desperada com medo de chegar atrasada no show que comecaria às 21h. Sai de casa às 19h e já fiquei irrtada por causa do trânsito, morrendo de medo de ter um monte de gente, uma multidão na entrada e eu nem conseguir entrar no Teatro Positivo - mesmo as poltronas sendo numeradas, eu já maginava alguém sentado em meu lugar e eu tendo que brigar com o segurança para tira-la de lá.

Enfim, meu desespero foi à toa, pois cheguei ao local às 20h. Havia várias pessoas dentro do hall do teatro e eu já fui meio que entrando, mas o segurança me parou e disse: 'só daqui uns 40 minutos o publico poderá entrar'. Ah tá, que beleza! Todas aquelas pessoas faziam parte do evento (antes eu tivesse trabalhando no evento, assim não teria gasto tanto dinheiro, hehehe). Eu fiquei na espera, do lado de fora, quando começou um vento desesperador - tudo o que eu precisava! Apesar de ter sido a primeira a chegar, esqueci de me agasalhar bem e o resultado foi um vento congelador que peguei. Mas logo uma menina chegou e, como eu não gosto nada de conversar, já fui puxando o clássico assunto 'tá frio, né?'. E daí em diante o tempo voou - a Simone, garota que conheci, faz jornalismo e então sobrou assunto para conversamos (afinal, letras e jornalismo até que têm uma sincronia legal, hehe!).

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Achei meu lugar na 4ª fileira, poltrona nº 34. Sentei e fiquei super feliz porque faltavam somente 15 minutos para começar o show. Ah! Doce ilusão... uma dupla de músicos de jazz abriu o concerto - tinha me esquecido que o mais importante nunca começa de imediato, sempre tem um suspense antes para o que vem a seguir. Mas os músicos eram muito bons e inclusive um deles compôs a canção "Don't Know Why" que Norah tocou no final e o chamou para tocar juntos. O problema era que eu precisava sair do teatro às 22h15, no máximo, porque eu iria viajar e às 23h precisava estar no local. Então um novo desespero começou e eu corri o risco de não chegar no local para pegar o ônibus em tempo e ficar em Curitiba no feriado. Mas para minha sorte o ônibus era locado, então não tinha hora certa pra sair, assim puderam me esperar.

Foi às 21h45 que os músicos param de tocar e 15 minutos foi o tempo necessário para ajeitar o cenário para Norah. Super fofo! Colocaram um abajur bem do jeitinho dela, super delicado. Foi então que às 22h que soou um sinal de alerta de que o concerto começaria (foi o único momento em que percebi que o público ficou mais agitado). Norah Jones entrou magnífica tocando na guitarra a música "I Wouldn’t Need You". Aliás, o que mais me surpreendeu no show foi o fato de que ela tocou mais guitarra do que piano, e seu domínio sobre a guitarra era excepcional, não só tocando guitarra base mas também uns solos muito perfeitos - o que destacava que ela não estava fazendo de conta que tocava guitarra também. Logo que terminou a música a primeira coisa que comentou com o público foi o fato de terem montado os equipamentos longe da platéia, então ela já comentou "tem um espaço tão grando aqui no meio, vocês não acham? Poderia ter umas dançarinas aqui (risos). Mas eu vou para mais perto depois.".

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Às 22h20 meus pais já me ligaram falando que estavam quase chegando para me pegar, mas tinha acabado de começar o show então falei para minha mãe que ficaria até as 22h40 para pelo menos não perder todo o show, mas chegou o horário e eu não conseguia ir, as músicas "Waiting", "Back to Manhattan" entre outras eram tocadas e me seguravam ainda mais... foi então que às 23h15 com a última música "Don't Know Why" que eu consegui me levantar para sair. Norah e seus músicos até se despediram, mas quando eu estava subindo as escadas eles voltaram para o palco e cantaram mais uma música, a qual não consegui ver porque já estava super atrasada.

Bom, resumindo o tudo foi maravilho (tirando a parte que não consegui tirar foto porque era proibido e toda vez que tentava tirar uma foto tinha um segurança com um laser que o mirava na sua cara, impedindo que fosse tirada uma foto se quer – eu pelo menos não consegui). A Norah é super atenciosa, foi mais próximo do público várias vezes e sem contar a voz, que é igual as gravações dos CDs: perfeita, afinada e encantadora. Valeu a pena cada centavo, e não vejo a hora do próximo show para poder prestigiar a parte boa da musica que ainda existe.

Kauana Chagas