quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Especial - VMA 2009 - Parte 2

Falar que Kanye West é arrogante e insensato já não é novidade – mas na noite do VMA, ele ultrapassou todos os limites. Quando Taylor Swift foi receber o prêmio de melhor vídeoclipe de artista feminina , West simplesmente subiu no palco e desabafou que o vídeo de Beyoncé era um dos melhores de todos os tempos. Venhamos e conhevamos : o clipe de Taylor realmente não tinha nada demais, mas o “recado” foi totalmente inapropriado. Logicamente, o feito escatológico de proporções bíblicas recebeu enorme respaldo da web, TV e até mídia impressa, como se pode ver em sites como este e montagens como estas. O engraçado é que os chiliques de Kanye estão se tornando tão previsíveis que parecem combinados.



E pra um dos maiores desastres de relações públicas da história da música, um acontecimento igualmente polêmico : Beyoncé, ao receber o prêmio de Videoclipe do ano (era só ter esperado alguns minutos, Kanye…), deu a Taylor a chance de agradecer devidamente pelo seu prêmio e, provavelmente, para mostrar que A Destiny Child é Uma Uma Di-va. O interessante dessa história toda é que, juntamente com o “amadurecimento” musical de Bey dos últimos anos, parece que vem sendo feito todo um esforço para transformar a cantora num ícone da música pop/RnB; exatamente no que poderia se chamar de diva nos dias de hoje (se isso lá é elogio). Se for essa a intenção, os eventos do VMA de 2009 ajudaram grandemente para maturar a imagem pública de Beyoncé. Inclusive a performance de "Single Ladies".


"Single Ladies" foi o grande sucesso do último álbum da cantora e uma das performances mais aguardadas da noite. Contou com uma leve modificada na mixagem da música, mas apresentou elementos identificáveis do clipe : as mulheres de collant, Beyoncé (ou melhor, Sasha Fierce) com a armadura de Pégaso e a dancinha trenzinho das popozudas. Muito aplaudida, pode-se dizer que Knowles foi a que se saiu melhor no VMA 2009.
Saldo : o maior ídolo da história da música morreu e a “rainha do pop” está com o caixão quase encomendado também.

A nova geração?

Música country ganhando destaque e prêmios – ao menos de consolação – no mundo pop (sim sim, mas Shania Twain já sumiu…), mulheres que não saem de casa com absorvente reserva, conceitos de moda completamente exóticos, gente que acha que falar o que pensa, em qualquer cirscuntância, é válido, e um apresentador chato pra cacilda.

O futuro nos reserva grandes surpresas!

Droga..

Especial - VMA 2009 - Parte 1


Homenagem de Jackson pra Jackson

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Bem, tivemos recentemente mais um VMA (não que isso seja algo ruim, principalmente se comparado com aquele circo feito aqui no Brasil, chamado VMB – Vídeo, Música e Bananas?). Agora, o que realmente muda, difere um pouco as coisas, é a ausência de um dos artistas mais importantes (se não o mais) da história da música e da própria MTV: Michael Jackson.

Tristemente o mundo perdeu o mentor/padrinho musical de muitos, um artista completo, um talento puro, nato e, acima de tudo, um grande ser humano. É impossível negar a força e influência de seu legado musical que vem desde os tempos de sua “boy band”, o Jackson Five, passando pela fase adulta do grupo, o amadurecimento de Michael, Thriller e todas suas revoluções musicais posteriores.

Então, no dia 25 de Junho (dia em que eu estava na central administrativa do meu trabalho, fazendo um fatídico curso de aplicação de injetáveis) esta estrela na Terra foi para o Céu. Visto isto, é mais do que óbvio que a MTV serviu de recipiente para uma homenagem ao homem, o artista, o mito, Michael Jackson!

Primeiro a coisa começou com um pronunciamento da Madonna, bem articulado e emocionado. Nunca imaginei Madonna articulando pensamentos daquela maneira.
Depois começa o tributo. A música e o vídeo clipe de "Thriller" aparecem num telão enorme com efeitos novos e dançarinos vestidos com vários tipos de roupas que Michael usou durante sua carreira (tanto dentro, quanto fora dos palcos). Bem, os dançarinos foram esforçados e conseguiram manter a sincronia com o que estava na tela a maior parte do tempo. Mas não dá pra se livrar daquela sensação de comida requentada vendo mini caricaturas do Michael tentando fazer o que ele fazia (o que vale é a intenção).

O medley tocado consistiu em "Thriller", "Bad", "Smooth Criminal" e "Scream". Aliás, coitado do dançarino da ponta central, que não conseguiu enganchar os sapatos direito (ou simplesmente não teve força) na hora da inclinação de "Smooth Criminal", enfim…



Então começa "Scream". Dançarinos e dançarinos. De repente a música pára, sobem uns enfeites esquisitos do palco bem ao clima do vídeo e Janet Jackson sai cantando e dançando. É, Janet herdou bem o profissionalismo de seu irmão. E chegou a parte mais curiosa. O momento em que a música pára, Janet susurra e então a explosão corporal acontece. Mas aí então a surpresa: no telão, apenas Michael dançando. Janet foi apagada digitalmente do vídeo. A câmera mostra bem no ângulo Michael de um lado no vídeo e Janet do outro ao vivo. Uma cena emocionante.

Ao fim da performance, Janet parece agradecer aos céus (para seu irmão, mais precisamente) e adota uma postura rígida, com uma cara que definia-se como um misto de tristeza e raiva. Seu irmão está morto.

Talvez esta homenagem tenha conseguido representar um pouco da importância deste músico na história da música (apesar do curto tempo) e pode ser colocado como a homenagem definitiva neste tipo de linguagem.

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Gaga…

Lady Gaga… a mistura de Michael Jackson, Freddie Mercury e Cher! Perfeito! ou quase…
Pra quem nunca viu uma apresentação da Gaga (este nome artístico soa como uma péssima homenagem ao Queen), esta foi uma bem abrangente…

Gaga começou os trabalhos com uma versão lenta de “Poker Face” acapella, mas só uma primeira parte do refrão. Depois prossegue com “Paparazzi“. Ela e os dançarinos todos vestidos com roupas brancas esquisitas.

Os pontos interessantes foram a parte em que dançarinos estão em cadeiras de rodas e muletas, a em que Gaga “senta-se” ao piano (ela na verdade senta a perna no piano enquanto toca), o momento em que começa a sangrar (talvez uma injeção de Depo-Provera resolvesse o problema, mas acho que ela quis assim mesmo). E por último, seu enforcamento simulado (que se era pra chocar, não deu certo, mas que foi inventivo, foi). Gaga lembra muito Freddie Mercury em seu talento instrumental (domina o piano como pouquíssimos) e por sua presença de palco. Lembra Jackson por se vestir do jeito que bem entende (no caso aqui cabe mais interpretação/dedicação musical integral, mas…) e Cher, bem, acho que não preciso dizer…



Foi uma performance bem interessante para uma nova artista bem interessante… Ela conseguiu ofuscar Kate Perry e colocar interrogações na disputa de Lily Allen e Amy Winehouse sobre qual poderia ser a mulher do ano (Lily ganhou, mas bem que isso poderia correr o risco de ser revogado).


A pergunta que faço é: Quais são os critérios para eleger uma “Mulher do Ano”?

Bem, não interessa, “Just Dance”…