quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Quick - Cartões Motivacionais 12

AMR - Lover In The Dark (Berndsen)

Análise: Single do álbum Lover In The Dark, da banda Berndsen, da Islândia. Lançado em 2009.


Se acha que já viu tudo na vida, visite a Islândia!

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Islândia. Um lugar com pouco mais de 320 mil habitantes, com invernos bem rigorosos, produtora de tradicionais pratos, como a salsicha de fígado e a carne de tubarão estragada. E pra terminar, pátria de Björk e da banda de Rock Sigur Rós. É, realmente é um lugar diversificadamente estranho. Principalmente falando de música, onde temos a Björk (e sua antiga banda, o Sugarcubes) como expoente maior. Quem assiste os vídeos de "Pagan Poetry" e "Cocoon", por exemplo, devem imaginar que um islandês tenha um alienígena de 6 tentáculos no lugar de um cachorro no quintal...

Mas não estamos aqui para falar de país um tanto quanto obscuros nem da Björk. O negócio é uma nova banda saída deste lugar. O chamado Berndsen (não tenho certeza que Berndsen é o nome de uma banda, de um projeto ou simplesmente o nome do artista mesmo, David Berndsen) vem tentando obter seu espaço no mundo da música com sons realmente interessantes. E se as músicas soam diferentes e atraentes, nem falo nada sobre os vídeo-clipes - que fogem muito daquele negócio de "dançar em um fundo branco", preferindo algo criativo mesmo que não tenha sentido.


O Berndsen tenta ser um revival dos anos 80, com ênfase clara nos sintetizadores. Apesar de ser um tanto quanto Dance, não é aquele Dance que você vá querer dançar - e sim prestar atenção no que aquele cara tá fazendo. Aliás, o cara (David) realmente se parece um viking, daqueles saído diretamente de uma Reiquiavique do século XIV. Só falta seu estúdio de gravações ser em um navio e usar aquele "chapéu" com os chifres!

"Lover In The Dark" tem um clima meio vídeo-game (não só pelo som, mas até pelo vídeo-clipe, que mostra David como um herói que combate forças do mal e espalha amor pela Islândia). A voz de David soa triste como remete a música. Temos também toda a estrutura sintética em que está envolvida a música - mas não sintético de uma maneira negativa, é um sintético legal, dentro do padrão, sem encher o saco de tão falso ou artificial. Sobre a referencial aos anos 80, sentimos um forte "cheiro" de Pet Shop Boys - fora que a melodia do sintetizador no meio da música é muito parecida com parte da canção "You Can't Stop the Music" do grupo Village People.


A Islândia pode trazer coisas estranhas, mas o que é estranho é diferente, e o que é diferente foge ao marasmo da igualdade na qual nos encontramos. Hoje em dia, aqui no Brasil por exemplo, só ouvimos aquele papo de "você não me quis, agora eu vou pra balada" e outras "divagações cornísticas" com o mesmo fundo, o chamado Sertanejo Universitário.

Mas esqueçam. (Ainda) não vai ser isso que vai mudar alguma coisa na música. Enquanto isso, dá pra correr para alguma caverna na Islândia e ouvir algo mais criativo...