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terça-feira, 25 de junho de 2013
Quick - 4 Anos Sem Michael Jackson
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terça-feira, 26 de março de 2013
AMR - Good Time (Owl City)
Análise: Segunda single do álbum The Midsummer Station, do Owl City. Lançado em Junho de 2012, alcançou #8US e #5UK.
No final das contas, apesar de relativo sucesso, não consigo ver a que a carreira de Adam se deve. Para o seu restrito público, isso deve fazer sentido, mas para o resto, é apenas isso mesmo: resto. Seu single de maior sucesso foi um aparecido curioso, como é de praxe acontecer. Não tenho certeza, mas talvez seja mais provável os materiais seguintes da Carly serem mais interessantes. É esperar pra ver.
É, parece que sim...
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Aquela rapaz esquisito, magrelo, de feições afinadas e com jeitão nerd está de volta. Não, não estamos falando do Sheldon Cooper do The Big Bang Theory, mas sim do Adam Young, o cara por trás do projeto Owl City. Ele apareceu quando seu single, "Fireflies", chegou ao topo das paradas em 2009. É, faz tempo. E assim como fogos de artifício, ele subiu, explodiu e sumiu...
Bem, Adam tem uma história interessante e peculiar. Começou a compor enquanto trabalhava, carregando mercadorias em um caminhão da Coca-Cola. Depois ele colocava tudo no MySpace (que foi uma nascente produtiva de artistas antes de virar um cemitério desolado igual o Orkut), onde seus projetos tiveram boa projeção e aceitação. Dali para músicas vendidas no iTunes, um EP e um álbum, foi um pulo.
A canção é mediana, não tem lá tanto apelo (exatamente como o single "Fireflies") e a participação de Carly Rae Jepsen não é relevante (num típico caso onde mal pode-se identificá-la por sua voz não estar tão destacada). É provável que ela tenha sido chamada apenas para utilizar sua recém conquistada popularidade para alavancar a coisa - tipo uma embalagem de luxo.
No final das contas, apesar de relativo sucesso, não consigo ver a que a carreira de Adam se deve. Para o seu restrito público, isso deve fazer sentido, mas para o resto, é apenas isso mesmo: resto. Seu single de maior sucesso foi um aparecido curioso, como é de praxe acontecer. Não tenho certeza, mas talvez seja mais provável os materiais seguintes da Carly serem mais interessantes. É esperar pra ver.
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domingo, 19 de agosto de 2012
AMR - Coincidências 9
Nem sempre a "inspiração" para a criação de um novo projeto acaba vindo lá do fundo do baú (ou até em alguns casos, do fundo do poço mesmo). As coincidências e inspirações (ou pesquisas, como preferem chamar por aí) também podem acabar vindo de um lugar não tão distante no tempo. Afinal, todos nós sabemos que se tem algo que os novos artista (não todos, eu sei, mas a maioria) sabe fazer é reciclagem. A criação em si já não tem mais o apelo necessário - a "inovação" do que já foi feito parece ser mais fácil e/ou barato.
Podemos falar do já saturado caso do George Harrison e "My Sweet Lord", mas seria chover no molhado, de qualquer maneira...
Um grupo que costuma ser muito criativo é o Indie. Este pessoal que faz uma música diferenciada, distante do costumeiro mundo Pop e de consumo rápido consegue criar algumas pérolas. E isso não é de hoje: The Moles (grupo criado pela banda Simon Dupree and the Big Sound) fizeram exatamente isso no final dos anos 60 e soou muito interessante, apesar de não terem passado disso e terem continuado com outro nome e outra ideia. O fato é que um dos frutos das últimas safras do Alternativo é Marina, referenciada como Marina and the Diamonds. Cantora galesa de 26 anos, iniciou carreira em 2007 e chegou a chamar a atenção com o single "I Am Not a Robot", em 2010.
Como é de costume no mundo da música, o pessoal Indie é desconhecido da grande massa e acaba, em boa parte dos casos, adquirindo o status cult. São três opções: 1 - ou fica muito famoso e deixa a camada Alternativa para algo mais comercial; 2 - consegue tal notoriedade que conquista um invejável status cult; 3 - continua fazendo sua música sem grandes progressos, mas sem se render a um "populismo" musical.
Seu sucesso atual é a canção "Primadonna", lançada agora em Março. A canção chegou a #11UK. Nada mal para uma cantora da categoria Indie...
Um bom tempo depois de as Spice Girls fazerem seu sucesso pela Inglaterra, vários outros grupos pipocaram por lá, sem grande repercussão pelo mundo - os ingleses curtem bastante boy band e girl group. Dentre eles, o Atomic Kitten, Sugababes, The Saturdays, Stooshe e o Girls Aloud. Já ouviu falar de alguma delas? Muito provavelmente não, mas se falarmos em Spice Girl você com certeza sai dançando "Wanna Be" pela casa.
Um destes grupos, o Girls Aloud, é um grupo bem popular por lá e de seus 21 singles, apenas um não entrou no top 10 da Inglaterra (dentre estes, até mesmo um single com as Sugababes). Atualmente encontrasse em hiato e uma de suas componentes, Cheryl Cole, está tratando de sua carreira solo desde 2009. A cantora tem tido um certo destaque solo e até mesmo uma participação de Will.I.Am em um single. Destaque para "Fight for This Love", sucesso de 2009.
Um bom tempo depois de as Spice Girls fazerem seu sucesso pela Inglaterra, vários outros grupos pipocaram por lá, sem grande repercussão pelo mundo - os ingleses curtem bastante boy band e girl group. Dentre eles, o Atomic Kitten, Sugababes, The Saturdays, Stooshe e o Girls Aloud. Já ouviu falar de alguma delas? Muito provavelmente não, mas se falarmos em Spice Girl você com certeza sai dançando "Wanna Be" pela casa.
Um destes grupos, o Girls Aloud, é um grupo bem popular por lá e de seus 21 singles, apenas um não entrou no top 10 da Inglaterra (dentre estes, até mesmo um single com as Sugababes). Atualmente encontrasse em hiato e uma de suas componentes, Cheryl Cole, está tratando de sua carreira solo desde 2009. A cantora tem tido um certo destaque solo e até mesmo uma participação de Will.I.Am em um single. Destaque para "Fight for This Love", sucesso de 2009.
"Fight for this royalty..."
A melodia é realmente muito parecida, até em alguns momentos parece que Marina vai cantar algum trecho de "Fight For This Love". A proximidade em épocas de lançamento também é muito semelhante, o que pode nos fazer supor que existiu algo inconsciente aí no meio. Não podemos claro falar diretamente de Marina, pois ela não teve envolvimento na produção da canção - ela apenas participou da confecção da letra.
São duas canções boas, mas se for para colocar uma do lado da outra, com certeza "Fight For This Love" sagraria-se campeã. O clima criado na canção é mais atraente e voz de Cole é mais chamativa, com um pequeno tom intimista. Agora falando sobre a Marina: ela é uma boa cantora, tem um futuro legal e eu prefiro "Oh No!", onde ela mostra seus vocais de maneira interessante e um single muito bom.
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terça-feira, 24 de julho de 2012
Prós/Contras Divas 1: Rihanna (atualização)
Como a Rihanna lançou vários trabalhos desde que finalizei o primeiro Prós/Contras, decidi que uma atualização seria interessante para acompanhar sua carreira e evolução. E aí está!
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sábado, 18 de junho de 2011
AMR - Haven't Met You Yet (Michael Bublé)
Análise: Primeiro single do álbum Crazy Love, do cantor Michael Bublé. Lançado em 2009, alcançou #24US e #5UK.
O que? O Sono?
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Antes tarde do que nunca! O single em questão foi lançado em 2009, mas, como nunca escrevi nada sobre Michael Bublé, esta é a melhor chance possível.
Cantor de Jazz Michael Bublé surgiu em meados dos anos 90 e se consolidou com peças como "Everything" de 2007 e várias covers que fez durante a carreira, como "How Can You Mend a Broken Heart" do Bee Gees, "Kissing a Fool" do George Michael, "Save the Last Dance for Me" do The Drifters (de 1960!) e até mesmo "Me and Mrs Jones" de Billy Paul. Todas estas acanções condizem bem com o estilo musical do cantor.
Agora não sei bem se é pelo fato de ser Jazz, se é pelo jeito de cantar ou qualquer outra coisa. Mas, apesar de não cantar porcarias como Lil Wayne, T-Pain, Akon e outros menos cotados fazem, o trabalho de Bublé é coberto por uma névoa chatice imensurável. Apesar de ser um estilo bem melhor do que muita coisa que tem por aí (tipo Reggae ou Reggaeton), definitivamente é coisa para poucos - ou coisa para mais antigos, pois o Jazz não é o estilo mais novo do mundo. Mas de qualquer maneira, o caminho que Michael escolheu está sendo bem traçado.
E "Haven't Met You Yet" é, por incrível que pareça, um trabalho legal, nada chato. É um single mais Pop, com pouquíssimas influências do Jazz (embora elas existam, sendo a estrutura principal da canção). Um Jazz mais Pop é algo mais tragável, que se pode curtir e experimentar mais profundamente. Não que "Everything" tenha sido ruim, apenas não havia atingido este nível comercial - sem efeitos colaterais negativos, diga-se de passagem.
O single seguinte, "Hold On", já puxa para a calmaria característica do Jazz, mas ainda sim já é um pouco mais fácil que as baladas antigas que Bublé tanto gosta de gravar. Para que curte artistas como Diana Krall e Norah Jones, Michael Bublé é, sem dúvida, uma escolha agradável e, em certos momentos, até um pouco mais agitada que o tradicional. Vale até para não iniciados (pelo menos do álbum Crazy Love pra cima).
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quarta-feira, 15 de junho de 2011
AMR - Rolling in the Deep (Adele)
Análise: Primeiro single do álbum 21, da cantora Adele. Lançado em Novembro de 2010, alcançou #1US e #2UK.
Enquanto isso, ela deita e rola nos chart da Billboard...
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A cantora inglêsa Adele Laurie Blue Adkins, de 23 anos, mais uma artista que ganhou uma forcinha da divulgação do MySpace e vencedora de 2 Grammys em 2009 (Melhor Nova Artista e Melhor Performance Vocal Pop Feminina) é a atual ocupante do topo da Billboard. Já são 5 semanas no alto e mais duas semanas ela vai passar "Born This Way" da Lady Gaga como o single de maior tempo no topo em 2011. Mas será que a canção "Rolling in the Deep" de fato merece estar lá?
Primeiramente, vamos falar sobre os vocais. Esta parte é indiscutível. É evidente a grande capacidade vocal de Adele, tanto em estúdio quanto em suas apresentações. Ela tem uma das melhores e mais potentes vozes já surgidas nos últimos tempos. Apesar de ter boa voz, Lady Gaga não chega no mesmo patamar (e já que ela preferiu o caminho mais fácil, o comercialismo de quem prefere muito mais imagens e atitudes do que a música em si...) e temos um bom produto para colocar ao lado de Amy Winehouse (que teve um Back to Black um grande trabalho, mas que teve algo melhor ainda em sua estréia com Frank). E o fato dela não ter o visual espalhafatoso das outras duas (o cabelo colméia da Amy Winehouse e, bem, todo o resto da Lady Gaga) contribui positivamente.
As composições de Adele são um misto de R&B, Soul e Jazz. A coisa toda gira basicamente sobre estes rótulos. Em alguns momentos é mais Jazz - como em suas baladas regidas pelo piano - e mais R&B e Soul, como é o caso do single em questão. Ela consegue transformar o Gótico oitentista e alternativo de Robert Smith em algo mais Soul - de fato, alma -, com sua cover de "Lovesong" (aliás, algo mais ou menos parecido com o que Cary Brothers fez com "Something About You" do Level 42 - uma transição bem sucedida de estilos).
Talvez um ponto negativo para Adele é o fato de não ter lá uma grande presença de palco. Concordo que o estilo no qual ela trabalha não permite lá um show pirotécnico ou coisa parecida, e assim como Amy Winehouse, acaba por ser um pouco inibida, tenta (é, tenta) uma presença mais marcante. Cara, até mesmo o Michael Bublé, que só falta ter escrito "Jazz" na testa se mexe bastante no palco (sua apresentação de "Crazy Little Thing Called Love" chega a surpreender).
Adele está no seu segundo álbum, tem 2 Grammys na bagagem e um poderoso #1 nos Estados Unidos (conseguiu um #1 na Inglaterra com "Someone Like You"). Ou seja, algo parecido com o que Winehouse conquistou. Só espero que a Adele consiga chegar ao estúdio para o terceiro álbum conseguindo desviar bem de escândalos, amantes, álcool e drogas no caminho. Talvez ela saiba que a música é a coisa mais importante.
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quinta-feira, 24 de março de 2011
AMR - Love Me (Justin Bieber)
Análise: Single promocional saido do EP My World, de Justin Bieber. Lançado em Outubro de 2009, alcançou #37US e #71UK.
Lovefool - Love = Fool... é isso aí, Fool!
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Nos anos 90, uma banda chamada The Cardigans surgiu produzindo um som bem Pop - nada de novidade se lembrarmos que isso é a coisa mais comum do universo. Fundada em 1992, a banda liderada pela vocalista Nina Persson produziu um clássico Pop e bem engraçadinho no álbum First Band on the Moon, de 1996: "Love Fool". A canção é daquele tipo que gruda no ouvido, uma melodia interessante e bem agradável. Quem gosta de música Pop dos anos 90 com certeza conhece e tem certa consideração por esta peça.
O que acontece é que, geralmente, este tipo de projeto não precisa nem é passível de qualquer tipo de releitura. Se você se presta a reproduzir uma obra ou fazer um referencial a ela, você precisa ter plena convicção e capacidade de fazer melhor do que sua versão original - pois podem haver casos em que a versão original não seria a melhor, a mais trabalhada, mais realizada. É como fazer cover das músicas do Queen. Ou você fazer de uma maneira que possa ser tão agradável quanto ouvir os solos de Brian May ou a voz magnífica de Freddie Mercury ou você vai catar coquinho na ladeira. Tentar reproduzir a coisa com competência ou vai apenas queimar a sua cara e, dependendo do caso, remexer uns esqueletos no caixão (como seria o caso de Freddie Mercury).
Agora, voltando...
Em 2009, Justin Bieber lançou seu primeiro projeto "consistente" chamado My World, um EP (uma gravadora que olha pro Bieber realmente não teria coragem de lhe dar a chance de um LP logo de cara) que foi sua porta de entrada para o show business - e que contém a constrangedora e infantil "One Less Lonely Girl". E, dentre as canções deste álbum, está uma chamada "Love Me", a última do tracklist. E é aí que está o problema.
Eu não resenharia uma canção do Justin Bieber do nada (ainda mais de um EP que ainda por cima foi lançado em 2009 - com raríssimas excessões, as canções de Bieber não são atrativas ou interessantes). Mas o que temos aqui é um caso clássico: artista novo fazendo cover ou uso de samples de algum artista mais antigo ou single clássico - vale lembrar, por exemplo, Katy Perry com "Use Your Love", sua versão para "Your Love" da banda de Pop Rock oitentista Outfield. E neste momento encaixamos todo este prólogo que redigi no começo deste artigo: a clássica "Lovefool", que até mesmo os próprios The Cardigans não utilizam mais, não estava necessitando de qualquer releitura e não seria Justin Bieber que faria, de alguma maneira, a coisa ficar melhor.
A canção tem todo um clima sintético, Pop sintético pré-processado. Não muda muita coisa do que Bieber anda fazendo e se esta direção não for mudada logo, podemos carimbar na testa de Justin um gigante "Carência de Originalidade". Pra quem acha que o sample de "Lovefool" poderia melhorar algo, apenas transforma, tristemente, o refrão em algo sem nenhum tipo de energia ou referencial - o único referencial, aliás, é você desligar isso e ir ouvir The Cardigans.
Por fim, a sensação é de você imaginar comer um prato de macarronada mas te servirem um prato de miojo. É como querer ouvir Michael Jackson e tocarem Justin Timberlake. É como querer assistir CQC e passar Legendários. Enfim, Justin Bieber de fato não canta mal, mas a força que faltou neste projeto é tanto que ele deve ser devidamente esquecido.
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
AMR - Stereo Love (Edward Maya & Vika Jigulina)
Análise: Single de estréia de Edward Maya com participação da cantora Vika Jigulina. Lançado em Outubro de 2009, alcançou #74US e #4UK.
Como seria o Mono Love?
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O que temos aqui... mais uma baladinha (não no sentido romântico, claro) que acabou ficando muito famosa (com um grande atraso no Brasil). Impossível não lembrar de Crystal Waters, com "Gypsy Woman (She's Homeless)", "Makin' Happy" e a mais recente "Destination Calabria", participação especial no projeto de Alex Caudino - isso para colocar um exemplo mais antigo! A própria "We No Speak Americano" é um exemplo para o que "Stereo Love" é - entretenimento a la Fast Food. Digamos que seria uma espécie de Big Mac bem-feito, igual aqueles que aparecem nas fotos de divulgação.
Enfim... Edward Maya é um músico romeno que iniciou no mundo da música em 2009 com o álbum Stereo Love. A estréia com o single "Stereo Love" foi bem sucedida, com 60 milhões de visitas do vídeo-clipe no Youtube em menos de 1 ano. Tenho certeza que absolutamente todo mundo ouviu essa canção por aí. Geralmente algum babaca sem-noção passando com seu carro (na verdade o carro é do papai) e com esta canção no volume máximo pelas ruas. Ao menos dá pra perceber que neste caso essas criaturas não erraram na canção, só no volume.
Bem, é uma canção gostosa, pra curtir sem medo nenhum. Inclusive acredito que seja este tipo de som que o pessoal goste de ouvir na balada naqueles momentos mais, digamos, easy (se é que de fato existe isso em balada). Porém, apesar de ter uma produção legal, não trás nada de novo - o efeito central da música é o som tipo "gaita de foles" ou seja lá o que é. Aliás, é justamente esta parte que nos mostra a origem desta canção. E acreditem... este projeto tem como fundo uma origem na Argélia!
"Stereo Love" tem como base a canção "Bayatılar" de Brilliant Dadashova, composta por Eldar Mansurov em 1989! Porém, este sample não foi feito legalmente - plágio. No final das contas, foi feito um acordo onde Mansurov recebe os créditos como co-autor da faixa. No final das contas achei "Bayatılar" bem interessante, com seu clima Pop Arábico (humm, que não se lembra do cantor argeliano Khaled com sua "El Arbi" que tocou até encher o saco de todo mundo? Hauhauah...)
A adaptação feita da cançã nesta caso (tirando o fato de ter sido feita como plágio) foi bem sucedida, o que dá ponte para que estes dois artistas possam continuar fazendo projetos nesta linha - da maneira correta daqui em diante, espero.
Vídeo da "Stereo Love":
Vídeo da "Bayatılar":
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We No Speak Americano
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
AMR - Lover In The Dark (Berndsen)
Análise: Single do álbum Lover In The Dark, da banda Berndsen, da Islândia. Lançado em 2009.
Se acha que já viu tudo na vida, visite a Islândia!
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Islândia. Um lugar com pouco mais de 320 mil habitantes, com invernos bem rigorosos, produtora de tradicionais pratos, como a salsicha de fígado e a carne de tubarão estragada. E pra terminar, pátria de Björk e da banda de Rock Sigur Rós. É, realmente é um lugar diversificadamente estranho. Principalmente falando de música, onde temos a Björk (e sua antiga banda, o Sugarcubes) como expoente maior. Quem assiste os vídeos de "Pagan Poetry" e "Cocoon", por exemplo, devem imaginar que um islandês tenha um alienígena de 6 tentáculos no lugar de um cachorro no quintal...
Mas não estamos aqui para falar de país um tanto quanto obscuros nem da Björk. O negócio é uma nova banda saída deste lugar. O chamado Berndsen (não tenho certeza que Berndsen é o nome de uma banda, de um projeto ou simplesmente o nome do artista mesmo, David Berndsen) vem tentando obter seu espaço no mundo da música com sons realmente interessantes. E se as músicas soam diferentes e atraentes, nem falo nada sobre os vídeo-clipes - que fogem muito daquele negócio de "dançar em um fundo branco", preferindo algo criativo mesmo que não tenha sentido.
O Berndsen tenta ser um revival dos anos 80, com ênfase clara nos sintetizadores. Apesar de ser um tanto quanto Dance, não é aquele Dance que você vá querer dançar - e sim prestar atenção no que aquele cara tá fazendo. Aliás, o cara (David) realmente se parece um viking, daqueles saído diretamente de uma Reiquiavique do século XIV. Só falta seu estúdio de gravações ser em um navio e usar aquele "chapéu" com os chifres!
"Lover In The Dark" tem um clima meio vídeo-game (não só pelo som, mas até pelo vídeo-clipe, que mostra David como um herói que combate forças do mal e espalha amor pela Islândia). A voz de David soa triste como remete a música. Temos também toda a estrutura sintética em que está envolvida a música - mas não sintético de uma maneira negativa, é um sintético legal, dentro do padrão, sem encher o saco de tão falso ou artificial. Sobre a referencial aos anos 80, sentimos um forte "cheiro" de Pet Shop Boys - fora que a melodia do sintetizador no meio da música é muito parecida com parte da canção "You Can't Stop the Music" do grupo Village People.
A Islândia pode trazer coisas estranhas, mas o que é estranho é diferente, e o que é diferente foge ao marasmo da igualdade na qual nos encontramos. Hoje em dia, aqui no Brasil por exemplo, só ouvimos aquele papo de "você não me quis, agora eu vou pra balada" e outras "divagações cornísticas" com o mesmo fundo, o chamado Sertanejo Universitário.
Mas esqueçam. (Ainda) não vai ser isso que vai mudar alguma coisa na música. Enquanto isso, dá pra correr para alguma caverna na Islândia e ouvir algo mais criativo...
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domingo, 25 de julho de 2010
AMR - A Night Like This (Caro Emerald)
Análise: Segundo single do álbum Deleted Scenes From the Cutting Room Floor, da cantora Caro Emerald. Lançado em Dezembro de 2009, alcançou #2 em seu país, os Países Baixos.
Enquanto isso, em mais uma noite em algum conservatório no Amsterdam..
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Honestamente, o único projeto musical relevante que eu conheço vindo dos Países Baixos é a banda Shocking Blue, de Mariska Veres. Isto até surgir a cantora Caro Emerald (Caroline Esmeralda van der Leeuw), estudante de jazz e ex-participante de corais harmônicos - figura conhecida de vários eventos musicais de seu país. Caro apareceu com a canção "Back It Up", que foi escrita originalmente para algum grupo Pop japonês (que na verdade serviria como uma luva para a Lily Allen).
Considerando que o Shocking Blue iniciou suas atividades em 1967 e que Caro se lançou lá por 2008, os Países Baixos mostram um vácuo musical de 41 anos (auhaahhauahua, brincadeira)...
Caro faz uma divertida mistura de Jazz com Pop de uma maneira contemporânea, sem nos fazer lembrar do Jazz de raíz - como Amy Winehouse faz (com esmero). Por alguns segundos, até pensei que fosse a cantora de Indie Pop Ingrid Michaelson (da divertida "Be OK"), fazendo alguma coisa envolvendo o Jazz - a canção é tão descontraída quanto Michaelson pode soar. Um projeto diferente mas que não quer ser nada mais que interessante, sem grandes pretensões. Ainda sim, seria muito interessante que Caro conseguisse uma exposição maior no mundo da música - o fato de que esta canção foi escolhida como tema de uma propagada da bebida Martini (naquele país) não é lá algo de muito potencial para divulgações...
E já que citei Lily Allen, de fato "A Night Like This" também parece ser um projeto dela - inclusive uma certa semelhança com sua "Knock 'em Out" e o clima meio "Alfie". Porém a voz de Caro é bemmm superior a de Allen. Parece que Emerald fez a lição de casa direitinho enquanto esteve no conservatório. Sua voz é realmente muito proveitosa, sendo uma espécie de contra-ponto da voz de sua conterrânea, vocalista do Shocking Blue (não que Mariska tivesse uma voz ruim, apenas menos - bem menos - feminina).
"A Night Like This" é uma opção (bemmm) diferente, uma canção bem legal, um achado no meio de tanto Sertanejo Universitário, Hip-Hop travestido de Pop e etc.
Enquanto Amy Winehouse continua se engalfinhando com a mídia e por algum motivo atrasando o lançamento de seu novo álbum, dá pra se divertir muito com outros artistas por aí que se utilizam de Jazz e Blues para dar uma base decente para sua música. E no caso de Caro e seu descontraído Jazz, é diversão sem receios.
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sexta-feira, 2 de julho de 2010
AMR - A História de Lily Braun (Maria Gadú)
Análise: Quarto single do álbum homônimo da cantora Maria Gadú.
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Primeiramente, vamos desvendar a origem de Lily Braun!
A canção foi composta por Chico Buarque e Edu Lobo para um espetáculo musical em 1983 - baseado em um poema de Jorge de Lima, datado em 1938, gerando uma turnê. O musical era algo bem diversificado, misturando poesia, balé e teatro - dentre vários outras vertentes artísticas. Foi uma turnê muito bem sucedida, com público total de 200 mil pessoas em quase 200 apresentações, englobando até mesmo outro país, Portugal.
Na trilha-sonora lançada, "A História de Lily Braun" é interpretada por Gal Costa. O projeto inteiro contou com a participação de artistas como Milton Nascimento, Simone, Gilberto Gil, Tim Maia e Zizi Possi. Gente de peso, projeto de "responsa"!
Em 2009, a canção foi resgatada por esta revelação da MPB, Maria Gadú - que apareceu bastante com o hit de estréia, "Shimbalaiê". Gadú, com seus 23 anos, tem uma voz bonita, apesar de não ser tão distinta. Ela já interpretou o clássico "Ne Me Quitte Pas" (que se encontra seu disco de estréia) e até já trabalhou com a cantora Ana Carolina.
É simplesmente impossível analisar este trabalho de Maria Gadú sem compará-lo a versão original de Gal Costa e também sua versão interpretada pelo compositor da faixa, Chico Buarque. Logo me vejo obrigado a fazer uma tripla análise. Então vamos primeiro analisar as versões de Maria Gadú, Gal Costa e Chico Buarque, respectivamente - e fazendo as devidas comparações.
Maria Gadú
Maria manteve aquele clima meio blues, meio jazz que permeia as duas versões anteriores. Uma das diferenças é que aqui o clima da canção é cadenciado, ou seja, tem um clima mais ameno, mais traquilo - adaptado ao estilo vocal de Gadú. Aliás, todas as versões nos fazem imaginar aqueles bares dos anos 30 - ou qualquer época relacionada. É algo realmente diferente na MPB atual, o que não deixa de ser irônico: algo distinto na atual MPB é na verdade um resgate da antiga MPB tendo como base um trabalho de um consagrado músico do estilo - com o detalhe de ser um projeto de uns 26 anos de idade!
Gal Costa
Bem... Gal Costa é uma consagrada cantora, considerada a melhor em território nacional. Ou seja, pode parecer um grande covardia compara-la com alguém no comecinho como Gadú, mas vamos lá. O o clima aqui já é um pouco mais movimentado, lembrando velhos clássicos do jazz. Somando isso a grande e graciosa voz de Gal Costa, podemos dizer que isso poderia mesmo ter sido composto em épocas antigas, tipo uns 50 anos atrás - e sim, isso foi, definitivamente um elogio. Buarque conseguiu fazer um reinvenção de estilo, assim como Gadú conseguiu tirar o pó de cima consideralvemente.
Chico Buarque e Edu Lobo
Como boa parte dos compositores que escrevem e compõe para outros artistas ou projetos, Chico Buarque fez a sua versão para seu trabalho. A letra criada por Chico Buarque e Edu Lobo tem aquele charme e mistério exigidos para tal projeto. Buarque é um bom intérprete, isso é tão incontestável quanto o título de melhor cantora do Brasil que Gal Costa ostenta. Mas que é muito estranho um homem cantar uma letra com uma protagonista, isso é! Chico e Edu cantando coisas como "[...] o homem dos meus sonhos [...]" e "[...] disse que meu corpo era só dele aquela noite [...]" soa realmente estranho. Me lembra quando Barry Gibb, do Bee Gees, tentava interpretar, com sua banda, canções que eles fizeram para cantoras como Samantha Sang e Barbra Streisand - o resultado final era um Barry um tanto sem graça modificando a letra "I'm a woman in love" para "you are a woman in love". Claro que neste caso, não tem como fazer qualquer alteração, nem de gênero.
Enfim, Gadú teve o mérito de fazer um bom trabalho com material reciclado - material de primeira, diga-se de passagem. Obviamente que algo bom e de valor artístico como este não recebeu tanto destaque nem foi single oficial (apenas um promo). No final das contas: ponto para a Gadú...
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