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quinta-feira, 1 de agosto de 2013

AMR - Treasure (Bruno Mars)

Análise: Terceiro single do álbum Unorthodox Jukebox, do Bruno Mars. Lançado em Junho de 2013, alcançou #5US e #12UK.


Oldie but goldie?

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Ultimamente parece que virou moda artistas atuais trabalharem em revivais musicais em suas carreiras. Seja por pura afinidade, por alguma homenagem aos bons tempos, ou simplesmente um experimento inusitado, alguns artistas estão querendo voltar aos tempos da Disco Music. Tá bem, tá bem... não são muitos. O Daft Punk lançou "Get Lucky", que inclusive teve a participação de um dos maiores representantes do estilo: Nile Rodgers, do Chic.

E como Mars já estava nos remetendo ao Michael Jackson do final dos anos 70, época do álbum Off The Wall, nada mais natural que uma referência, homenagem ou demostração de afinidade com estilos e artistas que o precederam. Pagar tributo ou "sentar nos ombros do gigante". De qualquer forma, o resultado parece ser bom.


"Treasure" pode ser definido, especialmente quando se trata da parte visual da coisa (vídeo-clipe) como uma mistura de Kool and The Gang com Michael Jackson. O visual dos anos 70 que permeia o clipe somado ao filtro usado para simular uma gravação antiga realmente leva as coisas aos velhos tempos. A canção é divertida, embora em alguns momentos soe mais como anos 80 do que os anos 70. A propósito, poderia fazer parte da trilha sonora do GTA Vice City numa boa...

Para quem gosta dos tempos que Tony Manero andava por aí carregando um balde ao som de "Staying Alive" ou dos tempos que Barry White arrepiava com sua voz grave, este single é uma opção interessante para o saudosismo. Especialmente quando não se gosta nada do que se ouve por aí hoje em dia...


quarta-feira, 24 de julho de 2013

AMR - Ohh La La (Britney Spears)

Análise: Single parte da trilha-sonora do filme Smurfs 2, da Britney Spears. Lançado em Junho de 2013, alcançou #54US.



Oh la la... Smurfete!

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A erroneamente proclamada Princesa do Pop parou com as esquisitices já faz um tempo. Quem se lembrar dos ataques com guarda-chuvas, de cabeça raspada e etc? Ah, isso sem contar beijos lésbicos, casamentos etéreos e mais um montão de coisas que tornam o mundo da música uma imensa massaroca de marketing em detrimento do que realmente é importante: a música de qualidade/divertida.

Britney aquietou seu marketing bizarro (mais parece que ela passou o bastão para a Lady Gaga), e sumiu das vistas na mesma proporção. Seu último trabalho visível foi "Criminal", em 2011 (não conta "Scream & Shout" com o Will.I.Am, pois os créditos são divididos), e desde então o máximo que ela tem feito é ser jurada em programa de talentos musicais (contradição!). Seu mais recente single veio de uma trilha-sonora. O que se tem disso?


Vocalmente falando, Britney é uma artista que não evolui em nada. E mesmo se de fato está havendo uma evolução, não temos como saber, pois ela não para de cantar com a mesma voz irritante que consolidou sua carreira no final dos anos 90. É como manias que você não consegue largar, como roer unha: é algo ruim, mas você não resiste, tem que fazer. Falando da canção em si, é uma das coisas mais irrelevantes e esquecíveis que Spears fez até o momento. Algo do nível de "Radar". Boa parde dos últimos singles dela estavam um tantinho acima da média, o que é notável, mas aqui não há nada, nada.

O vídeo da canção é, obviamente, relacionado ao clima infantil advindo dos Smurfs. Isso é irônico, uma vez que Britney é uma pessoa que alicerçou sua carreira na imagem sexista. Foi como a Madonna escrever livros infantis depois de queimar cruzes e tornar seu corpo mais conhecido que nota de R$2. Mais uma canção que também não.

sábado, 13 de julho de 2013

AMR - Who Do We Think We Are (John Legend)

Análise: Primeiro single do álbum Love In the Future, do John Legend. Lançado em Março de 2013.


... uma flor?

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John Legend é um ótimo músico. Não tem grandes canções, mas tem boas habilidades vocais e instrumentais. Com "Ordinary People", ele apareceu mais e com a bela "P.D.A. (We Just Don't Care)" (que foi muito mal nas paradas, mas que é uma de suas canções mais lembradas) ela começou a consolidar seu nome. Com a divertida "Green Light", gravada com o cantor Andre 3000 do Outkast, ele mostrou que também entende "do agito".

De um modo geral, Legend nunca foi um artista do mainstream. Ele está mais para um artista cult, que é um modo de dizer que ele é um bom artista mas que não ganha tanto dinheiro. De qualquer forma, é justamente o artista nesta linha que mantém as coisas em um nível adequado, sem vandalizar a música com o comercialismo exacerbado.


O single atual fica bem na linha de "Ordinary People", algo mais brando de desolado. Para quem gosta de algo mais Soul, é um prato cheio. Porém, para quem "P.D.A. (We Just Don't Care)", falta um clima mais específico. Algo mais especial, digamos. Mas para que quer apenas ouvir, tá de bom tamanho. John Legend tá muito melhor que Justin Bieber, obviamente...

Se você gosta de caras como Brian McKnight e talvez até Michael Bublé, a música de John Legend vai encaixar bem na sua biblioteca musical pessoal. Vai fundo, pois apesar de não ser para qualquer um, tem qualidade.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

AMR - Kisses Down Low (Kelly Rowland)

Análise: Primeiro single do álbum Talk a Good Game, da Kelly Rowland. Lançado em Fevereiro de 2013, alcançou #72US.


Ui, que sexy...

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Eu gostaria de saber se por aqui as pessoas sabem que é a Kelly Rowland. E gostaria também de saber se as pessoas lembram quem foram as Destiny's Child. Melhor: Que a Kelly fez parte do Destiny's e que a Beyoncé era a frontwoman do grupo. Uma vez que a carreira da esposa do Jay-Z explodiu e tornou-se bem sucedida, a relevância das outras foi soterrada. No caso da Michelle Williams, ela mesma fez isso sem ajuda por se dedicar ao Gospel, num típico suicídio comercial. Já a Kelly não fez muita coisa mesmo.

Tentei de fato lembrar algo relevante da caminha solo de Kelly, mas a única coisa mais mainstream que consegui lembrar foi sua participação no filme Freddy vs Jason. Sério. Mas estamos falando aqui do Brasil. Na Inglaterra ela teve uma relevância mais acentuada, talvez até mais que nos EUA.


"Kisses Down Low" é um R&B moderninho, o que acaba sendo negativo. Por moderninho podemos incluir o fato de batidas eletrônicas desnecessárias, em excesso. Fora outros efeitos que poderiam ter sido eliminados para dar mais clareza ao som. A voz de Kelly não é ruim, o que é um ponto positivo que deveria ser mais explorado. Se a produção não faz jus, ao menos a voz deveria salvar a coisa toda.

Como Beyoncé anda bem (apesar do último álbum não ter sido lá a grande coisa) e Michelle ninguém lembra que existe, uma volta das Destiny's Child seria muito improvável. Se você quiser se divertir, ouça os primeiros álbuns da Beyoncé dou das Destiny's. Acredite: é bem efetivo.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

AMR - Don't Think They Know (Chris Brown)

Análise: Segundo single do álbum X, do Chris Brown. Lançado em Junho de 2013, alcançou #87US e #94UK.



Pra Aaliyah não tem "descanse em paz"...

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É um tanto irônico utilizarem uma participação póstuma para tentar angariar posições. Se nem os vivos podem fazer algo (um milagre, eu diria) por Chris Brown, que dirá a falecida cantora Aaliyah, que tragicamente faleceu em um desastre de avião em 2001, aos 22 anos. E estranho uma nota onde parece o Chris Brown e uma moça morta, pois podem pensar que ele esteve envolvido no falecimento...

De qualquer forma, a prática de utilizar um participação póstuma não é incomum. Michael Jackson já chegou a utilizar este artifício, quando fez uso do rap de Notorious B.I.G. em seu single "Unbreakable", de 2001. Como são poucos que sabem quem são Notorious e Aaliyah, este tipo de coisa costuma passar despercebido, claro...


De qualquer forma, a participação de Aaliyah é bem simbólica. Tirando quem realmente é fã dela e quem foi avisado, ninguém sabe que se trata de alguém com mais destaque do que uma vocalista de estúdio. Em certos momentos até mesmo parece a voz da Ciara. Mas o pior de tudo é termos a voz do Brown. Poderiam ter chamado de fato a Ciara para salvar a coisa toda...

Porém é preciso deixar claro que esta canção já existia! Tratava-se de um dueto entre Aaliyah e um componente do grupo de Hip-Hop Playa, cujo codinome é Digital Black. A canção acabou saindo em um álbum deste sujeito em 2005. Brown teve acesso até mesmo aos vocais que foram gravados e não utilizados na época para compor esta versão. Ouvindo a gravação de Brown talvez fique explicado o motivo do single ter ficado quatro anos na geladeira e depois ter sido lançado sem destaque. Chris Brown por perto também não ajuda em nada.

Poderia ter deixado passar. Brown poderia ter deixado a pobre moça descansar em paz e tentar fazer algo realmente produtivo no campo musical, mas isso obviamente é exigir demais dele. Será que o colocaram assim com uma mulher já morta para que ela não tenha acesso às pancadas dele?

terça-feira, 25 de junho de 2013

Quick - 4 Anos Sem Michael Jackson


Passou rápido... 4 anos da morte de um dos maiores artistas que o mundo já viu. Vida Longa ao Rei!

segunda-feira, 17 de junho de 2013

AMR - Can't Hold Us (Macklemore)

Análise: Terceiro single do álbum The Heist, do Macklemore. Lançado em 16 de Outubro de 2011.



E quem quer?

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E o rapper com cara de vilão dos filmes do 007 continua suas aventuras pelos charts da Billboard. Depois de um single muito bem sucedido e divertido ter ficado um mês e meio em primeiro lugar, ele conseguiu o prodígio de erguer das profundezas de 2011 o single "Can't Hold Us". É, a força de "Thrift Shop" é mesmo imensa!

A temática do "novo" single é bem diferente do single que lançou o rapaz ao estrelato. Um clima mais sério, uma produção mais centrada. Diria até mesmo contagiante, sem aquela irritação que alguns como Ludacris consegue incutir no ouvinte. Se no trabalho anterior poderíamos ter uma certa comparação com os momentos engraçadinhos do Eminem (nem tanto, claro), aqui temos algo que pode se assemelhar ao single "I'm Not Afraid", também do Eminem.


Apesar de estar começando a aparecer agora, ainda consigo enxergar melhores méritos musicais nele do que no Eminem, por exemplo. Talvez este álbum seja o magnum opus, com toda a inspiração possível que Macklemore pôde juntar. Enquanto Eminem já deixou para trás o que de melhor poderia ter feito faz tempo. Uma renovação no combalido e saturado mercado do Rap é algo bom e necessário.

Se você é fã do Eminem, não fique bravo. Acredito que as chances de você gostar do trabalho de Macklemore são grandes. A distinção não é lá tão grande. Até mesmo as semelhanças físicas (embora poucas) são notáveis.

Obs: Pensando bem, ele não lembra um vilão da série 007. Ele lembra uma lésbica...

sexta-feira, 7 de junho de 2013

AMR - Back to Black (Beyoncé e André 3000)

Análise: Cover da canção gravada por Amy Winehouse em 2007. Lançado em Abril de 2007.


Back to Hell é mais adequado...

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Eu relutei muito antes de partir para isso. Eu ouvi esta versão - sou fã da original e de sua interprete - e internamente havia resolvido deixar isso de lado. Mas resolvei depor a respeito. Afinal, é uma grande canção de uma grande artista interpretada por uma grande artista e pelo André 3000 (do duo Outkast). O que poderia acontecer de um projeto assim?

Antes, alguns esclarecimentos: Jay-Z é um dos produtores-executivos do filme O Grande Gatsby, e sugeriu a cover na trilha do filme. O diretor Baz Luhrmann aceitou a sugestão. Aliás, Mitch Winehouse, pai de Amy, sequer havia sido informado - e reclamou direitos autorais para doar o dinheiro para caridade. E sobre a faixa, Mitch não foi lá muito favorável...


Mitch simplesmente disse que André deveria ter deixado Beyoncé fazer tudo sozinho. Com isso você pode imaginar como foi a performance vocal do cara. E concordo plenamente com Mitch. André tenta algum tipo de maneirismo pseudo-moderno, que mais faz parecer que ele tá drogado ou com algum outro problema. Sua voz já não ajuda muito, e pra piorar resolveram fazer malabarismos vocais desnecessários. Beyoncé vai muito bem, e tirando o clima meio anos 80 que permeia a faixa (exceção aos poucos momentos de lucidez em que a canção realmente atinge o tom sombrio que lhe é exigida), a coisa toda soa bem. O pior de tudo é que André teve mais espaço que a Beyoncé. Genial...

Agora, eu gostaria de saber se o Jay-Z é amigão do André, se o André detinha algum segredo de alguém, ou se alguém foi idiota o bastante para realmente acreditar que ele acrescentaria alguma coisa. Uma chance de fazer um tributo indireto e fazer um revival da grande obra de Amy foi decepcionante aqui. Um verdadeiro desserviço aos fãs de Amy, Beyoncé e da música em geral.

Se você é fã da Amy, apenas espere algum lançamento póstumo. É o máximo que você vai conseguir de positivo vindo de seu espólio...

sábado, 1 de junho de 2013

AMR - Wild (Jessie J)

Análise: Novo single da Jessie J. Lançado em Maio de 2013, alcançou #104US e #5UK.


Uh... dá até medo!

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A mocinha gracinha Jessie J é uma grande aparecida do mundo da música. Começou tudo com o single "Do It Like a Dude", canção dispensável que abriu caminho para a grande "Price Tag", que a revelou em definitivo. Fora que seu álbum de estreia, Who You Are, teve sete singles (sete singles de um álbum com 13 faixas). E seis destes foram top 10 nas paradas do Reino Unido. Deste para a onipresente "Price Tag", "Who's Laughing Now" e "Who You Are", que tem uma performance vocal muito boa.

Jessie J é uma destas estrelas do Pop que vieram pra dar uma recheada no estilo. Ela e a Katy Perry estão fazendo um trabalho legal, com substância e qualidade, justamente para preencher espaços mal preenchidos por gente como Britney Spears. Isso não significa que elas sejam perfeitas, mas já são bem melhores que Spears e semelhantes.


Agora Jessie lança "Wild", single fora do álbum Who You Are, possivelmente do próximo projeto. J se mantém homogênea, sem uma grande novidade ou algo do tipo. A introdução da canção lembra bastante "Run the World (Girls)" da Beyoncé. Outra semelhança também é no refrão, que nos remete ao distante single "Circus" da já citada Britney Spears. Tem referência ali onde não deveria ter. Mas não chega a prejudicar. O rap de Big Sean é adequado e não incomoda. Agora o do Dizzee "Enrascada" Rascal é chato e pedante, para variar.

Jessie está pendendo do lado bom do Pop atual. Vamos ver o que ela é capaz, se vai passar por uma fase vagaba por onde Aguilera passou, se vai dar uma de Madonna e se meter em polêmicas idiotas ou até mesmo se vestir de coisas estranhas como Lady Gaga. Se estiver fazendo músicas legais, tudo é permitido...

domingo, 26 de maio de 2013

AMR - One Way or Another (One Direction)

Análise: Single do grupo One Direction. Lançado em Fevereiro de 2013, alcançou #13US e #1UK.



Papai Noel vai ter bastante ajuda este ano...

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E uma das piores coisas já saídas de um programa de TV direcionado ao mundo musical continua gravando impunemente! O subterfúgio para arranhar dinheiro de pobres pais que têm filhas que são loucas por rostinhos e sensibilidade musical de uma ameba funciona que é uma maravilha.  Pais de primeira viagem: ensinem suas crianças o que é boa música desde cedo ou correram o risco de ter que ouvir porcarias do tipo por um longo tempo...

Saindo da obviedade, o One Direction é o novo Five, Westlife e outras drogas do tipo. Cada geração tem o *Nsync/Backstreet Boys que merece. A originalidade de suas canções raramente é demonstrada (com cópias descaradas de riffs clássicos da música como "You're The One That I Love", famosa pela interpretação de John Travolta e Olivia Newton-John, em "What Makes You Beautiful" e "Should I Stay or Should I Go" do The Clash em "Live While We're Young"). E este imenso vazio, este vácuo musical é preenchido e levado a diante tristemente pelo fato deles serem meros bibelôs musicais. Ah, desculpe. Acho que eu tinha dito que sairia da obviedade. Mas isso, no caso deles, é impossível!


Muita, muita ingenuidade imaginar que algo criativo poderia vir do quinteto: em vez de roubar algum riff famoso para basear um novo e insuportável single chiclete, eles resolveram fazer uma cover. Ou seja, precisaram de menos esforço que antes para realizar algo! E pior de tudo é que definitivamente não houve qualquer momento em que você poderia dizer: bem, foi uma regravação que valeu a pena. Eles mexeram no que estava bom e que não tinha necessidade de modificação para fazer algo horrível, um verdadeiro desserviço aos fãs da música e do Blondie de Debbie Harry.

Banal é pouco para descrever. Mas provavelmente as meninas que ficam gritando o nome deles incondicionalmente devem estar estasiadas com a "nova canção" do grupo - sem sonhar que ela já existia antes. Muitas coisas idiotas já aconteceram na música durantes todos estes anos, mas isto está chegando no nível da tristeza. Principalmente em pensar que o Blondie autorizou isso.

E eu ainda reclamava das boys bands dos anos 90...

sábado, 25 de maio de 2013

Quick - The Fresh Prince of Bel-Air Returns!

Will Smith resolveu ter um revival dos tempos de Um Maluco no Pedaço! Com a participação de seu filho Jaden, o rapper DJ Jazzy Jeff e do eterno Carlton, Alfonso Ribeiro!

domingo, 19 de maio de 2013

AMR - Get Lucky (Daft Punk)

Análise: Primeiro single do álbum Random Access Memories, do Daft Punk. Lançado em Abril de 2013, alcançou #14US e #1UK.



Com o Nile Rodgers do lado? Nem precisa...

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Eu não sei quanto ao resto do mundo, mas quando ouço falar no Daft Punk, as únicas coisas que me vêm são "Around the World" , "One More Time" e "Harder, Better, Faster, Stronger". Este trio contém tudo o que precisa saber sobre o grupo e o que é necessário para se divertir. De resto, não sei nada. Mas ainda sim, valem algumas informações adicionais...

O duo musical de rapazes que usam capacetes e roupas futurísticas surgiu no ano de 1993. Tocando o gênero dance House, acabaram se tornando uma das referências no estilo. Embora relativamente conhecidos, as vendagens dos álbuns nunca foi expressiva (pelo menos comparando com artistas um pouco mais populares). O último trabalho, Human After All, de 2005, não chegou a ter 150 mil cópias vendidas nos Estados Unidos. Possivelmente isso tenha sido a razão do intervalo de 8 anos entre este trabalho e o novo, Random Access Memories.


E o Daft Punk traz em "Get Lucky" é algo bem diferente dos já citados e famigerados projetos. Aquele clima House que permeia seus trabalhos está bem longe aqui. O single foi produzido pelo Daft Punk mesmo, mas tem uma pegada Funk, possivelmente inspirada por Nile Rodgers, o lendário músico que foi responsável, juntamente com Bernard Edwards, pela banda Chic - fora os inúmeros álbuns que ambos produziram durante suas carreiras. Fora que a participação de Rodgers é um belo contrabalanço se consideramos que Pharrell Williams também está na faixa. Mas, por incrível que pareça, sua participação não compromete! Talvez a presença de Nile tenha feito com que Pharrell se esforçasse para não fazer merda, sei lá.

O Funk com o toque do Daft Punk de uma mistura legal. Uma direção diferente e interessante. Não é algo marcante como trabalhos anteriores, mas a qualidade é realmente boa aqui. Vida longa ao Nile Rodgers!

segunda-feira, 13 de maio de 2013

AMR - Mirrors (Justin Timberlake)

Análise: Segundo single do álbum The 20/20 Experience, do Justin Timberlake. Lançado em  Fevereiro de 2013, alcançou #3US e #1UK.



O mundo da música quebrou um para ter tanto azar...


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É fato. Timberlake resolveu por voltar ao mundo da música e não há nada que possa ser feito. Depois de encher o saco do mundo com seu último trabalho, FutureSex/LoveSounds, Justin sai com The 20/20 Experience, após 7 anos. Como se não bastasse isso, ele trás na bagagem o prepotente e arruinado Timbaland (que se achava o melhor produtor do mundo e agora praticamente ninguém se lembra de quem se trata). Realmente fica difícil se deixar convencer após tantos argumentos contra. Afinal, estamos falando do ex-*NSync e do Timbaland.

Depois de uma incursão pelo cinema (chegando até a se casar com a atriz Jessica Biel, que não é nenhuma Britney Spears, mas...), ele resolveu voltar ao seu ofício original - mesmo depois de ter declarado que isso não seria uma boa ideia. Bem, bom para os fãs de cinema, ruim para os da música. Resta esperar pelo que o ex-boy band tem para oferecer ao combalido universo musical.


Primeiramente, devo dizer: não foi o mesmo alarde que foi em 2006. Naquela época, suas músicas (assim como as de Akon e companhia dispensável) tocavam sem parar em tudo quanto é lugar. Só quem passou por aqui e sobreviveu para dizer que droga que foi. As duas únicas coisas que até valiam a pena (por mérito próprio, devo dizer) foram "What Goes Around... Comes Around" - com seus vídeo-clipe metido e as agarrações sem sentido com a Scarlett Johansson - e "LoveStoned". "My Love" foi salva - por incrível que isso possa parecer - pelo rapper T.I. (na melhor atuação da sua carreira, obviamente). Se Timbaland foi o responsável direto por isso, tenho que dar o braço a torcer, pois ele fez o melhor que pode e conseguiu fazer algo aceitável.

A julgar pela produção e expectativa, eu esperava algo realmente diferente e até mesmo bom de "Mirrors". Depois do que foi "Suit & Tie", pode parecer estranho ter boas expectativas, mas ter esperança de vez em quando não faz lá tanto mal. Me enganei, mas me enganei redondamente. É como ver o pote de sorvete no freezer, abrir e encontrar feijão. Frustração igual é difícil definir...


Os vocais estão apenas aceitáveis (e considerando que eram o maior problema dele, é um avanço). Em momento algum ele arruína a coisa toda como em "Gone" do seu antigo grupo. Acontece que não há nada que te faça pensar, sentir, admirar. É tão comum e banal que você pensa: "seria melhor ter ficado no cinema mesmo". Quando alguém sai de uma aposentadoria ou hiato (ou seja lá o que possa ser chamado), a expectativa é que algo muito bom venha, pois só uma ideia ou um conceito realmente valioso faria o artista sair e produzir. O resultado é o tipo de música que passa batido por você quando se está trafegando pelas rádios da vida.

Timbaland continua provando que é um fracasso que aparentemente teve muita sorte durante certo período da vida. Quanto ao Justin, ele tem uma base sólida de fãs que vem desde os seus tempos de boy band. Isso lhe garantirá longa vida musical. Já Timbaland, é melhor voltar com a dupla Timbaland & Magoo e fingir que nada aconteceu. Vai ser melhor para todos.

sábado, 11 de maio de 2013

AMR - Feel This Moment (Pitbull)

Análise: Quarto single do álbum Global Warming, do Pitbull. Lançado em Fevereiro de 2013, alcançou #8US e #5UK.




Sinta! É o momento de ir embora...

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Quem é que nunca ouviu "I Know You Want Me (Calle Ocho)" (bastante associada ao Pânico na TV) ou "Hotel Room Service"? Foram canções que marcaram o ano de 2009 e também encheram bastante o saco de tanto que tocou. Apesar do rapper Pitbull (que estupidez é essa de colocar nome artístico como de raças de cão? pior que isso talvez só o Snoop Dogg) já ter lançado trabalhos desde 2004, ele só chegou a ser mundialmente conhecido com o álbum Rebelution.

Mas é válido lembrar que dificilmente (não consigo me recordar de nenhum) um rapper consegue segurar um álbum inteiro sozinho. Baseado nisso, eles são muito ouvidos em gravações de outros artistas como participação especial. É uma maneira do ouvinte não ficar de saco cheio de tanto ouvir ladainha e poder apreciar algo melodioso na gravação. Os maiores exemplos no caso do Pitbull: "I Like It" com Enrique Inglesias, "DJ Got Us Fallin' in Love" com o Usher, "On the Floor" com a Jennifer Lopez e "Rabiosa" com a Shakira. Fora várias outras participações menos cotadas.


Pitbull tem o auxílio de Christina "Gordinha" Aguilera e também deve agradecer e muito ao pessoal do A-Ha por autorizarem o sample da canção "Take On Me", clássico da banda. O rapper aqui se utilizou de dois grandes artifícios que salvaram a canção: os vocais de uma cantora tecnicamente boa e uma base consagrada. De resto, ele não precisou fazer muito esforço. Aliás, ele não ter participado, deixando linhas para Aguilera cantar, sequer faria grande diferença - principalmente que a voz dele não é lá muito agradável, talvez de fato um pitbull possa latir mais afinado do que este cara "canta".

A canção não é ruim, de verdade. Não é a grande maravilha do ano de 2013, mas de qualquer maneira o pessoal das pistas de dança têm aqui um grande produto para usufruir. Seus singles de destaque, vindos do começo da carreira, foram esmagadores (dentro do limite do possível), mas não foram, de forma alguma, tão bons em qualidade quanto este...

quarta-feira, 8 de maio de 2013

AMR - When I Was Your Man (Bruno Mars)

Análise: Segundo single do álbum Unorthodox Jukebox, do Bruno Mars. Lançado em Janeiro de 2013, alcançou #1US e #2UK.



Meu recado pra mim: arranjar um comentário irônico sobre a capa acima...

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Quem diria que o cantor havaiano Bruno Mars conseguiria ir tão longe por suas próprias pernas? Depois das ajudas mútuas de Travie McCoy e B.o.B, Mars se lançou em bem sucedida carreira solo. Sua estreia com Doo-Wops & Hooligans, em 2010, rendeu a vendagem de 6 milhões de cópias pelo mundo e um Grammy por "Just the Way You Are". Os single "Grenade" e "The Lazy Song" também tiveram grande execução. Até mesmo a chata "Marry You" tocou bastante por aí (um dos singles menos aceitos de todos do álbum, por estatísticas).

E ele não demorou muito e, em dois anos, já tinha preparado o segundo álbum, Unorthodox Jukebox. Na produção, até Mark Ronson, produtor da falecida Amy Winehouse, dava o ar de sua graça. Em vendas, o álbum está a caminho do que foi o anterior, e o primeiro single, "Locked Out of Heaven", foi bem sucedido nas paradas. Seguindo a lógica alcançada no primeiro álbum, o segundo single, "When I Was Your Man" também foi destaque. Mas será que foi justificável?


Temos em "When I Was Your Man" uma bela balada no piano, tocada (pelo menos no vídeo-clipe) pelo próprio Mars. Diga-se de passagem, uma balada romântica como poucas hoje em dia. Depois de se mostrar um cara bem Pop, um cantor mais agitado, Bruno Mars põe o pé no freio, desacelerando para tocar uma bela melodia. Aliás, reforço que o atual visual dele nos remete ao Michael Jackson de 1979 - o vídeo lembra "She's Out of My Life", um pouco pelo clima e pela aparência dele.

Poderíamos esperar algo mais dramática dele ao nível de "Grenade", mas não tão aveludado, até simples. Mars se revelou bom na arte de sensibilizar ao piano assim como está se consolidando como grande artista Pop desta geração. Apesar de ser novo, pode ensinar muita gente, tanto marmanjos quanto gente tão jovem quanto ele. Do Chris Brown até o Akon, se é que me entende.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

AMR - That Na Na (Akon)

Análise: Terceiro single do álbum Stadium, do Akon. Lançado em 2013.



That Na Na Na... você não é de nada?

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É... Tem alguns artistas que precisam se preocupar com sua situação no mundo da música. De Timbaland até Nicole Scherzinger, muitos artistas estão retardando os lançamentos de seus álbuns por não conseguirem emplacar um single. E no meio destes artistas em crises está o cantor de origem senegalesa Akon, que encheu o saco de todo mundo com hits cretinos como "Lonely" (estragando a canção de Bobby Vinton, a colocando como se cantada por Alvin e os Esquilos - numa palavra: ridículo) e "Don't Matter" (que parece insistir em colocar aquela voz aguda e chata pra cantar).

O único single do Akon que teve circulação razoável por aí foi "Angel" de 2010 - que conseguiu um pífio #56US e sequer foi considerado pelo povo inglês. Acreditem: este single está atrelado ao lançamento do álbum Stadium, que até agora não foi lançado. Fora este single, outros três foram lançados com resultados ainda mais constrangedores. E se a coisa continuar como está, teremos um álbum novo do Akon por volta de 2037...

Seria menos embaraçoso se o single "Angel" fosse considerado apenas um single aparte, sem relação com algum projeto maior. E menos ainda se Akon decidisse encerrar essa insanidade injustificada que é sua carreira...


O fato é que o single "That Na Na" aparentemente pretende ser umas espécie de extensão, continuação do que foi "Right Now (Na Na Na)". E não digo isso apenas pelo título semelhante, mas também por toda a estrutura. Só que algo deu (seriamente) errado neste ínterim. Enquanto "Right Now" era uma canção acima da média para o Akon (medalha de honra para ele por isso), este projeto não passa de uma espécie de passatempo tão irrelevante e chato quanto "Angel" foi. Aparentemente, Akon e seus produtores adjacentes (culpa maior sobre David Guetta) estão errando a mão feio no que um dia já foi uma mais acentuada.

Pelo visto, enquanto Akon não corrigir este problema criativo, seu álbum pode ser adiado. O que é uma boa notícia para quem não suporta a voz desafinada dele. Já para os fãs, bem, eles ainda lembram do Akon? Neste momento ele deve estar, de fato, "Lonely"...

quarta-feira, 1 de maio de 2013

AMR - Here's to Never Growing Up (Avril Lavigne)

Análise: Primeiro single do próximo álbum de inéditas da Avril Lavigne. Lançado em Abril de 2013, alcançou #52US e #17CAN.



Parece mesmo que a regra se aplica a ela...

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Garota canadense e loira de tenra idade que ganha precocemente o mundo com suas canções Pop grudentas. Não, não estou falando do Justin Bieber. Aliás, se podemos traçar uma diferença entre eles, é que as canções da Avril não eram tão chatas e infantiloides quanto a sua contraparte genérica. Sempre imaginei difícil outro artista superar a besteira que foi "Sk8er Boi", até ouvir "One Less Lonely Girl". De menina revoltada e esqueitista (sim, a grafia é esta) para mini paquita. Se o Rock já foi Progressivo, o Pop está sendo Regressivo...

Você com certeza foi inundado até o topo da paciência com "Complicated" e "Girlfriend", os maiores exemplos do Pop que Avril pode proporcionar. E também ficou de saco cheio de tanto ouvir os uivos incessantes dela no single "Cheers (Drink to That)" da Rihanna. Enfim, não há como escapar: você já ouviu Lavigne por tempo o suficiente para ter conhecimento de quem ela é. Ao menos ela tem o mérito de ter conseguido isso apenas com música, ao contrário da Britney Spears que, também aos 17 anos, precisou do escândalo e polêmica que seu ensaio fotográfico na revista Rolling Stone proporcionou (ela deve agradecer de joelhos, pois este ensaio a catapultou junto com seu álbum de estreia).


Aliás, ela está a tanto tempo em nossos ouvidos que é até difícil acreditar que ela ainda nem tenha 30 anos. Ela está com a mesma cara desde os 17 anos. Isso é um feito que muitas por aí adorariam poder realizar (acho que até mesmo a já citada Spears). Mas se ela não envelhece, e sua música? E o Pop adolescente revoltado do início, será que fica mais maduro, mais ranzinza, mais prostático, digamos assim? Pelo que tivermos em "What The Hell", não houve grande evolução...

"Here's to Never Growing Up" não traz inovações, temos a mesma Avril, com seu mesmo estilo e uma estrutura musical específica. Se não fosse o clima mais anárquico, teríamos uma espécie de continuação de "Complicated", só que inferior. De uma certa maneira, esta é uma canção um tanto simplista, com ênfase nas batidas e nos vocais de fundo - Avril cantando e o coro ao fundo reforçando suas palavras. Pode agradar bem aos fãs, mas não há nada aqui que converta alguém ou chame a atenção.

Não vai ser desta vez (pelo menos não com este single) que Lavigne vai chamar a atenção. "Girlfriend" fez muito bem este trabalho, mas por seu dinamismo e presença. E por enquanto, nada temos de nenhum dos dois. Vendo como exemplo do que ocorreu com Macklemore (que explodiu apenas no quarto single do seu álbum), talvez possamos ter algo mais interessante. Esperar e ver (ou ouvir).

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Especial - Old Sock (Eric Clapton)


E o grande mestre da guitarra ainda está gravando! O Deus Eric Clapton ainda grava e faz shows, como todo o bom e velho bluesmen. Não com a mesma pompa, energia, afobação e estrelismo de outros artistas e  de outros tempos, mas nada disso é necessário para quem consolidou uma carreira em seu nato talento musical. Em outras palavras: Clapton já não precisa provar nada para ninguém, pode fazer apenas o que desejar, sem ser obrigado a agradar gravadoras com hits e topcharts.

Nos últimos anos, Clapton tem feito álbuns mais voltados para o estilo musical que o inspirou e regeu seu carreira: o Blues. Clapton flertou com vários estilos, proeminentemente o Rock - afinal, que nunca ouviu sua versão para "Cocaine", "Layla" e os melhores momentos do Cream? -, mas sua raiz, seu essência reside neste gênero tão triste e melancólico. Até mesmo um álbum em parceria com o eterno B.B. King foi gravado em 2000 (Riding with the King). Fora uma parceria em 2006 com o também entusiasta do Blues JJ Cale (The Road to Escondido).

Ou seja, Clapton quer relaxar e fazer da melhor maneira possível aquilo que mais lhe agrada: música boa, na medida que preferir, do jeito que quiser. E a última novidade que o mestre Slowhand traz é o álbum Old Sock, que teve lançamento no dia 12 de Março deste ano. Eric reuniu alguns de suas canções preferidas desde que era um garotinho até os dias atuais, sendo acompanhado por grandes músicos como Steve Winwood (outro grande músico que foi companheiro de Eric no Blind Faith, dentre outros atos musicais), novamente JJ Cale e até mesmo o ex-Beatle Paul McCartney. Na produção, temos até mesmo o guitarrista Doyle Bramhall II, que acompanha Eric já faz um tempo.


No novo álbum, apenas duas canções são inéditas: "Gotta Get Over" e "Every Little Thing". Ambas foram escritas por Justin Stanley (um dos produtores do álbum), o já citado Doyle Bramhall II e, ora vejam só, Nikka Costa (ela mesma, a menininha que encantou milhões de pessoas cantando "On My Own" com 4 anos de idade).

Aqui vai uma análise faixa por faixa do novo trabalho de Eric Clapton.

1 - Further on Down the Road (por Taj Mahal, Jesse Ed Davis, Gary Gilmore, Chuck Blackwell)

Canção original do músico de Blues Taj Mahal, a canção foi lançada no álbum Giant Step/De Ole Folks at Home, em 1969. Ano em que Eric formou o Blind Faith e saiu em turnê com Delaney and Bonnie and Friends. 

Clapton conta com a participação do próprio Taj Mahal como instrumentista. Enquanto a versão original é mais calcadano Blues, Eric adicionou uma pitada de Reggae (depois de "I Shot the Sheriff", sabemos o que ele é capaz de fazer com este estilo), deixando a canção com um tom original, próprio.

2 - Angel (por J.J. Cale)

Esta canção era um faixa não lançada por Cale, que aparentemente foi cedida por ele para o novo projeto de Eric. Não há informação a respeito de quando foi composta. Cale participa tocando e cantando com Clapton.

Apesar de uma letra mais ao estilo Blues, com partes como "corta como uma faca", que é tão utilizada em linhas que precisam expressar uma tristeza reforçada, o cliente de "Angel" é um tanto alegre, calmo. Eric faz um trabalho ameno, com vocais mais contidos, serenos.

3 - The Folks Who Live On the Hill (por Oscar Hammerstein II, Jerome Kern)

Esta música já tem uma história mais profunda. Foi produzida em 1937, composta por Jerome Kern (compositor com destaque na cena teatral), com letra de Oscar Hammerstein II (compositor também proeminente na cena teatral). Foi gravada por uma série de artistas. Primeiramente gravada por Irene Dunne no mesmo ano em que foi escrita, depois por Bing Crosby e mais popularmente conhecida na voz de Peggy Lee em 1957.

A versão de referência (Peggy Lee) tem um clima mais puxado para o Jazz, com toda a suavidade intrínseca. Lembrando alguns momentos de Frank Sinatra. Já na versão de Eric, a coisa é um pouquinho mais refinada, mais moderna, com backing vocals e a adição de outros instrumentos - especialmente a guitarra de Clapton. No quesito vocais, Peggy ganha, possivelmente por esta canção ser mais adaptável para uma voz feminina.

4 - Gotta Get Over (de Doyle Bramhall II, Justin Stanley, Nikka Costa)

Primeira canção inédita do tracklist. Uma das compositoras é Nikk Costa (o que significa que ela está faturando mais produzindo para outros artistas do que fazendo a própria carreira solo) e temos a veterana cantora Chaka Khan contribuindo nos vocais.

A letra é bem otimista, falando sobre superação. A parte Rock de Eric falou mais alto aqui, com seus bons e velhos solos. A participação de Chaka Khan não teve um diferencial, uma vez que a atuação foi como backing vocal, não um dueto (como "Tearing Us Apart", de Clapton e Tina Turner), sendo apenas um mero complemento. Um sabor dos velhos tempos acompanharam as notas musicais aqui...

5 - Till Your Well Runs Dry (por Peter Tosh)

Este canção pertence ao primeiro álbum (Legalize It) do cantor Peter Tosh, ex-Wailers do Bob Marley e, obviamente, pró-maconha. A canção vem de 1976, época de grande produção criativa do Reggae - onde Clapton se inspirou bastante). O ex-Bob Marley seguiu de perto os passos do Rasta-mor lançando este Reggae que, apesar de ser Reggae, não sou chato e pedante como a maioria dos casos.

Bem, eu havia dito que o foco do projeto todo era o Blues, mas aqui temos uma total exceção. Clapton regrava mais uma vez o Reggae, incutindo o poder de sua interpretação através das cordas de uma guitarra. O destaque positivo fica mesmo pelo inconfundível solado Slowhand.

6 - All of Me (por Gerald Marks, Seymour Simons)

Canção escrita em 1931, intepretada por Belle Baker e depois por Ruth Etting. A versão de Ruth carrega aquele Jazz bem enraizado e todo seu charme inerente - tanto nos instrumentos quanto na interpretação de Etting. Foi uma canção bem popular, sendo interpretada por muitos artistas, proeminentemente Bing Crosby, Billie Holiday, Louis Armstrong, Frank Sinatra, Ella Fitzgerald e vários outros.

A versão de Clapton tem Paul McCartney o acompanhando nos vocais - Paul também tocou baixo na gravação. Paul mostra aqui que sua voz ainda tem a característica força de outrora, sendo um bom reforço aos vocais mais singelos de Eric. Obviamente esta versão parece muito contemporânea se comparada com a original, mas com o verniz Blues que Clapton propôs.

7 - Born to Lose (por Ted Daffan)

Considerado um hino Country (possivelmente antes dele ter sido banalizado bovinamente como aconteceu), esta canção foi escrita por Ted Daffan em 1942. Muito popular, a canção já foi gravada em uma versão mais melancólica pelo Ray Charles.

A interpretação de Eric, aliás, soa muito mais próximo do que veio a ser conhecido mais tarde como Country do que a gravação original. A qualidade no quesito instrumental carrega a marca da guitarra de Clapton. A canção ficou mais pomposa com backing vocals, mas nada mais que isso. Apesar do bom trabalho, a versão original de Ted Daffan acaba sendo melhor.

8 - Still Got the Blues (por Gary Moore)

A obra prima de Gary Moore, um clássico do Blues Contemporâneo (se é que posso chamá-lo assim), "Still Got The Blues" carrega toda a força musical da palavra Blues em sua melodia triste e cordas com uma melodia forte e inspiradora - e os vocais de Moore nunca estiveram tão bem acomodados. As linhas que atravessavam os dedos de Moore e chegavam até as cordas da guitarra são de fato incríveis. Gary escreveu a música em 1990 e curiosamente foi comercialmente favorável, apesar do imenso valor musical.

Nunca imaginei uma versão desta canção que fosse no mínimo aceitável, imaginando que seria feito algo de diferente do original como maneira de ser mais inventivo. Em resumo, nunca acreditei que ninguém pudesse fazer justiça ao legado desta canção. Porém, o que Clapton fez aqui, mesmo sem repetir o principal e característico riff da canção, é surpreendente. Eric já havia tocado esta canção ao vivo, pelo menos desde 2011. (Que talvez tenha sido uma maneira de homenagear Gary Moore, falecido no começo do ano.)

Amenizando a canção ao acústico, com um acompanhamento de um orgão (tocado pelo Steve Winwood), Eric consegue com simplicidade fazer algo tão belo e tocante quanto o poderoso Blues que Gary exalava de sua guitarra. Memorável.

9 - Goodnight Irene (por Huddie Ledbetter, John A. Lomax, Sr.)

Escrita no distante ano de 1933, esta canção foi gravada em primeira mão pelo músico de Blues Huddie 'Lead Belly' Ledbetter. Como é de praxe, a letra fala sobre frustração e triste (neste caso, com a tal da Irene). Frank Sinatra, Johnny Cash, Jerry Lee Lewis e Little Richard também gravaram uma versão para a canção.

A versão de Clapton é um pouco mais completa, como já era de se esperar. Vemos aqui apenas uma versão mais atual, sem grandes diferenciais. Das canções cover apresentadas no álbum, esta é, até o momento, a mais irrelevante. Não teve um grande atrativo ou diferencial - a não ser que você não tenha gostado da versão de Lead Belly.

10 - Your One and Only Man (por Otis Redding)

O cantor de Soul Otis Redding faleceu muito jovem. Aos 26 anos, morreu em um acidente de avião. Dentre as obras de seu acervo temos "(Sittin' On) The Dock of the Bay", gravada dias antes de seu acidente, e lançada no mês seguinte, em um álbum póstumo. "Your One and Only Man" foi lançada no segundo álbum, de 1965.

A versão de Eric teve uma pegada mais puxada para o Reggae, afastada do Blues e mais longe ainda do Soul. Como a qualidade musical do Soul é muito superior à do Reggae, a versão original de Redding é mais proveitosa. Mas tirando o excesso de do Reggae, a versão de Eric é muito boa.


11 - Every Little Thing (por Doyle Bramhall II, Justin Stanley, Nikka Costa)

Segunda e última faixa original do álbum, "Every Little Thing", ao contrário da outra canção inédita do álbum, não utiliza a pegada roqueira da mesma maneira. Temos mais impregnação do Reggae, que a esta altura podemos ver que já influenciou Eric demais. Acredito que Clapton, ou alguém da produção, teria escolhido fazer um contraponto entre as duas canções originais do álbum. Uma mais agitada e outra mais amena, para diversificar. Na batalha entre as duas, "Gotta Get Over" vence com folga.

12 - Our Love Is Here to Stay (por George Gershwin, Ira Gershwin)

Canção popular do Jazz, composta pelos irmãos Gershwin em 1938 para o filme The Goldwyn Follies. Dentre os compositores, temos em destaque a interpretação de Ella Fitzgerald. A canção tem perfeitamente o clima do Jazz dos anos 30. Curiosamente, a versão de Clapton não se difere muito, mantendo-se mais fiel aos original. Com relação à performance vocal, Ella vence o Slowhand - apesar da versão dele ser tecnicamente um pouco melhor.

13 - No Sympathy (por Peter Tosh) - Faixa Bônus

Ainda caminhando sobre as raízes e influências do Reggae que já ditaram muito em sua carreira, Clapton fez mais uma versão de Peter Tosh. "No Sympathy" saiu no mesmo álbum que "Till Your Well Runs Dry", no ano de 1976. É mais um Reggae, bem fiel e competente ao seu propósito. Possivelmente um dos melhores exemplares do gênero - justificando a sábia escolha de Eric.

Infelizmente, ainda não encontrei a versão de Eric disponível. Posteriormente complementarem esta parte.

No geral foi um ótimo trabalho do guitarrista. Nada grandioso, do jeito que ele quis. Apenas fazer boa música, sem se preocupar em agradar um grande público. E que venha mais um trabalho destes!