domingo, 29 de agosto de 2010

AMR - 70's Jukebox 10

Artista: Fleetwood Mac (1967 - presente)
País de Origem: Inglaterra
Estilo: Rock, Pop Rock, Soft Rock, Blues Rock
Hits: Vários
Hit da Jukebox: "Dreams" (1977, #1US - #24UK)


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Poucos ouviram falar ou conhecem algo significante sobre esta banda. O Fleetwood Mac é uma banda de Rock mais voltada para um Blues, bem parecidos com o estilo do Eric Clapton - porém sem tanta ênfase assim no Blues. A parte Soft Rock deles também é bem interessante, para se ouvir em momentos de calmaria, sem estresse. A voz de Stevie Nicks é delicada (lembrando um pouquinho Dolly Parton, em alguns momentos), guiando o balanço digamos "aveludado" da canção.

A canção "Dreams" e o álbum Rumours foram gravados em momentos tensos para os componentes do grupo. Com o baterista Mick Fleetwood estava atravessando um divórcio, o baixista John McVie e a tecladista Christine McVie estavam se separando e por último, o guitarrista Lindsey Buckingham e a vocalista Stevie Nicks encerravam um relacionamento de oito anos. Lutaram para que o lado pessoal de suas vidas não atrapalhasse o lado profissional.


Stevie Nicks escreveu a canção em aproximadamente 10 minutos, num dia em que não foi requisitada no estúdio. De qualquer maneira, ela foi em outro estúdio desenvolver a ideia em um piano (reza a lenda que o estúdio em que ela frequentou pertecia a ninguém menos que Sly Stone, da banda de Funk e Soul Sly & Family Stone). Ela tocou piano e arranjou um fundo de bateria para a canção, como uma demo. A banda ouviu e decidiu gravar.

Porém, logo de cara a tecladista Cristine McVie achou a canção um tanto monótona e tediosa. Apenas após o guitarrista Lindsey Buckingham ter mudado os arranjos é que McVie acabou despertando interesse pelo projeto.


O resultado é que "Dreams" se tornou o primeiro e único primeiro lugar da banda nos Estados Unidos e uma das suas mais conhecidas canções no mundo - uma pérola do Soft Rock. Inclusive a canção foi gravada pela banda de Folk Rock e Rock Celta, The Corrs. Aqui fica o vídeo para registro:

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Aconteceu - Netinho de Paula pode ser punido por crime eleitoral

O pagodeiro que agora é candidato ao Senado, burlou a lei e ofereceu através de seu site de campanha brindes aos eleitores.


O cantor e vereador Netinho de Paula do PCdoB pode ser penalizado por crime eleitoral. O pagodeiro que agora é candidato ao Senado, burlou a lei e ofereceu através de seu site de campanha brindes aos eleitores.
Até ontem (3) a página na internet oferecia uma espécie de "Quiz" sobre a biografia do cantor, cada participante respondia a 8 perguntas e no final o vencedor ganhava um convite para um show ou participaria das atividades políticas com o candidato.

Segundo TSE, Tribunal Superior Eleitoral, a distribuição de prêmios e sorteios para fazer propaganda do candidato é um dos crimes mais praticados durante as campanhas políticas no Brasil. Por esse motivo, o cantor poderia até ser condenado, de acordo com o Código Eleitoral, com a cassação do registro de candidato e ainda cumprir detenção de seis meses a um ano.

Segundo a última pesquisa Ibope/Estado/TV Globo, Netinho está em segundo lugar na disputa pelo Senado, com 18% das intenções de voto, tecnicamente empatado com Orestes Quércia (PMDB), que tem 20%, Romeu Tuma (PTB), 19%, e Ciro Moura (PTC), 18%.

Fonte: Cifras.com.br

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Cara, é tão piada gratuita que nem sei por onde começar...

Na ficha, Netinho é descrito como "empresário". Só se for empresário do tráfico, pois seu produto definitivamente é uma droga (é só ouvir qualquer canção vinda dele).

É bem provável que no quiz do site de Netinho, tivesse a pergunta "qual foi a velocidade média do soco desferido por mim no Vesgo do Pânico?".

Será que no Congresso o Netinho vai descer a muqueta nos corruptos também? Ou a campanha eleitoral literalmente agressiva, "vota em mim ou te dou uma pandeirada!".

Fora algum slogan do tipo "É nóis, os mano, no Congresso, tá ligado?" que deve fazer o Vesgo ficar realmente constrangido.

Quick - Cartões Motivacionais 13 (Justin Timberlake 1)

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

AMR - Coincidências 4


O Coincidências de hoje não vai ser muito profundo e abrangente simplesmente porque parte do contexto do artigo não permite tal possibilidade. Onde digo "parte do contexto do artigo" entenda como "uma música de César Menotti & Fabiano dificilmente pode ser descrita com muito critério".
Bem, vamos ao que interessa...

Quem nunca ouviu aquela canção que tem o refrão "eu vou fazer um leilão/quem dá mais pelo meu coração"? Bem, os responsáveis pela pérolas são os irmãos-gordinhos-e-simpáticos, César e Fabiano. Mais uma das milhares de duplas de Sertanejo Universitário que andando seu reproduzindo por aí.


Além de "Leilão", outra canção de sucesso da dupla é "Ciumenta", onde o narrador reclama insistentemente que sua "metade da laranja" não larga do seu pé por causa do ciúme. Bem, pode não ser algo novo, mais com certeza tem mais variedade que o irritante filão "você não me quis, agora é tarde e vou aproveitar a vida" que se ouve direto por aí.


Agora, todo mundo conhece a banda Dire Straits, o guitarrista Mark Knopfler e sua canção-símbolo, "Sultans of Swing". Inclusive fiz um artigo especial sobre ela, que pode ser lido aqui.


É simples assim, só escutar as duas introduções. Não vamos nem considerar o restante da canção, o que poderia ser encaixado entre as duas ou não, apenas a introdução:


"Sultans of Swing" em versão "country"? Nah!!

Temos que concordar que os acordes e o ritmo são muito parecidos. Será que os gordinhos são fãs, curtem um Rock clássico? Tudo bem que no caso de qualquer canção, uma hora ou outra uma melodia poderia acabar se repetindo. Mas tinha que ser logo entre um Rock Clássico do bom e mais uma canção de Sertanejo Universitário??

Coincidência?

Bem, parece que não. Mas é mais provável um plágio não-intencional. Afinal, você acredita que uma dupla como César Menotti & Fabiano conheçam artistas como Dire Straits ou músicas como "Sultans of Swing"? Fala sério né...

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Aconteceu - Boletim Musical (19/08/2010)

"MTV Movie Awards dá segunda chance a Kanye West"


Rapper admite que lhe falta humildade...

Pronto! West já pode se candidatar no Brasil - tem o perfil perfeito para político.

"Desmentido o boato sobre Fiuk interpretar Raul Seixas"


Como está sendo noticiado na net, Fiuk não vai ficar "maluco beleza"...

É, até porque isso realmente seria uma maluquice. Fiuk interpretando?

"Jennifer Lopez é demitida do American Idol"


Parece que exigências da cantora foram demais para a emissora...

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Quick - Cartões Motivacionais 12

AMR - Lover In The Dark (Berndsen)

Análise: Single do álbum Lover In The Dark, da banda Berndsen, da Islândia. Lançado em 2009.


Se acha que já viu tudo na vida, visite a Islândia!

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Islândia. Um lugar com pouco mais de 320 mil habitantes, com invernos bem rigorosos, produtora de tradicionais pratos, como a salsicha de fígado e a carne de tubarão estragada. E pra terminar, pátria de Björk e da banda de Rock Sigur Rós. É, realmente é um lugar diversificadamente estranho. Principalmente falando de música, onde temos a Björk (e sua antiga banda, o Sugarcubes) como expoente maior. Quem assiste os vídeos de "Pagan Poetry" e "Cocoon", por exemplo, devem imaginar que um islandês tenha um alienígena de 6 tentáculos no lugar de um cachorro no quintal...

Mas não estamos aqui para falar de país um tanto quanto obscuros nem da Björk. O negócio é uma nova banda saída deste lugar. O chamado Berndsen (não tenho certeza que Berndsen é o nome de uma banda, de um projeto ou simplesmente o nome do artista mesmo, David Berndsen) vem tentando obter seu espaço no mundo da música com sons realmente interessantes. E se as músicas soam diferentes e atraentes, nem falo nada sobre os vídeo-clipes - que fogem muito daquele negócio de "dançar em um fundo branco", preferindo algo criativo mesmo que não tenha sentido.


O Berndsen tenta ser um revival dos anos 80, com ênfase clara nos sintetizadores. Apesar de ser um tanto quanto Dance, não é aquele Dance que você vá querer dançar - e sim prestar atenção no que aquele cara tá fazendo. Aliás, o cara (David) realmente se parece um viking, daqueles saído diretamente de uma Reiquiavique do século XIV. Só falta seu estúdio de gravações ser em um navio e usar aquele "chapéu" com os chifres!

"Lover In The Dark" tem um clima meio vídeo-game (não só pelo som, mas até pelo vídeo-clipe, que mostra David como um herói que combate forças do mal e espalha amor pela Islândia). A voz de David soa triste como remete a música. Temos também toda a estrutura sintética em que está envolvida a música - mas não sintético de uma maneira negativa, é um sintético legal, dentro do padrão, sem encher o saco de tão falso ou artificial. Sobre a referencial aos anos 80, sentimos um forte "cheiro" de Pet Shop Boys - fora que a melodia do sintetizador no meio da música é muito parecida com parte da canção "You Can't Stop the Music" do grupo Village People.


A Islândia pode trazer coisas estranhas, mas o que é estranho é diferente, e o que é diferente foge ao marasmo da igualdade na qual nos encontramos. Hoje em dia, aqui no Brasil por exemplo, só ouvimos aquele papo de "você não me quis, agora eu vou pra balada" e outras "divagações cornísticas" com o mesmo fundo, o chamado Sertanejo Universitário.

Mas esqueçam. (Ainda) não vai ser isso que vai mudar alguma coisa na música. Enquanto isso, dá pra correr para alguma caverna na Islândia e ouvir algo mais criativo...

domingo, 15 de agosto de 2010

AMR - Saturday Sun (Crowded House)

Análise: Primeiro single do álbum Intriguer, do Crowded House. Lançado agora no mês de Abril.


Depois de tanto tempo, não seria "Empty House"?

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A banda Crowded House, liderada por Neil Finn, sempre foi meio que uma incógnita no mundo da música. Eles fazem um Rock (hum, Pop Rock) na média e nunca foi mais do que isso. Finn fundou a banda em 1985 e nesta época apareceu ao mundo com o hit "Don't Dream It's Over" (aquela do "hey now, hey now"), de longe o mais conhecido hit deles. Mas nunca se viu algo muito distante vindo deles. Ou seja, se fosse futebol, eles pertenceriam ao que se chama de "segunda divisão".

Banda que já teve muito integrantes, incluindo Mark Hart (vocal, guitarra e teclado), que tocou por um bom período com o Supertramp - foi uma espécie de substituto do Roger Hodgson na banda, o que fez com uma mediocridade inaceitável. Inclusive, o próprio Roger foi a um show do Supertramp nos anos 90 para conferir o resultado: ficou chocado em ver sua obra ser desconstruída daquela maneira. Mas pelo menos o trabalhor de Hart no Crowded House não compromete...


"Saturday Sun" é o mais recente single da banda que havia voltado não faz muito tempo. A banda que foi de 1985 até 1996 resolveu voltar aos trabalhos 10 anos depois. Mas nem todo mundo retornou. O baterista Paul Hester, que sofria de depressão, se enforcou em uma árvore perto de sua casa em 2006. Algo trágico, mas que não abalou a banda que resolveu seguir em frente.

O novo single soa mais como um Rock Alternativo, parecendo muito um projeto de bandas mais atuais, como um The Killers mais contido ou um Kaiser Chiefs numa viagem de ácido (???). Nada se parece com aquela banda dos anos 80 - o que significa que houve alguma evolução, uma mudança que sempre é necessária. Mas se por um lado mudou para se atualizar, não significa que tenha sido algo realmente relevante. Em alguns momentos a banda está soando muito como Coldplay, o que reforça a tese de que eles querem soar mais atuais que nunca.


O produtor Jim Scott, que já trabalhou com o Radiohead, Tom Petty, Sting, os Rolling Stones e o Red Hot Chili Peppers, faz um trabalho apenas adequado. Ele mostra que combina muito com o estilo do Radiohead - tanto que é provável ele tenha sentido falta da banda enquanto produzia do Crowded.

sábado, 14 de agosto de 2010

AMR - 70's Jukebox 9

Artista: Gerry Rafferty (16/04/1947)
País de Origem: Escócia
Estilo: Rock
Hits: "Can I Have My Money Back?" com "So Bad Thinking", "Night Owl", "Wastin' Away", "Baker Street"
Hit da Jukebox: "Baker Street" (1978, #2US - #3UK)


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Entre 1965 e 1970, uma banda chamada The Humblebums lançou 3 álbuns, 2 singles e acabou. Nada de mais até aqui. Esta banda foi a primeira incursão musical de Gerry Rafferty, que pouco depois formou o Stealers Wheel, que foi de 1972 a 1975, lançando 3 álbuns. Foram mais duas bandas meio que soltas nos anos 70, mas que serviram para Gerry ter uma base do que é e como fazer as coisas acontecerem no show business.

Ambas as incursões não foram muito longe e uma delas até custou um pouco para Rafferty: problemas judiciais com o fim de sua segunda banda o impediram de gravar (lançar) material solo por aproximadamente 3 anos. Ou seja, Gerry só pôde lançar seu segundo álbum (o primeiro saiu em 1972, possivelmente antes de formar o Stealers Wheel) em 1978.


City to City foi lançado em 1978, após os 3 anos de esperar - que deram tempo para a concepção de um trabalho bem interessante. Seu primeiro single foi a canção "Baker Street" (a respeito de uma rua de Londres). Dificuldades com uma passagem de guitarra marcaram a gravação do single, até que o saxofonista Raphael Ravenscroft sugeriu tentar gravar um solo de saxofone no lugar da frase de guitarra. E nada poderia ter sido mais certo, o solo se tornou um dos mais conhecidos e citados solos de sax do mundo - até mesmo Lisa Simpson (ela mesma, filha de Homer Simpson, do seriado animado), aprendiz do instrumento, tocou esta canção em um episódio.

Tanto como referencial quanto para a cultura (pelo menos lá na Inglaterra), este, a princípio, simples e descompromissado solo se tornou o maior atrativo da faixa. Só um detalhe: se o grande guitarrista Andy Fairweather-Low, que participou da gravação de uma canção do álbum, tivesse sido chamado para este projeto, provavelmente não haveriam dificuldades com relação ao solo em guitarra.

Ainda sobre o solo: ele conseguiu ser tão emocionante em uma canção Pop quanto foi, por exemplo, "Your Latest Trick" do Dire Straits e tão marcante (enquanto referencial) quanto os saxofones utilizados em algumas canções da banda Men At Work ("Overkill", só para citar uma). Aposto que esta canção foi e ainda é o motivo de muita gente ter tentando aprender a tocar o instrumento.


A força que a canção e seu poderoso solo de saxofone incitam nos fazem pensar em algo introspectivo e melancólico. A voz de Gerry também se faz mais branda, de quem quase implora enquanto canta. Mesmo sendo simplesmente despretensioso, Rafferty acabou fazendo algo suntuoso e perfeitamente audível. Um Rock de qualidade. Não dá para ignorar o solo de guitarra também, que aparece com uma fúria grande, perfurando a força melancólica do instrumento de sopro.

"Baker Street" ainda é muito apreciada em rádios FM especialistas em Rock e canções easy em geral. E já foi estranhamente tocada pela banda Foo Fighters! Isso sim é diversidade...

Aconteceu - Boletim Musical (14/08/2010)

"Será divulgada biografia de Justin Bieber"


Destaque para os momentos que descrevem Bieber e sua primeira mamadeira e a última vez em que fez xixi na cama - a biografia toda em aproximadamente 3 páginas.

"Chris Brown está ansioso para mostrar suas habilidades como ator"


Seria muita falta de criatividade dizer que a piada já está feita?

É, acho que seria... Então vamos dizer que Brown estaria disposto a iniciar sua carreira artística filmando um remake da série Rocky - e adivinha quem seria o saco de pancadas...

"Fã invade palco de 50 cent e leva uma 'surra' dos seguranças"


Talvez a indignação dos seguranças seja sobre como alguém consegue ser fã do 50 Cent - tem mais é que apanhar!

Se a notícia não fosse mais específica, eu poderia jurar que estávamos falando do Akon...

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

AMR - Misery (Maroon 5)

Análise: Primeiro single do álbum Hands All Over, do Maroon 5. Lançado agora no mês de Junho, alcançou #18US.


Mais uma "misery" de pretexto para se dar bem...

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O Maroon 5 é uma banda bem interessante. Saída dos anos 90 ainda sob o nome de Kara's Flowers, acabaram mudando de nome e produzindo hits bem legais. "This Love", "She Will Be Loved", "Sunday Morning", "Makes Me Wonder" e a minha favorita, "Wake Up Call" mostram que eles são caras que têm o que dizer (e o que tocar). Mas sempre tem um porém, uma curiosidade...

Assistindo aos vídeo-clipes da banda, a impressão que tenho é que o vocalista e guitarrista Adam Levine simplesmente formou esta banda com o intuito de pegar a mulherada. Pode conferir o exemplo maior em "This Love". Fico até imaginado o pessoal da produção toda escrevendo, arranjando e produzindo uma canção e vídeo-clipe para depois chegar Levine, agarrar a mulher na frente das câmeras a torto e a direito e depois ir para a casa satisfeito. Ele deve ficar descansando até alguém fazer mais uma música onde o conceito encaixe um vídeo-clipe onde ele possa de novo "amassar" uma moça - ou seja, por estar preso a um contrato, ele tem que fazer outras coisas como gravar e fazer turnê, e isso deve ser um saco pra ele.


Enfim, depois desta análise-piada, vamos ao fato: "Misery", para variar, fala sobre mulher e tem mulher no vídeo-clipe. É o Maroon 5 explorando seu estilo musical de personalidade. Talvez peque um pouco por meio que entregar mais do mesmo, mas não deixa de ser interessante de qualquer maneira. A voz de Levine é bem lineada e adequada para a proposta. A produção de Robert John "Mutt" Lange - que já trabalhou com uma porrada de artistas, desde AC/DC, Def Leppard, Foreigner e The Cars até Shania Twain, Nickelback, Backstreet Boys e Celine Dion) - acompanhou de perto as raízes da banda, mantendo seu som característico.

Eles têm um Pop-Dance com pitadas de Funk (especialmente na guitarra rítmica de Adam) que realmente faz todo mundo se mexer - até mesmo aquele cara meio do contra vai pelo menos bater o pé no chão com o ritmo. O clima introspectivo de canções como "This Love" e "She Will Be Loved" foi meia que deixada de lado, como se pôde ver depois com "Makes Me Wonder" e agora com esta canção. O que é uma pena, pois era onde o Maroon 5 melhor conseguia traduzir suas mensagens. Mesmo não fazendo parte desta parte da banda, "Wake Up Call" continua sendo sua canção mais interessante.


É, foi bom mas também não foi. Vamos ver se Adam e banda conseguem melhorar no percurso, já que como Maroon 5, eles têm apenas 8 anos de estrada. Isso até Levine arranjar mais um pretexto para agarrar outra mulher em mais um vídeo-clipe...

domingo, 8 de agosto de 2010

Sebo - Política

Apenas assistam o vídeo, e depois tentem analisar a situação política, pensando no que seu voto pode fazer:



"Eles não ligam para a gente"...

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Prós/Contras Divas 6 (parte 1): Madonna

Leia também: AMR - Celebration (Madonna)

1 - Obra-Prima
2 - Muito Bom
3 - Bom
4 - Aceitável
5 - Ruim
6 - Créeuu

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Prós/Contras Edição Extra!

O assunto Madonna é um que com certeza divide a opinião de todos. Afinal, ela tem vários rótulos por aí: artista Pop perfeita, uma vadia marketeira, boa dançaria que não canta, boa cantora que não dança, enfim... Pode existir uma interpretação da persona Madonna para cada pessoa por aí.

Mas não se pode negar que ela tem uma carreira musical muito bem sucedida (não se podendo dizer o mesmo no cinema, mas isso é outro assunto). Em quase 30 anos de carreira, ela se tornou um símbolo, uma estrela Pop permanente. Claro que todos sabem que ela vendia muito mais que música e que isso ficou impregnado na sua carreira, mas isso é só uma parte da jornada de Madonna Louise Ciccone.

Como a carreira dela é relativamente extensa, terei que dividir este Prós/Contras em três partes, começando com a Era 80.


Rainha do "Pop"?

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Everybody (Nível 3: Bom)


Antes de chegar ao seu primeiro single, Madonna teve um pequeno caminho percorrido.

Ainda em 1982, Madonna, procurando um início musical, ingressa - juntamente com seu namorado na época, o baterista Steve Bray - em uma banda de Pop Rock chamada Breakfast Club. Porém, não interessada no estilo Rock, Madonna e Steve saem da banda para tentar um estilo diferenciado, como o Funk ou similares - aparentemente ela não ficou muito tempo com ele depois disso. Então Madonna gravou algumas demos e foi a luta, convencendo um DJ a tocar "Everybody" em uma danceteria, onde obteve boa aprovação do público. Logo o DJ (chamado Mark Kamins - com quem Madonna inclusive chegou a ter um caso) resolveu tentar um contrato para a Madonna com a Island Records, mas a mesma recusou a cantora. Mas eles não desistiram e tentaram a Sire Records, que gostou do trabalho de Madonna com esta faixa e, consequentemente, o lançamento oficial da canção no mês de outubro daquele ano.

"Everybody" tem a cara do Pop e Dance tradicionais dos anos 80. Um tipo de batida já longe dos anos 70 e que revela (com um tanto de modéstia, apesar do esforço) algo inovador e envolvente. O constante uso de artifícios eletrônicos (sintetizadores) deixa muito claro o envolvimento de um DJ no projeto - que nos faz lembrar até mesmo Giorgio Moroder, com alguma coisinha do que ele já produziu da Donna summer. Isso pode ser um bom referencial ou não, varia muito. Acabamos sentindo um gostinho de plástico no final.

No final das contas, a voz da Madonna aqui serve mais como instrumento comercial de uma faixa bem variada e diversificadamente produzida. O que significa que era necessário uma voz para o projeto, independente de qual fosse, para tornar a canção comercialmente viável - instrumentais não iriam fazer muito sucesso. Lembra bastante o grupo de Disco Music, Silver Convention, que era um projeto muito bem produzido e trabalhado, que contratou três cantoras para dar uma cara para a banda. A diferença é que as cantoras deste grupo eram vocalmente superiores.

Detalhe: a canção era vendida como um projeto afro-americano, ou seja, de artista negro - devido suas influências (esparsas, na minha opinião) no R&B. Isso tudo até o lançamento do vídeo-clipe, mostrando uma artista branca e loira (?).

Conseguiu um #107US, porém, nas pistas de dança foi bem melhor, com um #3 no Hot Dance Club Songs (o chart das pistas de dança).


Holiday (Nível 2: Muito Bom)


Após o considerável sucesso nas pistas de dança, Madonna ainda não tinha músicas o suficiente para um álbum (sequer para um EP, se pensarmos bem), logo teve que correr atrás para preencher um velho disco de vinil inteiro. Foi aí então que, dentre as canções, o produtor John Benitez apareceu com a faixa "Holiday" (escrita por membros da banda Pure Energy), pois ele achava que o álbum precisava de um legítimo hit. Benitez acertou em cheio, pois este é sem dúvida o single com maior potencial do álbum.

"Holiday" segue a linha de produção caprichada, cheia de instrumentos bem trabalhados. A diferença é que esta aqui é bem mais linear que "Everybody", deixando de ser menos um hit Pop descartável pra ter algum real valor. Dá pra perceber que os sintetizadores aqui não soam tão inadequados, enjoativos - até mesmo um solinho de piano está presente na faixa! A voz da Madonna nesta época continua sendo o menor atrativo da coisa, mas pelo menos acaba por não mais parecer um mero veículo para produtores aparecidos. Já tentaram imaginar se o Duran Duran tentasse, no começo da carreira, tocar R&B? "Holiday" chegaria bem perto do que isso viria a ser.

Resultado: #16US e um #2UK! Fora o #1 no Hot Dance Club Songs.


Borderline (Nível 2: Muito Bom)


"Borderline" foi o último single do álbum de estréia. Para esta canção, foi chamado o produtor Reggie Lucas (que produziu a ótima "Never Knew Love Like This Before" da cantora Stephanie Mills), que também escreveu a canção. Dá pra ver um certo esmero de Lucas na produção aqui. Não só dele, mas até mesmo dos vocais da Madonna - que até o momento são os mais trabalhados e dedicados. O gozado é que apesar do clima bem Pop que permeia o álbum, dá pra sentir uma pontinha de melancolia, algo mais sentimental na melodia. Este é o melhor single, artisticamente falando.

Mas nem tudo foi 100% nas gravações. Reggie introduzindo um projeto seu no álbum da Madonna, fez a coisa toda como bem entendeu, sem considerar qualquer desejo ou ideia dela a respeito. No final das contas, ele saiu fora e ela chamou o John Benitez para remixar a faixa de uma maneira mais próxima do que ela queria que fosse.

Um #10US (apesar de ter merecido mais) e um merecido #2UK.


Like a Virgin (Nível 4: Aceitável)


Madonna estava afim de se consolidar definitivamente no mundo da música. Então era a hora de chamar gente mais entendida do assunto música para produzir seus trabalhos. Porém, ela resolveu ser uma das produtoras, afim de ter uma proximidade maior com seu trabalho. No final das contas, o lendários músico e produtor, Nile Rodgers (da banda Chic) tomou frente, tendo o Stephen Bray como co-produtor - não sei onde a Madonna se encaixou aqui. Nile contou com a ajuda de Bernard Edwards e Tony Thompson, baixista e bateria do Chic, respectivamente.

O fato é que "Like a Virgin", o single, teve a produção exclusiva de Rodgers (sem o dedo de Bray). E o que dizer do produtor que já produziu trabalhos de artistas como David Bowie, Diana Ross, Duran Duran, Grace Jones e até uma canção para a trilha-sonora do filme Soup For One, "Why", cantada por Carly Simon? Uma bela derrapada. Apesar de ser um pouco mais comercial que os singles anteriores, este acaba sendo um trabalho fraco, mas que foi (e ainda é) muito cultuado pelo mundo. Nile achava que esta canção não era adequada para a Madonna e nisso acertou em cheio - se bem que nem pra ser instrumental essa faixa serve.

Com um vocal muito fraco e limitado - que contribui para o clima sintético do projeto -, Madonna possivelmente deve muito do sucesso desta canção aos compositores Billy Steinberg e Tom Kelly, autores da frase "como uma virgem tocada pela primeira vez". Isso define bem vários aspectos do que viria a ser a carreira da Madonna.

Obs: A canção foi escolhida como fundo para a palhaçada do beijo lésbico realizada em 2003 no MTV Video Music Awards pela própria Madonna, juntamente com Britney Spears e Christina Aguilera. Bem, Madonna precisava levantar as vendas de seu American Life (seu álbum de mais fraca vendagem) e Britney Spears precisava sair do buraco no qual estava enfiada antes que esquecessem sequer de como se pronuncia seu nome. E a Aguilera? Bem, nada surpreendente vindo dela, ela estava ainda na fase Stripped parte 1...

Em três palavras: Ridículo, imbecil e desnecessário.

Um desmerecido #1US e #3UK...


Material Girl (Nível 4: Aceitável)


Inevitável imaginar o Simon Le Bon do Duran Duran cantando isso aqui. Ou seja, esta faixa mais parece New Wave, Synthpop do que um Pop propriamente dito. Outra canção que representa bem boa parte do histórico musical do anos 80, "Material Girl" fala sobre isso mesmo: a experiência de Madonna com o mundo materialista - afinal, a moçoila já estava começando a faturar e, sendo uma mulher, você já deve imaginar...

É uma música agitada bem interessante, e melhor (bem melhor) que a "Like a Virgin" - não dá pra afirmar se é bom ou ruim ela não ter enveredado para o lado New Wave de forma efetiva, tipo uma Cyndi Lauper menos exótica. Porém fica abaixo da média, principalmente se a compararmos com "Borderline". Mesmo assim, é uma das canções que lembram a Madonna, uma canção-símbolo de sua carreira.

Temos que considerar que se "Material Girl" conseguiu um "lugar ao sol", dois artistas em questão merecem seus nomes citados nos créditos: Melissa Manchester e os Jacksons. Pois muita coisa foi chupinhada de "You Should Hear How She Talks About You" da Melissa e a linha de baixo foi tirada basicamente de "Can You Feel It" dos irmãos Jacksons, do álbum Triumph, escrita por Michael e seu irmão Jackie. Detalhe: isso viria a acontecer mais tarde com a mesma canção dos Jacksons. Fora que daria até pra citar "White Rabbit" do Jefferson Airplane, mas deixa pra lá.

Um #2US e um #3UK - que deveriam ser repartidos com Melissa Manchester e os Jacksons...



Into The Groove (Nível 3: Bom)


A dançante e envolvente "Into The Groove" é, sem dúvidas, o single mais interessante do álbum Like a Virgin. Claro que considerando o nível de produção um tanto escasso e repetitivo, "Into The Groove" não é lá a melhor coisa da carreira da Madonna, mas ainda sim é o que se pôde tirar de mais criativo deste álbum. Resumindo brevemente, "Into The Groove" é a "Borderline" do álbum: é um pouco mais construída e elaborada que o restante, sempre acompanhando o resultado final do conjuto/álbum.

A crítica na época aclamou este lançamento, possivelmente o primeiro realmente relevante para o público exigente daquela época. A própria Madonna assina a composição e produção da faixa, juntamente com Steve Bray. Um belo acerto por parte da moçoila, diga-se de passagem. Tanto é que a canção já foi utilizada posteriormente, no caso, pela cantora Dannii Minogue - a irmã mais nova de Kylie -, que juntou esta faixa com a sua "Don't Wanna Lose This Feeling". A própria Madonna relançou a faixa como "Into The Hollywood Groove", em 2003, com a participação da Missy Elliot. Esta versão é um remix, que tem ainda o então recente single "Hollywood".

A canção não foi lançada nos Estados Unidos, onde foi escolhida a canção "Angel" - tendo "Into The Groove" como lado B. Já na Inglaterra foi um sucesso, com um #1UK.


Live to Tell (Nível 2: Muito Bom)


Na época do álbum True Blue, Madonna estava casada com o ator duas vezes vencedor do Oscar Sean Penn - aliás, o álbum foi dedicado a ele. E a relação com a canção "Live to Tell" tem aqui é a seguinte:

Patrick Leonard - músico e compositor - escreveu essa canção para o filme Brincando com Fogo, de 1986. Porém, a canção foi rejeitada pela Paramount, o que fez Leonard oferecer a música para outro fim, e no caso o artista escolhido foi a Madonna. E no final das contas, por sugestão dela, a canção foi parar no filme Caminhos Violentos, estrelado por Sean Penn. Aliás, o diretor James Foley gostou tanto do resultado que acabou chamando Patrick para compor a trilha-sonora do filme inteiro. A canção é de fato a primeira balada romântica da Madonna, um trabalho muito bonito. E com o reforço de Patrick - que viria a trabalhar com ela várias vezes no futuro - ajudou a tornar o projeto um sucesso (tanto de crítica quanto de vendas). Apesar de alguns elementos característicos dos anos 80, a faixa até parece um tanto moderna para a época - eu, com esparsos conhecimentos sobre Madonna, até imaginei que fosse um single lançado nos anos 90.

Possivelmente um pouco mais de empenho vocal aqui tornaria a faixa simplesmente inesquecível (problema constante para a dona Madonna). Mesmo assim, a canção foi muito cultuada, sendo cantada e refeita por vários artistas por aí - incluindo até mesmo versões Dance! Uma ótima balada, mas Madonna ainda tem coisa melhor no estilo por vir...

Na Confessions Tour, Madonna - como sempre - arranjou motivo para polêmica, cantando a canção com um coroa de espinhos numa cruz feita de espelhos.

Um grande #1US e um na trave, #2Uk.


Papa Don't Preach (Nível 4: Aceitável)


"Papa Don't Preach" marca uma "turbinada" na produção dos trabalhos da Madonna. Que tal violinos - uma coisa mais suntuosa, mais séria. E a produção neste caso ficou por conta da Madonna com o Steve Bray de novo! Os dois estavam pensando em vôos mais altos e ousados desta vez. Pena que esta fase de sua carreira ainda era um tanto limitada - ou seja, neste caso, voar alto significou bater a cabeça no teto.

Os vocais da Madonna parece um tanto sofridos aqui, mas não porque queriam que assim soasse - simplesmente não foi notado. Infelizmente, esta música lembra parte do que foi Like a Virgin, ou seja, algo no mínimo "meia-boca". Obviamente a letra relacionada a gravidez na adolescência e aborto causou bastante polêmica na época, do jeito que a gravadora queria para jogar os holofortes sobre a artista. A esta altura, Madonna já estava lá no alto, havia participado do Live Aid e colecionava algumas posições boas nas paradas. Mas "Papa Don't Preach" é comum e óbvia demais para receber algum mérito maior do que o de estar no lugar certo na hora certa com o tema certo.

Obs: Um detalhe interessante é a participação da até então desconhecida Siedah Garrett no backing vocal. Garrett ficou conhecida pela seu dueto com Michael Jackson em "I Just Can't Stop Loving You" e por escrever a famosa canção "Man In The Mirror", ambas para o mesmo álbum, Bad, de 1987. Fora que Fred Zarr, músico e produtor que já trabalhou com Debbie Gibson, Samantha Fox e produziu o "último hit" de Eartha Kitt - "Where Is My Man", trabalha como músico nesta faixa.

Um arrebatador porém exagerado #1US e #1UK.


Open Your Heart (Nível 5: Ruim)


Bem, taí uma faixa relativamente dispensável, típica de lado B que acabou dando certo como lado A de single. Canções do tipo "enche-linguiça", que lembra bastante a "Lucky Star" do primeiro álbum, sendo aliás, bem inferior a ela. Alguns críticos a compararam com Belinda Carlisle (da famosa "Heaven Is a Place on Earth"), mas isso poderia ser encarado mais como uma espécie de crítica desconstrutiva para Carlisle do que outra coisa.

O produtor Patrick Leonard fez um ótimo trabalho em "Live to Tell", mas derrapou legal aqui - parece que ele se empolgou demais. Foi criada uma canção de plástico com gosto sintético que caiu bem nas graças do público (mistérios da vida). E para este projeto foram chamados músicos como o falecido guitarrista David Williams (que já trabalhou com Michael Jackson, Genesis, Boz Scaggs, Paul McCartney, Whitney Houston e muitos outros) e o percursionista brasileiro Paulinho da Costa (famoso e renomado músico que já trabalhou com inúmeros artistas importantes - podemos citar Michael Jackson, Celine Dion e Peter Cetera). E obviamente não dá pra pôr a culpa do resultado final neles...

Temos então um #1US e um #4UK que poderia ter sido algo para cima de #8 em ambos os casos.


La Isla Bonita (Nível 2: Muito Bom)


Apesar de pérolas como "Live to Tell" e a seguinte "Like a Prayer", o cargo de melhor canção da Madonna (pelo menos vinda dos anos 80) fica para "La Isla Bonita". Projeto este, aliás, que tem uma pequena história por trás.

Patrick Leonard e Bruce Gaitsch (conhecido por trabalhar com o Chicago e a carreira solo de Peter Cetera, dentre outros) escreveram uma canção sobre uma ilha espanhola chamada San Pedro e a intitularam "La Isla Bonita". A canção então foi oferecida para um cantor bem famoso... Michael Jackson! Que acabou não aceitando a música, aparentemente por não gostar - e realmente esta canção foi sabiamente rejeitada por Jackson, pois nada tinha a ver com o clima do álbum Bad - que indiretamente, acabou tendo uma canção cantada em espanhol por Jackson e Siedah Garrett, uma versão para "I Just Can't Stop Loving You" chamada "Todo Mi Amor Eres Tu". Madonna então re-escreveu e gravou sua versão para este projeto que logo se tornou mais um clássico em sua carreira.

Madonna se deu bem com este clima latino, o clássico violão, a batida e etc. "La Isla Bonita" e a canção "Spanish Eyes", do álbum, são suas primeiras canções com influência espanhola - acredito que Madonna tenha ficado tão satisfeita com o resultado de "La Isla Bonita" que resolveu se esmerar na coisa e produziu a ótima "Spanish Eyes", que infelizmente não foi lançada como single.

Acabou não indo 100% nos EUA, #4US, porém foi bem aceita na Inglaterra, #1UK.


Like a Prayer (Nível 2: Muito Bom)


Não sei dizer se no caso de "Like a Prayer" Madonna teve sua melhor e maior (e até agora única) perfomance vocal ou se o clima emocionante da canção nos remete a isso. O fato é que a produção desempenhada pela Madonna e (novamente) Patrick Leonard fizeram desta canção a mais bela de sua carreira até o momento (superando "Live to Tell"). Aliás, ela é até mais, digamos, dedicada que ela.

A canção tem até coral, o que reforça ainda mais o cunho emocional (algo mais Gospel). Podemos até chamar esta de Power Ballad (só faltava uma guitarra e um vocalista de Glam Rock se esgoelando), tão bonita e forte quanto uma deve ser. Não dá nem pra lembrar de canções como "Material Girl" e "Into The Groove" - parece uma outra Madonna, outra fase de várias.

Como não poderia deixar de ser, é o single de maior sucesso de sua carreira, com 5 milhões de cópias vendidas. 5 milhões merecidos, aliás. O controverso vídeo-clipe contém cruzes pegando fogo e estigmas - do jeitinho que a Madonna gosta, para chamar o máximo de holofortes.

Merecidíssimos #1US e #1UK.


Express Yourself (Nível 5: Ruim)


Um clima de festa pra lá de descontraído. Basicamente é assim que se resume "Express Yourself". Esta canção parece muito com a Madonna do comecinho da carreira, como se ela muito mais Pop do que soou em single como "Everybody" - se bem que este single era o que se tinha de menos Pop daquela época.

Novamente Stephen Bray e Madonna tomam conta do controle criativo do projeto, fazendo desta faixa algo diferente - mas não necessariamente bom. Ela parece uma daquelas canções bem alegres feitas para comemorar e espalhar o clima festivo pelos lugares (bom exemplo: "Celebration", do Kool & The Gang). Talvez uma batida mais Synthpop desse um jeito nesta música, evitando de parecer tão boba. No final das contas acaba sendo bem enjoativa.

O vídeo-clipe feito para ela foi, até o momento, o mais caro já produziu - custo total de 5 milhões!! Atualmente ocupa a terceira posição no ranking (somente atrás de "Scream", de Michael Jackson e seu próprio "Die Another Day", de 2002). E mostra a Madonna vestida como um homem - se tivesse um bigode, talvez o custo do vídeo aumentasse para 5 milhões e 50 centavos, enfim...

Um exagerado #2US e um talvez adequado #5UK.


Oh Father (Nível 3: Bom)


"Oh Father" já tem aquele padrão Patrick Leonard de produção. Pode não ser aquele nível altamente emocional de canções como "Like a Prayer", mas consegue ser bonita e bem consistente. Com seus violinos e clima de corte francesa de séculos atrás, se sai muito bem no quesito "diferente" e "interessante". Apesar dos vocais da Madonna estarem a mesma coisa de sempre, aqui soam mais adequados.

Na Inglaterra, este projeto só foi lançado oficialmente em 1995, em sua coletânea de baladas românticas Something to Remember - que cometeu uma bela injustiça com o mundo ao lançar, em sua versão especial japonesa, a canção "La Isla Bonita".

A canção é boa, mas o que me chama mais a atenção, que merecia mais destaque e talvez até ser um single, em minha opinião, é o lado B do single que foi lançado na Inglaterra, "(Pray For) Spanish Eyes", uma linda canção ao estilo latino - a la "La Isla Bonita". Um dos projetos onde Madonna canta em outra língua.

Um #20US e um #16UK que poderiam ser um #10 para cada um pelo menos.


Keep It Together (Nível 3: Bom)


Apesar de ser um single lançado já na década de 90, inclui aqui porque pertence ao álbum Like a Prayer, que foi produzido nos anos 80.

Taí um single que tinha bem a cara do Nile Rodgers e que possivelmente seria infinitamente melhor se tivesse sido produzido pelo mesmo. "Keep It Together" tem uma pegada mais Funk, bem diferente bem alguns Pops sintéticos que já permearam a carreira da Madonna. Aqui Madonna canta que "quer ser diferente" - e de fato conseguiu, pelo menos, soar diferente do que geralmente se espera dela.

Ouvindo esta canção, dá pra dizer que Stephen Bray tentou se tornar uma espécie de Nile com algumas centenas de quilos de talento a menos no quesito. Apesar de ser um single interessante, o Funk aqui soa meio ultrapassado, gasto. Ainda insisto que Rodgers teria feito um trabalho mais significativo.

Conseguiu um #8US e foi isso.


Em breve teremos a Parte 2: Madonna e os Anos 90.