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quinta-feira, 1 de agosto de 2013

AMR - Treasure (Bruno Mars)

Análise: Terceiro single do álbum Unorthodox Jukebox, do Bruno Mars. Lançado em Junho de 2013, alcançou #5US e #12UK.


Oldie but goldie?

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Ultimamente parece que virou moda artistas atuais trabalharem em revivais musicais em suas carreiras. Seja por pura afinidade, por alguma homenagem aos bons tempos, ou simplesmente um experimento inusitado, alguns artistas estão querendo voltar aos tempos da Disco Music. Tá bem, tá bem... não são muitos. O Daft Punk lançou "Get Lucky", que inclusive teve a participação de um dos maiores representantes do estilo: Nile Rodgers, do Chic.

E como Mars já estava nos remetendo ao Michael Jackson do final dos anos 70, época do álbum Off The Wall, nada mais natural que uma referência, homenagem ou demostração de afinidade com estilos e artistas que o precederam. Pagar tributo ou "sentar nos ombros do gigante". De qualquer forma, o resultado parece ser bom.


"Treasure" pode ser definido, especialmente quando se trata da parte visual da coisa (vídeo-clipe) como uma mistura de Kool and The Gang com Michael Jackson. O visual dos anos 70 que permeia o clipe somado ao filtro usado para simular uma gravação antiga realmente leva as coisas aos velhos tempos. A canção é divertida, embora em alguns momentos soe mais como anos 80 do que os anos 70. A propósito, poderia fazer parte da trilha sonora do GTA Vice City numa boa...

Para quem gosta dos tempos que Tony Manero andava por aí carregando um balde ao som de "Staying Alive" ou dos tempos que Barry White arrepiava com sua voz grave, este single é uma opção interessante para o saudosismo. Especialmente quando não se gosta nada do que se ouve por aí hoje em dia...


quinta-feira, 18 de julho de 2013

AMR - Take Back the Night (Justin Timberlake)

Análise: Primeiro single da segunda versão do álbum The 20/20 Experience, do Justin Timberlake. Lançado em Julho de 2013, alcançou #47US.


Para quem comprou o álbum: I wanna take back my money...

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O ex-Club do Mickey, ex-namorado da Britney Spears, ex-*Nsync e ex-artista relevante Justin Timberlake continua carregando o fardo intrínseco ao nome Justin no mundo da música: o de encher o saco dos ouvintes desavisados. Aliás, depois que até o Chris Brown resolveu se envolver musicalmente com o Justin Bieber (e milagrosamente não ter descido a moqueta no moleque, o confundindo com uma moça), falta agora o Timberlake se prestar a isso.

Honestamente, é melhor não pensar nisso. Já basta gente que também perdeu a relevância como o ex-sou-o-melhor-do-mundo-no-que-faço Timbaland ainda estar na ativa. De qualquer forma, como ele não aparece como antes, acabamos por não ser mais afrontados com a arrogância do sujeito. Mas vamos falar: e o trabalho?


O que a dupla, juntamente com o produtor J-Roc, fez na canção "Take Back The Night" é em definitivo algo diferente. Primeiramente, me pareceu que eles gostaram ou ficaram com inveja do single "Get Lucky" do Daft Punk. Uma volta aos tempos da Disco Music, anos 70 e etc. É fácil você produzir algo bom com uma base boa, e é por isso com em ambos os casos tivemos algo acima da média. Sim, Timberlake conseguiu um single acima da média. Mas é óbvio que Justin deve, e muito, ao estilo musical que baseou o projeto. Pra mim a coisa fica no empate.

É uma pena que a canção não foi no padrão de qualidade ruim que é de praxe. Pois uma organização anti-estupro chamada Take Back the Night Foundation resolveu ralhar com o título do single. Eu poderia bolar umas piadas interessantes com isso. Mas por enquanto, posso apenas tirar sarro de coisas como "Rock Your Body". Eca...

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Quick - Capas Exóticas 21

Se você teve uma infância passa nos anos 90, vai se lembrar de desenhos clássicos como Os Cavaleiros do Zodíaco ou Shurato. Nesta época, era moda fazer desenhos onde os protagonistas (e os antagonistas também) usavam armaduras com poderes especiais. Não muito tempo depois, isso fosse transpassado por seres com poderes especiais, dentre outras coisas. Mas é curioso notar que muitos anos atrás, uma famosa cantora já havia utilizado uma armadura deste tipo! Piadas à parte...

Nome do álbum: Take Me Home
Ano de Lançamento: 1979
Estilo: Disco Music


Se fosse nos Cavaleiros do Zodíaco, diria que a Cher é uma guerreira da constelação de Ornitorrinco. Eu gostaria muito de saber qual foi o contexto por trás da foto e quem teve a ideia de tal extravagância. Talvez nem no Monte Olimpo isso fosse visto com bons olhos...

Para quem não conhece: "Take Me Home" vale muito a pena de ouvir. Não gosto muito da Cher, mas ela tem seus acertos. E um deles foi propiciar à Sophie Ellis-Bextor uma versão cover. Seguem:


quarta-feira, 7 de novembro de 2012

AMR - 70's Jukebox 15

Artista: Tony Orlando and Dawn (1970 - 1977)
País de Origem: Estados Unidos da América
Estilo: Pop
Hits: "Knock Three Times", "Tie a Yellow Ribbon Round the Ole Oak Tree", "He Don't Love You (Like I Love You)"
Hit da Jukebox: "Tie a Yellow Ribbon Round the Ole Oak Tree" (1973, #1US - #1UK)



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É... não é uma banda que se ouve muito por aí. Obviamente falando sobre tempos atuais. Foi relativamente popular no seu país de origem, com alguns topos da Billboard e também na Inglaterra, mas pelo que ouvi, apenas o single aqui dissecado se justifica. Um grupo que fez sucesso moderado, deixou sua marca e acabou perdendo a relevância, mas deixando boas lembranças.

Tony Orlando (Michael Anthony Orlando Cassavitis, 03/04/1944) nasceu em Nova Iorque e iniciou carreira musical em 1961, no grupo The Five Gents. Tempos depois disso atual na parte gerencial da Columbia Records, mas acabou retornando para a linha de fogo do mundo da música quando gravou uma demo da canção "Candida" com as cantoras Toni Wine e Linda November. O projeto acabou sendo intitulado Dawn, posteriormente Dawn Featuring Tony Orlando e, finalmente, em 1973, Tony Orlando and Dawn.



Em Fevereiro de 1973, o grupo lançou seu mais bem sucedido single, com o quilométrico título "Tie a Yellow Ribbon Round the Ole Oak Tree". Com uma letra falando sobre a persistência do amor e com uma melodia leve e agradável, eles conseguiram primeiro lugar nas paradas dos EUA e Inglaterra em Abril daquele ano. Na produção, tiveram o reforço de Hank Medress (que já trabalhou com a cantora Melissa Manchester) e Dave Appell (que trabalhou com Chubby Checker). A letra foi escrita por Irwin Levine (que escreveu outras canções para o grupo) e L. Russell Brown (que também teve outras colaborações com o grupo).

Com um toque saudoso dos anos 60 misturado ao frescor dos correntes anos 70, Tony Orlando e o Dawn fizeram uma canções agradável com uma letra bonita. Este é um conceito um tanto quanto difícil de ser achado e alcançado. Especialmente nos dias de hoje. O grupo acabou ficando estacionado e posteriormente se desfez. Mas compensou o mundo, passando pelo crivo da música, cravando no muro dos clássicos sua pequena pérola.

domingo, 16 de setembro de 2012

AMR - 70's Jukebox 14

Artista: Giorgio Moroder (26/04/1940)
País de Origem: Itália
Estilo: Dance, Disco, Electronica
Hits: "From Here to Eternity", "Too Hot to Handle", "E=MC2"
Hit da Jukebox: "Chase" (1978, #33US)




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Se você gosta da falecida Donna Summer e curte clássicos como "Take My Breath Away" do Berlin, tem que agradecer a um artista em especial, que tornou isso tudo possível: Giorgio Moroder. O produtor italiano Hansjörg Moroder, mais conhecido como Giorgio Moroder, é um renomado artista do ramo da Electronica, sendo um dos principais responsáveis pela popularização do uso do vocoder, sintetização vocal, juntamente com o grupo Kraftwerk e o guitarrista Peter Frampton.

No início da carreira, em 1966, Giorgio cantava em várias línguas, dentre elas o Italiano. Desde então, tem atuado na área musical não só como Giorgio, mas também com o pseudônimo Munich Machine, com o qual produziu 3 álbuns no período de 3 anos. Seu destaque maior foi seu trabalho que catapultou Donna Summer para o estrelato. Ele até chegou a trabalhar com Philip Oakey do The Human League.


A canção da Jukebox, "Chase", foi composta por Moroder para a trilha-sonora do filme O Expresso da Meia-Noite. O filme ganhou dois prêmios Oscar graças a trilha. E de fato, o clima da canção acompanha a tensão da fuga do personagem principal. E o fato de ser instrumental deixa a coisa bem melhor, mais centrada. Um clássico que, apesar de estar datada, ainda tem seu interesse.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

AMR - 70's Jukebox 11

Artista: Player (1976 - 1982 | 2007 - presente)
País de Origem: Estados Unidos da América
Estilo: Rock
Hits: "This Time I'm in It for Love"
Hit da Jukebox: "Baby Come Back" (1977, #1US)





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Criada em meados dos anos 70, o Player é basicamente uma banda de Soft Rock originalmente composta por Peter Beckett (vocalista e guitarrista que, após o fim do Player, passou a compor para outros artistas como Olivia Newton-John), J.C. Crowley (guitarrista, tecladista e vocalista, que saiu da banda após o segundo álbum que lançou um disco solo Country no anos 80), Ronn Moss (baixista e vocalista, que deixou a banda no começo dos anos 80 para se dedicar à carreira de ator, integrando o elenco da novela norte-americana The Bold and the Beautiful desde 1987) e John Friesen (baterista que hoje em dia trabalha com produção de vídeo).

Beckett fazia parte da banda Skyband, que se separou e neste período ele conheceu Crowley. Eles resolveram montar um projeto juntos, que resultou no Riff Raff, que posteriormente mudou para Bandana. Lançaram o single "Jukebox Saturday Night", mas que não foi reconhecido. Segue um link da canção:




Após este lançamento, Moss e Friesen se juntaram a eles e o Player foi criado em 1976. Ganharam notoriedade por seus shows, abrindo espetáculos em 1977 para artistas como Gino Vannelli e Boz Scaggs. Mas foi no ano seguinte que eles realmente alcançaram o sucesso, com o single "Baby Come Back"; sendo seu maior sucesso até então, atingindo o topo das paradas norte-americanas. Também receberam um prêmio da Billboard de Melhor Artista de 1978 e até um convite de nada mais, nada menos que Eric Clapton para abrir a turnê norte-americana naquele ano. Daí para frente alguns membros foram saindo, incluindo Crowley e a banda se dissolveu em 1982.

E com certeza esta é uma das melhores, mais significativas e memoráveis canções de Soft Rock de sempre. As habilidades de todos os membros, tanto como músicos quanto como cantores , ajudou a colocar a faixa em outro patamar. E como muitas vezes acontece, sendo este seu magnum opus, eles não voltaram mais a este campo. Apesar de "This Time I'm In It For Love" ter conseguido lá um #10US, eles sempre serão lembrados por seu clássico, pedindo a volta do velho amor...

sábado, 26 de novembro de 2011

Especial - 20 anos sem Freddie Mercury


24 de Novembro de 1991. Esta data marca a retirada de mais um tijolo do muro da sólida música internacional. Após vários terem sido retirados, como Elvis Presley e John Lennon, temos a sensação de que a força musical que teve seu ápice durante tantos anos, está enfraquecendo cada vez mais. E a perda de Freddie Mercury é mais uma destas sensações amargas que sentimos mesmo após anos passados. A falta que Mercury faz para o Rock é a mesma que Michael Jackson faz para o Pop. São peças insubstituíveis no mundo da música que enfraquecem o colosso erguido nas épocas douradas da música e que ainda sobrevivem, ainda que superficialmente, através de artistas como Stevie Wonder, Bruce Springsteen e vários outros.


Nascido em Zanzibar, África Oriental, o jovem Farrokh Bulsara (nascido em 5 de Setembro de 1946) tinha um sonho reprimido em seu mundo secreto. Junto com várias aspirações e segredos que estavam guardados dentro de si, o sonho de ser uma estrela, de ser amado e idolatrado escondia-se atrás de uma figura chamada Freddie Mercury. Com o tempo, a criatura tomaria conta deo criador irremediavelmente.

Farrokh sempre foi alimentado com cultura ocidental, o que foi definitivo para moldar sua figura e seu coração musical. Lia as tragédias de Shakespeare e ouvi com entusiamo o Rock de Elvis Presley e Little Richard e admirava o Blues norte-americano, sendo inspirado por cantoras como Billie Holiday, Dinah Washington e Sarah Vaughan. Quando Farrokh foi enviado para estudar longe dos pais, recebeu o apelido de Frederick, que depois foi abreviado para Freddie. Neste período, ele estudou, além das disciplinas tradicionais, música e interpretação, com grande ênfase em ambos. Com 12 anos de idade, participou de sua primeira banda, o The Hectics, com influências de Cliff Richard e Little Richard.

Acredito que esta foto seja a do The Hectics (com Freddie no meio)

A família Bulsara acabou por deixar Zanzibar em 1964 por motivos políticos e foram para Londres. A confortável vida que tinham devido ao trabalho de Bomi Bulsara, pai de Freddie, para o governo britânico proporcionava uma vida mais luxuosa, com babas e motoristas. Mas em Londres a realidade foi outra. Bomi e Jer, mãe de Freddie, tiveram grandes dificuldades de adaptação, mas para Freddie aquilo tudo soava espetacular. Era a vida que queria e que em Zanzibar não teria nunca. E depois de se formar em Arte e Design Gráfico, ele se sentiu livre para tentar investir e viver de sua arte.

Participou de uma banda chamada Ibex (que, mais adiante, mudou seu nome para Wreckage), enquanto a banda Smile (que tinha como membros Brian May, Roger Taylor e Tim Staffell) fazia moderado sucesso. No Wreckage, Bulsara mostrava seus instintos no palco que impressionavam a todos. Foi neste período que, durante uma nervosa apresentação, Bulsara arrancou a haste do microfone do pedestal sem querer, e ele acabou por improvisar em cima disto. Este erro acabou consolidando um dos atos mais famosos dele no palco. Outra banda que participou, o Sour Milk Sea, serviu também como mais um degrau em sua jornada pelo sucesso. Como ele precisava de um grupo que tivesse a mesma pretensão que ele (e não viu isso nestes grupos), acabou os deixando de lado para procurar algo mais condescende com seus ideais.

Não muito tempo depois, Staffell deixa o Smile e Freddie acaba sendo membro da banda, que mudou seu nome para Queen, por sugestão do próprio. Após passarem três baixistas, um deles inclusive tentando tomar o lugar de Freddie no cargo de performer, John Deacon acabou assumindo a vaga e consolidando um dos maiores grupos da história do Rock.

O Sour Milk Sea, com Freddie do lado esquerdo da foto, em 1970

Desde então, o grupo começou a trabalhar suas canções e sua presença de palco. Durante a composição da canção "My Fairy King", do primeiro álbum, Freddie terminou de definir sua persona pública, se auto-intitulando Freddie Mercury (a canção contém a linha "Mother Mercury/Look what you're done to me/I cannot run I cannot hide"). Estava moldado ali um novo homem. Farrokh Bulsara dava lugar agora ao icônico Freddie Mercury.

Um dos grandes atos do Queen foi abrir shows para a banda Mott the Hoople em 1974, e acabaram roubando a cena, sendo mais populares que a atração principal. Conforme a banda ia se desenvolvendo e adquirindo seu espaço, eram proporcionalmente explorados pelo empresário Norman Sheffield, que lhes pagavam honorários medíocres mesmo com o progresso incrível da banda. Através do advogado Jim Beach, o Queen conseguiu um acordo para se livrar de Sheffield e assim continuar. Foi então no álbum A Night at The Opera (álbum da clássica "Bohemian Rhapsody") que Freddie escreveu uma "homenagem" para o ex-empresário, "Death on Two Legs (Dedicated to...)", onde o Queen libera toda sua ira e cólera contra o explorador Norman.

O Queen nasce e conquista pouco a pouco seu território

Os anos 70 mostraram-se muito produtivos para a banda, diversos clássicos do Rock foram forjados pela banda e dominaram os ouvidos do mundo. "Killer Queen" e "Now I'm Here" do álbum Sheer Heart Attack. As duas foram os cartões de entrada da banda para o mainstream.

As quatros grandes canções do A Night at The Opera escritas por cada membro da banda ("Bohemian Rhapsody" por Freddie, "I'm in Love With My Car" por Roger, "'39" por Brian e "You're My Best Friend" por John - que teve que aprender a tocar seu piano elétrico, já que Freddie se recusou a tocá-lo por considerar o instrumento horroroso).
"Bohemian Rhapsody", o Magnum Opus da banda fez um sucesso incrível, apesar de inicialmente ter sido esnobada pela crítica. Cada membro da banda cantou as canções citadas, com exceção de John Deacon, que não considerava sua voz boa o bastante para competir com seus companheiros.

A solitária canção de Freddie, "Somebody to Love" do álbum A Day at The Races mostra um lado forte de Mercury, o lado em que procura alguém para amar e ser amado enquanto vive as batalhas da vida. Durante toda a vida, Freddie procurou este alguém e escreveu sobre (um exemplo que trata desta solidão é "Living On My Own" (que teve o vídeo-clipe gravado durante uma festa de comemoração de seus 39 anos em Montreal) do seu primeiro álbum solo, Mr Bad Guy.

Os imortais hinos "We Will Rock You" e "We Are The Champions", de Brian e Freddie, respectivamente. Freddie escreveu "Champions" pensando em um hino de vitória, especificamente no futebol. E a pretensão de Freddie foi além, sendo esta uma das canções mais lembradas e cultuadas da banda. E no último álbum dos anos 70, Jazz, saíram as pérolas "Fat Bottomed Girls", "Bicycle Race" (com seu vídeo-clipe que mostra mulheres nuas andando de bicicleta) e "Don't Stop Me Now", animada e frenética canção de Freddie do qual Brian May admitiu não gostar muito (sua participação na canção foi apenas um solo de guitarra).

Uma nova era para o Queen

Os anos 80 foram uma época de tremendas reviravoltas. A começar pelo visual de Freddie, que adotou um imagem mais masculina, com cabelos curtos, bigode e roupas de couro. Com dois projetos no começo da década, a trilha-sonora do filme Flash Gordon e o álbum The Game. Com este álbum, tivemos clássicos como "Play The Game", mas uma canção sobre encontros e desencontros amorosos, a meio Rockabilly "Crazy Little Thing Called Love" (composta por Freddie enquanto estava numa banheira!), a linda "Save Me" e a possivelmente mais famosa canção da banda, "Another One Bites the Dust", de John Deacon. Foi esta canção e a mudança geral no cenário musical que fizeram Freddie e John insistir num som mais voltado para o Funk. Brian e Roger não acreditaram muito no futuro com isso, mas resolveram tentar. Foi nesta tentativa que Hot Spaces foi concebido. O álbum foi meio que um choque musical, pois não tinha exatamente o que o público estava acostumado. Canções como "Back Chat" e "Cool Cat" são memoráveis, mas o que salvou o álbum foi a colaboração com David Bowie na faixa "Under Pressure", que nasceu de uma jam entre o cantor e a banda - David também participou da faixa "Cool Cat", mas pediu para ser retirado do projeto, por não ter achado satisfatório.

Renovação e as velhas raízes

No álbum The Works, de 1984, o Queen voltou com seu velho Rock e ainda mantendo o recém experimentado Funk em seu som. Um grande exemplo disso é "Radio Gaga" de Roger Taylor. "It's a Hard Life" é uma bela canção de Mercury ao piano e "I Want to Break Free" de Deacon se tornou um dos maiores sucessos da banda. Freddie, que nesta época estava amorosamente envolvido com Barbara Valentin, ainda estava em sua busca do grande amor, e parecia não ter encontrado isto em Barbara. Apesar de sua carreira estar no topo, o amor ainda não tinha o encontrado. No ano seguinte, sai o álbum Mr Bad Guy, com o trabalho solo de Freddie. Não foi um grande sucesso, mas mostrou o que Freddie queria expressar fora da bolha musical do Queen. "I Was Born to Love You", "Made in Heaven" e "Living on My Own" são bons exemplos da capacidade musical de Freddie como artista solo - e também demostram a carência afetiva do astro.

Dois grandes momentos para a banda foram sua participação no Live Aid e as duas noites no Rock in Rio. No Rock in Rio, o Queen foi considerado a maior atração do festival que contava com a participação de Iron Maiden, Whitesnake, AC/DC, Scorpions, Rod Stewart e Yes. Foi declarado por eles que a versão tocada no festival de "Love of My Life", com o acompanhamento da platéia, foi a mais bela já feita por eles.

No Live Aid, mostra a banda simplesmente dominando o espetáculo e se destacando com a melhor apresentação, frente a artistas como Elton John, Dire Straits, U2, David Bowie e The Who, com audiência de quase 2 bilhões de pessoas na TV. Foi um momento glorioso para a banda - que havia sido muito criticada por, recentemente, ter quebrado um boicote cultural à África do Sul. Elton John, grande amigo íntimo de Freddie, acusou o Queen de ter roubado a cena. Mas ainda tinha mais por vir...

A grande revelação - cinco anos

O lançamento de A Kind of Magic marcou outro grande momento para a banda. Canções de peso como "One Vision" e "A Kind of Magic" e as belas "Who Wants to Live Forever" e "Friends Will Be Friends" mostraram que o Queen ainda tinha muita lenha para queimar, muito a produzir. A turnê do álbum foi a mais grandiosa já feita pela banda (e até então, por qualquer banda). No ano seguinte, Freddie daria mais vazão a sua carreira solo, com o lançamento do single "The Great Pretender" (regravação do clássico do The Platters). Freddie se identificava com o rótulo de fingir o que não é assim como o personagem da canção. O ano foi marcado também pelo início do projeto com a cantora de Ópera Montserrat Caballé, o álbum Barcelona. Nesta época, Freddie acabou raspando seu bigode, uma de suas marcas registradas.

Foi neste ano de 1987 que Freddie acabou sendo diagnosticado com o vírus da AIDS. Um momento pesado para um gigante. Com todo o apoio de Jim Hutton, Freddie foi em frente e concluiu com êxito Barcelona. Depois disso, era a vez de mais um trabalho com o Queen. O álbum The Miracle foi feito com força, trazendo assuntos como a mídia que não largava o osso com a relação à banda, como "Scandal". Canções como "The Miracle", "Breakthru" e "The Invisible Man" mostravam que a banda ainda conseguia manter bem unidos e em grande qualidade o Rock e Funk. Freddie começava a sentir os males de sua doença e a banda já não saia mais para turnês, preferindo fazer vídeo-clipes em seu lugar. Após o trabalho com Caballé e o álbum do Queen, tudo o que Freddie queria era mergulhar mais ainda no trabalho, o trabalho que salvou sua vida do vazio. Então vieram os preparativos para os últimos momentos...

O show tem que continuar...

Innuendo. Este foi o último álbum lançado pela banda com Freddie ainda vivo. A força deste álbum é impressionate. Freddie canta com poder total, como se estivesse 100% saudável. Durante as gravações da canção "The Show Must Go On" (na minha opinião a mais poderosa atuação vocal de Freddie), Brian duvidou que Freddie conseguisse gravar os vocais. Freddie foi em frente, tomou uma generosa dose de vodka e disse: 'I'll fuckin do it, darling!'. O resultado foi impressionante. A canção foi gravada em apenas um take.

"I'm Going Slightly Mad" tratava de maneira sombria a doença de Freddie e seu estado mental. O vídeo-clipe filmado em preto e branco e com muita maquiagem, tentava esconder a fragilidade da qual Mercury se encontrava. "Headlong" era, originalmente, parte do álbum solo de Brian, chamado Back to the Light. Mas ao ouvir Freddie cantar, acabou por colocá-la no álbum do Queen. "Innuendo" foi o último single a alcançar um #1UK e pode ser considerado uma "Bohemian Rhapsody" 2 em termos de complexidade e estrutura. É a canção mais longa já lançada como single pela banda.

Digamos que "These Are the Days of Our Lives" foi uma espécie de despedida dos fãs e do mundo. No vídeo-clipe (também filmado em preto e branco), Freddie aparece bem magro e debilitado. Mas mesmo assim continua com sua teatralidade. Com Roger e John ao seu lado (May estava em uma viagem a gravou sua parte posteriormente), Freddie cantava e, ao final do vídeo, se despedia com um 'eu ainda amo vocês'.

Após o álbum, Freddie tentou gravar o máximo de vocais possíveis para que o restante da banda terminassem as canções. Os resultados saíram no álbum Made in Heaven. Foram feitas duas regravações da carreira solo de Freddie ("I Was Born to Love You" e "Made in Heaven"). Mas com certeza a canção mais marcante é "Mother Love", a última canção que Freddie gravou. A canção fala sobre o amor materno e tem linhas como 'mamãe, por favor, deixe-me voltar para dentro', referindo-se ao útero - lugar onde ele estaria protegido do mundo. As últimas linhas da canção foram gravadas por Brian porque Freddie já estava muito doente, sofrendo de bronco-pneumonia que acabou o matando.

24 de Novembro de 1991. O homem, a lenda foi descansar em paz, uma paz que ele nunca encontrou em qualquer canto do planeta Terra. Jim Hutton falaceu em 2010 e Mary continua morando na casa que Freddie lhe deixou de herança. Em 1992, os membros do Queen se juntaram a outros artistas e fizeram um show de homenagem. Gente como David Bowie, George Michael, Elton John e Robert Plant homenagearam a grande estrela.

Uma das maiores do seu tempo e de todos. Que descanse em paz...

domingo, 8 de maio de 2011

AMR - If I Can't Have You (Meat Loaf)

Análise: Single do álbum Hang Cool Teddy Bear, de Meat Loaf. Lançado em Abril de 2010, conta com a participação do ator Hugh Laurie como músico de estúdio.


"Oh não, acabaram minhas donuts!"

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Bem, acho que todos já chegaram a assistir ao menos um episódio da série House, M.D., que tem como protagonista o ator e comediante inglês Hugh Laurie (que até então era muito mais conhecido como humorista, fazendo dueto com o ator Stephen Fry, atuando como Fry and Laurie). O que todo mundo pode perguntar é "o que o Doutor House está fazendo nesta gravação?". Será que o Meat Loaf passou mal e o House foi dar uma olhada? (como muitos devem ter atestado no episódio em que o próprio Meat Loaf faz uma participação na série como um paciente - convencendo muito bem, por sinal!) Bem, se você sabe disso tudo e ainda não entendeu, lhe faltou assistir mais alguns episódios... Mas só pra deixar claro: ambos já se conheciam desde 1985 e Loaf até mesmo já fez stand-up comedy na época.


Hugh Laurie se mostrou um exímio instrumentista utilizando a própria série (fora outros trabalhos na tv). Ele pode ser visto tocando violão, guitarra e piano com um grande domínio (fora outros instrumentos). E possivelmente esta foi a porta aberta para Laurie participar da faixa "If I Can't Have You" (que não, não se trata de uma nova versão para a canção que o Bee Gees criou para a cantora Yvonne Elliman, que foi ex-backing vocal do Eric Clapton em meados dos anos 70). Aliás, Meat Loaf chamou para o projeto vários conhecidos, como o também ator e comediante Jack Black, fazendo backing vocal, o cantor e guitarrista Justin Hawkins (do The Darkness, retornando ao grupo depois de um período de afastamento), o lendário guitarrista Steve Vai e o grande Brian May, do Queen. Gente de peso! (se somarmos Meat Loaf e Jack Black já dá pra juntar bons quilos...)


O fato é que Meat Loaf é responsável pela série de álbuns mais bem sucedida comercialmente (a trilogia Bat out of Hell, com Bat Out of Hell, Bat Out of Hell II: Back Into Hell e Bat Out of Hell III: The Monster Is Loose - que mais parece trilogia de terror do cinema dos anos 80!) e também de uma canção adorada nos anos 90, "I'd Do Anything for Love (But I Won't Do That)". Aliás, ela chegou em primeiro lugar nas paradas e tendo sete minutos e cinquenta e dois segundos, ficou por um período como a canção mais comprida a chegar no topo das paradas inglesa.


Vamos ao que interessa. O clima e produção de "If I Can't Have You" nos faz lembrar o que foi "I'd Do Anything...", o que mostra que Meat Loaf tem tanto um cuidado rigoroso com sua obra quanto que pode acabar meio que se plagiando após tanto tempo de estrada. A voz de Loaf continua forte e convincente e a voz da cantora e atriz Kara DioGuardi dá um toque diversificado. E mais uma vez, Hugh Laurie mostra que não maneja apenas a bengala (sem duplo sentido) com habilidade e naturalidade.

A canção é boa, a voz de Meat Loaf continua boa e as participações especiais estão nos lugares. Mas apesar de Laurie ser um bom músico, sua participação na faixa deve-se mais ao fato dos dois serem amigos de longa data do que Loaf achar que Hugh era o cara ideal para aquilo - ou ele quis retribuir a participação na série, vai saber.

Obs: O apelido "Meat Loaf" (que pode ser traduzido como "bolo de carne" ou derivados) foi lhe dado por seu pai, por Marvin Lee Aday - seu nome verdadeiro - seu muito gordo. Agora, o cara que além de receber esta alcunha de um pai do qual não tem uma boa relação ainda utiliza isso como nome artístico é um exemplo de que o bullying deve ser encarado de frente! hauhauahuaa...

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

AMR - Just Be Good to Green (Professor Green & Lily Allen)

Análise: Segundo single do álbum Alive Till I'm Dead, de Professor Green com participação de Lily Allen. Lançado em Junho, alcançou #5UK.


O Green no caso só pode ser maconha...

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Quem nunca ouviu o clássico dos anos 70 "Take Your Time" da banda The SOS Band? Claro que, seguido disso, também vem outra boa canção deles, "Just Be Good to Me" que veio a ser o seu último hit significativo. Substancialmente com a primeira, o The SOS Band conseguiu pegar uma carona num estilo que estava em alta na época e que não durou 10 anos: a Disco Music.


Então, passados 7 anos do seu lançamento, "Just Be Good to Me" acabou sendo interpretada por um grupo de música Electronica chamado Beats International, sob o nome de "Dub Be Good to Me". O grupo foi fundado por Norman Cook, recém saído de uma banda de Rock Indie chamada The Housemartins. Cook viria a ser conhecido futuramente como Fatboy Slim. Esta versão contém ainda samples de "The Guns of Brixton" da banda punk The Clash. Foi um sucesso na Inglaterra (#1UK), porém o grupo não conseguiu muito mais do que isso e Norman acabou saindo para outro projeto musical, o Freak Power (que lançou o interessante single "Turn On, Tune In, Cop Out").

O rapper recém-chegado ao mainstream Stephen Paul Manderson, conhecido como Professor Green, saiu do nada, foi trabalhando em cima de demos até ser contratado pela Virgin (o que demorou longos 4 anos para acontecer!), que possibilitou um trabalho mais amplo para o artista - ou seja, um álbum.


Então, por cima de "Dub Be Good to Me", fazendo mais uma pasteurização do produto, Green mostra seus dotes artísticos. E digo: dentre tudo isso, este é seu maior problema - seu (ou a falta de) dote artístico. Professor Green soa como uma espécie de Eminem rejuvenescido, com uma voz e até um pouco do jeito de recitar o rapper parecidos demais com o veterano rapper. O que definitivamente não é bom. Para variar, ele ostenta aquela humildade tão conhecida dos rappers (o nome do single é "Just Be Good to GREEN", ou seja, colocando-se no centro da coisa).

Já como enfeite, fazendo a parte cantada para não deixar a audiência totalmente entediada, temos Lily Allen - numa performance vocal acima da média, melhor até do que na versão do The SOS Band; sobre a versão do Beats International, é melhor não falar nada...


O fato é que "Just Be Good to Green" parece mais um single barulhento do Enimem (tipo "I'm Not Afraid", pra ser sincero). Se Green ainda tivesse imitando a parte divertida do Enimem, com seus rappers sem compromisso, até seria aceitável. Mas aqui temos um veículo de uma carreira de mais um rapper no mundo - são muitos e muitos rappers no mundo, o mercado está totalmente saturado e ter mais um rapper que não tem personalidade e nada de interessante para vender não ajuda em absolutamente nada.

No final das contas, é melhor ir ouvir "California Gurls" da Katy Perry com o Snopp Dogg. Além de ter mais a Perry cantando e menos o Dogg fazendo rap, a parte do Snopp não está entediante como costuma ser e faz mais sentido do que este single aqui...

domingo, 29 de agosto de 2010

AMR - 70's Jukebox 10

Artista: Fleetwood Mac (1967 - presente)
País de Origem: Inglaterra
Estilo: Rock, Pop Rock, Soft Rock, Blues Rock
Hits: Vários
Hit da Jukebox: "Dreams" (1977, #1US - #24UK)


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Poucos ouviram falar ou conhecem algo significante sobre esta banda. O Fleetwood Mac é uma banda de Rock mais voltada para um Blues, bem parecidos com o estilo do Eric Clapton - porém sem tanta ênfase assim no Blues. A parte Soft Rock deles também é bem interessante, para se ouvir em momentos de calmaria, sem estresse. A voz de Stevie Nicks é delicada (lembrando um pouquinho Dolly Parton, em alguns momentos), guiando o balanço digamos "aveludado" da canção.

A canção "Dreams" e o álbum Rumours foram gravados em momentos tensos para os componentes do grupo. Com o baterista Mick Fleetwood estava atravessando um divórcio, o baixista John McVie e a tecladista Christine McVie estavam se separando e por último, o guitarrista Lindsey Buckingham e a vocalista Stevie Nicks encerravam um relacionamento de oito anos. Lutaram para que o lado pessoal de suas vidas não atrapalhasse o lado profissional.


Stevie Nicks escreveu a canção em aproximadamente 10 minutos, num dia em que não foi requisitada no estúdio. De qualquer maneira, ela foi em outro estúdio desenvolver a ideia em um piano (reza a lenda que o estúdio em que ela frequentou pertecia a ninguém menos que Sly Stone, da banda de Funk e Soul Sly & Family Stone). Ela tocou piano e arranjou um fundo de bateria para a canção, como uma demo. A banda ouviu e decidiu gravar.

Porém, logo de cara a tecladista Cristine McVie achou a canção um tanto monótona e tediosa. Apenas após o guitarrista Lindsey Buckingham ter mudado os arranjos é que McVie acabou despertando interesse pelo projeto.


O resultado é que "Dreams" se tornou o primeiro e único primeiro lugar da banda nos Estados Unidos e uma das suas mais conhecidas canções no mundo - uma pérola do Soft Rock. Inclusive a canção foi gravada pela banda de Folk Rock e Rock Celta, The Corrs. Aqui fica o vídeo para registro:

sábado, 14 de agosto de 2010

AMR - 70's Jukebox 9

Artista: Gerry Rafferty (16/04/1947)
País de Origem: Escócia
Estilo: Rock
Hits: "Can I Have My Money Back?" com "So Bad Thinking", "Night Owl", "Wastin' Away", "Baker Street"
Hit da Jukebox: "Baker Street" (1978, #2US - #3UK)


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Entre 1965 e 1970, uma banda chamada The Humblebums lançou 3 álbuns, 2 singles e acabou. Nada de mais até aqui. Esta banda foi a primeira incursão musical de Gerry Rafferty, que pouco depois formou o Stealers Wheel, que foi de 1972 a 1975, lançando 3 álbuns. Foram mais duas bandas meio que soltas nos anos 70, mas que serviram para Gerry ter uma base do que é e como fazer as coisas acontecerem no show business.

Ambas as incursões não foram muito longe e uma delas até custou um pouco para Rafferty: problemas judiciais com o fim de sua segunda banda o impediram de gravar (lançar) material solo por aproximadamente 3 anos. Ou seja, Gerry só pôde lançar seu segundo álbum (o primeiro saiu em 1972, possivelmente antes de formar o Stealers Wheel) em 1978.


City to City foi lançado em 1978, após os 3 anos de esperar - que deram tempo para a concepção de um trabalho bem interessante. Seu primeiro single foi a canção "Baker Street" (a respeito de uma rua de Londres). Dificuldades com uma passagem de guitarra marcaram a gravação do single, até que o saxofonista Raphael Ravenscroft sugeriu tentar gravar um solo de saxofone no lugar da frase de guitarra. E nada poderia ter sido mais certo, o solo se tornou um dos mais conhecidos e citados solos de sax do mundo - até mesmo Lisa Simpson (ela mesma, filha de Homer Simpson, do seriado animado), aprendiz do instrumento, tocou esta canção em um episódio.

Tanto como referencial quanto para a cultura (pelo menos lá na Inglaterra), este, a princípio, simples e descompromissado solo se tornou o maior atrativo da faixa. Só um detalhe: se o grande guitarrista Andy Fairweather-Low, que participou da gravação de uma canção do álbum, tivesse sido chamado para este projeto, provavelmente não haveriam dificuldades com relação ao solo em guitarra.

Ainda sobre o solo: ele conseguiu ser tão emocionante em uma canção Pop quanto foi, por exemplo, "Your Latest Trick" do Dire Straits e tão marcante (enquanto referencial) quanto os saxofones utilizados em algumas canções da banda Men At Work ("Overkill", só para citar uma). Aposto que esta canção foi e ainda é o motivo de muita gente ter tentando aprender a tocar o instrumento.


A força que a canção e seu poderoso solo de saxofone incitam nos fazem pensar em algo introspectivo e melancólico. A voz de Gerry também se faz mais branda, de quem quase implora enquanto canta. Mesmo sendo simplesmente despretensioso, Rafferty acabou fazendo algo suntuoso e perfeitamente audível. Um Rock de qualidade. Não dá para ignorar o solo de guitarra também, que aparece com uma fúria grande, perfurando a força melancólica do instrumento de sopro.

"Baker Street" ainda é muito apreciada em rádios FM especialistas em Rock e canções easy em geral. E já foi estranhamente tocada pela banda Foo Fighters! Isso sim é diversidade...