domingo, 7 de março de 2010

AMR - Somebody to Love (Leighton Meester)

Análise: Single de estréia da cantora e atriz Leighton Meester. Lançado em Outubro de 2009, alcançou #111US e #11U.S. Billboard Bubbling Under Hot 100 Singles.

Mais um mistério para o doutor House...

———————————————–

Leighton Meester. Hã? Ah, vejamos. Ela é atriz - conhecida talvez por sua participação no seriado House, como uma ninfeta que tenta conquistar o médico em um episódio e como uma personagem da série Gossip Girl. Bem, se esse é o máximo de projeção e referência que ela conseguiu em sua carreira, talvez esteja explicado o motivo dela ter recorrido a esta ramifição artística conhecida como música.
"Somebody to Love" (não, não é uma cover do clássico do Queen) é o que poderia se chamar de exemplar de electro-pop. Ou seja, Meester seria um genérico de Germanotta. Aparentemente uma carona em Lady Gaga, pioneira no estilo.

Pode-se dizer que "Somebody to Love" é uma tentativa de Leighton de igualar pelo menos Ke$ha neste segmento que parece ser tão promissor e lucrativo - o qual de fato é. Quer dizer, é como se fosse os anos 60, com os Beatles estourando e inovando com seu material, e logo atrás as bandas como The Searchers, The Monkees, The Hollies, The Kinks, The Troggs, etc. No geral, todas essas bandas tiveram algo de relevante pra mostrar, saindo um pouco da sombra Beatlemaníaca. Agora, se alguém acha que "Tik Tok" é um clássico relevante...
No caso de Meester, a coisa fica no meio do caminho. Muito culpa de sua voz que foi chamada por alguns de "intimista", mas que na verdade passa a impressão de falta de força ou personalidade. Pelo menos ela se saiu melhor do que Scarlett Johansson. A produção até que é acertada, ganhando novamente de Johansson. Mas claro que não dá pra comparar Indie com Electro-pop.

Fora que, coincidentemente ou não, a canção conta com a participação de um artista de certo talento, Robin Thicke. Como se pode ver, Robin seria o equivalente de Pete Yorn. Atrizes precisam de artistas para alavancar carreiras musicais, isso é fato.
Ao menos Scarlett Johansson é mais conhecida.
Vídeo:

AMR - Telephone (Lady Gaga & Beyoncé)

Leia também: AMR - Video Phone (Beyoncé & Lady GaGa)
AMR - Telephone (Vídeo-clipe)


Análise: Segundo single do álbum The Fame Monster, de Lady Gaga. Com participação de Beyoncé, alcançou #12US e #30UK.



Acho que Lady Gaga precisa telefonar para seu cabelereiro

———————————————–

Freddie Mercury² + Michael Jackson³ x Cher + David Bowie = Lady Gaga?

Bem, Lady Gaga tem se mostrado uma grande artista mesmo com tão pouco tempo de carreira. Seu talento vocal, no instrumental e em composições mostram uma versatilidade que não é vista facilmente por aí. Não vale citar Madonna ou Nelly Furtado tocando guitarra ou violão usando os acordes básicos dos instrumentos. O negócio aqui é talento mesmo.


Ou seja, as pessoas preferem olhar para os números das vendas de Britney Spears, a capacidade de marketing de Madonna, alguma coisa na Rihanna e esquecem para que serve um artista do ramo. E depois quando aparece uma mulher que toca e canta de verdade mas se veste de maneira extravagante, é tratada com certa indiferença - o visual tapa os ouvidos e fecha a cabeça da patuléia. Do tipo: "é, uma música bem legal, mas você ouviu falar no que ele fez ontem na casa dele? que escândalo!". Jackson sabia bastante o que era isso e Amy Winehouse, bem... Winehouse tá cagando e andando, hauahua.
Agora, sobre a canção em si, "Telephone", produzida por Dark Child (Rodney Jerknis). A canção começa com uma introdução teclada bonitinha que indica uma canção diferente do que se ouve normalmente de Gaga. Depois que se vê o efeito Dark Child na coisa, a pergunta "Se tivesse sido Jerkins o produtor de 'Just Dance'?" parece ser bem esclarecida.


Apesar de ser feita para dançar, "Telephone" parece ser um pouco menos comercial do que o nível normal. Tipo uma "Just Dance" um pouquinho recalcada. Porém, aqui tem energia o bastante para substituir uma usina. O problema é que a batida acaba em cima da base inicial da música como um véu sujo. É como se seu vizinho estivesse ouvindo ópera e você resolvesse ouvir AC/DC no volume máximo. Um acompanhamento mais específico e trabalhado em cima desta base deixaria a canção mais atraente e menos embaralhada.

Ouvi falar que Gaga escreveu essa canção para Britney Spears. Felizmente, por algum motivo que desconheço, acabou não dando certo. Ótimo, pois seria mais uma canção para o lixo.

Beyoncé faz sua participação como se fosse rapper e adivinhe só: ficou legal! Se ela fosse mesmo rapper, teria ficado estúpido. Afinal de contas, ela tem voz pra isso, o que acentuou o projeto tanto do ponto de vista lírico quanto do marketing - a nova musa do pop e a musa gostosa do R&B (fala sério, R&B? O R&B da Beyoncé veio com defeito de fábrica). Agora, imagina só um Lil' Wayne da vida. A parte referente à "poluição" estaria maior ainda. Isso porque a voz dele poderia ser facilmente confundida com o "véu sujo".


Comparando "Telephone" com a desastrada e confusa "Video Phone", não é necessário dizer que o lado Gaga da balança se deu bem. A canção da Beyoncé simplesmente não funciona. É coisa errada demais para se dar algum destaque. Sendo colocados os dois projetos lado a lado então, nem se fala. É como se fosse um filme muito bom que, anos depois, ganha uma sequência que é um lixo. No caso, é o inverso, uma canção ruim que ganha uma "sequência" boa.

No final das contas, "Telephone" é muito boa. Tirando a vontade de Dark Child de fazer barulho (batidas um pouco altas, sobrepondo o ápice) e talvez virar metaleiro, a canção se vira muito bem como um combo com "Bad Romance" assim como foi "Just Dance/Poker Face".
Que venha mais Gaga! Porque o reino pop merece...