Sou só eu ou vocês também acham que a música "Ai Se Eu Te Pego" do Michel "Quem?" Teló (aquela com as linhas "Nossa, nossa/Assim você me mata/Ai se eu te pego, ai ai se eu te pego/Delícia, delícia/Assim você me mata/Ai se eu te pego, ai ai se eu te pego") é uma espécie de ode ao sexo anal?
Análise: Segundo single do álbum Born This Way, da Lady Gaga. Lançado agora em Abril, alcançou #10Us e #8UK.
Amém...
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Uma das coisas que me ocorrem quando ouço o single "Judas" é que Lady Gaga está utilizando o marketing de uma maneira muito inteligente. Afinal, quer maior e mais amplo meio de divulgação e polêmica do que envolver religião ? Madonna sabe muito bem o que é isso (bota fogo numa cruz na frente de um fanático religioso pra você ver). É usar os religiosos contra eles mesmos - pois se não fossem por eles, o assunto não seria tão polêmico assim. Se existe um livro que fala sobre marketing no mundo da música e relacionados, com certeza deve haver uma capítulo inteiro envolvendo o tema.
De qualquer maneira, Lady Gaga sabe usar bem esta fórmula e a utilizou com uma base musical bem interessante. A coisa caminha para algo bem diferente do que canções como "Just Dance" são - e digo que, de certa maneira, me dá muita saudade daquela época, pois esta canção era "simples" e eficiente. O Electropop pode ser interessante quando bem desenvolvido e trabalhado, mas é muito mais legal em sua mera simplicidade.
"Judas" em alguns momentos é um tanto gradiloquente e exagerada, mas sua batida é bem interessante e envolvente. Só não sei o que deu na produção vocal (ou na própria Lady Gaga) com relação àqueles trechos vocais. Apesar de encaixar com a coisa toda, soou deveras estranho. Mas no geral a voz de Gaga continua na média.
O vídeo-clipe, apesar de ser bem filmado, serve apenas de veículo para a utilização do marketing sobre religião. Apesar da conhecida história, no vídeo tudo fica meio confuso. Como um single quase sempre obrigatoriamente precisa ter um vídeo-clipe como complemento (principalmente agora nos tempos de Youtube, porque se fossemos depender da MTV...), este aqui foi apenas "parte integrante do produto".
Artisticamente falando, Gaga sobressaiu com o single seguinte, "The Edge of Glory". Mas se você gosta mesmo é de dançar e não for um fanático religioso idiota, dance "Judas" em vez de ficar malhando, idiotamente, um boneco de mesmo nome...
Leia também: AMR - Sexy and I Know It (LMFAO) Análise: Primeiro single do álbum Sorry for Party Rocking, do LMFAO. Lançado em Janeiro, alcançou #1US e #1UK.
LMFAO? WTF!!
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A primeira coisa que me veio quando ouvi este single foi: o povo norte-americano e inglês ou estão ouvindo qualquer coisa ou a falta do que ouvir está realmente alcançando um nível alarmante (obrigado Chris Brown, Justin Bieber, Akon e todas as outras porcarias disponíveis que não suprem nem um pouco a demanda musical). Afinal, a canção não é de todo o ruim, mas liderar as paradas dos EUA por cinco semanas é um grande exagero.
Bem, você pode ver sopros parecidos com isso na música atual em canções como "Only Girl (In the World)" da Rihanna ou "Like a G6" do Far East Movement - e até alguma coisinha da Lady Gaga também. O que me faz pensar que, depois desta onda imensa de Rap e Hip-Hop (que pelo visto, infelizmente, não tem data específica para acabar) o Electro vai ser a nova música do momento. É menos irritante que Rap e Hip-Hop, mas com certeza pode ser considerado um retrocesso. É simplesmente música Pop servindo o seu papel: você pega, ouve, curte por 5 minutos e parte para a próxima que te agradar - igual a um chiclete. Algo do Pop dura mais que isso, claro. Dura décadas, aliás. Mas a coisa se resume a pegar o que já foi feito, usar e abusar tentando manter o mais comercial e atrativo possível e acabou. Nada contra quem quer se divertir, mas o problema é quando isso se torna excessivo e meio que perde parte do seu sentido. O conceito fica de lado...
Além do LMFAO (que seria Laughing My Fucking Ass Off - eu tinha saudades quando bandas e grupos tinham nomes mais criativos e trabalhads), que consiste nos rappers, DJs e dançarinos Redfoo e SkyBlu, temos a participação da cantora Lauren Bennett e do cantor e produtor GoonRock. Mas ao ouvir a coisa toda, temos a impressão de que o projeto teve a participação de apenas uma pessoa para ser feito - quiçá meia pessoa. Igual semelhante ao que foi feito no já citado "Like a G6"...
Se você por ventura não gostar da música, o vídeo-clipe pelo menos tem coreografias bem interessantes e chamativas. Mas já vou avisando: você acessar um vídeo-clipe no Youtube exclusivamente pela coreografia sem grandes relações com a música lhe dá um sinal: mais sorte da próxima vez.
O post não foi muito profundo. Assim como o single.
Talvez a banda fosse pequena demais para o ego dele. Aliás, quer maior atestado de insatisfação na carreira solo do que voltar para seu antigo conjunto?
Hits: "Only You (And You Alone)", "The Great Pretender", "Smoke Gets in Your Eyes",
Hit da Jukebox: "The Great Pretender" (1955, #1US - #5UK)
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Os anos 50 foram o palco onde um dos mais importantes, duradouros e versáteis estilos musicais já criados: o Rock. Ou seja, Elvis, Little Richard, Chucky Berry vão vir à cabeça de quem discute a passagem musical da década. Mas não foi apenas de Rock que os anos 50 sedimentaram-se. O R&B também era de qualidade e importância (hoje em dia R&B é tipo o Ne-Yo ou até mesmo Chris Brown! Fala sério...) e gerou pérolas interessantes - pena que, de certa maneira, assim como em vários momentos do Rock tenha evoluído mal. Mas tudo tem seu lado bom e lado ruim.
O The Platters pode ser uma espécie de grupo da segunda divisão na época. Eles eram famosos, tinham seu público, mas não passavam muito desta linha. Singles como "Only You" e "Smoke Gets in Your Eyes" são a evidência deles, mas "The Great Pretender" é o melhor representante da passagem R&B - uma vez que as duas citadas anteriormente são mais puxadas para música romântica, algo mais calmo (o chamado Doo-Wop, algo mais harmônico, baseado na voz).
Para uma época que todo mundo achava que só se ouvia "Great Balls of Fire" ou "Tutti-Frutti", ter uma canção menos "transgressora" como "The Great Pretender" é algo no mínimo interessante. E o engraçado é algo ser assim sendo o inverso do Rock - o paradoxo. Dava para divertir-se sem as transgressões e agitos do quais tantas pessoas eram atraídas.
Freddie Mercury chegou a fazer uma cover desta canção, dizendo que ela "seria uma espécie de verdade sobre ele, sobre o que ele é nos palcos". A poderosa voz de Mercury juntamente com um vídeo-clipe onde ele "homenageia" seus vídeos com o Queen também é muito legal. Vale a pena conferir.