domingo, 7 de fevereiro de 2010

AMR - Give It Up to Me (Shakira)

Análise: Segundo single do álbum She Wolf de Shakira. Com participação de Lil' Wayne, foi lançado em em Novembro de 2009, atingiu #29US.


Hum, do que será que ela tá falando hein?
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Shakira. Ahh Shakira! Quem não se lembra dela no clipe de "Whenever, Wherever", com seu inglês na época ininteligível, num chromakey tosco, se lambuzando em lama? Por coisas assim Britney Spears acabou sendo alçada como Princesa do Pop (o reino de Michael Jackson virou uma zona mesmo). Enfim, o fato é que Shakira sempre foi uma incógnita no mundo pop. Uma colombiana que faz pop, mergulhada no mercado norte-americano e que sabe português (na boa, para os norte-americanos e afins, saber português deve ser o mesmo que saber algum tipo de língua alienígena).

Então, Shakira, contrariando a lógica, o senso comum, acabou se tornando um sucesso - se estão achando isso preconceituoso, lembrem-se que Prabhu Deva e seu hit "Kalluri Vaanil" (aquele mega sucesso do Youtube conhecido aqui como "Rivaldo sai desse lago") e Daler Mehndi com "Tunak Tunak Tun" (também conhecido no Youtube como "Tônico com Guaraná") não são exatamente de países promissões nesse sentido e não tiveram exatamente o mesmo sucesso no mundo - excetuando, claro, o status de "hit cult", cujo o Youtube sempre emprega. Trabalhando com artistas conhecidos como Wyclef Jean, Beyoncé e, claro, Lil' Wayne.


"Give It Up to Me" tem um apelo pop diferenciado de coisas como "Hips Don't Lie", sonoramente falando. É uma espécie de rendeção ao mercado hip-hop. Mas nem por isso se diz que é ruim. A canção é no mínimo atrativa. A voz da Shakira é de uma distinção muito esquisita, mas aqui soa até normal - o que pode ser considerado vantajoso para o projeto. Na minha opinião, bem mais legal que "Whenever, Wherever", "Beautiful Liar" e "Hips Don't Lie". A produção ficou a cargo de Timbaland "olha-como-eu-sou-fodão", que acertou a pontaria aqui.

Agora, o grande problema: Lil' Wayne. Este cara é o tipo de acontecimento a ser arquivado ao lado de mistérios da humanidade como "Quem matou Kennedy?", "Existe Vida após a Morte?", "Quem veio primeiro, o Ovo ou a Galinha?", entre vários outros. Um grupo que toca Batidão de Favela (estilo que é chamado erroneamente de Funk, difamando totalmente esse estilo que nada tem com aquele lixo puro) ou o barulho de mil liquidificadores ligados devem ser mais agradáveis que a voz desse cara... Ele deve ter sido achado em alguma escavação arqueológica no Egito e ter fugido de alguma tumba. Enfim, cada público tem o Eminem que merece.


Não se tem muito o que dizer do vídeo. Como disse a Letícia, aparentemente foi feito em 15 minutos, pela tosquice pura. O que salva é o apelo principal de Shakira - sua beleza e sensualidade (à la Beyoncé). O que pode servir como uma luva para os homens, mas se você for mulher e hetero, vai simplesmente querer mudar de canal ou procurar coisa melhor pra fazer.

Observação: Shakira não desapareceu totalmente ao lado de Beyoncé em vídeo-clipe como aconteceu com Lady Gaga. Uau!

Vídeo (versão alternativa qualquer só pra ter o vídeo no artigo):


AMR - Right Round (Flo Rida)

Análise: Primeiro single do álbum R.O.O.T.S. de Flo Rida, lançado em Fevereiro de 2009. Alcançou as posições #1US e #1UK.




"T-Pain é o caralho, meu nome é Flo Rida, porra!"
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Flo Rida é mais um artista desta imensa leva de artistas do Hip-hop que saem não sei da onde e povoam o já saturado e combalido mercado de artistas do ramo. São inúmeros nomes: Flo Rida, Lil' Wayne, T.I., T-Pain. Enfim, dá pra montar uma espécie de Wu-Tang Clan versão mutante com estes nomes... No caso, você fica meio que perdido em identificar quem é quem se não é totalmente fissurado na coisa, pois ocorre uma certa falta de identidade nos trabalhos - até parece rock and roll dos anos 50, onde as canções eram feitas todas sob uma base de acordes pré-definida. Aqui é apenas falta de distinção, pura e simples.


Mas aqui seria injustiça dizer isso, pois o single "Right Round" de Flo Rida tem sim distinção. Agora o problema é: ele tem mérito total nisso? Vejamos. Esta canção tem samples da canção "You Spin Me Around (Like a Record)" do grupo dos anos 80, Dead Or Alive. Dela foi tirado o refrão (uma das partes mais interessantes de "Right Round", diga-se de passagem). Mas confesso que não dá pra tirar o mérito de Flo Rida. Honestamente, a canção do Dead Or Alive era de um tédio incrível. Graças a eles que tanta gente diz que os anos 80 foram tão ruins - o que acho uma injustiça, pois todas as décadas têm seu lado ruim (se for julgar desta maneira, o que dizer desta década que passou? Onde Eminem foi o segundo maior artista em vendagem apenas atrás do Rei do Pop, Michael Jackson?).


O rap de Rida não é pedante como costuma ser o rap como um todo e a produção está acertada. Inclusive há uma participação da nova-artista-que-alcançou-o-topo-da-Billboard Ke$ha cantando parte do refrão - o que acredito que tenha sido o maior e mais significante trabalho dela até agora. Todos os minutos de "Tik Tok" somem diante dos poucos segundos da participação dela aqui.

Quer dizer: um rapper pegou uma canção dos anos 80 e conseguiu fazer algo superior ao trabalho utilizado. Isso dá medo, muito medo.

Vídeo da canção:




E para quem estiver curioso, Dead or Alive:

Quick - ENTENDI TUDO AGORA!



HAHHAHAHAHA

by @victoroliveira