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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Especial - 55ª Edição do Grammy

Tivemos nesta edição a apresentação da premiação pelo rapper LL Cool J, melhor conhecido por seus trabalhos nos anos 90, só não me pergunte quais. Fora a adição de outros 3 prêmios, totalizando 81! Nada realmente relevante, mas...

Gravação do Ano (Record of The Year)

"Somebody That I Used to Know" do Gotye com Kimbra





Dentre todos os indicados, a canção de Gotye era a mais merecida para a posição. Com sua voz a la Sting, com a participação acertada de Kimbra e a forcinha que a base de "Seville", do compositor brasileiro Luiz Bonfá, foram a receita de sucesso para este single, que já recebeu várias versões e paródias. Você nunca ouviu Gotye antes, agora falta esperar e ver se vai ouvir depois disto (e o mesmo vale para a Kimbra).


Outros indicados da categoria


"Lonely Boy" do The Black Keys






Se o Gotye não houve abocanhado o prêmio, com certeza o The Black Keys seriam os merecedores. Poucas vezes ouvi um Rock tão fiel ao que se ouvia há muito tempo atrás (na medida do possível, lógico). Senti uma pontinha de The Doors e até mesmo Iggy pop, o que contribuiu bastante para o resultado final. Enfim, comparado com os outros artistas, pareceu antiquado. E deve ser exatamente por isso que é bom.


"Stronger (What Doesn't Kill You)" da Kelly Clarkson





A coisa mais acertada que Kelly Clarkson fez na vida foi chutar a bunda dos caras que queria basear a carreira dela em baladas românticas. Já a pior coisa foi confiar um single na mão do Ryan Tedder (ou fazer aquele filme, De Justin para Kelly - que ela só fez por questões contratuais, mostrando que desde cedo ela já se mostrava esperta com relação às ideias equivocadas dos executivos das gravadoras). Enfim, apesar de Kelly ser competente no ramo das baladas românticas, ela também é muito boa em fazer o Pop Rock. "Stronger" é mais uma perfeita amostra disso, que também foi um potencial concorrente ao prêmio. Mas já que apenas um pode ganhar...

"We Are Young" do Fun com Janelle Monáe





Poucas coisas foram tão chatas quanto este single. Por todo o falatório e repercussão, até dá pra pensar em esperar algo de fato - ledo engano, pois justamente por isto que não poderia esperar grande coisa. Os novatos do Fun (que parece nome daquelas bandas brasileiras constrangedoras como Fresno e Restart) tiveram um reforço da Janelle Monáe. Isso deveria ter ajudado um pouco, mas no final das contas, tivemos um placar zerado. Mais sorte da próxima!

"Thinkin' 'Bout You" do Frank Ocean





Frank Ocean seria mais um destes caras que vieram na mesma leva de artistas como Taio Cruz e Jason Derülo. A diferença é que ele larga toda aquela parafernália eletrônica e a deixa em seu devido lugar para usar nada mais, nada menos, que a garganta. Ou seja, Auto Tune off - o que lhe dá uma vantagem incrível sobre estes outros. O single é um tanto monótono, mas não é ruim. É mais agradável e interessante do que o do Fun. E isso já também uma grande vantagem.

"We Are Never Ever Getting Back Together" da Taylor Swift




A canção de Taylor Swift é exatamente isso aí: uma canção da Taylor Swift. Não com o mesmo apelo e novidade que já lhe foi de costume e que é reservado ao pessoal que está pisando no carpete da fama pela primeira vez, mas os fãs simplesmente não vão se decepcionar. Agora, levando em consideração estes fatos, achei difícil mesmo esta single ser considerado gravação do ano. É como considerar a Coca Cola inovadora, se é que me entendem... 


Álbum do Ano (Album of The Year)

Babel do Mumford & Sons




Os Folk-interessantes Mumford & Sons e seu vocalista com voz de Michael Stipe do R.E.M. não ganharam nenhuma das seis estatueta das quais lhes foram indicadas nos anos anteriores. Neste ano, das seis indicações, venceram duas - uma delas por Álbum do Ano. O Folk feito pelo quarteto tem qualidade e é uma banda boa (apesar de sua sonoridade poder ser confundida com falta de originalidade). O Folk ganhar um prêmio destes foi uma espécie de "A Vingança dos Nerds" do mundo da música. Seria tipo a Bossa Nova se sobressair das trevas para sobrepassar o execrado e dispensável Sertanejo Musical. Blergh... 


Outros indicados da categoria

El Camino do The Black Keys



O que foi dito sobre o Mumford & Sons logo acima poderia ser aplicado ao The Black Keys, caso eles tivessem arrematado o prêmio. O que me faz lembrar que esta edição do Grammy foi um tanto retrô. Só faltou o Chucky Berry se apresentar na cerimônia com os caras e um holograma do Elvis interagir com eles neste ínterim. Aliás, a Adele ganhar um prêmio este ano só reforça ainda mais esta impressão...

Some Nights do Fun


Bem, se aqui nós temos e, infelizmente, acabamos por supervalorizar artistas como Gabby Amarantos (que se auto-intitula como "Beyoncé Brasileira" - embora eu ache que, guardadas as devidas proporções, este título seria melhor atribuído à Ivete Sangalo). A tal da Amarantos está mais para Jennifer Hudson antes de emagrecer ou o Jabba, do Star Wars. Ah, sim! Sobre o Fun? Bem... sobe a página até a parte deles que tá tudo escrito.

Channel Orange do Frank Ocean





E ora vejam só: o álbum de Frank Ocean ver com um selo de aviso para os pais. Até parece que músicos afrodescendentes não conseguem falar ou cantar sem colocar palavrão no meio. Bem, não sendo como gente tipo Akon, que usa palavrões como vírgulas, ele tem futuro.

Blunderbuss do Jack White



Eu me pergunto: com tantos projetos paralelos (ou problemas, como preferirem definir), como Jack White consegue ter tempo para lançar um álbum solo? Mesmo com o fim do The White Stripes, ainda tem o The Raconteurs e o The Dead Weather. Fora os momentos em que ele tenta inflar seu ego tentar se colocar no mesmo patamar que Jimmy Page e outros guitarristas. Mas mesmo com seu jeito não muito convencional (esta denominação costuma ser boa na minha opinião, mas aqui soa distorcida e incorreta), o álbum foi sucesso nos Estados Unidos e Reino Unidos. Ou seja: Jack não vai precisar gastar com Prozac por um tempo...

Canção do Ano (Song of The Year)


"We Are Young" do Fun


Ha! E não é que a banda Fun ganhou uma estatueta? Bem, falando sobre o single. Uma parte dele me faz pensar que eles pegaram inspiração do Don McLean (ouçam "American Pie"). De resto, é uma canção um tanto pedante e monótona. Janelle Monáe, cantora da qual eu estava acostumado com algo mais groove, mais dançante, tenta dar uma força no refrão, para tornar a coisa toda mais forte e significativa. Acabou falhando. Bem, não poderíamos esperar muito neste caso, mas uma estatueta foi demais.


Outros indicados da categoria


"The A Team" do Ed Sheeran




Com relação ao vencedora da categoria, esta canção se mostra mais intimista, mais introspectiva. Ou seja: mais Folk Music na premiação. Apesar da invasão Folk, e de não ser lá muito marcante, ainda foi mais merecedor do prêmio do que a canção do Fun. Fora disso, não é algo que você vá se lembrar muito tempo depois - a não ser que você seja fã de Folk...


"Adorn" do Miguel




Caramba! Tipo, parece que o Ne-Yo fez algumas cirurgias e resolveu cantar com outro nome. "Adorn" não é ruim, aliás, faria a alegria de quem gosta de ouvir rádio FM especializadas em R&B. Apesar de não ser pomposa como a vencedora da estatueta, também seria mais merecedora do prêmio. Eu só me pergunto se realmente era necessário um nome artístico sem personalidade e tão genérico quanto Miguel. Dá impressão que ele vai cantar alguma coisa como "Mambo Number Five" do Lou Bega...

"Call Me Maybe" da Carly Rae Jepsen


Hum... podem adivinhar o que eu vou dizer agora? Sim, também merecia mais do que o vencedor desta categoria. Ao contrário desta, é uma canção mais frenética, divertida, com uma atuação vocal superior. Bem, de resto, eu já falei sobre ela em um artigo individual...

"Stronger (What Doesn't Kill You)" da Kelly Clarkson


E acredito que sem surpresas, temos que eu acredito que seria a mais merecedora de todos na categoria de Canção do Ano. Após a infeliz situação criada por Ryan Tedder e que envolvia até mesmo a Beyoncé, Kelly Clarkson deu a volta por cima e lançou um single cheio de energia. Como consolo, ela tem o fato que é a única de fato sobrevivente do American Idol e que se mantém sólida na indústria - fora que é muito mais legal que bandas por aí, como por exemplo, sei lá, o Fun...

Melhor Novo Artista (Best New Artist)



Fun



...

Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhh!!

(O que aconteceria se derrubassem ácido sulfúrico com elementos tóxicos nos Beastie Boys? Veja a foto acima...)


Outros indicados da categoria

Alabama Shakes





Fico pensando como coisas como Alabama Shakes é rejeitado em detrimento de coisas como o Fun. Ouvir o Alabama te transporta para uma época em que a música era uma solução para a mente conturbada, não como agora, que muitas vezes conturba mentes. Injusto, muito injusto...

Hunter Hayes



Putz! O cara se chama Caçador! Bem, veio caçar uma estatueta do Grammy e errou o alvo. O rapaz é músico do Country, o que em situações normais me faria pensar que o Fun até poderia merecer mais do que ele. Porém, ouvindo uma das canções do rapaz, vemos que ele não impregna a sensação de boi mascando ou coisa do tipo. No geral, não é muito relevante, mas considerando a situação atual, merecia a estatueta acima do Fun por poucos pontos...

The Lumineers




Ora, ora. Mais Folk. Deveria ter mudado o nome do prêmio para Folk Grammy Awards. De qualquer maneira, dentre todos os artista Folk desta premiação, me pareceram os menos relevantes. Parecem uma versão pocket do Mumford & Sons. A canção de estréia deles, "Ho Hey" (Go's Let? Huahuahauah...) me lembro um pouco "I Belong to You" do Lenny Kravitz! Que ecleticismo...
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Pop - Melhor Performance Pop Solo (Best Pop Solo Performance)


"Set Fire to The Rain" da Adele




A Adele conseguiu ganhar uma estatueta este ano também. Por um trabalho feito na época em que foi premiada com outras estatuetas pelo mesmo conjunto! Ou ela realmente fez um trabalho duradouro e atemporal ou havia um quorum na categoria. Vale frisar que a versão em questão é ao-vivo. Ou seja, foi julgada uma versão muito mais propensa a imperfeições e problemas técnicos e ainda sim bateu gente como Kelly Clarkson, Katy Perry e Rihanna. Muito bem!

Pop - Melhor Duo Pop/Performance em Grupo (Best Pop Duo/Group Performance)

"Somebody That I Used to Know" do Gotye com Kimbra




Só o fato do Gotye e da Kimbra terem tirado esta estatueta do Fun e da Janelle Monáe já é o suficiente como mérito musical para eles. De qualquer maneira, Gotye Sting (hahaha) e Kimbra fizeram um trabalho excelente, merecedor do prêmio. Se bem que, considerando que eles competiram com, além do Fun, o LMFAO!!! (com "Sexy and I Know It"!). Tava fácil, não?

Pop - Melhor Álbum Vocal Pop (Best Pop Vocal Album)


Stronger da Kelly Clarkson





Aêeeee! Sem grandes surpresas, a loira arrematou este prêmio. Ela disputou com o superestimado Fun e teve uma concorrente de verdade, a P!nk. O Maroon 5 tava no páreo também, mas não teve jeito.

R&B - Melhor Performance R&B (Best R&B Performance)


"Climax" do Usher




Caramba! O Usher ainda existe! E ainda por cima, ainda canta! Dentre os concorrentes, ele era o nome mais conhecido, e apesar da canção não ser lá grande coisa, foi um prêmio surpreendentemente acertado dentro do contexto. Agora só falta o Usher andar por aí com uma camiseta bem grande escrita "I'm still alive, bitch!".


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O Miguel ganhou uma estatueta de Melhor Canção R&B, o The Black Keys conseguiu arrematou merecidamente o Melhor Performance de Rock e Melhor Canção Rock com "Lonely Boy" e Melhor Álbum Rock com El Camino. Justiça feita!

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As performances mais importantes:




Bruno Mars, Rihanna, Sting, Damian Marley e Ziggy Marley fizeram um tributo a Bob Marley. Eu imaginei que neste momento não fosse dar pra enxergar nada no palco por causa da fumaceira, mas me surpreendi...


Justin Timberlake e Jay-Z cantaram juntos. Jay-Z não canta, proclama rap e Justin Timberlake cantar até parece piada. Ele bem que poderia ter substituído a performance musical por uma cênica e ter recriado uma guerra de tortas a la Os Três Patetas. Seria muito mais divertido e gratificante. Mais ainda se ele passasse a fazer apenas isso o resto da vida...

Houve também performances em tributos a artistas que só devem conhecer num raio de 100km do local da apresentação. Taylor Swift, Kelly Clarkson, Elton John, Alicia Keys... um montão de gente.

Grammy 2013. Mais um Grammy, mais um...

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Aconteceu - Boletim Musical (19/02/2013)


"Marilyn Manson desmaia durante show no Canadá"


Uau! Me surpreende. Com uma aparência saudável destas...


"Liam Gallagher diz que adora 'Gangnam Style'"


Liam se diz ansioso pelo próximo hit do coreano...

Já os fãs do Liam esperam dele um hit há pelo menos uns 10 anos

"Chris Brown agradece Adele por desmentir desentendimento no Grammy"


Hahaha! Olha o flagra do sopapo que a Adele ia tomar. Mas como ela não é magrinha como a Rihanna, ele vai ter que usar as duas mãos...

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

AMR - Desastres do "Pop" 6 - Grillz

Grillz. Quem vive aqui no Brasil está acostumado com coisas que viram moda e são esfregadas na nossa cara com um rótulo de obrigatoriedade. Desde coisas mais banais como aquele maldito brinquedinho que é uma corda com duas bolas na ponta que ficam batendo uma na outra fazendo um baralho irritante, passando por mini-skates de dedo,iô-iô, até o mundo da moda que anda cada vez pior. Mas deve dizer que a moda ser algo idiota e constrangedor não é exclusividade nacional - especialmente se você acompanha aquela futilidade abismal que é o mundo fashion das passarelas. E o que quero dizer é que lá por 2005, um acessório tornou-se muito popular nos Estados Unidos (e talvez até fora de lá). Seu nome? Grills. Seria uma espécie de dentadura ou aparelho móvel feito de "ouro", que te deixa parecendo alguém que, por falta de sorte ou descuido puro, perdeu todos os dentes e teve que substituí-los por estas próteses.

Este discurso todo é pra dizer que este improvável e ostentador acessório viu tema de música. E claro que algo tão metido a besta e de mal gosto só poderia ser cultuado por rappers. E o cara da vez foi o Nelly que conseguiu se consagrar e se superar, produzindo uma das piores coisas já ouvidas nesta década que passou. Sobre Nelly, acho que dispensa apresentação. Estourou em 2002, com destaque para "Dillema", com participação da esquecida Kelly Rowland, saída do seu segundo álbum, Nellyville. Fora que o cara já angariou até mesmo o prêmio Grammy. Bem, ele precisava derreter alguma coisa pra fazer seu grills...


Grills poderia ser uma máscara, pra cobrir toda a cara logo...

|Este veículo escroto de mal gosto chegou em primeiro lugar nas paradas dos Estados Unidos e ainda foi indicado a um Grammy!!|

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O rapper Nelly (nascido Cornell Iral Haynes Jr, em 2 de Novembro de 1974) começou sua carreira nos anos 90, no grupo de Rap St. Lunatics e saiu para carreira solo em 2000. Seu primeiro álbum saiu em Country Grammar, ainda em 2000.
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Não que as coisas tenham de fato melhorado no mundo da música, mas 2005 foi um ano de destaque musical, negativamente falando. O estouro do Charmillionaire, 50 Cent estava mais em destaque que nunca e RBD existia. Era muita coisa ruim pra um ano só. E como é de se reparar, um ano de boa safra (se é que isso é possível) para o Rap e Hip-Hop. Poucas coisas poderiam ter sido tão idiotas e inacreditáveis quanto "Candy Shop" do 50 Cent - uma daquelas balas que ele tomou deve ter se alojado no cérebro pra ele ter feito algo assim, só pode...


Porém, por incrível que pareça, algo conseguiu ultrapassar este single medíocre. Sim, algo  teve a capacidade de ser pior. E isso veio de um lugar obscuro. Foi do Nelly que saiu mais uma tragédia musical do novo século. E tirando uma parceria com a Fergie no single "Party People", ele não conseguiu nada mais relevante que isso. Muito tempo antes, Nelly fez um single bem divertido, que acabou indo parar na trilha sonora do filme Todo Mundo em Pânico 2, chamado "Ride Wit Me" com seu antigo grupo, o St. Lunatics. E basicamente, qualquer coisa que possa ter qualquer interesse ou relevância na carreira do Nelly acaba exatamente aqui.


"Grillz" tem aquele clima banal e desolado que parece fazer a alegria dos produtores e artistas do Rap. Nada de realmente interessante ou inovador. Apenas a mesma cantilena tediosa e participações de outros rappers que nada ajudam o acrescentam ao projeto - o Nelly poderia fazer tudo sozinho que a coisa toda ia ficar na mesma. A propósito: o quão idiota e estúpido você tem que ser para dedicar tanto tempo e dinheiro em uma  música que fala sobre um tipo de dentadura que deixa o usuário com uma aparência de boca podre? É realmente muita falta de assunto ou um poder de futilidade incrível...


...

Participando da canção (não creditados) e do vídeo-clipes, temos Paul Wall e Ali & Gripp, o que significa menos que nada. Até o Big Boi do Outkast apareceu no vídeo-clipe e pergunto: e daí? O Jermaine Dupri foi responsável por esta baderna e agora entendo o fim do seu relacionamento com a Janet Jackson... Só não consigo entender uma indicação ao Grammy. É realmente muita falta de algo relevante...

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Especial - 54ª Edição do Grammy

Nesta edição do Grammy, tivemos um fato marcante: a morte de Whitney Houston. Esta infeliz tragédia no mundo da música foi abordada durante a cerimônia por vários artistas. Uma noite triste, de uma certa maneira. Mas o show tem que continuar...


Gravação do Ano (Record of The Year)


"Rolling in the Deep" da Adele




O hit single da Adele realmente dominou as paradas musicais pelo mundo. Conseguiu um grande destaque entre singles de gente como Rihanna, Pitbull, Katy Perry e LMFAO. E o melhor é que foi um destaque com nível técnico superior a todos eles - talvez com um empate com a Perry na qualidade vocal, mas de resto não existem comparações. "Rolling in The Deep" foi grandiosa em sua simplicidade.

Outros indicados da categoria

"Firework" da Katy Perry


Katy queria provar para o mundo que seu sucesso inicial com o álbum One of The Boys (2008) não foi pura sorte de iniciante. O baque de "I Kissed a Girl", a divertida "Hot n Cold" e a pretensiosa "Thinking of You" foram sua chave de entrada para o business. Certo, Perry provou que não era apenas uma sortuda. Teenage Dream com "California Gurls", "Teenage Dream", "Firework" e "Last Friday Night (T.G.I.F.)" mostram algo muito promissor de Perry, significando que ela pode sim ser de fato muito relevante, mas todo o cuidado é pouco, pois ela precisa de reinventar ou vai ficar obsoleta...

"Grenade" de Bruno Mars


Mars começou tudo como papagaio de pirata: no ombro dos outros. Com suas participações em "Nothin' On You" do B.O.B. e "Billionaire" do Travie McCoy, ele conseguiu uma grande projeção - não que os dois citados artistas fossem grande estrelas, mas Mars deu muita sorte de ter participado de duas canções que caíram no gosto geral em tempos tão curtos. Daí para frente foi só questão de tempo até projetos pessoais aparecerem e o primeiro álbum (Doo-Wops & Hooligans). E digo que ficou abaixo do esperado. Dentre os vários singles ("Just The Way You Are", a chata e de fato preguiçosa "The Lazy Song" e até o que não foi single como "Talking to The Moon"), o que dá pra dar de fato um destaque é "Grenade". Tá longe de ser o melhor que um artista pode fazer, mas dadas as circunstâncias, é o magnum opus do rapaz até o momento.

"The Cave" do Mumford & Sons


E os interessantes Mumford & Sons voltaram ao Grammy para tentar mais uma vez a estatueta. E ficaram só na tentativa. A criativa banda com seu vocalista cuja voz soa igualzinha à voz do Michael Stipe do R.E.M. é uma opção de alternativo bem interessante para quem gosta de coisas diferentes (vide "Little Lion Man"), mas no caso de "The Cave" soaram repetitivos e nada inovadores. Foi uma espécie de "não mexer no time que está ganhando". Mas nem por isso significa que seja algo ruim, nada disso.

"Holocene" do Bon Iver


Sim. Eu também me perguntei o que diabos era isso. O Grammy também é cultura (mesmo nos dias de hoje), trazendo também bandas desconhecidas. O Bon Iver é uma banda Indie e Folk criada em 2006 e com dois álbuns na bagagem. E com "Holocene" mereceram esta indicação. Porém o principal problema da canção é justamente o fato de trazer a fundo a raiz da banda. A canção é underground demais, apesar do clima ameno e agradável. Acredito que tenha servido como objeto de curiosidade exatamente como o Mumford & Sons serviu ano passado...

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Álbum do Ano (Album of The Year)

21 da Adele



Com certeza, dentre todos os álbuns, 21 era o que merecia vencer - e foi o que de fato aconteceu. Os três primeiros singles "Rolling in the Deep", "Someone Like You" e "Set Fire to the Rain" mostram o quão promissor é o futuro musical de Adele. E sua voz, o principal, fala tudo - ou melhor, canta tudo. Estatueta merecida.

Outros indicados da categoria

Doo-Wops & Hooligans do Bruno Mars


As canções citadas anteriormente mostram que o álbum, de uma certa maneira, foi realmente bem construído. A voz de Mars é boa, acima da média e o balanço geral até se mostra favorável para Mars. Porém ele mais parece aquele tipo de artista que você espera algo realmente arrebatador lá pelo segundo ou terceiro álbum, isso se ele não acabar sumindo misteriosamente por razões estranhas como entregar-se a algum tipo de religião bisonha ou bater em alguma mulher...

Loud da Rihanna


Basicamente, este álbum só merecia de fato alguma indicação positiva ou destaque devido ao single "Only Girl (In the World)". Sério. "What's My Name?" e "S&M" são a maior encheção de linguiça do álbum, e uma das maiores da carreira dela, que já está se tornando longa o suficiente para referências retrógradas. Rihanna sabe o que é andar de montanha russa, pois sua carreira é um sobe e desce no quesito coerência e qualidade musical.

Wasting Light do Foo Fighters


Bem, por mais que o Foo Fighters seja bem divertido em certos momentos, fica meio óbvio que não iriam ganhar o prêmio. Primeiro porque a competição com o mundo Pop e com Adele era forte demais. Segundo porque, bem, tenho a impressão de que cada vez se ouve menos Rock hoje em dia. Tive medo de anunciarem o álbum Wasting Light como sendo do Nirvana. Medo. O single "Rope" é um ótimo exemplar do Rock do Foo Fighters, apesar de não apresentar nada de novo. Enfim, eles ainda são divertidos...

Born This Way da Lady Gaga


Obviamente não poderia faltar a presença gaguistica da cantora mais polêmica dos últimos tempos. Born This Way tentou seguir a linha ousada e inusitada de projetos anteriores, como por exemplo usar temas religiosos ("Judas"). Fora que a auto-referencial "Born This Way" é divertida, mas diferente do que você poderia esperar dela. Curiosamente podemos dizer o mesmo de "The Edge of Glory" e "Marry the Night". Seria uma tentativa de mudança nos rumos musicais? Bem, pode ser bom, mas não está sendo rentável, eu acho.

P.s.: Lady Gaga, pare de fazer vídeo-clipes épicos. Lance um a cada dois álbuns, pelo menos!

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Canção do Ano (Song of The Year)

"Rolling in the Deep" da Adele


Bem, existe alguma surpresa nisso? Acho que não. De todas as indicadas, com certeza esta se sagraria vencedora. De resto, já foi tudo dito logo acima...

Outros indicados da categoria

"Grenade" de Bruno Mars


Obviamente esta seria a canção mais indicada de Mars para o posto. Mas não significa necessariamente que de fato merecesse o posto... "Grenade" é uma ponte para algo mais e só o tempo vai nos dizer o que seria algo mais.

"The Cave" do Mumford & Sons


A canção até tem qualidade, a banda também. Mas apesar disso seria meio improvável a banda ir tão longe. Pelo menos agora. Vamos ver o progresso da banda futuramente e ver se eles conseguem um Gravação do Ano primeiro.

"All of the Lights" do Kanye West


Inicialmente o projeto é creditado como "Kanye West Featuring Rihanna", mas pela capa do single conseguimos ver que o contingente foi bem maior. De gente menos conhecida como Ryan Leslie e Elly Jackson até veteranos como Charlie Wilson e Elton John. Então, o que poderíamos ter saído deste projeto?

A canção começa promissora mas acaba sendo demolida pela grandiloquência de West. Quanto mais pretensioso Kanye é, pior a coisa fica. E não pense que conseguirá identificar mais do que a Rihanna ou o Kid Cudi (isso se você conseguir distinguir a voz do Kid Cudi de qualquer outra coisa - ou seja, se conhecer a voz dele) no projeto. Em resumo, a canção é só para iniciados, gente que curte Rap, Kanye West ou similares. Não merece um Grammy de melhor canção, nem de longe...

"Holocene" do Bon Iver



Esta canção tinha o nível técnico para ganhar o prêmio, pena que não o conseguiu por um, digamos, mero detalhe: é muito chata. Tem seus momentos bonitos, mas em geral é sonolenta e sorumbática. "Rolling in The Deep" tem bons picos para contrastar aqui. Enfim, alguém dê cafeína ou qualquer estimulante para a banda!

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Melhor Novo Artista (Best New Artist)

Bon Iver


Hum. Talvez achem que seja exagero a banda ter desbancado outros artistas nesta prêmio, mas considerando que dentre eles está a Nicki Minaj, faz todo o sentido...

Outros indicados da categoria

The Band Perry


Uma nova banda Country. O mundo realmente precisa de uma nova banda Country? Bem, tanto quanto o mundo precisa de artistas do Rap. De qualquer maneira a banda mostrou que tem potencial com o single "If I Die Young". E de uma certa maneira até merecia ganhar o prêmio no lugar do Bon Iver, porém a pergunta: o mundo precisa de mais uma nova banda Country?

J. Cole


Mais um ilustre desconhecido - pelo menos por estas bandas. Mais um artista do Hip Hop e Rap tentando fazer algo mais no defasado e combalido mercado do ramo. Preciso dizer que não conseguiu inovar em nada? Pelo menos, baseando-se no seu single "Work Out", ele se mostra menos irritante que a maioria por aí. E aproveitando o exemplo deste trabalho, digo: acredito que nova artista não signifique bom artista.

Skrillex


Um artista da cena Electro no meio de indicados do Rap e Country. Isso que eu chamo de uma verdadeira salada musical. O que Skrillex (bizarro nome artístico de Sonny John Moore) produz é um som bem característico, sem grandes inovações, bem redondinho. É interessante por 5 minutos, se você realmente estiver entediado no Youtube. Ouvindo seu single, "Scary Monsters and Nice Sprites", vemos que ele gosta mesmo de variações de tempo e etc. Tanto que ele está de fato no tempo errado: quem sabe alguém realmente goste disso daqui uns 50 anos...

Nicki Minaj


E a esquisitona Nicki Minaj levou uma indicação de nova melhor artista e ficou merecidamente sem a estatueta. Nicki faz uma mistura estranha de vocalizações pouco usuais com rap que me faz pensar se ela não aprendeu a cantar na mesma escola (ou antro) que o Wyclef Jean. Seu melhor trabalho até o momento é a canção "Super Bass" que, aliás, seria infinitamente melhor se fosse instrumental. Trindade e Tobago certamente é um país de pegadinhas de mal gosto...

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Pop - Melhor Performance Pop Solo (Best Pop Solo Performance)

"Someone Like You" da Adele


Finalmente a "Rolling In The Deep" ficou de lado desta vez. De qualquer maneira, "Someone Like You" mostra melhor a capacidade vocal de Adele. Foi um prêmio merecido, apesar de eu achar que "Set Fire to the Rain" representa de maneira muito melhor e mais incisiva a voz de Adele. De qualquer modo...

Adele desbancou a interessante "You and I" da eterna polêmica e esquisita Lady Gaga, uma canção fora do clima Electropop que a consagrou. No confronto, tivemos ainda "Grenade" (que acabou não explodindo aqui, com o perdão do trocadilho fácil e besta) e, falando em não explodir, a "Firework" da Katy Perry não chegou perto disto. A cantora P!nk também entrou no páreo com "Perfect", mas já sabemos o resultado final...

Pop - Melhor Duo Pop/Performance em Grupo (Best Pop Duo/Group Performance)

"Body and Soul" de Tony Bennett & Amy Winehouse


E a falecida Amy Winehouse com o não muito longe disso Tony Bennett ganharam uma estatueta. E realmente: a força vocal deste duo foi grande o suficiente para a mais do que merecida indicação. Mas muita atenção aqui: apenas indicado para iniciados e admiradores do Jazz.

A divertida "Moves Like Jagger", no duo entre Christina Aguilera e Adam Levine também foram indicados e, apesar da boa atuação - especialmente da Aguilera - não foram páreo para Winehouse-Bennett. De conhecidos, o Coldplay concorreu com sua "Paradise", uma bela canção que por pouco poderia ultrapassar a vencedora. Uma banda de Blues Rock chamada The Black Keys entrou na disputa com uma canção cover do Buddy Holly em uma compilação em homenagem ao mesmo: "Dearest". Os vocais são bons, mas a coisa toda é um tanto limitada.

Pop - Melhor Álbum Vocal Pop (Best Pop Vocal Album)

21 de Adele


Sim, sim. Simplesmente óbvio demais. Então vou passar para os outros indicados: Rihanna com seu Loud, que acabou sendo loud no sentido ruim da coisa; Doo-Wops & Hooligans do Bruno Mars, que no conceito geral acaba sendo mediano; Born This Way da Lady Gaga que seria o mais Pop, mais acessível projeto musical dela até o momento (isso sem contar os vídeos dos singles); The Lady Killer do Cee-Lo Green, um vocalista muito bom e um single chamado "Fuck You". É isso... Agora o que eu fico mais espantado é o fato deste single ter sido indicado no Grammy passado e o álbum dele ser indicado nesta edição - isso é uma espécie de falta de quórum musical, Grammy?

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R&B - Melhor Performance R&B (Best R&B Performance)

"Is This Love" da Corinne Bailey Rae


A sumida Corinne Bailey Rae, da canção "Put Your Records On", ganhou uma estatueta com a interpretação de uma canção do Bob Marley. Te bateu uma preguiça, demasiada fome ou subiu uma fumaça? Bem... todo o clima rastejante e indolente do Reggae foi substituído por um clima mezzo R&B, mezzo Jazz. Ficou um pouquinho melhor do que a original ou do que poderia ser - o que já são pontos positivos, obviamente. 

O tio Charlie Wilson, do The Gap Band, concorreu com sua bonitinha porém atualmente antiquada "You Are". Outra concorrente é Marsha Ambrosius (do ótimo duo Floetry) com "Far Away", uma canção com climas e características comuns do R&B e que bebe bastante das mesmas águas que o Floetry, em resumo, acho até que merecia mais o prêmio que Corinne. A cantora Ledisi concorreu com sua "Pieces of Me", que também merecia mais que a cover do Bob Marley e que também me faz pensar que a cena R&B é a verdadeira salvação contra a crescente e injustificada popularidade do Rap e Hip Hop. A cantora Kelly Price com sua "Not My Daddy" com participação do cantor Stokley (da banda Mint Condition), adivinhem, também merecia mais a estatueta do que a atual vencedora. Afinal, o que projeto merece um prêmio de R&B: canções R&B ou uma cover de Reggae em R&B?

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Vencedora da categoria Pop Tradicional com Tony Bennett realmente nos faz pensar que não tem nada mais dentro de tradição do que alguma música do Tony. No sentido de ser tão velho quanto tradições quanto Natal, por exemplo. A Susan Boyle que o diga - ela que, aliás, concorreu com seu atual álbum. A Barbra Streisand também entrou na dança - de novo - este ano.

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As performances mais importantes: 



Alicia Keys e Bonnie Raitt prestaram tributo a recém falecida Etta James com a canção "A Sunday Kind of Love", que fazia parte do repertório de Etta (isso nos anos 60!). 



Maroon 5 e Foster the People (???) se juntaram ao The Beach Boys para comemorar seus 50 anos de estrada. Sério, quem são Foster the People?



Foi prestada uma homenagem ao músico Glen Campbell (o que me fez pensar a princípio que ele tinha falecido também, pois ele não é lá muito lembrado) com a The Perry Band, um músico Country chamado Blake Sheldon e o próprio Campbell. "Rhinestone Cowboy" é o tipo de canção que consegue ser boa e ruim ao mesmo tempo. Vai entender.



Jennifer Hudson e seu vozeirão homenagearam Whitney Houston com, obviamente, "I Will Always Love You". Hudson é uma espécie de requisição obrigatória e constante quando o assunto é homenagens póstumas. Fez isso muito bem cantando "Will You Be There" no velório de Michael Jackson. Tétrico...



Paul McCartney e artistas como Dave Grohl e Bruce Springsteen se juntaram para tocar o combo "Golden Slumbers/Carry That Weight/The End". Só digo uma coisa: o Grammy anda arranjando muito motivo para puxar o saco de Paul McCartney. Será que eles estão prevendo, na apresentação do ano que vem, a Jennifer Hudson cantando "Yesterday"? Hum...

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Antes tarde que nunca, pessoal. O artigo demorou, mas saiu. Espero que tenha tido alguma relevância com relação a informações... porque deu trabalho!