Análise: Primeiro single do álbum Talk a Good Game, da Kelly Rowland. Lançado em Fevereiro de 2013, alcançou #72US.
Ui, que sexy...
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Eu gostaria de saber se por aqui as pessoas sabem que é a Kelly Rowland. E gostaria também de saber se as pessoas lembram quem foram as Destiny's Child. Melhor: Que a Kelly fez parte do Destiny's e que a Beyoncé era a frontwoman do grupo. Uma vez que a carreira da esposa do Jay-Z explodiu e tornou-se bem sucedida, a relevância das outras foi soterrada. No caso da Michelle Williams, ela mesma fez isso sem ajuda por se dedicar ao Gospel, num típico suicídio comercial. Já a Kelly não fez muita coisa mesmo.
Tentei de fato lembrar algo relevante da caminha solo de Kelly, mas a única coisa mais mainstream que consegui lembrar foi sua participação no filme Freddy vs Jason. Sério. Mas estamos falando aqui do Brasil. Na Inglaterra ela teve uma relevância mais acentuada, talvez até mais que nos EUA.
"Kisses Down Low" é um R&B moderninho, o que acaba sendo negativo. Por moderninho podemos incluir o fato de batidas eletrônicas desnecessárias, em excesso. Fora outros efeitos que poderiam ter sido eliminados para dar mais clareza ao som. A voz de Kelly não é ruim, o que é um ponto positivo que deveria ser mais explorado. Se a produção não faz jus, ao menos a voz deveria salvar a coisa toda.
Como Beyoncé anda bem (apesar do último álbum não ter sido lá a grande coisa) e Michelle ninguém lembra que existe, uma volta das Destiny's Child seria muito improvável. Se você quiser se divertir, ouça os primeiros álbuns da Beyoncé dou das Destiny's. Acredite: é bem efetivo.
Grillz. Quem vive aqui no Brasil está acostumado com coisas que viram moda e são esfregadas na nossa cara com um rótulo de obrigatoriedade. Desde coisas mais banais como aquele maldito brinquedinho que é uma corda com duas bolas na ponta que ficam batendo uma na outra fazendo um baralho irritante, passando por mini-skates de dedo,iô-iô, até o mundo da moda que anda cada vez pior. Mas deve dizer que a moda ser algo idiota e constrangedor não é exclusividade nacional - especialmente se você acompanha aquela futilidade abismal que é o mundo fashion das passarelas. E o que quero dizer é que lá por 2005, um acessório tornou-se muito popular nos Estados Unidos (e talvez até fora de lá). Seu nome? Grills. Seria uma espécie de dentadura ou aparelho móvel feito de "ouro", que te deixa parecendo alguém que, por falta de sorte ou descuido puro, perdeu todos os dentes e teve que substituí-los por estas próteses.
Este discurso todo é pra dizer que este improvável e ostentador acessório viu tema de música. E claro que algo tão metido a besta e de mal gosto só poderia ser cultuado por rappers. E o cara da vez foi o Nelly que conseguiu se consagrar e se superar, produzindo uma das piores coisas já ouvidas nesta década que passou. Sobre Nelly, acho que dispensa apresentação. Estourou em 2002, com destaque para "Dillema", com participação da esquecida Kelly Rowland, saída do seu segundo álbum, Nellyville. Fora que o cara já angariou até mesmo o prêmio Grammy. Bem, ele precisava derreter alguma coisa pra fazer seu grills...
Grills poderia ser uma máscara, pra cobrir toda a cara logo...
|Este veículo escroto de mal gosto chegou em primeiro lugar nas paradas dos Estados Unidos e ainda foi indicado a um Grammy!!|
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O rapper Nelly (nascido Cornell Iral Haynes Jr, em 2 de Novembro de 1974) começou sua carreira nos anos 90, no grupo de Rap St. Lunatics e saiu para carreira solo em 2000. Seu primeiro álbum saiu em Country Grammar, ainda em 2000.
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Não que as coisas tenham de fato melhorado no mundo da música, mas 2005 foi um ano de destaque musical, negativamente falando. O estouro do Charmillionaire, 50 Cent estava mais em destaque que nunca e RBD existia. Era muita coisa ruim pra um ano só. E como é de se reparar, um ano de boa safra (se é que isso é possível) para o Rap e Hip-Hop. Poucas coisas poderiam ter sido tão idiotas e inacreditáveis quanto "Candy Shop" do 50 Cent - uma daquelas balas que ele tomou deve ter se alojado no cérebro pra ele ter feito algo assim, só pode...
Porém, por incrível que pareça, algo conseguiu ultrapassar este single medíocre. Sim, algo teve a capacidade de ser pior. E isso veio de um lugar obscuro. Foi do Nelly que saiu mais uma tragédia musical do novo século. E tirando uma parceria com a Fergie no single "Party People", ele não conseguiu nada mais relevante que isso. Muito tempo antes, Nelly fez um single bem divertido, que acabou indo parar na trilha sonora do filme Todo Mundo em Pânico 2, chamado "Ride Wit Me" com seu antigo grupo, o St. Lunatics. E basicamente, qualquer coisa que possa ter qualquer interesse ou relevância na carreira do Nelly acaba exatamente aqui.
"Grillz" tem aquele clima banal e desolado que parece fazer a alegria dos produtores e artistas do Rap. Nada de realmente interessante ou inovador. Apenas a mesma cantilena tediosa e participações de outros rappers que nada ajudam o acrescentam ao projeto - o Nelly poderia fazer tudo sozinho que a coisa toda ia ficar na mesma. A propósito: o quão idiota e estúpido você tem que ser para dedicar tanto tempo e dinheiro em uma música que fala sobre um tipo de dentadura que deixa o usuário com uma aparência de boca podre? É realmente muita falta de assunto ou um poder de futilidade incrível...
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Participando da canção (não creditados) e do vídeo-clipes, temos Paul Wall e Ali & Gripp, o que significa menos que nada. Até o Big Boi do Outkast apareceu no vídeo-clipe e pergunto: e daí? O Jermaine Dupri foi responsável por esta baderna e agora entendo o fim do seu relacionamento com a Janet Jackson... Só não consigo entender uma indicação ao Grammy. É realmente muita falta de algo relevante...