Mostrando postagens com marcador Reggae. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Reggae. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 24 de maio de 2013

AMR - 2000's Jukebox 11

Artista: Shaggy (22/10/1968)
País de Origem: Jamaica
Hits: "Boombastic", "It Wasn't Me", "Angel"
Hit da Jukebox: "It Wasn't Me" (2000, #1US - #1UK)



——————————————

O Shaggy tem uma voz chata. Se tratando dos rappers em geral, o que eu disse não acaba sendo qualquer novidade. Todavia, existem casos onde a qualidade musical pode traspassar a mediocridade vocal do sujeito. Isso, claro, é raro. O primeiro grande hit de Shaggy, "Boombastic" (1995), era de fato interessante, porém não havia o suporte vocal de algum outro artista cantando para amenizar a chatice da cantilena rapper. A canção não se sustentava por si apesar do potencial e desestimulava o ouvinte. Chegar ao seu fim meio que tornava-se um suplício.

Cinco anos depois do álbum Boombastic (que, aliás, levou um Grammy de Melhor Álbum Reggae!), Shaggy veio com um ainda mais bem sucedido, o Hot Shot. Dele saíram canções como "It Wasn't Me" e "Angel" (esta última, contendo partes de "Angel of the Morning" de Merrilee Rush, samples "The Joker" de Steve Miller e vocais de Rayvon). Outros single foram hits menores e não representativos. Mas o que com certeza pode-se destacar do Shaggy é "It Wasn't Me".


Escrita por Shaggy e outros escritores adjuntos (incluindo o vocalista da faixa, Rikrok), esta canção não estava nos planos da gravadora para ser single. Primeiramente "Dance & Shout" (que contém samples de "Shake Your Body" dos Jacksons, 1978) foi lançada. Porém "It Wasn't Me" acabou se tornando muito mais popular e então foi lançada. E como o Shaggy não seria capaz de segurar uma canção sozinho, Rikrok foi o (bem) designado para cumprir a tarefa de vocalizar decentemente a canção. Cumpriu seu papel com êxito.

E o mais surpreendente é que a melhor canção do Shaggy não utiliza nenhuma outra como base de forma alguma! De fato, isso foi um feito e tanto. Depois do álbum Hot Shot, o rapper nunca mais conseguiu alcançar qualquer nesga deste sucesso. Mas de qualquer forma, deixou um single legal nas paradas, um que vale a pena.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Especial - Old Sock (Eric Clapton)


E o grande mestre da guitarra ainda está gravando! O Deus Eric Clapton ainda grava e faz shows, como todo o bom e velho bluesmen. Não com a mesma pompa, energia, afobação e estrelismo de outros artistas e  de outros tempos, mas nada disso é necessário para quem consolidou uma carreira em seu nato talento musical. Em outras palavras: Clapton já não precisa provar nada para ninguém, pode fazer apenas o que desejar, sem ser obrigado a agradar gravadoras com hits e topcharts.

Nos últimos anos, Clapton tem feito álbuns mais voltados para o estilo musical que o inspirou e regeu seu carreira: o Blues. Clapton flertou com vários estilos, proeminentemente o Rock - afinal, que nunca ouviu sua versão para "Cocaine", "Layla" e os melhores momentos do Cream? -, mas sua raiz, seu essência reside neste gênero tão triste e melancólico. Até mesmo um álbum em parceria com o eterno B.B. King foi gravado em 2000 (Riding with the King). Fora uma parceria em 2006 com o também entusiasta do Blues JJ Cale (The Road to Escondido).

Ou seja, Clapton quer relaxar e fazer da melhor maneira possível aquilo que mais lhe agrada: música boa, na medida que preferir, do jeito que quiser. E a última novidade que o mestre Slowhand traz é o álbum Old Sock, que teve lançamento no dia 12 de Março deste ano. Eric reuniu alguns de suas canções preferidas desde que era um garotinho até os dias atuais, sendo acompanhado por grandes músicos como Steve Winwood (outro grande músico que foi companheiro de Eric no Blind Faith, dentre outros atos musicais), novamente JJ Cale e até mesmo o ex-Beatle Paul McCartney. Na produção, temos até mesmo o guitarrista Doyle Bramhall II, que acompanha Eric já faz um tempo.


No novo álbum, apenas duas canções são inéditas: "Gotta Get Over" e "Every Little Thing". Ambas foram escritas por Justin Stanley (um dos produtores do álbum), o já citado Doyle Bramhall II e, ora vejam só, Nikka Costa (ela mesma, a menininha que encantou milhões de pessoas cantando "On My Own" com 4 anos de idade).

Aqui vai uma análise faixa por faixa do novo trabalho de Eric Clapton.

1 - Further on Down the Road (por Taj Mahal, Jesse Ed Davis, Gary Gilmore, Chuck Blackwell)

Canção original do músico de Blues Taj Mahal, a canção foi lançada no álbum Giant Step/De Ole Folks at Home, em 1969. Ano em que Eric formou o Blind Faith e saiu em turnê com Delaney and Bonnie and Friends. 

Clapton conta com a participação do próprio Taj Mahal como instrumentista. Enquanto a versão original é mais calcadano Blues, Eric adicionou uma pitada de Reggae (depois de "I Shot the Sheriff", sabemos o que ele é capaz de fazer com este estilo), deixando a canção com um tom original, próprio.

2 - Angel (por J.J. Cale)

Esta canção era um faixa não lançada por Cale, que aparentemente foi cedida por ele para o novo projeto de Eric. Não há informação a respeito de quando foi composta. Cale participa tocando e cantando com Clapton.

Apesar de uma letra mais ao estilo Blues, com partes como "corta como uma faca", que é tão utilizada em linhas que precisam expressar uma tristeza reforçada, o cliente de "Angel" é um tanto alegre, calmo. Eric faz um trabalho ameno, com vocais mais contidos, serenos.

3 - The Folks Who Live On the Hill (por Oscar Hammerstein II, Jerome Kern)

Esta música já tem uma história mais profunda. Foi produzida em 1937, composta por Jerome Kern (compositor com destaque na cena teatral), com letra de Oscar Hammerstein II (compositor também proeminente na cena teatral). Foi gravada por uma série de artistas. Primeiramente gravada por Irene Dunne no mesmo ano em que foi escrita, depois por Bing Crosby e mais popularmente conhecida na voz de Peggy Lee em 1957.

A versão de referência (Peggy Lee) tem um clima mais puxado para o Jazz, com toda a suavidade intrínseca. Lembrando alguns momentos de Frank Sinatra. Já na versão de Eric, a coisa é um pouquinho mais refinada, mais moderna, com backing vocals e a adição de outros instrumentos - especialmente a guitarra de Clapton. No quesito vocais, Peggy ganha, possivelmente por esta canção ser mais adaptável para uma voz feminina.

4 - Gotta Get Over (de Doyle Bramhall II, Justin Stanley, Nikka Costa)

Primeira canção inédita do tracklist. Uma das compositoras é Nikk Costa (o que significa que ela está faturando mais produzindo para outros artistas do que fazendo a própria carreira solo) e temos a veterana cantora Chaka Khan contribuindo nos vocais.

A letra é bem otimista, falando sobre superação. A parte Rock de Eric falou mais alto aqui, com seus bons e velhos solos. A participação de Chaka Khan não teve um diferencial, uma vez que a atuação foi como backing vocal, não um dueto (como "Tearing Us Apart", de Clapton e Tina Turner), sendo apenas um mero complemento. Um sabor dos velhos tempos acompanharam as notas musicais aqui...

5 - Till Your Well Runs Dry (por Peter Tosh)

Este canção pertence ao primeiro álbum (Legalize It) do cantor Peter Tosh, ex-Wailers do Bob Marley e, obviamente, pró-maconha. A canção vem de 1976, época de grande produção criativa do Reggae - onde Clapton se inspirou bastante). O ex-Bob Marley seguiu de perto os passos do Rasta-mor lançando este Reggae que, apesar de ser Reggae, não sou chato e pedante como a maioria dos casos.

Bem, eu havia dito que o foco do projeto todo era o Blues, mas aqui temos uma total exceção. Clapton regrava mais uma vez o Reggae, incutindo o poder de sua interpretação através das cordas de uma guitarra. O destaque positivo fica mesmo pelo inconfundível solado Slowhand.

6 - All of Me (por Gerald Marks, Seymour Simons)

Canção escrita em 1931, intepretada por Belle Baker e depois por Ruth Etting. A versão de Ruth carrega aquele Jazz bem enraizado e todo seu charme inerente - tanto nos instrumentos quanto na interpretação de Etting. Foi uma canção bem popular, sendo interpretada por muitos artistas, proeminentemente Bing Crosby, Billie Holiday, Louis Armstrong, Frank Sinatra, Ella Fitzgerald e vários outros.

A versão de Clapton tem Paul McCartney o acompanhando nos vocais - Paul também tocou baixo na gravação. Paul mostra aqui que sua voz ainda tem a característica força de outrora, sendo um bom reforço aos vocais mais singelos de Eric. Obviamente esta versão parece muito contemporânea se comparada com a original, mas com o verniz Blues que Clapton propôs.

7 - Born to Lose (por Ted Daffan)

Considerado um hino Country (possivelmente antes dele ter sido banalizado bovinamente como aconteceu), esta canção foi escrita por Ted Daffan em 1942. Muito popular, a canção já foi gravada em uma versão mais melancólica pelo Ray Charles.

A interpretação de Eric, aliás, soa muito mais próximo do que veio a ser conhecido mais tarde como Country do que a gravação original. A qualidade no quesito instrumental carrega a marca da guitarra de Clapton. A canção ficou mais pomposa com backing vocals, mas nada mais que isso. Apesar do bom trabalho, a versão original de Ted Daffan acaba sendo melhor.

8 - Still Got the Blues (por Gary Moore)

A obra prima de Gary Moore, um clássico do Blues Contemporâneo (se é que posso chamá-lo assim), "Still Got The Blues" carrega toda a força musical da palavra Blues em sua melodia triste e cordas com uma melodia forte e inspiradora - e os vocais de Moore nunca estiveram tão bem acomodados. As linhas que atravessavam os dedos de Moore e chegavam até as cordas da guitarra são de fato incríveis. Gary escreveu a música em 1990 e curiosamente foi comercialmente favorável, apesar do imenso valor musical.

Nunca imaginei uma versão desta canção que fosse no mínimo aceitável, imaginando que seria feito algo de diferente do original como maneira de ser mais inventivo. Em resumo, nunca acreditei que ninguém pudesse fazer justiça ao legado desta canção. Porém, o que Clapton fez aqui, mesmo sem repetir o principal e característico riff da canção, é surpreendente. Eric já havia tocado esta canção ao vivo, pelo menos desde 2011. (Que talvez tenha sido uma maneira de homenagear Gary Moore, falecido no começo do ano.)

Amenizando a canção ao acústico, com um acompanhamento de um orgão (tocado pelo Steve Winwood), Eric consegue com simplicidade fazer algo tão belo e tocante quanto o poderoso Blues que Gary exalava de sua guitarra. Memorável.

9 - Goodnight Irene (por Huddie Ledbetter, John A. Lomax, Sr.)

Escrita no distante ano de 1933, esta canção foi gravada em primeira mão pelo músico de Blues Huddie 'Lead Belly' Ledbetter. Como é de praxe, a letra fala sobre frustração e triste (neste caso, com a tal da Irene). Frank Sinatra, Johnny Cash, Jerry Lee Lewis e Little Richard também gravaram uma versão para a canção.

A versão de Clapton é um pouco mais completa, como já era de se esperar. Vemos aqui apenas uma versão mais atual, sem grandes diferenciais. Das canções cover apresentadas no álbum, esta é, até o momento, a mais irrelevante. Não teve um grande atrativo ou diferencial - a não ser que você não tenha gostado da versão de Lead Belly.

10 - Your One and Only Man (por Otis Redding)

O cantor de Soul Otis Redding faleceu muito jovem. Aos 26 anos, morreu em um acidente de avião. Dentre as obras de seu acervo temos "(Sittin' On) The Dock of the Bay", gravada dias antes de seu acidente, e lançada no mês seguinte, em um álbum póstumo. "Your One and Only Man" foi lançada no segundo álbum, de 1965.

A versão de Eric teve uma pegada mais puxada para o Reggae, afastada do Blues e mais longe ainda do Soul. Como a qualidade musical do Soul é muito superior à do Reggae, a versão original de Redding é mais proveitosa. Mas tirando o excesso de do Reggae, a versão de Eric é muito boa.


11 - Every Little Thing (por Doyle Bramhall II, Justin Stanley, Nikka Costa)

Segunda e última faixa original do álbum, "Every Little Thing", ao contrário da outra canção inédita do álbum, não utiliza a pegada roqueira da mesma maneira. Temos mais impregnação do Reggae, que a esta altura podemos ver que já influenciou Eric demais. Acredito que Clapton, ou alguém da produção, teria escolhido fazer um contraponto entre as duas canções originais do álbum. Uma mais agitada e outra mais amena, para diversificar. Na batalha entre as duas, "Gotta Get Over" vence com folga.

12 - Our Love Is Here to Stay (por George Gershwin, Ira Gershwin)

Canção popular do Jazz, composta pelos irmãos Gershwin em 1938 para o filme The Goldwyn Follies. Dentre os compositores, temos em destaque a interpretação de Ella Fitzgerald. A canção tem perfeitamente o clima do Jazz dos anos 30. Curiosamente, a versão de Clapton não se difere muito, mantendo-se mais fiel aos original. Com relação à performance vocal, Ella vence o Slowhand - apesar da versão dele ser tecnicamente um pouco melhor.

13 - No Sympathy (por Peter Tosh) - Faixa Bônus

Ainda caminhando sobre as raízes e influências do Reggae que já ditaram muito em sua carreira, Clapton fez mais uma versão de Peter Tosh. "No Sympathy" saiu no mesmo álbum que "Till Your Well Runs Dry", no ano de 1976. É mais um Reggae, bem fiel e competente ao seu propósito. Possivelmente um dos melhores exemplares do gênero - justificando a sábia escolha de Eric.

Infelizmente, ainda não encontrei a versão de Eric disponível. Posteriormente complementarem esta parte.

No geral foi um ótimo trabalho do guitarrista. Nada grandioso, do jeito que ele quis. Apenas fazer boa música, sem se preocupar em agradar um grande público. E que venha mais um trabalho destes!

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

AMR - One More Night (Maroon 5)

Análise: Segundo single do álbum Overexposed, do Maroon 5. Lançado em Junho de 2012, alcançou #1US e #8UK.



Phil Collins? Não? Ahhhh...

———————————————–

E o Maroon 5, ou melhor, o Adam Levine continua seu percurso musical com o intuito principal (eu diria até único) de agarrar o maior número de mulheres possíveis nos vídeos de sua banda. E é claro que, felizmente para os fãs e para quem gosta de música, o que é inerente, o que está nas margens disto é, em partes, plenamente proveitoso.

E cabendo no adjetivo "proveitoso", temos canções como "This Love", "She Will Be Loved", "Wake Up Call" e a recém sucedida "Moves Like Jagger" (milagrosamente, nesta última, Levine não está em cima de mulher alguma!). O Maroon 5 é uma banda de longo tempo de estrada (desde 1994, quando se chamavam Kara's Flowers) e tem um currículo interessante em sua portfólio de singles. Após quase 20 anos, o que mais eles podem oferecer?


"One More Night", segundo single do novo álbum (e homônima de um grande clássico do Phil Collins), foi escrita por Levine e adjuntos e produzida num clima que fundia seu tradicional Pop com algo puxado para o Reggae (?!). Não que o citado fato seja de surpreender, é apenas negativamente referível. Ou seja, não esperem algo como a homenagem feita ao Mick Jagger, que fugia bem ao que se esperava da banda e decepcionou vários fãs de carteirinha. E no meu caso, digo que isso acontece infelizmente.

Este single pode passar batida, tranquilamente sem fazer qualquer estardalhaço. O que interrompe a linearidade do qual a banda vinha tendo desde Songs About Jane, de 2002. A impressão que tenho é que o Maroon 5 poderia tentar dar um rumo diferente e tentar novos ares como uma maneira de tentar se reinventar e sobreviver, da mesma forma que o Queen passou a enfatizar o desejo de Freddie Mercury e John Deacon em tocar algo mais voltado para o Funk. Deu certo em partes, com a banda voltando revitalizada para seu bom e velho Hard Rock, mas mantendo as referências obtidas do estilo antes trabalhado. Maroon, faça algo do tipo "Dancing Like Jackson" ou "Playing Like Clapton" para ver se a coisa muda de figura...

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

AMR - 90's Jukebox 7

Artista: Maxi Priest (10/06/1961)
País de Origem: Inglaterra
Estilo: Reggae, R&B
Hits: "Close to You", "Set the Night to Music" (com Roberta Flack), "That Girl" (com Shaggy)
Hit da Jukebox: "Close to You" (1990, #1US - #7UK)


———————————————–

Maxi Priest é um cantor de descendência jamaicana, apontado como um dos mais bem sucedidos artistas do estilo chamado Reggae Fusion (que, como diz o nome, é uma fusão do Reggae com outros estilos que variam desde o Pop e R&B até o Hip-Hop). Até porque, o Reggae cru nem mesmo Bob Marley conseguia tornar muito digesto, mas enfim...

Aliás, o cara realmente tinha um futuro sedimentado no ramo musical, pois seu tio, o prematuramente falecido Jacob Miller (aos 27 anos, em um acidente de carro em 1980) era líder da ótima banda de Reggae Inner Circle. Se não os conhece, recomendo "Sweat (A La La La La Long)" e "Bad Boys", que aliás, deve estar no inconsciente musical de muita gente por aí (a segunda obviamente pelo filme Bad Boys, com Will Smith e Martin Lawrence).


Priest (Max Alfred Priest) passou boa parte dos anos 80 tentando uma chance de fazer sua carreira decolar. Depois de alguns anos de esforços, finalmente conseguiu fazer seu primeiro grande lançamento, o álbum Maxi Priest, de 1988 - embora ele tenha lançado dois outros projetos anteriormente, You're Safe de 1985 e Intentions de 1986, sem grandes projeções. Com este álbum homônimo, ele lançou uma cover de "Wild World" do cantor inglês Cat Stevens , que conseguiu um #25US e #5UK. Boas posições, mas ainda sim ele precisava de um sucesso próprio para se consolidar.
Obs: "Wild World" é mais conhecida pelo público brasileiro como "Nada Me Faz Esquecer", cantada pela dupla carioca Pepê e Neném.

Foi então que aconteceu. No álbum seguinte, Bonafide, de 1990, Maxi conseguiu o tão sonhado primeiro lugar com o segundo single do álbum, "Close to You". A canção escrita por Maxi é um exemplo do Reggae Fusion por se tratar da união mais do que bem sucedida do Reggae com o R&B. A batida tradicional dos anos 90, o baixo bem colocado, a voz tranquila e suave de Maxi montam um R&B simplesmente completo e envolvente.


Infelizmente Maxi não conseguiu mais alcançar o nível de qualidade musical no qual se elevou nesta canção. No resto da década de 90 ele lançou álbuns, fez parcerias como artistas como a cantora Roberta Flack e o rapper Shaggy, mas nunca com a mesma projeção que teve no passado. Atualmente, Maxi substituiu Ali Campbell nos vocais da banda UB40 (proeminente banda de Reggae que teve como maior sucesso a canção "Red Red Wine" de 1983).

Apenas um grande single pode ser pouco para um artista com quase 30 anos de carreira, mais ainda sim pode-se dizer que Maxi Priest alcançou com "Close to You" o seu chamado Magnum Opus. Com certeza um dos meus singles prediletos vindos dos anos 90.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

AMR - You and Your Heart (Jack Johnson)

Análise: Primeiro single do álbum To The Sea, de Jack Johnson. Lançado em 6 de Abril, alcançou #20US.


You and your comb, Jack...

———————————————–

Jack Johnson foi protagonista de uma das mudanças de ofício mais bem sucedidas já vistas por aí. De adolescente surfista pra músico de carreira internacional. Johnson era apenas um surfista que fazia um filme (documentário) ou outro relacionado ao esporte. Um dia acabou machucando em uma competição e teve que ficar afastado por um longo período. E justamente neste período que Jack aprendeu a tocar violão. Daí pra frente para uma carreira na música foi um pulo, ou melhor, uma onda.

Desde então, Jack tem colocado alguns hits nas paradas. As mais conhecidas são "Upside Down" (que encheu o saco de todo mundo de tanto tocar) e a interessante "Sitting, Waiting, Wishing" (onde Johnson teve que aprender a cantar ao contrário para gravar o vídeo-clipe!). Apesar de nunca ter atigindo um top 10 nas principais paradas na vida, tem um sucesso considerável pelo mundo.


"You and Your Heart" foi escrita pelo próprio Jack e mantém o clima praiano característico de seus trabalhos. E este seria um de seus problemas. Música praiana é como reggae, quando toca demais torra a paciência. Tornando este tipo de música um tanto cansativa, tendo momentos e momentos para ser ouvida. E no caso desta canção, não foge da fórmula geral. Porém não é cansativa como "Upside Down", tendo seus momentos interessantes, que te fazem querer estar na praia comendo marshmellow. Ou na praia com a mulherada querendo comer outras coisas, enfim...

Recomendo que ouçam a versão acústica (mais necessariamente a versão que está no vídeo, infelizmente não-lançada oficialmente), pois é uma versão mais crua, onde pode se ouvir, sentir o melhor da música.


Jack faz um tipo de música que dificilmente vai dominar as paradas, afinal,tem momentos pra ser ouvida. Mas obviamente ele não está preocupado com isso. Ele parece ser o tipo de artista que faz o que faz por diversão e prazer - como Eric Clapton, por exemplo. E não só cantar e tocar, como compor.

Conclusão: Jack Johnson deve ser o único surfista no mundo que não tem areia e conchinhas no lugar do cérebro.

Vídeo (acústico):

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

AMR - Fire Burning (Sean Kingston)

Análise: Primeiro single do álbum Tomorrow de Sean Kingston. Lançado em Abril de 2009. Alcançou #5US e #12UK.


Tá pegando fogo no Sean Kingston!! Ah não... é o globo de espelhos...

———————————————–

Primeiramente Sean Kingsize, digo, Kingston vai ser sempre lembrado como "o cara que conseguiu fazer merda com a canção "Stand By Me". Ou seja, não bastou a interpretação pouco inspirada e que nada acrescentou de John Lennon. Sean Momo King, digo, Kingston simplesmente surgiu no mundo da música destruindo um clássico. Visto isso, continuo a análise...

"Fire Burning" é mais uma canção que fala sobre as garotas lindas e gostosas rebolando e etc. Aliás, por que não colocam uma garota "kingsize" igual o Sean Kingston para paquerálo nestes clipes? É sempre uma bonitinha e tal. Sean não deve se enxergar mesmo (o que seria um caso de cegueira crônica).


A canção é bem dançante e sai bem dos trilhos reggae por onde o artista sempre passa. Produzida pelo RedOne, responsável por alguns hits de ninguém mais, ninguém menos que Lady Gaga - o que me faz pensar o quão interessante essa canção poderia se tornar na voz dela. Sean mostra mais uma vez que não tem voz pra cantar mais alto do que num karaokê - tem gente que usa o auto-tune como se fosse soro ou um balão de oxigênio. Ao menos sua voz aqui soa dentro do padrão, não compromete.

Mesmo assim, "Fire Burning" consegue ser mais interessante e divertida do que a própria "Beautiful Girl" e a irrelevante "Take Me There". O que me faz pensar que Sean devia se amarrar a RedOne assim como os Beatles se amarram à George Martin. Quem sabe assim Sean KingKongston para de destruir clássicos pra fazer algo no mínimo, hum, dançante?


Pra mim, Kingston é marca de pendrive! Tenho dito...

Vídeo:

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

AMR - 80’s Jukebox 1

Artista: Sheena Easton (27/04/1959)
País de Origem: Escócia
Estilo: Pop
Hits: “9 to 5 (Morning Train)“, “For Your Eyes Only“, “The Lover in Me
Hit da Jukebox: “For Your Eyes Only” (1981, #4US – #8UK)


———————————————–

A história desta canção começa quando a banda Blondie (da vocalista Deborah Harry) escreveu uma canção chamada “For Your Eyes Only” para a trilha sonora do filme “007 contra o Homem da Pistola de Ouro”. Porém, resolveram usar outra canção de mesmo nome para a trilha (no final das contas, a banda acabou lançando a canção no seu próximo álbum).

Decidida qual seria a canção, só faltavam escolher uma interprete. Então decidiram por Sheena Easton, cantora escocesa que havia chamado a atenção com seu hit “9 to 5 (Morning Train)“ - (1980, #1US – #3UK). Detalhe: Dolly Parton já havia feito um hit com este mesmo nome “9 to 5“.


É uma canção bem emocionada e com uma grande interpretação de Easton (em contra-ponto a música do Blondie, que foi feita bem ao estilo 007). Mas no final das contas, por que colocaram uma canção deste nível em um filme como esse? É mais ou menos como colocar uma ópera ou uma música do Pink Floyd em um filme do Cine Privê.

Infelizmente, Sheena Easton é uma daquelas cantoras com grande potencial, voz bonita e presença que não vingaram. Ela acaba parando no mesmo saco escrito “Guarde aqui depois de usar” em que foi parar cantoras como Lisa Stansfield e Des’ree.

O último disco dela contém versões de clássicos da Disco Music (sinto muito, mas acho que ela não poderia ter descido mais do que isso, talvez com um disco de pagode ou reggae) e foi lançado em 2000!

For Your Eyes Only” foi escrita por Bill Conti and Mick Leeson e produzida por Christopher Neil (trabalhou com Celine Dion, A-Ha, The Moody Blues, Paul Carrack, Rod Stewart e outros).