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segunda-feira, 1 de abril de 2013

AMR - 90's Jukebox 11

Artista: C+C Music Factory
Origem: Estados Unidos da América
Hits: "Gonna Make You Sweat (Everybody Dance Now)", "Here We Go (Let's Rock & Roll)", "Things That Make You Go Hmmm..."
Hit da Jukebox: "Gonna Make You Sweat (Everybody Dance Now)" (1990, #1US - #3UK)




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Os anos 90 foram marcados por muitos hits específicos. Alguns acordes, toques, batidas são o suficientes para te fazer atravessar um túnel do tempo em direção aos tempos do Cruzado/Real, Backstreet Boys, e outras coisas bizarras (de É o Tchan! pra baixo). Tirando este lapso bizarro, foi uma década interessante para a música em certos aspectos. No Brasil, bandas como Skank eram criadas, na Inglaterra, os pretensiosos e arrogantes irmãos Gallagher iniciavam o Oasis na Inglaterra, o Pearl Jam ajudava a popularizar o Grunge nos Estados Unidos. Enfim, coisas boas e ruins aconteciam paralelamente.

Deste período, existem riffs que me são totalmente característicos. A guitarra em "Black or White" de Michael Jackson, o piano de "(Everything I Do) I Do It for You" e o violão de "Have You Ever Really Loved a Woman?" de Bryan Adams, a melodia vocal da Corona em "The Rhythm of The Night". E um que com certeza está na cabeça do pessoa saído desta década é "Gonna Make You Sweat", do C+C Music Factory, mais conhecida como "Everybody Dance Now".




O grupo foi formado em 1989 por David Cole e Robert Clivillés. Após a morte de Cole em 1995, aos 32 anos de meningite, Clivillés encerrou o C + C em 1996, para retornar em 2010, colocando no lugar Eric Kupper. Cole e Clivillés também se firmaram como produtores, sendo responsáveis, dentre outras coisas, por "Make It Happen", da Mariah Carey.

Memorável single de sua época, este projeto foi um grande boom dos anos 90 na música dançante, alçando o grupo a uma posição muito alto - que, aliás, eles não conseguiram se manter por muito tempo. A canção alcançou primeiro lugar nos Estados Unidos apenas no ano seguinte ao seu lançamento, peregrinando entre hits românticos como "I Don't Wanna Cry" da Mariah Carey, "Rush Rush" da Paula Abdul, "When a Man Loves a Woman" do Michael Bolton e a já citada "(Everything I Do) I Do It for You".

Dificilmente alguém vá se recordar de outra canção feita pelo grupo. Alguns talvez ainda se recordem de "Things That Make You Go Hmmm..." e eu me recordo especialmente da bela "Take a Toke", uma balada romântica bem anos 90 e bem elaborada - uma das melohres do gênero na época, junto a "Wishing on a Star" das Cover Girls.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

AMR - 90's Jukebox 9

Artista: Stevie B
País de Origem: Estados Unidos da América
Estilo: R&B, Pop
Hits: "Love & Emotion", "Because I Love You (The Postman Song)", "I'll Be By Your Side"
Hit da Jukebox: "Because I Love You (The Postman Song)" (1990, #1US - #6UK)


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Cantor negro de R&B, Steven Bernard Hill nasceu na Flórida e ingressou no mundo da música nos anos 80. Conseguindo um modesto sucesso nas paradas com singles dos seus dois primeiros álbuns, Party Your Body e In My Eyes, em um estilo mais Dance, Stevie B foi ficando mais conhecido e ganhando o apelido de Rei do Freestyle, um estilo que seria uma espécie de Hip-Hop com pitadas de Latino. Mas o verdadeiro sucesso veio um pouco depois disso.

Quando eu conheci o seu single de maior sucesso, foi como a maioria das pessoas por aí acabam conhecendo uma canção mais antiga: em formato remix. E de fato o pessoal mais atual na área da música realmente gosta o suficiente desta canção para tentar da ruma repaginada nela (o que, na minha opinião, foi em vão - quando ouvi a versão original pela primeira vez, qualquer resquício de outras versões deixaram de existir).


Não me lembro exatamente qual era o remix, mas de qualquer maneira eles todos nos remetem ao mesmo tipo de sensação: música de balada. Poderia ser a versão do grupo de Eurodance Groove Coverage em 2007 ou a cover feita pelo DJ Mark 'Oh (Marko Albrecht) em 2002, ambas não direcionavam o ouvinte ao ponto do qual Stevie B conseguiu com sua versão. Uma melodia bonita e cativante tocada ao piano enquanto a voz triste e lamuriosa de Stevie B sai ressoando acaba desenvolvendo uma clima comovente (e de cumplicidade) com o a situação amorosa. Uma peça do romantismo que o tempo dificilmente apagará.

Uma peculiaridade nesta canção é a equalização vocal escolhida, filtrando a voz de Stevie B de uma maneira peculiar e curiosa. Combinando com a proposta de uma canção de amor ou não, o resultado final não foi alterado - a emoção na voz é perfeitamente sentida

Stevie conseguiu o topo das paradas e acabou não indo mais longe que isso. Talvez fosse o caso dele ter alcançado seu Magnum Opus e após isso ter tido algum bloqueio que o impedisse de ir mais longe - Mark Hollies, frontman da extinta banda Talk Talk fez sua banda lançar seus últimos álbuns como sendo peças artísticas, sem apelo comercial e após o fim da banda, lançou um álbum solo para depois se aposentar, aparentemente por achar que já tinha feito seu trabalho como músico se extender até o fim. Talvez tudo seja questão de timing, saber parar na hora certa - e o resultado, normalmente, acaba sendo uma contribuição curta, porém proveitosa, para o mundo da música.

Stevie B se tornou mais um One Hit Wonder. Mas com esta canção ele deu uma ênfase à palavra "Wonder".

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

AMR - 90's Jukebox 8

Artista: Gary Moore (04/04/1952)
País de Origem: Irlanda do Norte
Estilo: Hard Rock, Blues, Rock, Jazz
Hits: "Parisienne Walkways", "Out in the Fields", "Still Got the Blues (For You)", "Cold Day in Hell"
Hit da Jukebox: "Still Got the Blues (For You)" (1990, #31UK)


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O guitarrista norte-irlandês Gary Moore nasceu em meio aos problemas de seu país envolvendo o IRA (Exército Republicano Irlandês) e o Reino Unido - o desejo do IRA em se separar do Reino Unidos e os conflitos religiosos. Durante sua adolescência, passou a ouvir grandes ídolos da guitarra como Jimi Hendrix e Eric Clapton (ao mesmo tempo amigos e rivais), o que com certeza serviu de grande inspiração para seu futuro como guitarrista.

Moore é um músico que já explorou alguns vertentes da música durante sua carreira. Indo desde o Blues e Jazz até o Hard Rock. Já trabalhou com artistas como Ozzy Osbourne e a banda de Rock Thin Lizzy (das ótimas "Whiskey in the Jar" e "The Boys Are Back in Town"). Fora que, durante mais ou menos 5 anos, Gary pertenceu a uma banda de Blues-Rock/Rock Psicodélico chamada Skid Row (não confundir com a banda norte-americana de Heavy Metal). Neste período, Moore adquiriu grande notoriedade, chegando a tocar com o lendário ex-guitarrista dos Beatles, George Harrison (inclusive na guitarra solo em uma versão ao-vivo da clássica "While My Guitar Gently Weeps", onde a guitarra solo era originalmente tocada por seu ídolo, Eric Clapton).


Apesar de todo este currículo que Gary Moore carrega em sua bagagem musical, sua maior pérola, seu Magnum Opus da guitarra é a canção "Still Got The Blues (For You)". Além do clima melancólico que os acordes poderosos da guitarra carregam, Moore é capaz de fazer uma guitarra "chorar" como poucos por aí. Assim como é o caso de canções como "Brothers in Arms" do Dire Straits, onde Mark Knopfler consegue fluir seus sentimentos de maneira bela e tranquila através da guitarra, podemos sentir uma onde semelhante vinda do som de Moore, de uma maneira um pouco mais poderosa.

Além de conseguir fazer sua guitarra "chorar gentilmente", Moore também é dotado de uma excelente e desfrutável voz - o que com certeza foi o ponto principalmente para impulsioná-lo para uma boa carreira fora das bandas, com destaque próprio. Do mesmo jeito que Eric Clapton conseguiu um destaque maior em carreira solo do que quando estava nas várias bandas do qual fez parte ou fundou (Yardbirds, John Mayall & the Bluesbreakers, Cream, Blind Faith e Derek and the Dominos).


"Still Got The Blues (For You)" tem um dos riffs de guitarra mais famosos dos anos 90 e até da música, do Rock mundial. Tem a força e a delicadeza paradoxalmente unidas em uma voz que emana melancolia pura. Com certeza, um grande clássico.

No final das contas, Gary Moore pode, sem dúvida, ser posto no mesmo hall de guitar heroes onde se encontram George Harrison, Eric Clapton, Mark Knopfler, Jimi Hendrix e vários outros artistas que conseguem fazer de sua guitarra também sua voz - e chorar através dela.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

AMR - 90's Jukebox 7

Artista: Maxi Priest (10/06/1961)
País de Origem: Inglaterra
Estilo: Reggae, R&B
Hits: "Close to You", "Set the Night to Music" (com Roberta Flack), "That Girl" (com Shaggy)
Hit da Jukebox: "Close to You" (1990, #1US - #7UK)


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Maxi Priest é um cantor de descendência jamaicana, apontado como um dos mais bem sucedidos artistas do estilo chamado Reggae Fusion (que, como diz o nome, é uma fusão do Reggae com outros estilos que variam desde o Pop e R&B até o Hip-Hop). Até porque, o Reggae cru nem mesmo Bob Marley conseguia tornar muito digesto, mas enfim...

Aliás, o cara realmente tinha um futuro sedimentado no ramo musical, pois seu tio, o prematuramente falecido Jacob Miller (aos 27 anos, em um acidente de carro em 1980) era líder da ótima banda de Reggae Inner Circle. Se não os conhece, recomendo "Sweat (A La La La La Long)" e "Bad Boys", que aliás, deve estar no inconsciente musical de muita gente por aí (a segunda obviamente pelo filme Bad Boys, com Will Smith e Martin Lawrence).


Priest (Max Alfred Priest) passou boa parte dos anos 80 tentando uma chance de fazer sua carreira decolar. Depois de alguns anos de esforços, finalmente conseguiu fazer seu primeiro grande lançamento, o álbum Maxi Priest, de 1988 - embora ele tenha lançado dois outros projetos anteriormente, You're Safe de 1985 e Intentions de 1986, sem grandes projeções. Com este álbum homônimo, ele lançou uma cover de "Wild World" do cantor inglês Cat Stevens , que conseguiu um #25US e #5UK. Boas posições, mas ainda sim ele precisava de um sucesso próprio para se consolidar.
Obs: "Wild World" é mais conhecida pelo público brasileiro como "Nada Me Faz Esquecer", cantada pela dupla carioca Pepê e Neném.

Foi então que aconteceu. No álbum seguinte, Bonafide, de 1990, Maxi conseguiu o tão sonhado primeiro lugar com o segundo single do álbum, "Close to You". A canção escrita por Maxi é um exemplo do Reggae Fusion por se tratar da união mais do que bem sucedida do Reggae com o R&B. A batida tradicional dos anos 90, o baixo bem colocado, a voz tranquila e suave de Maxi montam um R&B simplesmente completo e envolvente.


Infelizmente Maxi não conseguiu mais alcançar o nível de qualidade musical no qual se elevou nesta canção. No resto da década de 90 ele lançou álbuns, fez parcerias como artistas como a cantora Roberta Flack e o rapper Shaggy, mas nunca com a mesma projeção que teve no passado. Atualmente, Maxi substituiu Ali Campbell nos vocais da banda UB40 (proeminente banda de Reggae que teve como maior sucesso a canção "Red Red Wine" de 1983).

Apenas um grande single pode ser pouco para um artista com quase 30 anos de carreira, mais ainda sim pode-se dizer que Maxi Priest alcançou com "Close to You" o seu chamado Magnum Opus. Com certeza um dos meus singles prediletos vindos dos anos 90.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

AMR - Under Pressure (Ice Ice Baby) - (Jedward)

Análise: Primeiro single da dupla britânica estreante Jedward, lançado agora em fevereiro. Alcançou #2UK.



Jedward ou Jerico?

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Depois quando dizem que adolescente só sabe fazer cagada, aparecem aqueles discursos sobre não generalizar e etc. Pois é. O duo Jedward, que saiu do X-Factory obvia e sabiamente eliminado, consegue muito mais do que um mero grupo de adolescentes bêbados: estraga um clássico de uma grande banda que nada tinha a ver com a história e retira do limbo absoluto quem simplesmente não merecia sair de lá.

Antes de mais nada, uma pequena volta no tempo...


"Under Pressure" ficou marcada primeiramente como a primeira grande colaboração do Queen com outro grande artista, no caso, David Bowie. Além disso, também mostra a mudança de rumo musical da banda, saindo um pouco do rock para um som mais funk. Lançada em 1981, alcançou #1UK. Mais um grande clássico da banda.

Então, aproximadamente um ano antes da morte de Freddie Mercury, em 1990, surge um rapper pé-de-chinelo chamado Robert Matthew Van Winkle - usando o ridículo nome artístico "Vanilla Ice" - com a canção "Ice Ice Baby", ganhando fama e notoriedade através do mundo e ajudando a colocar o rap e hip-hop ainda mais no mainstream. Mas, havia um porém...

A canção copiava exatamente a linha de baixo de "Under Pressure"! Tudo o que Vanilla Ice fez foi adicionar um único toque a mais nesta linha. E depois teve a cara-de-pau de sair declarando que eram coisas distintas. Pra um tempo depois, com o rabo entre as pernas, admitir que fez uso do que não lhe pertencia e pagar os direitos devidos a Freddie Mercury e David Bowie.


Após isso o rapper de araque foi para o profundo limbo e mais um grande músico acabou partindo...

Chegamos em 2010 e o que temos? Um duo pop fazendo uma "homenagem" musical. O problema foi misturar "Under Pressure" com "Ice Ice Baby" sob uma interpretação simplesmente ridícula e sem inspiração ou talento e chamar logo Vanilla Ice para o projeto, tentando retira-lo do merecido ostracismo onde se encontrava.

Não dá pra entender muito bem como estes dois estão se tornando um fenômeno lá fora (bem, lá fora na Inglaterra, claro). Se bem que se pararmos pra pensar que lá eles idolatram coisas como Westlife, até tem sentido. Eles têm um visual diferente, mas não impactante (tá mais pra idiota do que impactante ou mesmo interessante), não são grandes intérpretes nem dançarinos e a parte de produção musical fica no simples meio termo. Mais parecem aquelas pessoas rejeitadas do programa Astros. Um mistério - igualzinho a carreira do Lil Wayne...


Ao menos os garotos têm bom gosto...

Este "mash-up" foi uma das coisas de maior mal gosto que já vi na história da música. É uma espécie de insulto ao Queen e ode ao plágio. Do tipo "podem plagear, é sucesso e compensação garantidos".

Se Freddie Mercury ainda estivesse vivo, talvez morreria de desgosto...

Vídeo de uma apresentação da dupla (não encontrei o vídeo-clipe com embed ativo):