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quarta-feira, 26 de junho de 2013

AMR - 2000's Jukebox 14

Artista: Janet Jackson (16/05/1966)
País de Origem: Estados Unidos da América
Hits: Diversos
Hit da Jukebox: "All For You" (2001, #1US - #3UK)



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Procuro resenhar aqui na Jukebox apenas artistas menos conhecidos, com menos prestígio. Porém, acabou abrindo exceções para alguns outros artistas fora destas condições. Desta vezes, escolhi um single da Janet Jackson, que é bem famosa, mas tem em seu espólio muitas coisas boas.

A carreira de Janet começou bem morna em meados dos anos 80. Nesta década, ela se destacou por participar de séries de tv, mas não deixou a música de lado por isso. No homônimo de 1982 (ano do lançamento do famigerado Thriller, de seu irmão mais famoso, Michael) Janet teve o auxílio de muitos produtores e cinco singles lançados. Porém o efeito foi fraquíssimo. Já em 1984 (ano de lançamento do álbum Victory, de seus irmãos The Jacksons), ela veio com Dream Street, que teve dentre seus produtores seu irmão Marlon Jackson e Giorgio Moroder. No primeiro single, "Don't Stand Another Chance", Michael Jackson contribuiu com vocais de fundo. Mas o resultado não foi tão diferente do anterior.

Dois anos depois, em 1986 (um ano antes do lançamento de Bad, do Michael), ela comete Control. Seu primeiro grande sucesso que a consolidou, tirando-lhe o rótulo de "irmã do famoso". Os produtores Jimmy Jam e Terry Lewis foram decisivos para o sucesso da nova empreitada (a dupla chegou a trabalhar com Michael nos anos 90).  A partir deste ponto Janet lançou vários singles e álbuns bem sucedidos — inclusive uma parceria com seu irmão em "Scream".


No álbum All For You, de 2001, o segundo single homônimo contou com samples da excelente "The Glow of Love", do grupo Change, que tinha como vocalista o falecido Luther Vandross. O que Janet, Jam e Lewis fizeram com este sample é algo que pouco acontece: honrar o trabalho no qual foi baseado, construindo por cima uma grande canção. "All For You" mantem o ritmo gostoso e se consolida-se como um bom single — apesar dos vocais de Janet não serem os mais espetaculares.

O single seguinte, "Someone to Call My Lover", também trabalha com samples, no caso com "Ventura Highway" da banda America. Porém o resultado obtido em "All For You" é bem superior.

Nos altos e baixos, dá pra dizer que Janet conseguiu se dissociar de seus irmãos e construir uma carreira sólida no meio da família Jackson, perdendo apenas para Michael em sucesso e popularidade. 

sábado, 15 de junho de 2013

AMR - 2000's Jukebox 13

Artista: Kid Rock (17/01/1971)
País de Origem: Estados Unidos da América
Hits: "Only God Knows Why", "Picture", "All Summer Long"
Hit da Jukebox: "Picture" (2002, #4US)


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Kid Rock é conhecido por fazer uma porrada coisas. Uma delas é ter se envolvido em confusão com o Tommy Lee (Mötley Crüe). Os dois aliás, foram casados com a atriz Pamela Anderson. Mas o que eu quis dizer com fazer uma porrada de coisas é que o cara vai do Country até o Rap Metal (??). E embora eu não goste de Country, tenho que admitir que ele pisou no estilo com solado suave.

Em 2002, Rock chamou Sheryl Crow para gravar "Picture", canção que ele escreveu com Crow e produziu. Porém, por problemas com gravadoras e todas aquelas coisas que tanto prejudicam os trabalhos dos artistas, a versão de Crow não pôde ser lançada como single. Na versão lançada, a cantora Allison Moorer tomou os vocais ao lado de Kid Rock.


A coisa ficou tão confusa que o single chegou a ser divulgado como "Sheryl Crow ou Allison Moorer". De qualquer maneira, a coisa toda funcionou, alcançando #4US. E sendo também um belo exemplar do Country, bem produzido e bem interpretado. Até hoje Kid Rock não conseguiu fazer nada tão bem sucedido quanto esta canção. E se analisarmos mais adiante, Sheryl Crow também não conseguir ir mais longe. Mas de qualquer forma, uma linda canção.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

AMR - 2000's Jukebox 12

Artista: Ingrid Michaelson (08/12/1979)
País de Origem: Estados Unidos da América
Hits: "The Way I Am", "Be OK"
Hit da Jukebox: "Be OK" (2008, #91US - #174UK)



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A menina (não tão menina assim em seus 33 anos) Ingrid Michaelson não é lá muito conhecida. Chuto que não é praticamente conhecida. Ela pertence a um círculo underground que não tem lá muita difusão por aí: o Indie Pop. Se você entende um pouco de música, deve conseguir imaginar o que é misturar estes dois. Talvez o The Ting Tings seja um bom expoente do estilo, por fazerem bem e por serem mais populares.

Michaelson não é muito popular mesmo, tendo em "Be Ok" seu single mais reconhecido - e também o mais legal. Uma melodia simples, fácil e contagiante. O contagiante é algo que, dependendo do caso, é irritante, mas aqui é bem bacana. Dá até uma certa curiosidade para se aprofundar no mundo do Indie Pop. Curiosidade: no período de 7 anos, ela lançou 5 álbuns!


Ingrid Michaelson também já trabalhou com outro nome relacionado ao estilo e que tem angariado mais atenção por aí: Sara Bareilles, da ótima "Love Song" (2007). O mulherada do Pop anda mandando muito bem, embora sendo do underground...

sexta-feira, 24 de maio de 2013

AMR - 2000's Jukebox 11

Artista: Shaggy (22/10/1968)
País de Origem: Jamaica
Hits: "Boombastic", "It Wasn't Me", "Angel"
Hit da Jukebox: "It Wasn't Me" (2000, #1US - #1UK)



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O Shaggy tem uma voz chata. Se tratando dos rappers em geral, o que eu disse não acaba sendo qualquer novidade. Todavia, existem casos onde a qualidade musical pode traspassar a mediocridade vocal do sujeito. Isso, claro, é raro. O primeiro grande hit de Shaggy, "Boombastic" (1995), era de fato interessante, porém não havia o suporte vocal de algum outro artista cantando para amenizar a chatice da cantilena rapper. A canção não se sustentava por si apesar do potencial e desestimulava o ouvinte. Chegar ao seu fim meio que tornava-se um suplício.

Cinco anos depois do álbum Boombastic (que, aliás, levou um Grammy de Melhor Álbum Reggae!), Shaggy veio com um ainda mais bem sucedido, o Hot Shot. Dele saíram canções como "It Wasn't Me" e "Angel" (esta última, contendo partes de "Angel of the Morning" de Merrilee Rush, samples "The Joker" de Steve Miller e vocais de Rayvon). Outros single foram hits menores e não representativos. Mas o que com certeza pode-se destacar do Shaggy é "It Wasn't Me".


Escrita por Shaggy e outros escritores adjuntos (incluindo o vocalista da faixa, Rikrok), esta canção não estava nos planos da gravadora para ser single. Primeiramente "Dance & Shout" (que contém samples de "Shake Your Body" dos Jacksons, 1978) foi lançada. Porém "It Wasn't Me" acabou se tornando muito mais popular e então foi lançada. E como o Shaggy não seria capaz de segurar uma canção sozinho, Rikrok foi o (bem) designado para cumprir a tarefa de vocalizar decentemente a canção. Cumpriu seu papel com êxito.

E o mais surpreendente é que a melhor canção do Shaggy não utiliza nenhuma outra como base de forma alguma! De fato, isso foi um feito e tanto. Depois do álbum Hot Shot, o rapper nunca mais conseguiu alcançar qualquer nesga deste sucesso. Mas de qualquer forma, deixou um single legal nas paradas, um que vale a pena.

terça-feira, 9 de abril de 2013

AMR - Coincidências 10

Muito antes de nossos ouvidos reclamarem de coisas como One Direction e Justin Bieber, havia projetos de cunho semelhante em outras décadas. De uma certa maneira, podemos considerar os Beatles como avós de coisas como Backstreet Boys. sei que a comparação vai fazer muita gente querer bater a cabeça na parede, mas basicamente estes projetos atendiam a certos objetivos em comum. Fazer meninas gritarem histericamente enquanto compravam o máximo possível de produtos relacionados. Neste ínterim, eles eram capazes de produzir tanto coisas aberratórias e/ou aberratórias como "Ob-La-Di, Ob-La-Da" (Beatles) ou um repertório majoritariamente irrelevante (Backstreet Boys). Bem, falando nos Backstreet Boys, eles dispensam apresentações...


Os anos 90 foram profundos no que diz respeito ao que chamamos de Boy Band. Profundo dentro deste universo, claro. Muitas coisas vieram das outras décadas (anos 70 com Jackson Five, anos 80 com, sei lá, New Edition). Anos 90 foram inundados: Backstreet Boys, *Nsync, Westlife, Five. Os dois primeiros citados foram os de maiores destaques e o primeiro foi o primeiro a explodir. Singles como "As Long as You Love Me", "Quit Playing Games (with My Heart)" e "I Want It That Way" encheram os quartos de adolescentes de posters e o sacos dos pais e de quem tivesse por perto.

Os cinco primeiros álbuns tiveram vendagem excelente, mas o período após o hiato de 2002-2005 acabou defasando o grupo e eles não recuperaram a imensa popularidade. O single "Incomplete", de 2005, foi o melhor resultado até o momento. Até mesmo a saída de um dos membros do grupo ocorreu, mas como este tipo de empreitada solo não dá certo para todos (margem mínima, diga-se de passagem) e Kevin Richardson voltou ao grupo.

Em 2001, mesmo ano de lançamento do álbum Black and Blue, o grupo lançou uma coletânea chamada The Hits: Chapter One. E neste álbum, eles incluíram o single "Drowning", que havia sido gravado para o álbum de inéditas, mas que foi deixado de lado por falta de espaço. O single teve um desempenho um tanto frio na casa do tio Sam (#28US) e bem aceito na casa da rainha (#4UK).


E falando em bandas etéreas, em 1978 nascia o Duran Duran na onda do New Wave. Eles foram responsáveis por canções interessantes, como "Save a Prayer", "The Reflex" e "The Wild Boys". Porém, de meados dos anos 80 em diante, a banda esfriou, tendo "A View to a Kill" o último sucesso deles naquela década (lançado em 1985!). O álbum Duran Duran (The Wedding Album) foi uma espécie de volta, para avisar que ainda existiam, que respiravam e ainda tocava. O single de destaque desta empreitada foi "Ordinary World", lançado em 1993 e alcançou #3US e #6UK.


Ordinária Coincidência!

A estrutura central das duas canções seguem um ritmo e até ambientação muito parecidas até certo momento. Claro que o Duran Duran segue o tipo desolação do mundo e o Backstreet Boys segue a desolação do amor. Seja lá o que isso tudo possa significar. O fato é que as primeiras partes dos refrões são muito parecidas.

Se isso não foi o bastante para vocês, existe algo mais incisivo a respeito...

O cantor Mauro Scocco, cantor sueco com mais de 20 anos de carreira, lançou em 1997 um disco de melhores hits. Como estratégia comum, foi incluída uma faixa bônus, a última do disco. Ela foi intitulada "Långsamt Farväl" (algo como "Lento Adeus").


Neste caso, até o instrumento usado foi o mesmo. Praticamente a mesma linha de piano. A semelhança é absurda, passando muito, aliás, a linha da mera semelhança.

Ou seja, o single de um grupo americano que pode ter sido influenciado por artistas ingleses e um sueco. Isso sim é que chamo de globalização (e talvez, quem sabe, coincidência)!

quinta-feira, 7 de março de 2013

AMR - Almost Home (Mariah Carey)

Análise: Single promocional do álbum Oz the Great and Powerful. Lançado em Fevereiro de 2013.




A volta de Mariah? (de balão?)

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Ah, a boa e velha Mariah Carey. Quem não sente saudades dos tempos em que ela inundava as rádios com espólio eclético? Tivemos nos anos 90 coisas como "Vision of Love", "I Don't Wanna Cry", "Hero", "Without You" (cover do Bad Finger), "Fantasy" (samples do Tom Tom Club, "Genius of Love"), "My All". Anos 2000 com "It's Like That", "We Belong Together", "Don't Forget About Us", "Touch My Body". Elas vão das mais melódicas baldas românticas até o Dance, com traços de Hip Hop. De fato, Mariah agradava a gregos e troianos...

Mas o fato é que a falta de atividades da musa ficou bem aparente. O último grande single divulgado foi "Obsessed", ótima canção que dá uma alfinetada no rapper sem noção Eminem (que insiste em dizer que já deu uns malhos com ela). Depois do álbum Memoirs of an Imperfect Angel, tivemos um álbum de natal (Merry Christmas II You) que foi inexpressivo (não houve nada como "All I Want for Christmas Is You", para fazer a alegria do pessoa que gosta da data). Eu ia citar um single, "Triumphant (Get 'Em)", que foi lançado ano passado, mas foi tão nulo em efeito que o lançamento em questão é mais adequado.


E o que temos aqui é algo que acrescenta mais ao já eclético repertório da moça. Este single é bem diferente de outros projetos do qual ela esteve envolvida. Seus vocais ficam até meio irreconhecíveis no começo. O pessoal que estava acostumado e gostava da fase "Hip Hop me envolvendo com caras como Pharrell e Jermaine Dupri" vai estranhar bastante aqui. Já o pessoal mais afeiçoado com a Mariah dos anos 90, vai achar no mínimo interessante esta "volta" - a volta dos que não foram, aliás.

A faixa produzida pela Mariah juntamente com o Stargate é boa, e teria sido melhor alocada em um álbum de originais, com o devido tratamento e divulgação. De repente a roupagem da canção seria até mais livre - deixando de lado aquele verniz de "quero ganhar um Oscar de melhor canção" que costuma permear projetos por aí. Agora é só esperar vontade e inspiração da senhorita Carey. Valerá a pena.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Quick - Capas Exóticas 14

Imaginem uma banda com mais de quarenta anos de existência. Seus membros são verdadeiras lendas do mundo do Rock and Roll, com suas habilidades e vitalidade incomparáveis e servindo de referência para todo mundo. Você, com certeza, consegue visualizar alguns casos, mesmo que não tenham tanto tempo de vida ou tenham acabado antes. Muito bem. Agora, todos sabemos que todas as bandas e artistas, com muito tempo de estrada ou não, sempre terão um momento constrangedor na carreira. Vide os vídeos do Modern Talking...

Agora, o que eu não esperava era uma banda como os Rolling Stones servir, de certa maneira, como inspiração para coisas tão inferiores... já vão entender o que digo.

Nome do álbum: Dirty Work
Ano de lançamento: 1986
Estilo: Rock


Hum. E aí? você já sacou o que eu quis dizer? Estas roupas com cores destoadas, de mal gosto profundo e constrangedoras até mesmo para os anos 80 lembram algo? Oras, muito simples. Basicamente o que temos de mais destoado, de mal gosto profundo e constrangedor na cena musical atual. A banda Restart!


E pensar que foi neste álbum que foi lançada a excelente versão de "Harlem Shuffle", do duo Bob & Earl, de 1963! Esqueçam a confusão com drogas durante a carreira que, aliás, culminou na morte do guitarrista Brian Jones. Deixem de lado momentos do tipo os seguranças Hell's Angels esfaqueando um fã dos Stones durante um show ou deles num show ao lado de Justin Timberlake. O momento mais constrangedor deles foi já ter se vestido de maneira tão idiota quanto o Restart...

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Prós/Contras Divas 6 (parte 3): Madonna

Leia também: Prós/Contras Divas 6 (parte 1): Madonna


Níveis


1 - Obra-Prima
2 - Muito Bom
3 - Bom
4 - Aceitável
5 - Ruim
6 - Créeuu

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Prós/Contras Edição Extra!

Na penúltima parte do especial Prós/Contras da Madonna, acompanhamos sua introdução aos anos 2000 e seus ali completados 20 anos de carreira. De uma certa maneira, ela esteve mais comedida nesta década, tentando um tipo de som mais sério até acabar enveredando para o Pop tresloucado e puramente comercial. Os resultados apresentados não são tão bons quanto os das duas décadas anteriores, mas mostrou que ela conseguiu se consolidar relativamente bem suas raízes musicais no mundo.



Music!

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Music (Nível 3: Bom)


O primeiro single de Madonna saído de um álbum de inéditas se mantém como seu único primeiro lugar nas paradas norte-americanas e o último de sua carreira até agora. A música também agitou as pistas da Inglaterra, Canadá e Itália. Madonna e Mirwais Ahmadzaï (produtor e compositor especialista em Electronica que foi trazido para o mainstream por Madonna) produziram e escreveram o single que, curiosamente, foi uma das várias vítimas do então inovador e jurássico Napster, meses antes do seu lançamento. Isto despertou a ira de Madonna que saiu em campanha contra o programa juntamente com outros músicos.

A canção tem uma batida até que atraente e estimulante para as pistas de dança. Porém parece que algo fica no meio do caminho. É como estar numa montanha russa, subindo bastante e, na hora de descer com tudo, a coisa não acontece como esperado - apenas uma descida mais calma e morosa. Apesar de Mirwais Ahmadzaï ser um cara mais entendido do ramo, a coisa toda não saiu com todo o potencial que - talvez - pudesse ter tido. Uma parte da voz da Madonna é condensada por efeitos. Aliás, este projeto lhe rendeu duas indicações ao Grammy - Gravação do Ano e Melhor Performance Vocal Pop Feminina. O que é surpreendente...

O vídeo-clipe é relativamente comum, com uma participação de um cara muito conhecido na Inglaterra porém estranho para o Tio Sam. O personagem Ali G, criação do humorista Sacha Baron Cohen (que viria a ficar mundialmente conhecido por fazer de trouxa justamente o Tio Sam com seu personagem Borat e depois com Brüno). Ali G é o motorista da Madonna e no vídeo aparecem cenas como Madonna se divertindo com amigas num bar de stripper com... mulheres dançando semi-nuas. Apenas para não perder o costume...

Bem sucedidos #1US e #1Uk.


Don't Tell Me (Nível 3: Bom)


Nesta canção, Madonna e Mirwais Ahmadzaï (sim, ainda ele) trouxeram o que podemos chamar de Country Pop. De fato, não é algo que se ouve (ou quer se ouvir) todos os dias. Mas o fato é que esta música é algo um tanto quanto intimista, o que traz um tom um tanto inovador. Afinal, não dá pra imaginar o Willie Nelson, por exemplo, fazendo este tipo de malabarismo estilístico com o gênero musical favorito dos norte-americanos. Esta canção, em sua maior vantagem, é um projeto mais sério e centrado que "Music" - o que nos faz tentar um esforço para levar a sério.

A parte intimista da canção é interessante atrativa. O Country costuma ser algo meio repetitivo e muitas vezes sem personalidade, mas aqui ele é maquiado pela máscara Pop, sobrando-lhe apenas referências breves como uma progressão de acordes de violão e um vídeo-clipe (muito bem feito, ainda mais para um vídeo que tem mais de 10 anos!) onde um pouquinho da cultura cowboy é mostrada. A voz da Madonna está soando muito bem aqui - o que pode ser um indicativo de que talvez a vida em Nashville pudesse lhe fazer bem musicalmente. Bem, esqueçam esta última parte, vai...

A canção fez um grande sucesso também, tendo o single vendido mais de 4 milhões de cópias. Talvez a escolha por um caminho diferente tenha sido essencial para tal resultado. Interessante também a voz da Madonna soar mais limpa e, de forma alguma, prejudicial ao conjunto.

Talvez injustos #4US e #4UK. Talvez pelo menos um top 3 para este.


American Life (Nível 4: Aceitável)


Aqui está a primeira tentativa de Madonna de fazer trabalho mais sério, mais conceitual, com mais consciência social para o mundo. Obviamente que, para uma artista que trabalhou praticamente sua carreira inteira em cima do marketing e da música fácil, não seria algo simples de se fazer digerir. E não foi. Apesar de ter sido relativamente bem acolhido, o single "American Life" teve um desempenho apenas modesto nos Estados Unidos (o álbum, apesar dos pesares, chegou em primeiro). Se comparado com projetos anteriores, foi como uma ducha de água gelada (não para os fãs, talvez, mas para a comunidade musical em geral).

O clima criado por Mirwais Ahmadzaï já começa a mostra algum desgaste, um caminho já trilhado no álbum Music, mas que ainda sim soa interessante, tem seu interesse. A voz de Madonna está consideravelmente desfrutável - tirando um momento em que ela faz o que podemos chamar de rap, algo que ficou meio fora de hora e/ou lugar.

O vídeo-clipe tem algumas cenas chocantes mostrando consequencias de guerras (as vítimas) e o que seria um desfile de moda com esta temática. Madonna aparece ora como alguma oficial do exército, agora como sei-lá-o-que. No final, de cima de um blindado, ela joga uma granada que cai na passarela - e existe uma lenda que diz que a ideia original era de que esta granada cairia nas mãos de George Bush (seria uma bomba muito bem utilizada), mas foi cortada da edição final. No fim, o vídeo foi censurado e substituído por um onde Madonna, ainda vestida com farda, cantada enquanto várias bandeiras de países passaram atrás dela.

Um #37US (o que mostra que muita gente aí voltou no Bush) e um #2UK.


Link da versão posterior: http://www.youtube.com/watch?v=LYduJw5LyFM

Hollywood (Nível 4: Aceitável)


Com o single "Hollywood", Madonna conseguiu um feito há muito não alcançado: seu primeiro single a não figurar no top 100 nas paradas norte-americanas em 20 anos. A intenção é que Hollywood fosse mais comercial que o single anterior, com uma temática diferenciada. Mas no final, temos algo um pouco banal (melodicamente falando). Lembra bem uma daquelas faixas que servem para preencher o vazio de um disco - e que acabou sendo colocada como single. Ao meu ver o que mais ajudou na difusão desta canção foi o remix feito para a gigante GAP. A canção conta com a participação de Missy Elliot e foi mixada com "Into The Groove". Este remix era apenas para a divulgação da marca citada, mas acabou sendo extendido e lançado em um álbum (no caso, Remixed & Revisited) e não foi lá muito bem recebido.

Bem, devo dizer que esta versão remixada com algo que já existia antes (tipo, quase uns 20 anos!) ficou mais palatável e audível que a versão original. Não que Missy Elliot ajudasse em algo, mas é que o clima frenético e dancante de "Into the Groove" é bem mais interessante e estimulante que a batida meio intimista e sintetizada de "Hollywood". O fato de querer soar mais acessível que "American Life" é bem aceita, mas a teoria acabou ficando meio distorcida coma a prática.

O vídeo-clipe não tem lá muito atrativo, tendo como atrativo maior um processo vindo de um fotógrafo chamado Guy Bourdin, que acusou Madonna de roubar referências artísticas de seu pai. Aqui está um exemplo.

Então, surpreendente #2UK.


Love Profusion (Nível 2: Muito bom)


Esta foi uma real tentativa de Pop, de algo mais acessível e comercial. E deu certo, finalmente. Apesar de ter sido um single ignorado nos Estados Unidos, foi razoavelmente bem na Inglaterra e Canadá. Teve seu lançamento atrasado na terra do Tio Sam (2003 nos países citados e 2004 lá) para coincidir com o lançamento do perfume Beyond Paradise, que utilizava a canção em sua propaganda. Mas acabou sendo o terceiro single do álbum American Life a ser desprezado pelo povinho do hamburger (a faixa-título foi a única que conseguiu alguma atenção).

O uso acentuado de um violão e a despretensão com grandiloquências em efeitos especiais e mensagens humanitárias mostrou-se uma boa fórmula para agradar aos ouvidos. Não que os ditos artifícios antes citados sejam algo proibido de se fazer, mas esta canção ilustra bem como nem sempre são necessários para uma obra - que, aliás, podem até desviar do foco principal. Apesar de a voz de Madonna ter melhorado muito desde o início, eu poderia apontá-la aqui como um possível problema. Mas no geral está ótimo.

O vídeo-clipe foi dirigido pelo francês Luc Benson (responsável por grandes filmes como a série Carga Explosiva e 13º Distrito e sua continuação, 13º Distrito - Ultimato) conta com muitos efeitos especiais e é muito bem dirigido. Excetuando algumas partes que acabando deixando exposto um pouco do seu artificialismo devido ao excesso de computadorização gráfica. Um dos vídeos mais interessantes de sua carreira, deixando para trás em vários milhas os últimos produzidos.

Um #11UK vindo da terra da Rainha.


Hung Up (Nível 3: Bom)


Bem, Madonna atestou que fazer músicas mais sérias, usando o coração, querendo passar uma mensagem, não adiantava como algo para mover sua carreira. American Life não foi tão bem quanto ela imaginava ou quanto ela (ou a gravadora) queria. O que fazer num casos destes? Simples. Dizer "dane-se" e fazer música Pop e descartável, pois dá mais dinheiro e promoção artística. No final, ela viu que este negócio de conduzir a carreira fora de polêmicas picantes não dava em nada. E então, sob esta premissa, Confessions on a Dance Floor foi concebido. Pena que outras canções boas foram usadas como escada para o sucesso do álbum. E vemos isso por este single, que sampleia o clássico "Gimme! Gimme! Gimme! (A Man After Midnight)", do ABBA, 1979. O que deve tirar - e muito - os méritos desta canção. O esqueleto da canção criado por Benny e Björn salvou o single da Madonna e com certeza isso deve ter irritado fãs ferrenhos do ABBA.

No geral, só dá pra dizer que a canção é boa por causa da intervenção, por assim dizer, do ABBA. Como eu já disse, os méritos da Madonna são mínimos e, se tem alguma utilidade, é de servir como um referencial - para que fãs de Madonna e o pessoal de hoje em dia que tenha ouvido isso acabe despertando algum interesse em ouvir uma banda tão interessante quanto o ABBA. Tendo sua imagem restaurada e um recorde no Guinness Book (por chegar ao topo das paradas de 45 países), Madonna deve (e muito) ao pessoal lá da Suécia.

O vídeo-clipe faz referência ao filme Embalos de Sábado à Noite (a roupa que Madonna usa) e tem também cenas com praticantes de parkour (sendo um deles Sebastien Foucan, um dos grandes referenciais do esporte).

Os Estados Unidos acharam legalzinho mas nem tanto. #7US lá e um #1UK.


Sorry (Nível 3: Bom)


Esta faixa dançante tem o mesmo detalhe de sua precursora: deve boa parte de seus méritos à outros artistas. Neste caso, a linha de baixo do single "Can You Feel It" dos Jacksons foi usada como base para este projeto. Ou seja, um pouco daquele feeling, digamos, esperançoso que a música de Michael Jackson e seus irmãos traz . É tipo "sentar nos ombros dos gigantes". A Madonna, neste caso, pulou dos ombros do ABBA para pular nos dos irmãos Jackson. Isso sim que eu chamo de fórmula para o sucesso - é como fazer tudo 2.0...

De qualquer maneira, a canção de fato agita as pistas, faz o pessoal se mexer. Cumpre bem seu papel. E ela para basicamente aqui...

Um #58US pra #1UK. Uau!


Get Together (Nível 3: Bom)


Aqui está uma das melhores canções do álbum. Num clima diferente das outras canções, num tipo mais Ambient Music com Dance e os vocais da Madonna. Apesar de acabar exagerando um pouco nos efeitos sonoros em boa parte dos momentos, está bem acima da média - pelo menos, acima de boa parte do álbum anterior. Dá pra dar uma boa agitada nas danceterias (mas, preferencialmente, algum remix ousado para melhorar a experiência).

O vídeo-clipe também abusa de efeitos e é um dos mais interessantes de sua carreira. Aliás, nos lembra um pouco o vídeo-clipe que fizeram para a música "Two of Us" dos Beatles no relançamento do álbum Let It Be, o Let It Be... Naked, de 2003. Ou seja, não foi muito original, mas ainda sim bem mais, digamos, encorpado.

Recebeu boa recepção da rainha com um #7UK e uma fria do Tio Sam com #84US.


4 Minutes (Nível 2: Muito Bom)


E a nova empreitada da Madonna baseou-se, aparentemente, numa ideia que pode ter sido considerada boa: chamar gente mais nova e nos holofotes para lhe dar uma forcinha e posar de mais atual. O resultado?

"4 Minutes" é algo bem diferente e de fato atual. Uma batida legal e um clima dançante que, apesar dos esforços anteriores, não constava no álbum anterior. Não temos nada muito conceitual aqui, o que pode ser considerado vantagem, já que o objetivo tem sido a diversão de fato. Será que Madonna ainda tem algo para dizer? Bem...

Sobre a canção ser de fato algo bom, temos um ponto para Timbaland. Aliás, Madonna recorreu ao produtor num momento certo: enquanto ele ainda tinha algum interesse. Pois agora, depois que lançou a segunda edição de Shock Value (que acabou sendo muito inferior comercialmente e, obviamente, no quesito qualidade), fez o cara ir para debaixo de alguma ponte pedir doações e sumir de vez. Como se não bastasse, junto com o produto principal sempre vem um brinde inútil. Sim, estou falando do Justin Timberlake. Outro que também sumiu (e parece que para fazer cinema - sorte de quem gosta da música, azar para quem gosta do cinema). Sua participação é apenas regular, poderia ter sido substituída por de alguém com talento de verdade até para aumentar o interesse do projeto. E outra coisa também: Se aparece mais algum Justin no mundo da música, é melhor mandar matar antes que seja tarde!

O vídeo-clipe não faz muito sentido e serve apenas para mostrar os três principais envolvidos na tela ou para mostrar que Madonna, apesar de velha, ainda está bela e formosa. O que o Photoshop e dinheiro não fazem, não é?

E, é claro: O mundo não foi salvo...

Um Top 3 garantido nos EUA com um #3US e um #1UK na Inglaterra.


Give It 2 Me (Nível 3: Bom)


A divertida "Give It 2 Me", por incrível que pareça, foi produzida pelo The Neptunes. Deve ser a lei da probabilidade: uma hora esses caras tem que acertar. E como se não bastasse, o Pharrell participou mais diretamente da peça - tão malsucedido quanto o Timberlake, pois se Justin ao menos era notado, aqui se você espirrar não nota que Pharrell está participando. Para um backvocal qualquer e na ponte sua voz é genérica demais (aliás, como sempre é). Mas mesmo assim a urgência e clima Dance não são atrapalhados.

E o vídeo-clipe é mais um que pretende mostrar Madonna em roupas mais sumárias por motivos óbvios. Não perca tempo vendo, apenas ouça. Não é tão legal quanto o single anterior, mas ainda sim é melhor do que qualquer coisa do The Neptunes...

Os Estados Unidos não foram muito com a cara, deram um #57US. A Inglaterra já foi mais receptiva, #7UK.


Miles Away (Nível 2: Muito Bom)


Esta aqui me lembrou um pouco "Don't Tell Me" e "Love Profusion" e é tão interessante quanto elas. A Madonna combina bastante com acústico, apesar de suas origens não serem tão ligadas a isto. Tenho que admitir que o trabalho de Timbaland e (duvidosamente) Timberlake foi bem unificado aqui. A canção é envolvente e Madonna mostra, mais do que nunca, que aprender direitinho como se canta, tendo uma melhora vocal muito grande com o passar dos anos - e também ela quer muito mostrar que sabe tocar violão.

Sendo a primeira canção escrita para o álbum, chegou a ser primariamente composta no piano - se tivesse sido lançada com base neste instrumento também seria muito bom. A demo caiu na net para conferência.

O vídeo usado para divulgação foi retirado da última turnê da Madonna.


Celebration (Nível 4: Aceitável)

Madonna+-+Celebration.jpg (400×400)

Já foi escrito aqui no blog um artigo individual sobre a canção "Celebration", segue o link:

AMR - Celebration (Madonna) - postado originalmente em 21 de Dezembro de 2009.


Peço mil desculpas pela imensa demora para terminar esta série. Muitas coisas aconteceram durante este ano e me tomaram realmente muito tempo. Assim que possível vou atualizando o blog. A última parte desta série será a análise das canções que foram lançadas em trilhas sonoras de filmes e outros projetos!

sábado, 21 de maio de 2011

AMR - 2000's Jukebox 7

Artista: Diddy (04/11/1969)
País de Origem: Estados Unidos da América
Estilo: Hip-Hop, R&B, Rap
Hits: "Can't Nobody Hold Me Down", "I'll Be Missing You", "I Need a Girl (Part One & Two)", "Last Night"
Hit da Jukebox: "Last Night" (2007, #10US - #14UK)


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Bom, primeiramente, Diddy é um artista bem conhecido. Mas como a canção em questão é realmente do meu agrado, resolvi inclui-la nesta Jukebox. A mais rica figura da história do Hip-Hop (não, não é o Jay-Z, por incrível que pareça),com toda sua pompa e arrogância típica dos artistas do gênero - e sendo artista deste gênero - conseguiu produzir canções interessantes. A homenagem ao falecido rapper Notorius B.I.G., "I'll Be Missing You" (que sampleia "Every Breath You Take" do The Police) é bem bonita, mas por ser um sample de um grande clássico dos anos 80 e a contribuição de Diddy sendo seu rap, dificilmente dá pra colocar os créditos nele. Já na mais recente "Last Night" o crédito também não pode ser muito bem direcionado a ele pela participação de Keyshia Cole, que salva a canção por cantar, pura e simplesmente.

Mas verdade seja dita: a batida e a atmosfera criadas por Diddy e Mario Winans (produtor, cantor e multi-instrumentista e trabalhou predominantemente com Diddy, mas já teve trabalhos com Tamia e Lil Flip) é envolvente, sem ser tediosa - apesar de ser um tantinho repetitiva em alguns momentos. Poucas vezes o Hip-Hop conseguiu ser tão interessante, minimalistamente falando, quase conceitual. O que, vindo de um artista que é bem famoso, mas não tem grandes trabalhos e reconhecimentos no mainstream (mais ou menos o Jay-Z sendo casado com a Beyoncé, por exemplo) é bem relevante.


Mas é claro que quando se trata do mundo maravilhoso do Rap e Hip-Hop (e, claro, de Diddy), ele não poderia receber muitos créditos (que já lhe foram tirados em 50% por Keyshia Cole, no caso desta canção). "Last Night" utiliza como sample uma variação da batida de uma canção relativamente desconhecida: "Erotic City", do Prince, canção lançada originalmente em 1984 com um lado B. Mas tudo bem, não vou só meter o pau... O que Diddy e Mario fizeram é bem mais interessante e atrativo do que a canção do Prince. Algo que vale a pena ouvir.

domingo, 1 de maio de 2011

AMR - 2000's Jukebox 6

Artista: Amy Macdonald
País de Origem: Escócia
Estilo: Soft Rock, Folk Rock, Indie Rock
Hits: "Poison Prince", "Mr Rock & Roll", "This Is The Life"
Hit da Jukebox: "Ths Is The Life" (2007, #2UK)


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Amy Macdonald é uma cantora que aprender música por conta própria pegando o violão de seu pai. Inspirada em uma banda de Rock Alternativo chamada Travis (da interessante "Sing") - uma fonte de inspiração peculiar e muito interessante, aliás. Com alguma habilidade considerável na bagagem, a moça saiu tocando em pubs com apenas 15 anos. Depois de mandar as demos "Mr Rock & Roll" e "This Is The Life" para algumas gravadoras, Amy conseguiu um contrato com a Vertigo.

Em 2007, sai seu álbum de estréia chamado This Is The Life. E foi dele que saiu seu cartão de visitas, a canção "This Is The Life". O álbum vendeu 3 milhões de cópias e o single chegou em segundo nas paradas da Inglaterra. Foi uma interessante estréia para uma garota de, até então, 20 anos de idade.


Sua pegada ritmada e constante marcam uma característica tanto nesta faixa quanto na "Mr Rock and Roll" - é algo alternativo e bem interessante de se ouvir. Com um dinamismo legal e nada muito sintético como muitas "musas" do alternativo por aí realizam.

Ela não conseguiu o caminho mais mainstream que artistas como Lily Allen percorreram, mas ao menos não precisou, sei lá, ser apresentadora de talk show e sair metendo a boca em todo mundo para poder aparecer e se consolidar. Tá, tá bem, ela não tá exatamente consolidada. Mas está no caminho certo. Se seu som tivesse alguns elementos mais sintéticos ela com certeza poderia ser confundida com algo dos anos 80.


Os últimos trabalhos dela não têm tido grande destaque, mas ela é jovem (atualmente com 23 anos) e uma carreira recente. Se Roy Orbison demorou cerca de 25 anos para produzir um hit relevante (foi mais ou menos esta a distância entre "Pretty Woman", de 1964, e "You Got It", de 1989), Amy ainda pode surpreender e lançar algo tão cativante e interessante como este hit - só espero que não caia no lado comercial sem-graça.