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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

AMR - 80's Jukebox 11

Artista: Stephanie Mills (22/03/1957) e Teddy Pendergrass (26/03/1950 - 13/01/2010)
País de Origem: Estados Unidos da América
Estilo: R&B, Soul
Hit da Jukebox: "Two Hearts" (1981, #40US - #49UK)



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Aqui temos uma gema perdida no tempo e pouco conhecida do público em geral (mas obviamente bem guardada na memória dos exploradores musicais atrás de outros clássicos enterrados). Stephanie Mills, conhecida pela canção "Never Knew Love Like This Before", sua mais famosa obra, e talvez a singular "The Medicine Song".

Teddy Pendergrass, um cantor de voz grave e forte, da estirpe de Barry White, começou cantando em igrejas quando garoto e mais para frente tocou bateria em algumas bandas. Mas foi no Harold Melvin & the Blue Notes que sua voz foi reconhecida e ele passou de baterista para vocalista. Seu hit mais bem sucedido é "Close the Door", de 1978, com #25US e #41UK. Em 1982, o cantor sofreu um grave acidente de carro que o deixou tetraplégico (ficou sem movimentos do tórax para baixo).



O single "Two Hearts" (não confundir com a frenética e divertida canção do Phil Collins) foi gravado pela dupla em 1981 e foi escrito  e produzido por James Mtume (notório por seu trabalho com Miles Davis) e Reggie Lucas (companheiro musical de James Mtume e produtor majoritário do primeiro álbum da Madonna). Aliás, Mtume e Lucas ganharam um Grammy de Melhor Canção R&B pelo single "Never Knew Love Like This Before" da própria Stephanie Mills.

Esta canção tem um groove bem envolvente e a voz suave de Stephanie fez uma bela contrapartida com a voz grave e melódica, na estirpe de cantores como Barry White. Este contraste foi bem colocado, fazendo uma parceira marcante, apesar de não ter tido o devido destaque.

Uma curiosidade: apesar de o vídeo-clipe ter sido gravado um ano antes do acidente que tirou os movimentos de Pendergrass, em momento algum você o vê em pé durante o vídeo (movendo as pernas sim, mas não de pé).

domingo, 12 de agosto de 2012

AMR - 70's Jukebox 13

Artista: Timmy Thomas (13/11/1944)
País de Origem: Estados Unidos da América
Estilo: R&B, Soul
Hits: "Why Can't We Live Together", "People are Changin'", "Gotta Give a Little Love (Ten Years After)"
Hit da Jukebox: "Why Can't We Live Together" (1972, #3US - #12UK)



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O cantor, compositor e tecladista Timmy Thomas nasceu no estado de Indiana (mesmo estado do Jackson Five) e, antes da carreira musical, chegou até a ser mágico. Já na música, trabalhou como músico de estúdio até conseguiu seu espaço e gravar seu primeiro single, "Why Can't We Live Together". Que, até os últimos trabalhos realizados por Timmy nos anos 90, permanece como seu único grande sucesso.

O single foi escrito e produzido pelo próprio Thomas, e tem como base um órgão e percussão. Um dos produtores da gravadora ouviu a demo e teve a ideia de adicionar outros instrumentos, de modo a deixar a canção mais cheia, deixando sua introspectividade, mas a ideia foi deixada de lado e a faceta intimista foi mantida. O resultado foi bom, com mais de 2 milhões de cópias vendidas.



E como não poderia deixar de ser, vários samples e covers foram feitos. A mais memorável foi a versão de um cantor chamado Mike Anthony, que em 1982 fez sua versão, um pouco mais pomposa, acrescentando letras e batidas e outros toques. Tornou-se um caso de uma cover que ficou tão boa quanto a versão original, em minha opinião.

sábado, 12 de março de 2011

AMR - Ching Ching Ching (Nikka Costa)

Análise: Primeiro single do álbum PRO WHOA!, de Nikka Costa. Lançado em 2010, alcançou #77 nas paradas da Alemanha.


Ching? Hã?

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A filha do Don Costa cresceu. Se você não sabe de quem eu estou falando, muito provavelmente isso vai refrescar sua memória:


Se por um acaso isso não serviu, você deveria cogitar a hipótese de morar em outro lugar que não seja uma caverna...

Enfim, anos se passaram após a estréia desta estrela mirim, mais especificamente uns 30 anos! Algumas estrelas baixinhas conseguem uma carreira brilhante demonstrando muito talento para a coisa - Stevie Wonder e Michael Jackson, para citar dois grandes exemplos. Também há estrelas que não são exatamente um exemplo de qualidade artística genuína - Justin Timberlake, Bow Wow... e Justin Bieber? E existem os que acabaram ficando, digamos, em cima do muro.

Nikka Costa pode ser alocada nesta terceira categoria. Lançou ao todo 8 álbuns em toda sua carreira. E nunca mais se ouviu falar dela desde "On My Own". Ela é uma espécie de One Hit Wonder precoce. Seu pai, Don Costa, que é constantemente lembrado por seu trabalho com Frank Sinatra, lançou a carreira de sua filha - e acabou reforçando o título de One Hit Wonder após não ter influenciado mais sua vida artística - Costa faleceu em Janeiro de 1983, quando Nikka tinha 10 anos.


Após tantos anos, Nikka investiu na sua carreira percorrendo basicamente ritmos como Funk, Soul e Blues - o que denota que ela realmente queria tirar algo de qualidade de sua carreira. Porém ela nunca mais teve o destaque de outrora (excetuado um círculo fechado de poucos fãs legítimos).

Agora, aparentemente seguindo a moda, Costa lança seu novo single com uma pegada mais puxada pro... Electropop? Nah, não chega a tanto. Mas a parte do Electro é verdadeira. Talvez imaginando alcançar um público maior - ou simplesmente querendo seguir uma nova direção em sua carreira - ela resolveu realizar esta mudança. E "Ching Ching Ching" é apenas comum - principalmente se você considerar que ela já teve coisas muito melhores em sua carreira antes de tomar este novo rumo (exemplo: "Push And Pull" do álbum Everybody Got Their Something de 2001, que lembra a canção "Broken" da extinta banda feminina Antigone Rising).


A canção é uma balada agitada e bonitinha, assim como era bonitinho o rostinho infantil de Nikka (pegaram a referência)? Se você for considerar apenas "Ching Ching Ching", não houve algo que possa ser chamado de grande evolução - um retrocesso quando muito. Claro que é válido a vontade dela em querer aparecer mais, seja por uma maior projeção artística, $eja por algun$ outro$ motivo$ de$conhecido$, mas neste caso faltou talvez um pouco mais de ousadia.

Resumindo, Nikka e sua voz são sim boas. Mas eles combinam muito mais com um violão do que com artifícios eletrônicos...

sábado, 8 de janeiro de 2011

Quick - Capas Exóticas

As capas dos álbuns são como as capas dos livros: servem como um grande atrativo para o produto, fazendo um marketing positivo ou negativo e mascarando algo que pode ser bom ou ruim. Tem também as pessoas que julgam pela capa e etc. Aqui começar uma série que vai mostrar capas de álbuns um tanto quanto exóticas e diferentes. Começamos pela cantora de R&B e Soul, Millie Jackson.

Nome do álbum: Back to The S__t (Back to The Shit, na versão sem censura)
Ano de lançamento: 1989
Estilo: R&B


Millie é também uma grande atriz (ou ela não estava de fato atuando). Há quem diga que o álbum é uma merda...

Obs: Por que diabos ela caga segurando um sapato??

Temos de bônus o verso do álbum também:


E aqui pela cara dela, ela acabou de terminar o serviço, hauahuaha...

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

AMR - Window Seat (Erykah Badu)

Análise: Primeiro single do álbum New Amerykah Part Two (Return of the Ankh) da cantora Erykah Badu. Lançado em Fevereiro, alcançou #95US.


Erykahwho?

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Erykah Badu. Não, eu não estou bêbado em frente ao teclado tentando escrever um artigo sobre um single internacional lançado pela Maria Gadú. Este é mesmo o nome da figura. Badu é um misto de Soul, Funk, Jazz, Hip-Hop, R&B e o que mais vier pelo caminho. Na ativa desde 1996, Erykah conseguiu uma pontinha no mainstream graças a um vídeo controverso.

A estréia de Badu, o álbum Baduizm (#2US) e o single "On & On" (#12US-UK) chamaram um tanto a atenção, com o single proporcionando até mesmo um Grammy para a artista em 1998. Ela já se envolveu com rappers como André 3000 (com quem teve um filho) e Commom e participou do filme Irmãos Cara-de-Pau 2000. É, tirando o primeiro álbum, não há realmente muito o que contar sobre a moça... Afinal, juntamente com outro hit dela chamado "Bag Lady", percebemos o quanto sua discografia é homogênea demais - todas as músicas parecem ser uma continuação uma da outra ou feitas da mesma base.


Enfim, o single em questão, "Window Seat" não foge deste filão: é tão sem personalidade não dá pra destacar muita coisa. O estilo vocal de Badu lembra bastante Amy Winehouse e alguns traços lembram até alguns momentos mais amenos da Janet Jackson. Apesar de serem bons referenciais, isso acaba por denotar um pouco mais a pouca distinção de Erykah no meio musical.

Aliás, "Window Seat" acabou sendo seu segundo pior trabalho nas paradas, com um #95US, somente atrás de "Didn't Cha Know?", de 2000, com um #113US. E baseado nisso - talvez até pela própria Erykah estar prevendo - o vídeo-clipe deste trabalho vem com aquela proposta chocante de marketing para atrair a atenção e aumentar as vendas.


Nele, Badu anda por uma rua, tirando a roupa. Quando fica totalmente nua, ela está na mesma rua onde ocorreu o assassinato de John Kennedy. E o mais "chocante" (o entre aspas é pelo fato disso ser chocante apenas para os facilmente impressionáveis e influenciáveis) é que ela acaba sendo atingida por um tiro, cai no chão. Basicamente é isso. É mais ou menos a mesma coisa que você combinar um beijo lésbico com outras duas estrelas recentes ou pedir pra um cantorzinho de quinta tirar parte do seu decote no meio de um show. Ou seja, pura e simples perda de tempo.

Erykah Badu não é uma cantora que exatamente fez ou faz diferença na cena musical e também não vai ser desta vez. Mas quero deixar claro que se não é a melhor coisa do mundo, pelo menos consegue ser melhor - ou menos irritante - que muita coisa por aí. Ouça sem contra-indicações.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

AMR - 80's Jukebox 6

Artista: Anita Baker (26/01/1958)
País de Origem: Estados Unidos da América
Estilo: Jazz, Soul, R&B
Hits: "Sweet Love", "Giving You the Best That I Got", "Just Because"
Hit da Jukebox: "Sweet Love" (1986, #8US - #13UK)


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No prêmio Grammy de 1987 não teve para ninguém na categoria Melhor Canção R&B. A cantora e compositora Anita Baker iniciou sua carreira no começo dos anos 80 com o álbum The Songstress, de 1983, que apesar de não ter nenhum hit nas paradas principais, serviu para introduzi-la no mundo da música e no estilo R&B - a faixa "Angel" alcançou #5 nas paradas de canções R&B.

Três anos depois, Baker teve mais sorte - ou seria um maior desabrochar de seu talento? Seu álbum Rapture foi muito bem recebido, é considerado com um dos melhores álbuns lançados nos anos 80 e ganhou duas estatuetas do Grammy, uma delas para "Sweet Love" de Melhor Canção R&B e outra para "Rapture" de Melhor Performance Feminina de R&B. Fora que o álbum vendeu 8 milhões de cópias pelo mundo - 5 milhões só nos Estados Unidos.


O principal single do álbum Rapture, "Sweet Love" foi escrito pela própria Anita juntamente com outros dois músicos: Gary Bias, ótimo saxofonista que trabalha com a banda Earth Wind and Fire e Louis Johnson, baixista que já trabalhou com artistas como Aretha Franklin, Donna Summer, Stevie Wonder e tocou em alguns álbuns de Michael Jackson - incluindo Thriller.

O clima Soul e R&B é um tanto introspectivo, bem dentro do tema amoroso da letra - o doce amor que sempre estará lá presente. A voz firme de Anita clama com convicção e força de que aquele amor será eterno e que ela será tudo o que ele (o amante) precisa. O piano segura firme a canção e os backvocals reforçam a mensagem de Anita.


No ano 2000, o grupo de R&B Fierce lançou uma versão com um R&B mais atual, chamada de "Sweet Love 2K", que conseguiu um #3UK - se saindo melhor que a versão original que conseguiu um #13UK. E Beyoncé chegou a incluir esta canção na sua turnê I Am... Tour, juntamente com as canções "Sweet Dreams" e "Dangerously in Love". Segue o vídeo:

segunda-feira, 31 de maio de 2010

AMR - Young Blood (Norah Jones)

À pedidos da minha amiga Kauana, resenhei esta canção da Norah Jones. Sugestões de músicas, é só mandar nos comentários!

Análise: Segundo single do álbum The Fall, da Norah Jones. Lançado agora em Fevereiro de 2010, alcançou #33 no Japan Hot 100.


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A origem de Norah Jones é um tanto interessante: ela filha do lendário músico indiano Ravi Shankar com a promotora de shows e dançarina Sue Jones. Shankar, mestre em seu instrumento, o sitar, foi um grande amigo do ex-guitarrista dos Beatles, George Harisson. Fora que ele também já ganhou três Grammys. Agora, voltando a Norah...


Ela tem uma mistura de estilos em seu som (Jazz, Blues, Soul) que nos remete a um estilo criado no Brasil: a Bossa Nova. Melhor dizendo, algo que seria uma adaptação da Bossa Nova - ou seja, tipo uma Neo Bossa Nova. Um exemplo é a excelente "Don't Know Why". Ela "pegou" algo chato de colocou uma roupagem de certo interesse.

Agora, analisando seu novo projeto, The Fall, vemos que ela está trilhando um caminho mais Pop, um pouquinho mais diversificado - apesar de que este seja o possível motivo para este ser, até o momento, seu projeto de menor vendagem/repercussão. E podemos ver isso com os dois primeiros singles do álbum: "Chasing Pirates" (cujo o vídeo-clipe lembra muito a sequencia inicial do filme O Significado da Vida, do grupo de humor inglês Monty Phyton) e o projeto em questão, "Young Blood".

Comparando com a clássica "Don't Know Why", temos ligeira mudança para o Pop, algo mais distinto, mais bem construído. Porém, ainda sim paira um clima minimalista - tanto na canção em si quanto em seus vocais - o que de fato é uma característica do seu trabalho. Não dá pra notar qualquer influência da música de seu pai em seus projetos, até porque seria estranho demais incluir o estilo musical indiano entre o jazz e o blues.


Dá pra perceber também a omissão de suas habilidades com o piano, já que a canção é sustentada basicamente em uma guitarra e uns outros efeitos possivelmente vindos da mesma. Apesar de ser uma ótima pianista, nem sempre uma canção construída sobre ele consegue passar a mensagem desejada. Logo Norah resolveu dar ênfase aos vocais e a outros meios - e não errou, afinal.

Norah Jones nunca tentou ser uma artista do Teen Pop e nem tem jeito para tal. O que definitivamente deve ser encarado com algo maravilhoso. Apesar de a maioria das vezes não ter um grande destaque, ela segue fazendo música de qualidade sem precisar falar coisas obscenas ou usar roupas coladas. Uma ascensão na escala Pop ela nunca vai ter, mas pelo menos vai poder continuar sua carreira sem ter que beijar a Madonna na boca.


Extra: Norah Jones pode ser considerada também uma heroína! Afinal, além dela ter que aturar um Keith Richards embriagado a abraçando enquanto tentava cantar e tocar, ela ainda teve a ingrata tarefa de salvar o clássico "Love Hurts" do que Richards estava fazendo. Segue o vídeo.


I know, It's only rock and roll! But I like it...

sábado, 17 de abril de 2010

AMR - Soldier of Love (Sade)

Análise: Primeiro single do álbum Soldier of Love, lançado em Dezembro de 2009. Primeiro single e álbum lançados pela banda em um período de quase 10 anos. Alcançou #52US e #123UK.


Soldier of Love ou São Jorge?

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A banda Sade (sim, Sade é um projeto, não a carreira solo da vocalista que, numa atitude modesta como a de Eddie Van Halen e Jon Bon Jovi, colocou seu nome na banda) estava há quase 10 anos fora do ar, sem lançar material desde 2001, quando lançaram o álbum Lovers Rock, de 2000 e o single "King of Sorrow", de 2001.

Não se sabe o motivo de tanto tempo fora da música. Porém, dá pra perceber que o que foi acumulado durante este tempo foi refletido neste álbum. Afinal, a faixa-título é um pouco parada, centrada demais - tipo o tempo demorado para a concepção do projeto. Sade, que terminou seu casamento há alguns anos, provavelmente se inspirou bem neste fato para escrever a canção. A ligação entre casamento, soldado, exército e etc com certeza familiariza com a cabeça de milhões de casais...


Pode esquecer aquela suavidade e romantismo que vaga por canções como "Smooth Operator" - de longe a melhor canção da banda. O negócio aqui é falar do amor de uma maneira crua, assim como ele costuma aparecer para as pessoas às vezes. Quem não precisa ser um soldado pra lidar com uma esposa naqueles dias?

Suponho que a Sade preveu o desastre musical que ia ser a década e resolveu pular logo no começo. O que tem sentido, pois vários artistas antigos meio que quebraram a cara viajando (ou boiando mesmo) pela década sem conseguir nada. O AC/DC estava no mesmo caminho até lançar Black Ice, onde entregaram mais do mesmo. Não que os fãs ligassem, mas não impressiona quem queria ouvir algo um pouco mais elaborado.

E aí é que está. Quem nunca ouviu nada da Sade pode até dizer que "Soldier of Love" soa um tanto elaborado para uma banda de rótulos R&B, Soul e Jazz - estilos meio que considerados mais simples (se você ouvir "Cantaloupe Island" do Herbie Hancock, vai perceber que o jazz, por exemplo, não é tão simples assim). Você realmente já ouviu uma canção trip-hop elaborada (tente ouvir o Portishead e ver se é algo complexo)?


Apesar de não ter ido bem nas paradas com o single, o álbum tá vendendo bem e sendo elogiado. Mas eu fico me perguntado como seria um próximo álbum agora que Sade fincou de novo suas raizes na música. Pensando bem, Sade meio que "criou" um novo estilo: o trip-hop romântico - pra não dizer emo. Imagina a Sinéad O'Connor vagando pelo trip-hop. Não ficou muito longe disso. Blergh!

Vídeo:

domingo, 3 de janeiro de 2010

AMR - Empire State of Mind Part II - Broken Down (Alicia Keys)


Análise: Single do álbum The Element of Freedom de Alicia Keys, lançado agora em Fevereiro. É uma continuação da canção "Empire State of Mind" de Jay-Z, alcançando #55US e #4UK.



Ufa! Neste caso, não tem o "elemento" Jay-Z!

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Questão: Alicia Keys é soul ou R&B? Bem, o fato é que quando ela tentou ser R&B a coisa acabou soando mais com R$B (sacaram?).
Alicia já produziu trabalhos ótimos durante sua carreira. Canções como "Fallin'", "A Woman's Worth", "You Don't Know My Name" e "If I Ain't Got You" demonstram o quanto esta talentosa pianista de voz afável tem a mostrar.
Resposta: Alicia Keys soul e neo-R&B? Vejamos...
Em 2007, ela resolveu lançar "No One", que pessoalmente me decepcionou. A direção musical de Alicia mudou pra uma coisa mais popular, um R&B comercial e sem-graça, como aconteceu com algumas músicas do Lionel Richie antes dele encerrar sua carreira em meados dos anos 80.

Até então poderíamos considerar Alicia uma espécie de hiato musical. Isso até sua mais recente parceria com Jay-Z - que rendeu ao rapper seu primeiro single #1 como artista principal. "
Empire State of Mind" dominou as paradas e encerrou 2009 no topo. Se não era a melhor coisa do mundo, pelo menos de uma certa maneira, ficou com o ano que passou, cedendo lugar para Ke$ha.

O fato é que "Empire State of Mind II - Broken Down" pareceu uma espécie de "passeio no antigo jardim do soul e neo-R&B". A canção é tomada por um certo intimismo que lembra um pouco os velhos tempos de Alicia. O que é musicalmente excelente.

O problema aqui é que a canção não tornou-se comercialmente viável, como, por exemplo, "No One". E parece que, justamente por isso, não se tem previsão de ser lançada como single. E se for lançada, será apenas pela sua conexão com sua parte I.

Teremos Alicia Keys e seu diário de volta?
Canção:


sábado, 14 de novembro de 2009

Prós/Contras Divas 3: Amy Winehouse

Níveis

1 - Obra-Prima
2 - Muito Bom
3 - Bom
4 - Aceitável
5 - Ruim
6 - Créeuu

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Eu poderia ser um completo idiota começando um artigo sobre Amy Winehouse falando sobre seu problema com drogas, escândalos e etc… Mas venho dizer que, na lógica mais simples e pura que NÃO É ISSO QUE WINEHOUSE ESTÁ VENDENDO! Se uma pessoa é trouxa o suficiente pra comprar um disco dela pelo que se lê nos jornais, azar, muito azar. Não se encontra por aí um dvd oficial da Winehouse escrito “Melhores Escândalos” ou coisa parecida.

Deixem as fofocas e coisas do tipo para desocupados como Leão Lobo - coisas tão importantes quanto a carreira de gente como ele.

O terceiro Prós/Contras é sobre esta artista britânica de voz forte chamada Amy Jade Winehouse!


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Stronger Than Me (Nível 3: Bom)


Este é o primeiro single de sua carreira. E como é de costume de toda a cantora underground, acabou ficando de fora do top 50 em seu país: #71UK. Se bem que isso só serve pra mostrar o quão os britânicos são um saco com os próprios conterrâneos. É uma música interessante de produção mais simples. Apesar da sensação de “barzinho com 10 mesas ma só 3 ocupadas”. A letra fala sobre um namorado ter de mostrar, ser mais forte que a companheira… O velho feminismo - que em partes tem bastante razão.

Take The Box (Nível 2: Muito Bom)


Uma canção mais voltada para o Jazz. Dá até pra imaginar uma versão desta canção interpretada pela Billie Holiday. A letra é confusa - e talvez seja um de seus méritos: a impressão é que personagem está depressiva, bêbada. Amy cita até o próprio cachorro na canção. O clipe mostra Amy tocando guitarra num salão escuro cheio de globos luminosos, dentre outras cenas. Conseguiu se sair melhor que o single anterior nas paradas: #57 UK. É uma das canções mais interessantes do álbum, junto a "Stronger Than Me", "You Send me Flying" e "Fuck Me Pumps". Dá pra notar uma tal carga de sentimento nela.

E também tem um remix muito bom dela. Vale a pena conferir: “Take The Box” (The Headquarters Mix).

In My Bed/You Sent Me Flying (Nível 3: Bom/2: Muito Bom)



Singles de duplo lado A são coisas curiosas… A impressão que se tem é que se uma das músicas acaba sendo ruim para o gosto público, ainda se tem uma segunda opção no mainstream. Isso infelizmente só deixa a coisa meio confusa, mas de qualquer forma…

"In My Bed" tem um clima meio confuso, no meio da desolação, urgência, raiva… tipo uma versão hard/avesso do clima da "Take The Box". Antônimo de singles. É mais ou menos como se Thelonious Monk entrasse em estúdio com o Kanye West ou o Jay-Z (parece bizarro né? mas até que tem sentido). Sobre a letra: "In My Bed" ("Em Minha Cama"), mais óbvio, impossível! Duas coisas que atraem a audiência ao extremo: amor/sexo e tragédia (se duvida, lembre-se: o filme Titanic arrecadou quase 2 bilhões de dólares). Um trabalho interessante, de força e movimento.

Contém samples da versão de “Apache” feita pelo obscuro porém interessante grupo Incredible Bongo Band, de 1973. A versão original foi escrita por Jerry Lordan e lançada pelo excelente The Shadows, de Marvin Hank, nos anos 60.

"You Sent Me Flying" é muito bem trabalhada e tem uma atuação vocal ótima de Winehouse. O tipo de coisa que o público deveria levar em consideração. Winehouse mostra o quanto sabe cantar em momentos simples como este. No início, o primeiro acorde tocado lembra "Rocket Man" do Elton John. Mas só o primeiro acorde. De longe um dos trabalhos mais significativos de Winehouse. Provavelmente sua melhor canção. Na sua versão do álbum, no final da faixa tem uma canção-surpresa (aquelas que o artista, por algum motivo, omite - os chamados "easter eggs") chamada “Cherry”, que deixa a impressão de que Amy visitou o Brasil. Mais necessariamente o Rio de Janeiro (alerta, alerta: bossa nova!!!).

Resumindo: ambas conseguiram um #60 UK. Merecia bem mais, claro, mas...

Fuck Me Pumps/Help Yourself (Nível 2: Muito Bom/5: Ruim)


Tudo o que foi dito sobre single de lado A duplo serve aqui.

"Fuck Me Pumps". Wow! Aparentemente é uma expressão que significa algum tipo de sapatos femininos (aparentemente de salto alto). A canção mais divertida e desinibida da Amy. Tanto a canção quanto o clipe. Onde ela sai pelas ruas cantando com um microfone, entrando em carros alheios, na frente de bares onde garotas vomitam… O clipe às vezes parece uma pegadinha do tipo “Borat”, pela naturalidade das cenas e proposital amadorismo das cenas. Um achado!

Mas ao chegarmos em "Help Yourself", a qualidade cai, e bastante. É aqui que Winehouse dá sua primeira grande derrapada. A música é tão ruim que deveria ser lado C (hauhauhauaa). Agora, falando sério, a música sequer foi incluída em sua versão norte-americana. Acho que os norte-americanos não se ligam muito em auto-ajuda ou em música arrastada.

Ambas conseguiram um #65 UK, injusto para "Fuck Me Pumps". Já para "Help Yourself"…

Rehab (Nível 5: Ruim)



Pode parecer algum tipo de aversão da minha parte com relação que é popular ou coisa do tipo. Mas uma faço questão de enfatizar: "Rehab" é tipo o que o João Gordo fez pro mundo punk, “traiu o movimento, véio” ~ Dado Dolabella. Ou seja: cadê o underground que encaixava tão bem na figura Winehouse?

Apesar do tema sobre drogas estar presente, - coisa que faz a canção ainda ter traços underground - a canção é pop demais. Virou uma espécie de Soul/Jazz de plástico (algo que se assemelha minimamente o rumo que Alicia Keys está tomando). A letra enfatizando a inanição de Winehouse com relação ao seu problemas com drogas não ajuda em nada. Os arranjos acabam sendo um pouco exagerados. Claro que existe coisa pior no mundo da música, mas Amy tem poder pra mais que isso.

E é lógico: 7# UK e #9 US…

You Know I’m No Good (Nível 3: Bom)


Esta canção mostra um pouco da linearidade jazz do álbum - ou seja, distante da parte pop "Rehab". Vamos dizer maldosamente que seria uma "salvação-pós-Rehab". É interessante notar que alguém conseguiu reacender alguma nesga de interesse no jazz no século 21. Amy deveria ganhar um tipo especial de Grammy por ter reanimado o estilo. Uma das melhores canções do álbum e da carreira da Winehouse.

No vídeo-clipe, Amy é uma espécie de criminosa sendo questionada por um investigador com fotos e etc. Bem produzido. Pena que não não podemos ver coisas toscas e divertidas nele como no vídeo-clipe da "Fuck Me Pumps" . Mas considerando a temática da letra, isso faz sentido… Alcançou #16 UK e #58 US.

Back to Black (Nível 3: Bom)


Clima denso, lembra um pouco um funeral. Ou pelo menos como eles devem ser na Inglaterra. Amy manteve firme a parte jazz do disco, principalmente no que se diz respeito a qualidade. Para quem cultua a tristeza, essa faixa é realmente admirável. Pra que não cultua, também. Mark Ronson é um produtor da faixa. Grande trabalho dele, um produtor que acredito que deva sofrer de algum tipo de “dupla personalidade musical”. Às vezes nem parece que foi ele quem produziu algumas faixas… No clipe, Amy enterra seu coração! Isso sim é que é sutileza…

Conseguiu um top 25 nos UK, apesar de merecer bem mais.

Tears Dry on Their Own (Nível 3: Bom)


Acredito que esta canção seja o melhor exemplo da fusão do jazz-Amy com o pop-Amy. Ou maior exemplar disto no álbum e talvez na carreira inteira dela. Pode-se dizer que pra combater o clima mais triste, denso que algumas faixas propuseram, "Tears..." foi feita. Na parte pop muito superior a "Rehab". A propósito, ambas têm vários elementos instrumentais em comum.

Atingiu #16 UK, melhor posição em seu país desde a própria "Rehab".

Love is a Losing Game (Nível 3: Bom)


É a designada faixa lenta do álbum, falando sobre o amor com melancolia. É o momento Soul do álbum. Uma das melhores do álbum. O mais profundo neste sentido, aliás. A canção foi escrita apenas por Amy, e possivelmente tem influencias de seu conturbado relacionamento com seu marido, Blake. O vocais são tristes e bem melancólicos. Existe por aí uma versão em que Amy canta com um instrumental mais ameno, mais minimalista - meio Bossa Nova.

Pegou um top 50 (#46UK).

Extra - Valerie (Nível 3: Bom)


Bem, este single não é da Amy, mas sim seu produtor, Mark Ronson, para seu álbum “Version” de 2007 - um trabalho onde ele faz covers de outros artistas com participações especiais. Mais especificamente, "Valerie" é uma cover da banda indie The Zutons (quem?). A canção parece um lado B de single ou outtake do "Back to Black" que deveria ter sido aproveitada. É divertida e legal, mais até que a versão original.