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sábado, 4 de maio de 2013

AMR - 90's Jukebox 14

Artista: Coolio (01/08/1963)
Origem: Estados Unidos da América
Hit da Jukebox: "Gangsta's Paradise" (#1US - #1UK, 1995)



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Bem, eu execro o Rap. Acho um estilo pedante, limitado e que pode funcionar bem quando reduzido às corriqueiras participações especiais. Três ou quatro minutos da ladainha recitada dá nos nervos -salvo raríssimas exceções, como "Rapper's Delight(com samples de "Good Times" do Chic) e "Apache" (se bem que esta não se sustenta tanto assim) do Sugarhill Gang . Resumindo, o Rap é como um trompete: tem momento certo pra ser usado, e saindo disso, fica insuportável.

Coolio (Artis Leon Ivey Jr) teve seu primeiro álbum lançado em 1994, mas foi em 1995, com o álbum Gangsta's Paradise, que ele obteve reconhecimento. O single de mesmo nome foi o grande projeto de sua carreira (até hoje), sendo primeiro lugar nas paradas em vários países do mundo. Fez parte da trilha do filme Mentes Perigosas, com Michelle Pfeiffer (inclusive com participação da mesma no vídeo-clipe). Aliás, o vídeo foi vencedor do MTV Video Music Awards de 1996 por Melhor Vídeo-Clipe de Rap - Coolio disse que o grupo Bone Thugs-n-Harmony que merecia o prêmio, mostrando uma humildade não característica dos rappers que acabam sendo representados por egos inflados como Kanye West...


Mas devo dizer que a estatueta do Grammy de Melhor Performance de Rap Solo que Coolio ganhou tem que ser, em partes, dividida em mérito. Tudo porque a base da canção foi emprestada de "Pastime Paradise" de Stevie Wonder, do álbum Songs in the Key of Life de 1976. Coolio projetou o clima da canção para uma atmosfera desolada, tratando da vida de um membro de gang afro-americano insatisfeito com sua condição criminosa (eles se intitulam "gangsta", numa possível e chula referência aos gangsters). Já a canção de Stevie Wonder nos remete à paz e tranquilidade. Wonder chegou a cantar com Coolio e L.V. (outro envolvido na canção) durante o Billboard Awards de 1995.


Outro momento marcante envolvendo a canção foi a paródia feita pelo divertido Weird Al Yankovic, cantor e parodista conhecido por fazer versões bem humoradas de várias canções. A chamada "Amish Paradise", de 1996, brinca com o povo Amish (grupo religioso cristão famoso por uso restrito de equipamentos eletrônicos, vivendo de uma maneira que lembra bastante séculos atrás). E não é que a paródia ficou tecnicamente melhor que o parodiado?

Coolio ficou bravo e reclamou dizendo que Yankovic não lhe pediu permissão para fazer a paródia (embora isso não seja legalmente necessário e que Yankovic tenha pedido, sim, autorização para lançar o single para a gravadora). Yankovic acabou pedindo desculpa que foram aceitas de má vontade. Mas pelo visto os problemas não mais existem, pois os dois participaram de um evento juntos na época do ocorrido (e até mesmo anos depois, quando já não havia mais nenhum interesse comercial no encontro). Após este ocorrido, Weird Al passou a pedir autorizações diretamente para o artista, afim de evitar conflitos do tipo.

Weird até mesmo zoou o cabelo do Coolio!

Em 2006, após dez anos...

No final das contas temos uma conta balanceada. Uma canção muito bela de um artista lendário, uma versão desta em Rap que não é ruim para um Rap, e uma divertida e bacana versão parodiada por um grande nome do gênero. Coolio nunca mais alcançou a marca que chegou com "Gangsta Paradise" e Weird Al Yankovic seguiu fazendo suas divertidas versões e medleys polka. Mas também, com tantos rappers por aí, quem vai dar por falta?

Stevie Wonder - Pastime Paradise


"Weird" Al Yankovic - Amish Paradise

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

AMR - Love on Top (Beyoncé)

Leia também: Prós/Contras Divas 2: Beyoncé
AMR - If I Were A Boy (Beyoncé)
AMR - Diva (Beyoncé)
AMR - Video Phone (Beyoncé & Lady GaGa)
AMR - Telephone (Lady Gaga & Beyoncé)
AMR - Telephone (Vídeo-clipe)
AMR - Ego (Beyoncé)
AMR - Run the World (Beyoncé)

Análise: Quarto single do álbum 4, da Beyoncé. Lançado em Dezembro de 2011, alcançou #20US e #13UK.



Ou então "butt on top"...

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Depois de um, digamos, devaneio anti-comercial e meio fora de seu gênero normal com "Run the World (Girls)", Beyoncé voltou a fazer o velho café com leite, o arroz com feijão de sempre. Quero dizer, na verdade se considerarmos o fato de Beyoncé se esforçar para ser o grande símbolo sexual norte-americano, era pra este café com leite ir vodca e neste arroz com feijão ir muita pimenta...

Mas não é o que acontece em "Love On Top". Aqui ela resolveu deixar um pouco de lado sua transbordante sensualidade para trabalhar em algo mais ameno. Tanto que o que ouvimos nesta gravação é um R&B mais tranquilo, mais contido. Nada de esfregar a bunda em faces alheias ou exacerbar seu feminismo latente. É um projeto "novo", pois o conceito e tudo o mais nos remete aos tempos mais antigos de artistas que, aliás, são referenciados por Beyoncé, como Stevie Wonder.


Pra encurtar e ir direto ao assunto: se você é fã da Beyoncé de áureos tempos de canções como "Baby Boy", "Naughty Girl", "Check On It", "Single Ladies" e outras menos cotadas, não vai se animar com o choque, digamos, cultural que receberá ao ouvir o presente single. Mas se você curte mesmo coisas como a chata de doer "Irreplaceable", "Halo" e "Ego", então possivelmente vai se sentir em casa.

Bom, é bem melhor tecnicamente. Mas eu, apesar disto, prefiro categoricamente que Beyoncé continue fazendo suas firulas feministas e sem tanta qualidade musical. O motivo? Imagina só o Elton John descendo sua qualidade musical e tocando, sei lá, pagode (huhauahuahauah). Acho que é a mesma situação. Beyoncé, keep the single ladies...

sábado, 3 de setembro de 2011

Especial - Rock in Rio 4 2011 - 29/09


O Jamiroquai e vários artistas representando a Legião Urbana tocaram. Mas o que definitivamente salvou a noite foi o grande show que Stevie Wonder proporcionou. Ele é um dos últimos grandes artistas internacionais e mostrou isso nesta noite.


Stevie Wonder


Simplesmente o melhor show do Rock in Rio até o momento. A grande lenda da música tocou seu repertório, covers e até homenagens aos brasileiros. O setlist de Stevie Wonder contou com clássicos como "Master Blaster (Jammin')", "Higher Ground", "Overjoyed", "My Cherie Amour", "Sir Duke", "Isn't She Lovely", "You Are The Sunshine of My Life" e "I Just Called to Say I Love You". Covers como How Sweet It Is (To Be Loved By You) (cover de Marvin Gaye que ficou famosa na voz de James Taylor), "The Way You Make Me Feel", em homenagem ao Rei do Pop e as covers brasileiras, "Garota de Ipanema" de Vinicius de Moraes e "Você Abusou" do Toquinho. O show contou até mesmo com um velho fã tocando teclado e a filha de Stevie cantando. Sem dúvida um show magnífico.

Infelizmente o que mais vi pela net foram piadas idiotas sobre a deficiência visual do artista. Piadas sobre a cegueira do Stevie Wonder é a mesma coisa que piadas sobre abuso infantil com Michael Jackson: não tem graça alguma e só serve pra quem não sabe ser engraçado e precisa chutar cachorro morto. Os verdadeiros cegos são os que não viram o magnitude do show e talvez o Medina...


Janelle Monáe


Uma musa do R&B e Soul. Bom, eu nem preciso dizer que uma artista deste naipe no Rock in Rio é como morango com mostarda. Mas posso dizer que é muito, muito melhor do que algumas coisinhas que passaram pelo festival desta edição. A moça "adentrou" o palco de uma maneira criativa e deu seu show. Como dizia minha mãe: "isso não deveria se chamar 'Rock in Rio', deveria se chamar 'Festival de Música'". Ou, como eu estou começando a gostar de chamar, "Pop in Rio"...


Jamiroquai


Wow! O Jamiroquai é uma banda legal! Apesar de não ser Rock, mas é bem legal. O figura doida do vocalista e líder Jay Kay é no mínimo singular. O maior problema no show da banda é que não se ouviu nem "Virtual Insanity" nem "Seven Days in Sunny June". Claro que eles têm algo mais além disso. Mas é quase a mesma coisa que um show do Dire Straits sem "Sultans of Swing" ou do Michael Jackson sem "Billie Jean". Aí fica complicado. Tá bom mas não tá.


Ke$ha


É... O cifrão no nome da Ke$ha serve bem para o Medina. Eu nem preciso citar a parte do Rock aqui, não é? O que eu posso dizer é que se o pessoal queria ouvir o maior sucesso da carreira da moça, tiveram que se arrastar pelo show inteiro até poder ouvir o fechamento com "Tik Tok". Sábia decisão. Pois se ela tivesse tocado esta primeiro, o palco Sunset lotaria bem...


Legião Urbana e Orquestra Sinfônica


A Orquestra Sinfônica Brasileira abriu com um medley da Legião Urbana de maneira competente. Menos para quem não gosta de orquestras. De qualquer maneira, grandes clássicos da Legião foram apresentados por vários vocalistas. "Tempo Perdido" e "Quase Sem Querer" foram interpretadas pelo vocalista do J Quest, Rogério Flausino, "Quando o Sol Bater na Janela do Teu Quarto" pelo Toni Platão, "Indios" pela Pitty (ela ainda existe???), "Teatro dos Vampiros" pelo baterista da Legião, Marcelo Bonfá, "Será" com Hebert Vianna e o guitarrista da Legião, Dado Villa-Lobos, "Por Enquanto" com Dinho Ouro Preto e "Pais e Filhos" com os convidados.

A homenagem foi muito bonita, com imagens e momentos do Renato Russo. Aquele que foi um dos últimos sopros sinceros da música e da poesia no Brasil. Privilegiado foi quem pode ver um dos últimos shows da Legião em 1994...


Na noite seguinte, tivemos o Lenny Kravitz fazendo um grande contraponto com Ivete Sangalo... Ai.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

AMR - If It Wasn't For Bad (Elton John & Leon Russell)

Análise: Canção tirada do álbum The Union, feito da parceria entre Elton John e Leon Russell, agora em 2010. Indicado ao Grammy de Melhor Colaboração Pop com Vocais.


Ho-ho-ho!

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Bem, primeiramente, vamos falar sobre a figura de aparência mitológica e de barba polpuda e abundante chamada Leon Russell. O músico é mais conhecido por seu trabalho como músico de estúdio para vários artistas como Willie Nelson, Ringo Starr, George Harrison, Frank Sinatra, Rolling Stones, Eric Clapton, Jerry Lee Lewis, Bob Dylan, entre vários e vários outros. Russell inclusive integrou uma equipe de músicos comandada por Phil Spector (lendário produtor que deu uma força para os perdidos Beatles do álbum "Let It Be", criador da técnica de produção musical conhecida como Wall of Sound - detestada até a morte e com razão po Paul McCartney pelo seu uso na canção "Let It Be" e atualmente preso, condenado a 19 anos de prisão pelo homicídio da atriz Lana Clarkson, em 2007). Além de tocar e cantar, tornou-se um proeminente compositor. Seus maiores sucessos, até o lançamento do álbum The Union foram o álbum Carney e dele o single "Tight Rope" (#2US e #11US, respectivamente).


Já Elton John simplesmente dispensa qualquer apresentação. Porém, baseado nesta ocasião, tenho que fazer um comentário: Elton John (cujo verdadeiro nome é Reginald Kenneth Dwight) é um artista ativo (ou passivo, sei lá) desde meados dos anos 60 e, geralmente, artistas com esta longevidade artística demonstram ou cansaço ou um esgotamento de sua veia artística e poética, o popular "já deu o que tinha que dar". Porém, Elton, assim como Stevie Wonder com seu último álbum de estúdio, A Time to Love, de 2005, mostrou que apesar de não produzir mais grandes singles para figurar nas principais paradas, ainda tem o que dizer e tocar. E até mesmo no quesito Pop, Elton conseguiu colocar nas paradas grandes hits em 4 décadas diferentes. Feito realizado por poucos artistas como Michael Jackson e Bee Gees.


A colaboração entre estes dois pianistas (que poderia ser chamada de "Elton John encontra Papai Noel" ou "A Criação de Adão") é sintetizada por uma citação recente de Elton John a respeito deste projeto: "Eu não tenho mais que gravar canções Pop". Ou seja, Elton já fez o que tinha que fazer neste campo e agora procura uma vertente mais conceitual, mais artística. Geralmente transições deste tipo fazer o artista se perder e perder uma identidade, mas acredito que Elton, por sua competência como músico, tenha capacidade de transcender sem problemas. O difícil mesmo de ser sair do conceitual para o Pop (desastradamente tentado pela banda de Rock Progressivo Gentle Giant - o que acabou com sua carreira - mas feito com sucesso pela também banda de Rock Progressivo Genesis, do agora aposentado Phil Collins).


De fato pouca coisa Pop se encontra em "If It Wasn't For Bad", mas isso não significa que seja uma peça chata de uma máquina de conceitos para pseudo-intelectuais, como muitos gostam de tachar projetos do tipo. Fãs de Elton com certeza aprovaram esta canção e os fãs de Leon também podem se deleitar do projeto. Do nada me lembrei de uma canção do Elton, de 1970, vinda do seu segundo álbum, Elton John - "The King Must Die" também tá longe de ser Pop é pode ser igualmente admirada.

Fãs de Elton John, Leon Russell, Stevie Wonder e vários outros artistas, um recado: eles podem não estar mais em evidência como antes, mas com certeza ainda estão ali, e este pouco destaque na mídia atual só os deixam com um gosto especial, um plus chamado exclusividade. Fica a dica.


Apresentação ao-vivo:

sábado, 12 de março de 2011

AMR - Ching Ching Ching (Nikka Costa)

Análise: Primeiro single do álbum PRO WHOA!, de Nikka Costa. Lançado em 2010, alcançou #77 nas paradas da Alemanha.


Ching? Hã?

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A filha do Don Costa cresceu. Se você não sabe de quem eu estou falando, muito provavelmente isso vai refrescar sua memória:


Se por um acaso isso não serviu, você deveria cogitar a hipótese de morar em outro lugar que não seja uma caverna...

Enfim, anos se passaram após a estréia desta estrela mirim, mais especificamente uns 30 anos! Algumas estrelas baixinhas conseguem uma carreira brilhante demonstrando muito talento para a coisa - Stevie Wonder e Michael Jackson, para citar dois grandes exemplos. Também há estrelas que não são exatamente um exemplo de qualidade artística genuína - Justin Timberlake, Bow Wow... e Justin Bieber? E existem os que acabaram ficando, digamos, em cima do muro.

Nikka Costa pode ser alocada nesta terceira categoria. Lançou ao todo 8 álbuns em toda sua carreira. E nunca mais se ouviu falar dela desde "On My Own". Ela é uma espécie de One Hit Wonder precoce. Seu pai, Don Costa, que é constantemente lembrado por seu trabalho com Frank Sinatra, lançou a carreira de sua filha - e acabou reforçando o título de One Hit Wonder após não ter influenciado mais sua vida artística - Costa faleceu em Janeiro de 1983, quando Nikka tinha 10 anos.


Após tantos anos, Nikka investiu na sua carreira percorrendo basicamente ritmos como Funk, Soul e Blues - o que denota que ela realmente queria tirar algo de qualidade de sua carreira. Porém ela nunca mais teve o destaque de outrora (excetuado um círculo fechado de poucos fãs legítimos).

Agora, aparentemente seguindo a moda, Costa lança seu novo single com uma pegada mais puxada pro... Electropop? Nah, não chega a tanto. Mas a parte do Electro é verdadeira. Talvez imaginando alcançar um público maior - ou simplesmente querendo seguir uma nova direção em sua carreira - ela resolveu realizar esta mudança. E "Ching Ching Ching" é apenas comum - principalmente se você considerar que ela já teve coisas muito melhores em sua carreira antes de tomar este novo rumo (exemplo: "Push And Pull" do álbum Everybody Got Their Something de 2001, que lembra a canção "Broken" da extinta banda feminina Antigone Rising).


A canção é uma balada agitada e bonitinha, assim como era bonitinho o rostinho infantil de Nikka (pegaram a referência)? Se você for considerar apenas "Ching Ching Ching", não houve algo que possa ser chamado de grande evolução - um retrocesso quando muito. Claro que é válido a vontade dela em querer aparecer mais, seja por uma maior projeção artística, $eja por algun$ outro$ motivo$ de$conhecido$, mas neste caso faltou talvez um pouco mais de ousadia.

Resumindo, Nikka e sua voz são sim boas. Mas eles combinam muito mais com um violão do que com artifícios eletrônicos...

domingo, 2 de janeiro de 2011

AMR - Whip My Hair (Willow)

Análise: Single de estréia da cantora mirim Willow. Lançada agora em Outubro, alcançou #11US.



Infância musical que não tem fim...

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Miley Cyrus, Justin Bieber, Demi Lovato, Selena Gomez. Há muita gente que admira os citados artistas, há muita gente que deteste os mesmos. Mas o que importa mesmo nestes quatro elementos é que eles são (ou foram) estrelas mirins. Digo foram porque alguns já não são mais criança (sobre o Bieber estou indeciso). Bem, não há nada de errado com estrelas mirins, o mundo viu várias delas e muitas desenvolveram um talento extraordinário. Michael Jackson começou com 5 anos de idade e se tornou simplesmente o maior astro da música Pop internacional da história. Sua irmã Janet Jackson, a cantora Nikka Costa, Beyoncé (que começou no Destiny's Child com mais ou menos 10 anos), Stevie Wonder, Christina Aguilera, Justin Timberlake, Britney Spears (estes dois últimos mostram que qualidade não é bem o quesito crucialmente exigido, mas...) e até mesmo a consagrada cantora Judy Garland. Todos conheceram os holofortes muito cedo.


O que vem após esta fase é um teste para o artista. Com os anos o talento (ou a falta de) vai aflorar e se tornar algo bom e proveitoso. Na nova leva de artistas menores de idade, temos a filha do ator e rapper Will Smith e da atriz Jada Pinkett, Willow Camille Reign Smith. A garota fez uma ponta no filme Eu Sou a Lenda e é irmã do Jaden Smith, o garoto que estrelou ao lado do pai o filme À Procura da Felicidade e estrelou com Jackie Chan o remake de The Karate Kid - fora que o rapazinho também é rapper!. Will Smith realmente não quer sustentar ninguém, tendo em vista que botou a prole toda para trabalhar...

Vamos ao que importa: o single "Whip My Hair" foi lançado sem nenhum álbum como suporte. Acredito que a ideia era fazer um teste e ver como um single lançado por uma garotinha de 9 anos filha de um grande astro do cinema se sairia. O resultado acabou sendo até que surpreendente, com um #11US, sendo Willow a artista mais nova a conseguir tal posto. Agora um álbum está sendo produzido para complementar o single.


Não consegui reparar se a voz da Willow é auxiliada por algo do tipo Auto Tune ou Pro Tools, mas caso não seja, a garotinha manda muito bem nos vocais. Tem o swing necessário para a coisa. A canção é aquela coisa: um clássico protótipo de Hip-Hop sem grandes pretensões e que em partes acaba sendo repetitivo demais. Onde digo "sem grande pretensões" podem ler "sem variações ou algo mais interessante/cativante". O que vale mesmo aqui é a curiosidade de ver uma artista deste tipo - mesmo que o mundo já esteja cansado de ver sempre a mesma coisa, sempre ver que uma criança é capaz de cantar, dançar, entreter sem grandes dificuldades.

Por falta do que fazer, poderiamos comparar Willow com Justin Bieber. O grande diferencial dentre os dois é que Bieber tem um apelo Pop muito maior, o que também aumenta sua taxação como descartável. Willow começou com este single meio que de maneira underground, mas que acabou subindo de uma maneira não muito previsível - tendo em vista que ela já nasceu como estrela sendo filha do Will Smith. Bieber sabe cantar e dança apenas como uma pessoa desinibida faz numa balada por exemplo, enquanto Willow apenas dança como uma criança engraçadinha bem direcionada. No final das contas ambos servem como produtos de um mercado que não pode ficar sem nada no mostruário: o de crianças fazendo arte (e a arte no caso não é amarrar a bombinha no rabo do gato ou atirar pedra na janela no vizinho). Só vai dar para fazer uma análise verdadeira e concreta quando estes dois forem mais velhos. E aí eu pergunto: você vai ter paciência de ouvir tudo o que eles vão produzir até lá?

Às vezes acho que a falta de um artista adulto com interesse e criatividade é gritante...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

AMR - 80's Jukebox 6

Artista: Anita Baker (26/01/1958)
País de Origem: Estados Unidos da América
Estilo: Jazz, Soul, R&B
Hits: "Sweet Love", "Giving You the Best That I Got", "Just Because"
Hit da Jukebox: "Sweet Love" (1986, #8US - #13UK)


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No prêmio Grammy de 1987 não teve para ninguém na categoria Melhor Canção R&B. A cantora e compositora Anita Baker iniciou sua carreira no começo dos anos 80 com o álbum The Songstress, de 1983, que apesar de não ter nenhum hit nas paradas principais, serviu para introduzi-la no mundo da música e no estilo R&B - a faixa "Angel" alcançou #5 nas paradas de canções R&B.

Três anos depois, Baker teve mais sorte - ou seria um maior desabrochar de seu talento? Seu álbum Rapture foi muito bem recebido, é considerado com um dos melhores álbuns lançados nos anos 80 e ganhou duas estatuetas do Grammy, uma delas para "Sweet Love" de Melhor Canção R&B e outra para "Rapture" de Melhor Performance Feminina de R&B. Fora que o álbum vendeu 8 milhões de cópias pelo mundo - 5 milhões só nos Estados Unidos.


O principal single do álbum Rapture, "Sweet Love" foi escrito pela própria Anita juntamente com outros dois músicos: Gary Bias, ótimo saxofonista que trabalha com a banda Earth Wind and Fire e Louis Johnson, baixista que já trabalhou com artistas como Aretha Franklin, Donna Summer, Stevie Wonder e tocou em alguns álbuns de Michael Jackson - incluindo Thriller.

O clima Soul e R&B é um tanto introspectivo, bem dentro do tema amoroso da letra - o doce amor que sempre estará lá presente. A voz firme de Anita clama com convicção e força de que aquele amor será eterno e que ela será tudo o que ele (o amante) precisa. O piano segura firme a canção e os backvocals reforçam a mensagem de Anita.


No ano 2000, o grupo de R&B Fierce lançou uma versão com um R&B mais atual, chamada de "Sweet Love 2K", que conseguiu um #3UK - se saindo melhor que a versão original que conseguiu um #13UK. E Beyoncé chegou a incluir esta canção na sua turnê I Am... Tour, juntamente com as canções "Sweet Dreams" e "Dangerously in Love". Segue o vídeo:

domingo, 29 de março de 2009

AMR - Amor e Sexo (Rita Lee)

23/12/2010 - Seguindo a lógica de aperfeiçoamento (conceito) dos artigos AMR (Análise Musical Rápida), este artigo será substituído por outro dentro do atual contexto. Para ler o texto original, clique aqui.

Análise: Single do álbum Balacobaco, da cantora Rita Lee. Lançado no final do ano de 2003.


Acho que essa é a letra mais fácil da Terra... não?

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A titia Rita Lee mostrou que, com seus 61 anos de idade, caminhando para a terceira idade, ainda consegue cantar sem problemas ou imperfeições gritantes (pelo menos isso em estúdio). Porém, apesar de ainda se mostrar em forma e o álbum Balacobaco ter vendido mais de meio milhão de cópias, ele acabou sendo seu último trabalho em estúdio (o álbum é de 2003). Talvez ela não tenha mais nada a dizer, mas isso não é desculpa, pois existe muita gente que pode dizer por ela (escrever para ela) e um novo trabalho simplesmente florescer (Stevie Wonder de um grande exemplo com seu último álbum, A Time to Love de 2005 - que neste caso, teve as letras e canções escritas e produzidas por ele mesmo).

Após o lançamento de Balacobaco, temos ainda um disco ao-vivo e show em Dvd Rita Lee MTV Ao Vivo, de 2004 e um disco ao-vivo e show em Dvd Rita Lee Multishow Ao Vivo, de 2009. Apesar de serem apenas dois lançamentos no período de 7 anos, dá pra ver que Rita ainda está minimamente ativa. Fora este projetos, uma coletânea, Rita Lee Hits, foi lançada em 2005. E Rita acabou não aceitando o convite de seus antigos colegas de banda, Os Mutantes, para se juntar a eles num revival dos velhos tempos alegando conflito de agenda (a cantora Zélia Duncan foi convidade para substituí-la).


Agora, sobre o single "Amor e Sexo": é uma canção nacional de fácil apelo comercial que engloba um assunto igualmente fácil (apesar de controverso em alguns momentos). O fundo musical tranquilo com base em violão e a voz ainda fluente de Rita são um cartão de visitas e tanto para as rádios FM do gênero. Porém, a letra realmente não é lá essas coisas. Partes como "O amor nos torna patéticos/sexo é uma selva de epiléticos" são realmente dispensáveis e constrangedoras. Não sei se foi Rita, seu marido e produtor Roberto de Carvalho ou se o jornalista e diretor de cinema Arnaldo Jabor o responsável por esta linha, mas seja lá quem for não estava muito interessado em fazer força para escrever algo realmente contundente poeticamente falando.

Após isso, só posso pensar que o que a tia Rita fez de interessante mesmo foi o álbum Aqui, Ali, em Qualquer Lugar, que é uma releitura dos clássicos dos Beatles. A sua versão de "If I Fell" até que é bem bonitinha - se bem que está uma canção tão fácil de ser bonita que não é exatamente um mérito - até mesmo Adam Levine do Maroon 5 a gravou!