sábado, 17 de abril de 2010

AMR - Soldier of Love (Sade)

Análise: Primeiro single do álbum Soldier of Love, lançado em Dezembro de 2009. Primeiro single e álbum lançados pela banda em um período de quase 10 anos. Alcançou #52US e #123UK.


Soldier of Love ou São Jorge?

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A banda Sade (sim, Sade é um projeto, não a carreira solo da vocalista que, numa atitude modesta como a de Eddie Van Halen e Jon Bon Jovi, colocou seu nome na banda) estava há quase 10 anos fora do ar, sem lançar material desde 2001, quando lançaram o álbum Lovers Rock, de 2000 e o single "King of Sorrow", de 2001.

Não se sabe o motivo de tanto tempo fora da música. Porém, dá pra perceber que o que foi acumulado durante este tempo foi refletido neste álbum. Afinal, a faixa-título é um pouco parada, centrada demais - tipo o tempo demorado para a concepção do projeto. Sade, que terminou seu casamento há alguns anos, provavelmente se inspirou bem neste fato para escrever a canção. A ligação entre casamento, soldado, exército e etc com certeza familiariza com a cabeça de milhões de casais...


Pode esquecer aquela suavidade e romantismo que vaga por canções como "Smooth Operator" - de longe a melhor canção da banda. O negócio aqui é falar do amor de uma maneira crua, assim como ele costuma aparecer para as pessoas às vezes. Quem não precisa ser um soldado pra lidar com uma esposa naqueles dias?

Suponho que a Sade preveu o desastre musical que ia ser a década e resolveu pular logo no começo. O que tem sentido, pois vários artistas antigos meio que quebraram a cara viajando (ou boiando mesmo) pela década sem conseguir nada. O AC/DC estava no mesmo caminho até lançar Black Ice, onde entregaram mais do mesmo. Não que os fãs ligassem, mas não impressiona quem queria ouvir algo um pouco mais elaborado.

E aí é que está. Quem nunca ouviu nada da Sade pode até dizer que "Soldier of Love" soa um tanto elaborado para uma banda de rótulos R&B, Soul e Jazz - estilos meio que considerados mais simples (se você ouvir "Cantaloupe Island" do Herbie Hancock, vai perceber que o jazz, por exemplo, não é tão simples assim). Você realmente já ouviu uma canção trip-hop elaborada (tente ouvir o Portishead e ver se é algo complexo)?


Apesar de não ter ido bem nas paradas com o single, o álbum tá vendendo bem e sendo elogiado. Mas eu fico me perguntado como seria um próximo álbum agora que Sade fincou de novo suas raizes na música. Pensando bem, Sade meio que "criou" um novo estilo: o trip-hop romântico - pra não dizer emo. Imagina a Sinéad O'Connor vagando pelo trip-hop. Não ficou muito longe disso. Blergh!

Vídeo:

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