Desta vez, o Human Jukebox Benny, da banda Axis of Awesome, faz uma outra versão do Megamix dos anos 90, desta vez cantando e tocando em um teclado. Muito bom!
Hit da Jukebox: "The Rhythm of the Night" (1993, #11US - #2UK)
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Ah, o Eurodance! Tantos exemplares deste ritmo existem registrados em CDs que dominaram os anos 90. Grupos como Alcazar (que fizeram um sucesso razoável sampleando "Spacer" do grupo Sheila & The Black Devotion, numa canção chamada "Crying at the Discoteque"), Snap! (da famosa "Rhythm Is a Dancer", considerada o primeiro exemplar de Eurodance), Eiffel 65 ("Blue [Da Ba Dee]" e "Move Your Body"), La Bouche ("Be My Lover") e artistas como Haddaway (da maçante "What Is Love"). São canções realmente memoráveis e em sua grande maioria, descartáveis. Aliás, falando em descartável, aqui no Brasil eram estes artista internacionais e porcarias como Pagode e Axé que dominavam os ouvidos alheios - comparando o Eurodance com estes ritmos brasileiros, ele se torna sem dúvida um exemplo clássico de bom gosto e conceito artístico.
Enfim, no meio disso tudo, mais especificamente em 1993, surge mais um projeto musical neste segmento. E claro, como sempre, um grande hit para colar nos ouvidos. De fato, "The Rhythm of the Night" cumpre mesmo a função de carrapato musical, grudando e botando para dançar. O grupo italiano Corona, que foi composto naquele mesmo ano, foi fundado por Francesco Bontempi e Olga Souza. O que provavelmente ninguém sabe até hoje é que Olga Souza, aquela voz que canta* "this is the rhythm of the night, the night, oh yeah, this is the rhythm of my life" pertence a uma brasileira. Olga é ex-funcionária do Banco do Brasil e dançarina que resolveu tentar a sorte na música, fazendo duas decisões acertadas: largar o emprego para investir na vida artística e cair fora do Brasil, é claro.
E uma brasileira acabou contribuindo para a, digamos, manufaturação de um grande hit internacional Dance. Não que isso mereça realmente muito crédito, pois apesar de "The Rhythm of the Night" ser realmente bem legal, soa tão datada que até parece uma nota de cruzado. Além de datada, bem descartável, sem real valor musical. Mas como existem muitas pessoas que não estão realmente preocupadas com qualidade (gente que é capaz de ouvir coisas como "Se alguém me perguntar por quê eu gosto de você, eu gosto" ou "De chocolate nosso amor é feito, então não tem jeito, gruda em mim" e gostar realmente não tem nenhum critério). Mas o que importa neste caso é simplesmente se divertir, não?
Este single e seus companheiros do Eurodance e todos os outros ritmos relacionados merecem ter o pó removido de sua superfície uma vez ou outra. E pra quem viveu sua infância nos anos 90, isso dá uma gostosa sensação de nostalgia (tipo quando você ouve qualquer coisa dos Mamonas Assassinas). Saudades...
Análise: Primeiro single do álbum Akonic, do Akon. Lançado agora em Novembro, alcançou até o momento #56US.
Anjo é? Sei...
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É... dá pra ver que não é só o Chris Brown que está se esmerando na arte de criar singles e álbuns inexpressivos - além de, é claro, se esmerar na arte de agredir as pessoas por aí(1,2). O Akon está nadando na mesma maré que não leva a lugar nenhum senão ao suicídio comercial. Se por um acaso isso está se tornando um tipo de modinha, com certeza é a modinha mais estranha que já apareceu no meio artístico. Mickey Rourke largou a carreira de ator para ser boxeador nos anos 90. Fica a dica para os dois...
Ouvindo essa canção dá pra imaginar que o David Guetta e o Sandy Vee não estavam com vontade nenhuma de trabalhar na produção do single. Guetta até que costuma ser criativo, mas não foi o caso aqui, nem de longe. Para se ter uma ideia, Akon - que costuma ser um chart-topper - conseguiu um distante #56US com este projeto. Bem distante dos #1US com "I Wanna Love You" e a horrível "Don't Matter". E pensar que quando eu estava começando a achar que com o Akon quieto demais, ele iria acabar vindo com algum single explosivo e grudento para encher a paciência. Felizmente errei, pois ele veio com um single chato que não faz nem cócegas e nem tem aquele "poder" que faz as pessoas tocarem suas músicas bem altas dentro dos ônibus (obrigando quem não tem nada a ver com isso a ouvir).
Alguns estão rotulando "Angel" como Europop. Se isso realmente se mostrar certo, o Europop nunca foi tão chato ou equivocado. E pensar que coisinhas legais e divertidas como o trio Afro-dite com seu single "Never Let It Go" (criado para competir no festival Eurovision 2002) e até outros artistas do ramo como o Eiffel 65 ("Blue Da Ba Dee" e "Move Your Body") saíram deste estilo. Akon tenta transitar por vários campos da música, mas acaba escorregando demais. Até mesmo pra cantar isso aconteceu - sendo que na verdade ele é no máximo um rapper e não um cantor. São coisas muito, muito diferentes...
Na minha opinião, Akon não deveria ter sequer saído da proporção que a canção "Mr Lonely" criou em sua carreira. Um sample que estragou a canção original e que serviu de porta de entrada para o rapper - e esta é uma linha onde muitos rappers ficaram. Pelo menos naquela época ele apenas fazia rap, não tentava cantar - como as coisas podem piorar...