quarta-feira, 18 de novembro de 2009

AMR - Empire State of Mind (Jay-Z e Alicia Keys)



Análise: Primeiro single do álbum Blueprint 3, de Jay-Z. Com participação de Alicia Keys, alcançou #1US.



Blueprint ou Toillet Paper?

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"Empire State of Mind" marca a carreira do Jay-Z como o primeiro single de sua carreira a ir pro primeiro lugar das paradas como artista principal. E considerando que ele já é um quarentão, podemos esperar mais um primeiro lugar em seu nome lá por 2049... De qualquer maneira, isso mostra que pode acontecer de você voltar de uma (breve) aposentadoria tendo alguma coisa a dizer, produzir, reclamar ou, como preferem os rappers mais novos e, pode-se fazer qualquer rap apenas para colocar mulheres gostosas dançando em um fundo branco.

Jay-Z sempre foi dos rappers um dos menos piores. Digo isso baseado em suas participações em projetos de outros artistas, claro. Pois esta é a maior e mais efetiva maneira deles disseminarem seu trabalho, seu rap. E nada mais fácil para um rapper do que usar um artista famoso e/ou talentoso como "recipiente". Algo extremamente raro é ver um rapper segurar uma canção sozinho, sem parecer chato e pedante - os artistas que cantam de verdade estão ali para tornar a coisa comercial de verdade. Ou você já conseguiu ouvir algum projeto do Shaggy sem participações até o final?


"Empire State of Mind" tem uma produção diferenciada, com uma distinção que dificilmente se vê nos trabalhos dos rappers da última década. Mas mesmo com uma produção boa, repito: dificilmente les conseguem segurar uma canção sozinhos, sempre tendo que recorrer a um recurso. Jay-Z então usou uma "chave", Alicia "Keys". Além de uma ótima cantora e pianista, é também um colírio!

Os vocais dela estão no limite de sua capacidade - quando na verdade o projeto nem exige tanto. Keys é uma boa intérprete, mas não tem realmente lá uma grande força vocal, o que pode ser compensado por suas habilidades no piano. Aliás, Alicia lançou a parte dois desta canção no seu álbum, The Element of Freedom, sendo uma versão mais "tranquila", em um clima mais pacífico e sem rap.


Em resumo, Jay-Z e Alicia fecharam o ano com uma canção "legalzinha", mas foi só isso - sem dúvida legal o suficiente para ainda ser tocada pelas ruas durante muito tempo. E talvez este sucesso afaste mais ainda Jay-Z de sua "re-aposentadoria". Vantagem ou desvantagem? Só o tempo passando pra sabermos.

Talvez esteja mais do que na hora de um "Blue Print: The Final Curtain".

Detalhe de última hora: Contém samples da canção “Love on a Two-Way Street” do grupo The Moments, de 1968 (#3 US). Chatíssima por sinal! Mas, se Jay-Z tem algum mérito, foi torná-la uns 15% interessante…

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Quick - Give It Up To Me (Shakira)




Não há como não pensar que isso foi feito em menos de 20 minutos.

domingo, 15 de novembro de 2009

AMR - 70’s Jukebox 2

Artista: Neil Sedaka (13/03/1939)
País de Origem: Estados Unidos da América
Estilo: Pop
Hits: "Oh! Carol", "Calendar Girl", "Breaking Up is Hard to Do", "Laughter in The Rain", "Bad Blood"
Hit da Jukebox: "Laughter in The Rain" (1975, #1US)



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Vamos fazer um brevíssimo resumo a respeito dele...

Nascido no Brooklyn, em 1939, Neil Sedaka é um notório compositor, pianista e cantor. Demonstrando uma pré-disposição musical acima da média na época da escola, foi indicado por uma professora a tomar aulas de piano e, futuramente, conseguiu uma vaga na conceituada Juilliard School of Music. 


Quando tinha 13 anos, conheceu o compositor Howard Greenfield (na época com 16 anos). Ambos fizeram parte de um grupo de legendários compositores que trabalharam no Brill Building, um prédio famoso por sua história musical, com escritórios e estúdios musicais onde vários artistas famosos já trabalharam.




A partir daí, Neil tornou-se um artista Pop, compondo também para outros artistas. Com mais de 50 anos de carreira, já produziu mais de 50 álbuns e vários singles de sucesso. O primeiro single a recebeu destaque vem de 1958 e chama-se "The Diary". Não muito depois, no ano seguinte, um de seus trabalhos mais conhecidos: "Oh! Carol". Nos anos 60, Neil teve trabalhos como "Calendar Girl", "Little Devil" e "Happy Birthday Sweet Sixteen" em destaque. Mas o que mais cativou o público da época foi a grande "Breaking Up Is Hard to Do".

Depois de um bom tempo, Neil voltou com força nos anos 70 com duas canções: "Laughter in the Rain" e "Bad Blood" (com participação não-creditada de Elton John). "Laughter in the Rain" é uma canção bastante otimista, com um toque de piano bem trabalhado, marca registrada de Sedaka. Clima alegre, letra bonita falando sobre amor e a voz suave de Sedaka. É citada por ele como uma de suas composições favoritas. A canção foi escrita pelo Sekada e por Phil Cody (?).

Quick - Rihanna Oops…

Err..


Cagaram no cabelo da Rihanna!

sábado, 14 de novembro de 2009

Prós/Contras Divas 3: Amy Winehouse

Níveis

1 - Obra-Prima
2 - Muito Bom
3 - Bom
4 - Aceitável
5 - Ruim
6 - Créeuu

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Eu poderia ser um completo idiota começando um artigo sobre Amy Winehouse falando sobre seu problema com drogas, escândalos e etc… Mas venho dizer que, na lógica mais simples e pura que NÃO É ISSO QUE WINEHOUSE ESTÁ VENDENDO! Se uma pessoa é trouxa o suficiente pra comprar um disco dela pelo que se lê nos jornais, azar, muito azar. Não se encontra por aí um dvd oficial da Winehouse escrito “Melhores Escândalos” ou coisa parecida.

Deixem as fofocas e coisas do tipo para desocupados como Leão Lobo - coisas tão importantes quanto a carreira de gente como ele.

O terceiro Prós/Contras é sobre esta artista britânica de voz forte chamada Amy Jade Winehouse!


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Stronger Than Me (Nível 3: Bom)


Este é o primeiro single de sua carreira. E como é de costume de toda a cantora underground, acabou ficando de fora do top 50 em seu país: #71UK. Se bem que isso só serve pra mostrar o quão os britânicos são um saco com os próprios conterrâneos. É uma música interessante de produção mais simples. Apesar da sensação de “barzinho com 10 mesas ma só 3 ocupadas”. A letra fala sobre um namorado ter de mostrar, ser mais forte que a companheira… O velho feminismo - que em partes tem bastante razão.

Take The Box (Nível 2: Muito Bom)


Uma canção mais voltada para o Jazz. Dá até pra imaginar uma versão desta canção interpretada pela Billie Holiday. A letra é confusa - e talvez seja um de seus méritos: a impressão é que personagem está depressiva, bêbada. Amy cita até o próprio cachorro na canção. O clipe mostra Amy tocando guitarra num salão escuro cheio de globos luminosos, dentre outras cenas. Conseguiu se sair melhor que o single anterior nas paradas: #57 UK. É uma das canções mais interessantes do álbum, junto a "Stronger Than Me", "You Send me Flying" e "Fuck Me Pumps". Dá pra notar uma tal carga de sentimento nela.

E também tem um remix muito bom dela. Vale a pena conferir: “Take The Box” (The Headquarters Mix).

In My Bed/You Sent Me Flying (Nível 3: Bom/2: Muito Bom)



Singles de duplo lado A são coisas curiosas… A impressão que se tem é que se uma das músicas acaba sendo ruim para o gosto público, ainda se tem uma segunda opção no mainstream. Isso infelizmente só deixa a coisa meio confusa, mas de qualquer forma…

"In My Bed" tem um clima meio confuso, no meio da desolação, urgência, raiva… tipo uma versão hard/avesso do clima da "Take The Box". Antônimo de singles. É mais ou menos como se Thelonious Monk entrasse em estúdio com o Kanye West ou o Jay-Z (parece bizarro né? mas até que tem sentido). Sobre a letra: "In My Bed" ("Em Minha Cama"), mais óbvio, impossível! Duas coisas que atraem a audiência ao extremo: amor/sexo e tragédia (se duvida, lembre-se: o filme Titanic arrecadou quase 2 bilhões de dólares). Um trabalho interessante, de força e movimento.

Contém samples da versão de “Apache” feita pelo obscuro porém interessante grupo Incredible Bongo Band, de 1973. A versão original foi escrita por Jerry Lordan e lançada pelo excelente The Shadows, de Marvin Hank, nos anos 60.

"You Sent Me Flying" é muito bem trabalhada e tem uma atuação vocal ótima de Winehouse. O tipo de coisa que o público deveria levar em consideração. Winehouse mostra o quanto sabe cantar em momentos simples como este. No início, o primeiro acorde tocado lembra "Rocket Man" do Elton John. Mas só o primeiro acorde. De longe um dos trabalhos mais significativos de Winehouse. Provavelmente sua melhor canção. Na sua versão do álbum, no final da faixa tem uma canção-surpresa (aquelas que o artista, por algum motivo, omite - os chamados "easter eggs") chamada “Cherry”, que deixa a impressão de que Amy visitou o Brasil. Mais necessariamente o Rio de Janeiro (alerta, alerta: bossa nova!!!).

Resumindo: ambas conseguiram um #60 UK. Merecia bem mais, claro, mas...

Fuck Me Pumps/Help Yourself (Nível 2: Muito Bom/5: Ruim)


Tudo o que foi dito sobre single de lado A duplo serve aqui.

"Fuck Me Pumps". Wow! Aparentemente é uma expressão que significa algum tipo de sapatos femininos (aparentemente de salto alto). A canção mais divertida e desinibida da Amy. Tanto a canção quanto o clipe. Onde ela sai pelas ruas cantando com um microfone, entrando em carros alheios, na frente de bares onde garotas vomitam… O clipe às vezes parece uma pegadinha do tipo “Borat”, pela naturalidade das cenas e proposital amadorismo das cenas. Um achado!

Mas ao chegarmos em "Help Yourself", a qualidade cai, e bastante. É aqui que Winehouse dá sua primeira grande derrapada. A música é tão ruim que deveria ser lado C (hauhauhauaa). Agora, falando sério, a música sequer foi incluída em sua versão norte-americana. Acho que os norte-americanos não se ligam muito em auto-ajuda ou em música arrastada.

Ambas conseguiram um #65 UK, injusto para "Fuck Me Pumps". Já para "Help Yourself"…

Rehab (Nível 5: Ruim)



Pode parecer algum tipo de aversão da minha parte com relação que é popular ou coisa do tipo. Mas uma faço questão de enfatizar: "Rehab" é tipo o que o João Gordo fez pro mundo punk, “traiu o movimento, véio” ~ Dado Dolabella. Ou seja: cadê o underground que encaixava tão bem na figura Winehouse?

Apesar do tema sobre drogas estar presente, - coisa que faz a canção ainda ter traços underground - a canção é pop demais. Virou uma espécie de Soul/Jazz de plástico (algo que se assemelha minimamente o rumo que Alicia Keys está tomando). A letra enfatizando a inanição de Winehouse com relação ao seu problemas com drogas não ajuda em nada. Os arranjos acabam sendo um pouco exagerados. Claro que existe coisa pior no mundo da música, mas Amy tem poder pra mais que isso.

E é lógico: 7# UK e #9 US…

You Know I’m No Good (Nível 3: Bom)


Esta canção mostra um pouco da linearidade jazz do álbum - ou seja, distante da parte pop "Rehab". Vamos dizer maldosamente que seria uma "salvação-pós-Rehab". É interessante notar que alguém conseguiu reacender alguma nesga de interesse no jazz no século 21. Amy deveria ganhar um tipo especial de Grammy por ter reanimado o estilo. Uma das melhores canções do álbum e da carreira da Winehouse.

No vídeo-clipe, Amy é uma espécie de criminosa sendo questionada por um investigador com fotos e etc. Bem produzido. Pena que não não podemos ver coisas toscas e divertidas nele como no vídeo-clipe da "Fuck Me Pumps" . Mas considerando a temática da letra, isso faz sentido… Alcançou #16 UK e #58 US.

Back to Black (Nível 3: Bom)


Clima denso, lembra um pouco um funeral. Ou pelo menos como eles devem ser na Inglaterra. Amy manteve firme a parte jazz do disco, principalmente no que se diz respeito a qualidade. Para quem cultua a tristeza, essa faixa é realmente admirável. Pra que não cultua, também. Mark Ronson é um produtor da faixa. Grande trabalho dele, um produtor que acredito que deva sofrer de algum tipo de “dupla personalidade musical”. Às vezes nem parece que foi ele quem produziu algumas faixas… No clipe, Amy enterra seu coração! Isso sim é que é sutileza…

Conseguiu um top 25 nos UK, apesar de merecer bem mais.

Tears Dry on Their Own (Nível 3: Bom)


Acredito que esta canção seja o melhor exemplo da fusão do jazz-Amy com o pop-Amy. Ou maior exemplar disto no álbum e talvez na carreira inteira dela. Pode-se dizer que pra combater o clima mais triste, denso que algumas faixas propuseram, "Tears..." foi feita. Na parte pop muito superior a "Rehab". A propósito, ambas têm vários elementos instrumentais em comum.

Atingiu #16 UK, melhor posição em seu país desde a própria "Rehab".

Love is a Losing Game (Nível 3: Bom)


É a designada faixa lenta do álbum, falando sobre o amor com melancolia. É o momento Soul do álbum. Uma das melhores do álbum. O mais profundo neste sentido, aliás. A canção foi escrita apenas por Amy, e possivelmente tem influencias de seu conturbado relacionamento com seu marido, Blake. O vocais são tristes e bem melancólicos. Existe por aí uma versão em que Amy canta com um instrumental mais ameno, mais minimalista - meio Bossa Nova.

Pegou um top 50 (#46UK).

Extra - Valerie (Nível 3: Bom)


Bem, este single não é da Amy, mas sim seu produtor, Mark Ronson, para seu álbum “Version” de 2007 - um trabalho onde ele faz covers de outros artistas com participações especiais. Mais especificamente, "Valerie" é uma cover da banda indie The Zutons (quem?). A canção parece um lado B de single ou outtake do "Back to Black" que deveria ter sido aproveitada. É divertida e legal, mais até que a versão original.