Hit da Jukebox: "What Else Is There?" (2005, #32UK)
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Provavelmente você já ouviu por aí muitos duos ou trios que se dedicam a fazer Electronica, Dance e derivados. Temos o Chemical Brothers, o Daft Punk e até alguns sujeitos mais antigos que deram suas contribuições para o surgimento da coisa, como o grupo Kraftwerk e gente como Giorgio Moroder e Patrick Cowley. Alguns perduram outros apenas têm um rápido brilho, deixando uma marca grande ou pequena em cada era que atua.
E um destes projetos que acabaram por produzir algo interessante é o Röyksopp. Os noruegueses eram do tipo que gostavam de fazer música experimental e em cima disso fundaram seu duo. E um dos seus projetos, "What Else Is There?", faz uso de um outro ritmo pouco conhecido e longe do mainstream: o Trip-Hop. E também faz uso de outro recurso: Karin Dreijer Andersson, vocalista de outro duo de Electronica, o The Knife.
O clima sombrio construído em cima do Trip-Hop e a voz lamuriosa, chorosa e triste de Karin dão um clima obscuro e sinistro pra coisa toda. A batida, o riff de guitarra que combina com a tristeza, os sintetizadoes, tudo contribui para algo diferente do usual. E toda a ambientação criada no vídeo-clipe, incluindo o visual de Karin (que, na verdade, já estranho ao natural) é bem ao estilo dos filmes de terror mais modernos (tipo aqueles japoneses).
Se você é fã deste tipo de música, talvez ache um tanto quanto diferente. E acredito que esta seja a potencial vantagem no caso. Mas de qualquer maneira, dá pra curtir sem problemas.
A capa desta edição mais parece algo que foi feito para ser lançado em época de Halloween ou coisa do tipo. O artista em questão é um multi-homem. Poeta, cartunista, compositor, músico, autor de livros infantis. E obviamente com tanta coisa para fazer, o cara com certeza esqueceu de fazer a barba... E além de fazer isso tudo, também tem um baita talento para soar esquisito nas capas dos seus lançamentos. Shel Silverstein!
Nome do álbum: Crouching on The Outside
Ano de lançamento: 1973
Estilo: Possivelmente um Folk
Vai dizer que se você está caminhando na beira da praia, lago ou qualquer coisas do tipo (pode até ser ali pelo Rio Tietê) e ver um tipo destes, andando desta maneira e com este olhar, você não ia no mínimo dar um berro? A impressão que dá é que a cabeça dele tá de ponta cabeça huahauaha.
Não sei qual foi a ideia de Shel com esta capa (que é a capa de uma coletânea que junta outros dois álbuns dele), pois ele fazia tanto trabalhos de humor (negro) quanto para as crianças. Eu classificaria esta capa de humor bizarro!
Análise: Canção do álbum Under Control, do cantor de Indie Rock Cary Brothers. Álbum lançado em Abril de 2010.
Super Cary Brothers!
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Vamos sair do mainstream e ir pra algo mais profundo. Tipo o Mario quando entra pelo cano (Mario Bros, Cary Brothers, sacou??).
Cary Brothers é um músico da cena alternativa que conseguiu certo reconhecimento, tendo suas canções licenciadas para várias trilhas-sonoras de filmes e programas de televisão. Sua canção "Blue Eyes" foi sua introdução ao mainstream (pelo menos ao máximo que um músico alternativo pode chegar de um mainstream). Seu Rock não tem nada escrachado ou barulhento, como geralmente costuma ser (principalmente considerando que me senti um pouco frustrado ao ouvir tantos bons referenciais de alternativos como Sonic Youth e depois acabar ouvindo um som cru e mal diluído - o que piorou quando tentei fazer uma audição mais profunda do seu filho bastardo, o Nirvana, que apesar de ter um som bem melhor, ainda sim me frustrou).
No seu segundo álbum, Under Control, Brothers fez uma cover de "Something About You", da banda Level 42 (1985). O Level é uma banda com um som diferente, e sua versão de "Something About You" e o triste single "It's Over" são seus expoentes maiores. O segundo citado é com certeza uma das mais belas peças das melodias tristes em geral. E o Funk de branco, o New Wave do Level 42 foi transposto para o Indie de Cary Brothers. E o que aconteceu?
Não vou dizer que um ficou melhor do que o outro e coisa do tipo. O que aconteceu é que, se a canção tinha uma outra faceta, um novo caminho a ser explorado, uma sobrevida, algo mais a oferecer, isso foi aproveitado aqui. Se você quer ouvir a canção mas diferente de um Funk dançante para se cantar no chuveiro ou dançar sozinho na sala, vai com certeza colocar o trabalho de Cary e refletir. Um sentimento parecido pode ser sentido com a versão de "Lovesong" do The Cure feito pela cantora Adele - a cantora inglesa colocou emoção extra em cima da faixa, tornando a canção que Robert Smith fez de presente de casamento para sua esposa algo ainda mais belo.
Nem preciso dizer que a projeção geral que artistas como Cary Brothers tem é mínima. Se ele não é capaz de sair por aí gravando um vídeo-clipe nu, sair para uma noite de autógrafos usando um par de chifres amarelos com bolinhas azuis ou qualquer outra babaquice que venham a inventar, ele sempre estará no seu bom e velho underground* - e quem disse que isso é ruim?
* Não sei se expressei de maneira clara o que eu quis dizer. Então aí vai: Hoje em dia, ouvir a música é o que menos interessa. O que importa mesmo é fazer "barulho", aparecer pelos motivos mais torpes e fúteis. Se você é um artista de talento, consegue cativar e agradar de verdade e ainda faz tudo isso, até que é perdoável. Agora, se você consegue encontrar isso em gente como Paris Hilton, você não é alternativo, eclético ou descolado. Você é surdo.