segunda-feira, 11 de abril de 2011

AMR - Born This Way (Lady Gaga)

Análise : Single Born This Way, do álbum-a-ser-lançado homônimo. Alcançou belos #1US e #3UK.
Curiosidades : é o 1000° #1 da Billboard e foi gravado no famoso Abbey Road Studios.

Gaga não é uma superfície segura para crianças...

Para mim, Gaga é uma daquelas artistas que não tem um espaço definido no mundo, coisa que torna tudo que possa produzir imensamente mais interessante. Podemos sim traçar alguns temas comuns : sexualidade e as esquisitices em geral em relação ao comportamento padrão. O que quero dizer é que Stefani Germanotta parece mover-se de qualquer ponto para qualquer outro com a força do pensamento. Como já comentei no primeiro review que foi feito sobre a artista no blog, ou estamos diante de algo muito legal ou um golpe publicitário extremamente bem colocado.



Born This Way, apesar de possuir um videoclipe dos mais bizonhos, fazendo referências a quaisquer ideologias as quais se possa mapear, tem uma sonoridade alegre, renovadora, sem embaraços. É seu velho companheiro dance-pop, mas que não soa tão robótico como os hits de alguns anos atrás, como Just Dance, Poker Face (se bem que o produtor RedOne não está presente) e até mesmo o não-tão-distante Alejandro. Muitas comparações foram feitas entre a canção em questão e Express Yourself, de Madonna, mais exatamente na melodia. Pode-se notar certa semelhança também entre o começo da When Love Takes Over, de David Guetta e Kelly Rowland, o que provavelmente foi coincidência.

A comunidade LGTB novamente tomou a Gaguisse pra si com mais vigor. Elton John declarou que a canção é a nova I Will Survive (Gloria Gay-oi?-nor), o novo hino gay*. Acabou concluindo que se destina a todos, na verdade. Aplica-se a todos que se identificarem com a mensagem, como sempre. E Gaga identificou-se tanto que acabou tatuando o nome da música! Belo método de autopromoção!



A canção acaba sendo uma boa amostra de pop-chiclete, com uma letra de certo interesse e com um videoclipe no mínimo intrigante - além da simbologia inscrita em muitos detalhes do vídeo, aparentemente há ainda algumas referências a Michael Jackson (uso de luvas brilhantes, alguns passinhos desengonçados em um beco) e a Madonna - mas acredito que andar de lingerie no meio de dançarinos sempre vai lembrar esta mulher...

Vídeoclipe:


Extra : Há a versão da canção em Country Road Rock, que muitos preferem à original:



*Fonte : MTV News 




quarta-feira, 6 de abril de 2011

Quick - Ela nunca vai ter um namorado...


Sábias palavras do Cereal Guy...

quarta-feira, 30 de março de 2011

AMR - Coincidências 6

Bem, pode até parecer perseguição da minha parte, mas o fato é que onde quer que eu vá, esse Sertanejo Universitário entra na minha mente e colide com músicas de verdade, tendo semelhanças mútuas - e como as referidas músicas de verdade são (consideravelmente) mais antigas... vamos lá!

Às vezes o Sertanejo Universitário deixa aquela cantinela de "você não me quis mais, agora que não quer sou eu" ou "você não me quis mais, agora vou curtir a vida" regada à um ritmo repetitivo e produz canções com maior apelo emocional e um pouco mais de cuidado na produção (o que se tratando deste estilo, já é uma evolução e tanto!). Uma canção que se encaixa neste parâmetro é "E Aí Já Era", da dupla Jorge & Mateus. Este single já é mais interessante do que qualquer coisa vida daquela dupla, Fernando & Sorocaba - que produzem uma letra mais descartável que a outra. Aliás, eu já citei que o mercado está saturado de nomes de duplas e que assim não existe um traço de personalidade por cima?


Além da citada canção e alvo deste artigo, a dupla ainda tem em seu currículo canções como "Pode Chorar" (com aquela ladainha de corno clássica), "Mistérios" e "Voa Beija-Flor". Seria isso basicamente, porque honestamente eu tenho medo de tentar dissertar mais sobre eles e acabar confundido-os com outra dupla qualquer...


Em 1984 o músico de extraordinária voz, Marvin Gaye, falecia de maneira trágica: morto por um tiro disparado pelo seu próprio pai após uma discussão doméstica. Gaye foi responsável por hits como "Sexual Healing", "Let's Get It On" e sua cover para "I Heard It Through the Grapevine" de Smokey Robinson (também regravada com êxito pela banda de Rock Creedance Clearwater Revival). A perda foi um choque para a música na época, deixando amigos como Diana Ross e Lionel Richie muito tristes com sua perda.


Após Ross e Richie conversarem sobre sua amizade com Marvin, a canção "Missing You" foi produzida. Escrita por Lionel e produzida por ele juntamente com James Anthony Carmichael (produtor que já trabalhou com artistas como Billy Preston e as Pointer Sisters), a canção é uma homenagem ao artista e também homenageia Florence Ballard (ex-Supremes, grupo que revelou Diana Ross) e Paul Williams (do The Temptations), todos artistas da Motown que haviam falecido não fazia muito tempo.


Aí já era mesmo...

Bem, os temas são bem diferentes - Jorge & Mateus falam sobre amor e Diana Ross canta sobre a saudade de quem já se foi. Apesar disso, não há como negar a semelhança nas introduções, que, apesar de ser a única semelhança entre os projetos, não deixa de ser notável. No caso da dupla, é utilizado o piano, enquanto para Diana um som mais suave, terno. Fora que não dá pra comparar a capacidade vocal de Diana com a de Jorge & Mateus - a voz dela flui e é agradável. Enfim...

Coincidência?

Eu acho que nem preciso dizer que as chances dos caras conhecerem essa canção são quase nulas né? Mas pode até acontecer. Neste caso, seria um pequenino plágio não-intencional. O ideal mesmo é a situação continuar assim. Já chega a quantidade de duplas sertanejas que conhecem clássicos da música internacional e fazem o desfavor de realizar (cometer seria a palavra mais adequada) uma tradução e tentar levar o mérito por algo que não lhes pertence. No final das contas, eu sinto falta dos tempos em que a música tinha mais significado...

domingo, 27 de março de 2011

Quick - Quem não gosta de George Michael?


Está em todo o lugar! Huahuahauahauhaua...

quinta-feira, 24 de março de 2011

AMR - Love Me (Justin Bieber)

Análise: Single promocional saido do EP My World, de Justin Bieber. Lançado em Outubro de 2009, alcançou #37US e #71UK.


Lovefool - Love = Fool... é isso aí, Fool!

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Nos anos 90, uma banda chamada The Cardigans surgiu produzindo um som bem Pop - nada de novidade se lembrarmos que isso é a coisa mais comum do universo. Fundada em 1992, a banda liderada pela vocalista Nina Persson produziu um clássico Pop e bem engraçadinho no álbum First Band on the Moon, de 1996: "Love Fool". A canção é daquele tipo que gruda no ouvido, uma melodia interessante e bem agradável. Quem gosta de música Pop dos anos 90 com certeza conhece e tem certa consideração por esta peça.

O que acontece é que, geralmente, este tipo de projeto não precisa nem é passível de qualquer tipo de releitura. Se você se presta a reproduzir uma obra ou fazer um referencial a ela, você precisa ter plena convicção e capacidade de fazer melhor do que sua versão original - pois podem haver casos em que a versão original não seria a melhor, a mais trabalhada, mais realizada. É como fazer cover das músicas do Queen. Ou você fazer de uma maneira que possa ser tão agradável quanto ouvir os solos de Brian May ou a voz magnífica de Freddie Mercury ou você vai catar coquinho na ladeira. Tentar reproduzir a coisa com competência ou vai apenas queimar a sua cara e, dependendo do caso, remexer uns esqueletos no caixão (como seria o caso de Freddie Mercury).

Agora, voltando...

Em 2009, Justin Bieber lançou seu primeiro projeto "consistente" chamado My World, um EP (uma gravadora que olha pro Bieber realmente não teria coragem de lhe dar a chance de um LP logo de cara) que foi sua porta de entrada para o show business - e que contém a constrangedora e infantil "One Less Lonely Girl". E, dentre as canções deste álbum, está uma chamada "Love Me", a última do tracklist. E é aí que está o problema.


Eu não resenharia uma canção do Justin Bieber do nada (ainda mais de um EP que ainda por cima foi lançado em 2009 - com raríssimas excessões, as canções de Bieber não são atrativas ou interessantes). Mas o que temos aqui é um caso clássico: artista novo fazendo cover ou uso de samples de algum artista mais antigo ou single clássico - vale lembrar, por exemplo, Katy Perry com "Use Your Love", sua versão para "Your Love" da banda de Pop Rock oitentista Outfield. E neste momento encaixamos todo este prólogo que redigi no começo deste artigo: a clássica "Lovefool", que até mesmo os próprios The Cardigans não utilizam mais, não estava necessitando de qualquer releitura e não seria Justin Bieber que faria, de alguma maneira, a coisa ficar melhor.


A canção tem todo um clima sintético, Pop sintético pré-processado. Não muda muita coisa do que Bieber anda fazendo e se esta direção não for mudada logo, podemos carimbar na testa de Justin um gigante "Carência de Originalidade". Pra quem acha que o sample de "Lovefool" poderia melhorar algo, apenas transforma, tristemente, o refrão em algo sem nenhum tipo de energia ou referencial - o único referencial, aliás, é você desligar isso e ir ouvir The Cardigans.

Por fim, a sensação é de você imaginar comer um prato de macarronada mas te servirem um prato de miojo. É como querer ouvir Michael Jackson e tocarem Justin Timberlake. É como querer assistir CQC e passar Legendários. Enfim, Justin Bieber de fato não canta mal, mas a força que faltou neste projeto é tanto que ele deve ser devidamente esquecido.