Tá aí uma banda de peso, principalmente pela parte da vocalista...
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A banda indie-punk-dance (oww!) Gossip é no mínimo curiosa. Me lembro da primeira vez que os vi. Não ouvi nada deles, só os achei na net por um acaso, mas o que me chamou a atenção mesmo foi a figura da vocalista Beth Ditto. Uma cantora lésbica e bem, bem acima do peso. Ela faz performances bem ousadas em palco - o que não é exatamente algo novo ou inovador - mesmo com seu sobre-peso. O que torna a coisa no mínimo curiosa. Já imaginaram tipo a Lady Gaga com 120kg dançando "Bad Romance" no meio da platéia? Hauhauahuaha...
"Love Long Distance" reflete o padrão atual de qualidade das bandas que tocam o rock indie atual. No caso do Gossip, é um indie levemente preenchido com dance. Uma mistura que ficou muito bem executada pela banda. Esta parece ser a cara do que pode ser a música nesta nova década.
A canção é no fundo bem simples. Tem uma bateria pra segurar o ritmo de maneira interessante (quem ocupa o cargo na banda é uma mulher, Hannah Blilie), o piano bem acentuado (acredito que esta parte seja trabalho da vocalista). A propósito, a voz de Ditto é bem distinta. Acredito que se não fosse sua forma física, digamos, nada comercial, ela poderia ser jogada na mesma linha de jogo que cantoras como a Duffy. De qualquer forma, as performances devem ser muito legais.
Fora que o álbum foi produzido pelo guru-dos-artistas-que-estão-caídos-ou-que-querem-algo-diferente, Rick Rubin. Rubin está em forma, parecendo uma espécie de Quincy Jones ou George Martin versão underground.
A linha após o primeiro refrão faz referência a um dos maiores clássicos da música negra norte-americana, "I Heard It Through the Grapevine", gravado por Smokey Robinson e sua banda, o The Miracles, Gladys Knight e o seus The Pimps, a versão mais famosa com Marvin Gaye e por último, uma versão rock clássico com o Creedance Clearwater Revival.
Haja força no braço...
Enfim, "Love Long Distance" é uma canção muito atrativa, principalmente na atual situação do mercado fonográfico, onde tudo é muito igual, muito chato. Consegue angariar interesse com simplicidade. E o vídeo-clipe é mais um da linha indie/underground/alternativo. Criatividade sem limites!
Vídeo-clipe: