Ching? Hã?
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A filha do Don Costa cresceu. Se você não sabe de quem eu estou falando, muito provavelmente isso vai refrescar sua memória:
Se por um acaso isso não serviu, você deveria cogitar a hipótese de morar em outro lugar que não seja uma caverna...
Enfim, anos se passaram após a estréia desta estrela mirim, mais especificamente uns 30 anos! Algumas estrelas baixinhas conseguem uma carreira brilhante demonstrando muito talento para a coisa - Stevie Wonder e Michael Jackson, para citar dois grandes exemplos. Também há estrelas que não são exatamente um exemplo de qualidade artística genuína - Justin Timberlake, Bow Wow... e Justin Bieber? E existem os que acabaram ficando, digamos, em cima do muro.
Nikka Costa pode ser alocada nesta terceira categoria. Lançou ao todo 8 álbuns em toda sua carreira. E nunca mais se ouviu falar dela desde "On My Own". Ela é uma espécie de One Hit Wonder precoce. Seu pai, Don Costa, que é constantemente lembrado por seu trabalho com Frank Sinatra, lançou a carreira de sua filha - e acabou reforçando o título de One Hit Wonder após não ter influenciado mais sua vida artística - Costa faleceu em Janeiro de 1983, quando Nikka tinha 10 anos.
Após tantos anos, Nikka investiu na sua carreira percorrendo basicamente ritmos como Funk, Soul e Blues - o que denota que ela realmente queria tirar algo de qualidade de sua carreira. Porém ela nunca mais teve o destaque de outrora (excetuado um círculo fechado de poucos fãs legítimos).
Agora, aparentemente seguindo a moda, Costa lança seu novo single com uma pegada mais puxada pro... Electropop? Nah, não chega a tanto. Mas a parte do Electro é verdadeira. Talvez imaginando alcançar um público maior - ou simplesmente querendo seguir uma nova direção em sua carreira - ela resolveu realizar esta mudança. E "Ching Ching Ching" é apenas comum - principalmente se você considerar que ela já teve coisas muito melhores em sua carreira antes de tomar este novo rumo (exemplo: "Push And Pull" do álbum Everybody Got Their Something de 2001, que lembra a canção "Broken" da extinta banda feminina Antigone Rising).
A canção é uma balada agitada e bonitinha, assim como era bonitinho o rostinho infantil de Nikka (pegaram a referência)? Se você for considerar apenas "Ching Ching Ching", não houve algo que possa ser chamado de grande evolução - um retrocesso quando muito. Claro que é válido a vontade dela em querer aparecer mais, seja por uma maior projeção artística, $eja por algun$ outro$ motivo$ de$conhecido$, mas neste caso faltou talvez um pouco mais de ousadia.
Resumindo, Nikka e sua voz são sim boas. Mas eles combinam muito mais com um violão do que com artifícios eletrônicos...